Macau: diferenças entre revisões
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'''Macau''' (em [[chinês tradicional]]: {{lang|zh|澳門}}; em [[chinês simplificado]]: {{lang|zh|澳门}}; ''[[pinyin]]'': ''Àomén'', {{IPA-tudo|ɑ̂ʊ̯mə̌n|pronunciado:}}; em [[cantonês]] ''jyutping'': ''ou3mun4*2'', em cantonês Yale: ''Oumùhn'', {{IPA-tudo|ʔōu mǔːn|pronunciado:}}, em [[hacá]]: ''Au4mun2'') é uma das [[Região Administrativa Especial|regiões administrativas especiais]] da [[República Popular da China]] desde 20 de dezembro de 1999, sendo a outra [[Hong Kong]].<ref name="RetornoMacauhome">[http://202.84.17.11/macao/index.htm Retorno de Macau]. Contém informações sobre a transferência de soberania. Algumas informações gerais sobre Macau estão desatualizados, visto que os artigos deste ''website'' foram publicados em 1999.</ref><ref>[http://news.bbc.co.uk/2/hi/asia-pacific/571778.stm Um artigo da BBC sobre a cerimónia da transferência de soberania]</ref> Antes desta data, Macau foi colonizada e administrada por [[Portugal]] durante mais de 400 anos e é considerada o primeiro entreposto, bem como a última colónia europeia na [[Ásia]].<ref name="BBCsoberania">[http://news.bbc.co.uk/2/hi/asia-pacific/564984.stm Uma secção da BBC sobre a transferência de soberania]</ref>
A colonização de Macau teve início em meados do {{séc|XVI}},<ref name="worldstatesmen.org"/> com uma ocupação gradual{{nota de rodapé|Expressão usada na [[Lei Básica da RAEM]]}} de navegadores portugueses que rapidamente trouxeram prosperidade a este pequeno território, tornando-o numa grande cidade e importante entreposto comercial entre a China, a [[Europa]] e o [[Japão]]. Macau atingiu o seu auge nos finais do {{séc|XVI}} e nos inícios do {{séc|XVII}}, mas só em 1887 a China reconheceu oficialmente a soberania e a ocupação perpétua portuguesa de Macau, através do "[[Tratado de Amizade e Comércio Sino-Português]]".<ref name="worldstatesmen.org"/> Em 1967, como consequência do {{lknb|Motim|1-2-3}}, que marcou a revolta dos residentes chineses pró-comunistas de Macau, em 3 de dezembro de 1966, Portugal renunciou à sua ocupação perpétua de Macau.<ref name="worldstatesmen.org"/> Em 1987, após intensas negociações entre Portugal e a República Popular da China, os dois países acordaram que Macau voltaria para a soberania chinesa no dia 20 de dezembro de 1999.<ref name="worldstatesmen.org"/> Atualmente,{{quando}} Macau está a experimentar um grande e acelerado crescimento
A Região Administrativa Especial de Macau é constituída pela [[península de Macau]] e por duas [[ilha]]s: [[Taipa]] e [[Coloane]]. Após a ligação feita por meio de um aterro, o [[istmo]] de [[Cotai]], Macau ficou com a superfície total de 28,6 km². Situa-se na costa [[meridional]] da [[República Popular da China]], a oeste da [[foz]] do [[rio das Pérolas]] e a 60 km de [[Hong Kong]], que se encontra aproximadamente a [[leste]] de Macau. Faz fronteira a [[norte]] e a [[oeste]] com a [[Zona Económica Especial]] de [[Zhuhai]], logo é adjacente à província de [[Guangdong]].<ref name="SitgeoDST">[http://www.macautourism.gov.mo/pt/info/info.php#6 Situação geográfica de Macau na Direcção dos Serviços de Turismo da RAEM]</ref>
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Macau tem cerca de 538 mil habitantes, sendo a esmagadora maioria de etnia chinesa.<ref name="Pop"/> Foram feitos muitos aterros na [[foz]] do rio das Pérolas para conseguir mais espaços de construção.
