Caravaggio: diferenças entre revisões

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Coloquei em itálico a passagem do texto do historiador citado. Não consegui justificar o texto. Mas creio que ficou bom, pois não tinha nada sobre as pinturas da Capela Contarelli.
Etiquetas: Possível resumo indevido Editor Visual
m Desfeita(s) uma ou mais edições de Vamberto Almeida (texto acadêmico, ), com Reversão e avisos
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*[[Igreja de São Luís dos Franceses]], [[Roma]]
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De acordo com Rodrigo Henrique A. da Costa, em “Luz sobre o fundo escuro: Caravaggio, São Mateus e o Anjo e Amor Vitorioso (1601-1602)”, ''"o São Mateus e o Anjo II, também conhecido como A inspiração de São Mateus, faz sentido dentro do tema da Capela Contarelli, onde se encontram mais duas outras obras produzidas por Caravaggio que referenciam o apóstolo Mateus: A Vocação de São Mateus (ou O Chamamento de São Mateus) e o Martírio de São Mateus. Sobre o Martírio da Série de Mateus, destaco a inoportuna passagem de Burckhardt quando analisa as pinturas de Caravaggio para a Capela Contarelli: “No seu célebre Cicerone, bíblia do viajante esclarecido da Itália no século XIX, Jakob Burckhardt considera O Martírio de São Mateus, de San Luigi dei Francesi ‘quase ridículo’, e fala de ‘pobreza e monotonia’” (2006, p. 14). Em São Mateus e o Anjo II o apóstolo escreve com domínio. Está com o joelho esquerdo e o peso do corpo apoiados sobre um banco nitidamente em falso que parece estar prestes a cair, segundo Schütze (2010, p. 112),“que ameaça tombar e [...] realça a presença física do protagonista”. O apóstolo se recosta em uma ampla mesa que, assim como o banco, está bastante desgastada. Mateus movimenta a pena com esmero, fixando com a outra mão a parte do papel em que escreve. Aqui, o esforço de Mateus é para compreender aquilo que o Anjo lhe enumera: o evangelista está, aparentemente, com liberdade para escrever e narrar os fatos. O Anjo se detém em lembrá-lo dos acontecimentos vividos por Jesus em seus dias como homem, na Terra. A posição do Anjo II exige que Mateus vire o rosto com esforço sobre seu lado esquerdo (Em tempo, hemisfério direito do cérebro é o local do raciocínio sobre a memória e a reformulação), a fim de vislumbrar o mensageiro divino, num gesto que aparenta subserviência a uma entidade hierarquicamente superior ao apóstolo. Já em São Mateus e o Anjo II, o apóstolo veste uma túnica alaranjada e longa, com uma gola recortada em “V” e ainda está enrolado num manto avermelhado. Perante os estudos de Paul Veyne, revelam-se nesta descrição da vestimenta do Mateus II os símbolos de dominação e de poder presentes numa Igreja Católica de palácios luxuosos. Observamos em São Mateus e o Anjo II que, diferente da primeira versão, os dois personagens estão impelidos à periferia, simetricamente, a 90<sup>o</sup>. Como nos diz Peter Robb (2005), existe um escuro vazio ao centro e ao lado direito do quadro. Esta atitude não foi impensada por Caravaggio: tendo sido sua primeira versão muito criticada, a segunda versão não somente é seguida à risca e conforme o contrato a que estava submetido, como é levada ao extremo, ironicamente, deixando em vácuo um distanciamento entre os dois personagens, e em mesma medida entre o quadro e o observador. Sobre essa distância entre os personagens e sobre a mudança de abordagem e de perspectiva, Robb (2005, p. 207) justifica da seguinte forma, “A separação das figuras destacadas pela luz estão suspensas sob um mar de obscuridade que não era comum à pintura de Caravaggio, parecendo ser uma ruptura deliberada com a vigorosa e inquietante cena de sua primeira versão composta por duas figuras entrelaçadas” (tradução livre). Como se pode perceber, era incomum este “mar” de opacidade nas telas de Caravaggio (quando existiam eram sempre preenchidas por mantos, cortinas ou outro elemento cênico) o que provaria ser também o São Mateus e o Anjo II uma ruptura daquilo que fora desejado e determinado pela Igreja de São Luís dos Franceses, jurisdição da Santa Sé. "'' <ref>{{Citar periódico|ultimo=Costa|primeiro=Rodrigo Henrique Araújo da|data=2013-08-06|titulo=Luz sobre o fundo escuro: Caravaggio, São Mateus e o Anjo e Amor Vitorioso (1601-1602)|url=https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/tede/5999}}</ref><gallery mode="packed" caption="" widths="150px" heights="150px">
Ficheiro:Caravaggio, Michelangelo Merisi da - The Calling of Saint Matthew - 1599-1600 (hi res).jpg|''[[O Chamado de Mateus (Caravaggio)|O Chamado de Mateus]]'' <br><small> 1599-1600</small>
Ficheiro:The Inspiration of Saint Matthew by Caravaggio.jpg|''[[A Inspiração de São Mateus]]'' <br><small> c. 1602</small>
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Em abril de 2014 foi descoberta a pintura "Judite e Holofernes" no sótão de uma casa no sudoeste de França e proibida de sair do país pelas autoridades. A existência da obra era conhecida por uma cópia atribuída a Louis Finson, pintor flamengo contemporâneo de Caravaggio. A obra estava numa zona de sótão por baixo do telhado de uma casa antiga na região de Toulouse<ref>{{citar web|URL=http://24.sapo.pt/article/sapo24-blogs-sapo-pt_2016_04_12_1732390887_quadro-de-caravaggio-encontrado-em-sotao-frances-e-autentico|título=Quadro de Caravaggio encontrado em sótão francês é autêntico|autor=|data=|publicado=|acessodata=}}</ref> <ref>{{citar web|URL=http://www.dn.pt/artes/interior/uma-obra-prima-de-caravaggio-pode-ter-estado-escondida-150-anos-num-sotao-5