Desde 20 de dezembro de 1999, o nome oficial de Macau é "Região Administrativa Especial de Macau da República Popular da China" (RAEM). Após o estabelecimento da [[RAEM]], Macau atua sob os princípios do Governo Popular Central da [[República Popular da China|RPC]] de "[[um país, dois sistemas]]", da "Administração de Macau pela Gente de Macau" e de "Alto Grau de Autonomia", gozando por isso de um estatuto especial, semelhante ao de [[Hong Kong]], e possuindo consequentemente um elevado grau de [[autonomia]], limitado apenas no que se refere às suas relações exteriores e à defesa. Foi também garantido pela RPC a preservação do seu sistema
== Etimologia ==
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[[Imagem:Macau Trade Routes.png|miniatura|esquerda|Mapa que mostra Macau e a sua posição nas rotas comerciais portuguesas e espanholas, no seu período mais próspero (finais do {{séc|XVI}} e princípios do {{séc|XVII}})]]
Os portugueses estabeleceram-se ilegal e provisoriamente em Macau entre 1553 e 1554,<ref name="worldstatesmen.org"/> sob o pretexto de secar a sua carga. Em 1557, as autoridades chinesas deram finalmente autorização para os portugueses se estabelecerem permanentemente em Macau,<ref name="worldstatesmen.org"/> concedendo-lhes um considerável grau de
[[Imagem:Saopaulo Chinnery.jpg|miniatura|[[Ruínas de São Paulo]], [[George Chinnery]] (1774–1852). A catedral foi construída em 1602 e destruída por um incêndio em 1835. Somente a fachada sul chegou aos dias de hoje.]]
Desde então, Macau desenvolveu-se como intermediário no comércio triangular entre a [[China]], o [[Japão]] e a [[Europa]], numa época em que as autoridades chinesas proibiram o comércio
Para além de ser um entreposto comercial, Macau desempenhou também um papel activo e fulcral na disseminação do [[Catolicismo]], tornando-se também um importante ponto de formação e de partida de [[missionário]]s [[católico]]s para os diferentes países do [[Extremo Oriente]], principalmente para a China. Por este motivo, o {{lknb|Papa Gregório|XIII}} criou, em 1576, a [[Diocese de Macau]]. Esses missionários desempenharam também um importante papel no intercâmbio cultural, científico e artístico entre a China e o Ocidente, e no desenvolvimento da cultura e da educação de Macau.
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Devido à sua prosperidade, Macau foi várias vezes atacada pelos [[Países Baixos|holandeses]] ao longo da primeira metade do {{séc|XVII}}. O ataque mais importante teve início em 22 de junho de 1622, quando cerca de 800 soldados holandeses desembarcaram, numa tentativa de conquistar a cidade. Após dois dias de combate, em 24 de junho,<ref name="worldstatesmen.org"/> os invasores foram derrotados, sofrendo elevadas baixas (cerca de 350 mortes) e conseguindo abater apenas algumas dezenas de portugueses. Para Macau, desprevenida, esta vitória foi considerada um milagre.
Em 1638-1639, o comércio português com o Japão foi interrompido, devido às políticas de isolamento levados a cabo pelo então [[xogum]] japonês, [[Xogunato Tokugawa|Tokugawa Iemitsu]]. Este acontecimento
=== Século XIX ===
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No contexto da [[Guerra Peninsular]], em setembro de 1808 foi ocupada por tropas da força expedicionária sob o comando do contra-almirante [[William O'Brien Drury]], comandante-chefe das Forças Navais Britânicas nos mares da Ásia, a pretexto de proteção contra a ameaça francesa. Esse efetivo foi reembarcado no final desse mesmo ano, por força da concentração de cerca de 80.000 homens do [[exército chinês]] diante das portas da cidade.
Desde os meados do {{séc|XVII}}, Macau, mesmo perdendo muitos mercados de comércio ao longo dos tempos (a começar pelo encerramento do comércio com o Japão) e vivendo com alguma frequência na pobreza e miséria, conseguiu ainda reter a sua importância
Em 1844, através de um decreto real, Macau foi ingressado finalmente na estrutura administrativa ultramarina portuguesa. Porém, este
[[Imagem:1870Macao.jpg|miniatura|Foto de Macau em 1870]]
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Com o regime democrático instaurado em Portugal pela [[Revolução dos Cravos]], em 1974, Portugal iniciou conversações com os movimentos de libertação das [[Província ultramarina|colónias portuguesas]]. Essas negociações conduziram ao [[Acordo do Alvor]]. Nasciam assim, em 1975, os novos países africanos de língua oficial portuguesa ([[PALOP]]): [[Angola]], [[Moçambique]], [[Guiné-Bissau]], [[Cabo Verde]] e [[São Tomé e Príncipe]]. A China rejeitou a transferência imediata da soberania de Macau, tendo apelado para o estabelecimento de negociações que permitissem uma transferência harmoniosa.
Com o decorrer das negociações, o estatuto de Macau redefiniu-se para "território chinês sob administração portuguesa" e a transferência de soberania de Macau para a República Popular da China<ref name="RetornoMacauhome"/><ref name="BBCsoberania"/> foi agendada para a data de 20 de dezembro de 1999, através da [[Declaração Conjunta Sino-Portuguesa sobre a Questão de Macau]].<ref name="DeclaraçãoConjunta"/> Este documento bilateral e internacional, assinado no dia 13 de abril de 1987, estabelecia ainda uma série de compromissos e garantias feitas entre Portugal e a China que permitiam a Macau um considerável grau de [[autonomia]] e a conservação das suas especificidades, incluindo o seu modo de vida e o seu sistema
=== Século XXI ===
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[[Imagem:Vista de los casinos desde el Centro de Ciencia, Macao, 2013-08-08, DD 01.jpg|miniatura|Macau em outubro de 2009]]
Em 2001-2002, deu-se uma liberalização parcial do sector do jogo, devido ao fim do prazo da concessão do monopólio deste sector
Mas, por detrás deste crescimento, criaram-se graves e alarmantes problemas sociais, como por exemplo o problema da [[inflação]] galopante, da [[mão-de-obra]] ilegal ou do excesso da importação (legal) de mão-de-obra barata e o alargamento do fosso entre os ricos e os pobres (em 2006, o [[coeficiente de Gini]] de Macau subiu para 0,48, sendo por isso a sua desigualdade da [[distribuição de renda]] mais acentuada do que, como por exemplo, na [[Singapura]], na [[Coreia do Sul]] ou até na [[China Continental]]<ref>{{zh}} [http://news.bbc.co.uk/chinese/trad/hi/newsid_7160000/newsid_7165400/7165442.stm ''Profile of China: The problems behind Macau's prosperity'' na BBC Chinese]</ref>).
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Macau localiza-se a 22° 10' Norte ([[latitude]]) e 113° 33' Leste ([[longitude]]), mas as coordenadas 113º 55' Leste e 21º 11' Norte (a localização exacta do [[Farol da Guia (Macau)|Farol da Guia]]) também são aceites como sendo as [[coordenadas geográficas]] oficiais da localização da RAEM.
Esta [[região administrativa especial]] está situada na costa [[meridional]] da [[República Popular da China]], a oeste da [[foz]] do [[rio das Pérolas]], na ligação entre o Interior da China e o [[Mar do Sul da China]], a sul do [[Trópico de Câncer]], a 145
A Região Administrativa Especial de Macau é constituída pela [[península de Macau]], pelas ilhas da [[Taipa]] e de [[Coloane]] e pelo istmo de [[Cotai]]. A área total é de 28,6 km², sendo a península de 9,3 km².<ref name="SitgeoDST"/> É na península de Macau que se concentra a principal atividade, sendo lá que se encontram os principais organismos político-administrativos, a maior parte da indústria, os principais serviços e equipamento cultural.
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A época mais agradável do ano é o [[Outono]], que começa em outubro, altura em que o Interior da China começa a arrefecer. Nesta época, o clima é quase sempre ameno e o céu limpo. No mês de dezembro as massas de ar frio vindas do Interior da China (norte de Macau) atingem Macau, arrefecendo a sua temperatura.<ref name="ClimaDST"/>
Em janeiro e fevereiro (meses do Inverno), Macau é atingida por mais vagas de ventos frios e secos do Norte da [[Sibéria]] vindos do Centro e do Sul da China, arrefecendo ainda mais a sua temperatura, podendo esta descer abaixo dos 10[[°C]]. É geralmente nesta época invernal que se registam os valores mais baixos do ano para a temperatura, a
Nos meses de março e abril (período da [[Primavera]]), o vento sopra de Leste para Sudoeste, fazendo assim aumentar a temperatura e a humidade. Nesta época do ano, são relativamente frequentes os dias
As variações atmosféricas de Macau, que são relativamente grandes entre o [[Verão]] e o [[Inverno]], são principalmente causadas pelas [[monção|monções]]. Em 2006, os valores absolutos da [[temperatura]] máxima (no Verão) e mínima (no Inverno) do ar foram de 36,0 °C e de 6,5 °C,<ref name="DSECclima">[http://www.dsec.gov.mo/index.asp?src=/portuguese/pub/p_amb_pub.html Estatísticas do Ambiente da DSEC, em ficheiro PDF, página 9]</ref> respectivamente, sendo a temperatura média anual aproximadamente de 22 [[Grau Celsius|°C]].<ref name="ClimaDST"/> A média da [[humidade relativa]] foi de 79,0% e o vento soprou predominantemente do Norte.<ref name="DSECclima"/>
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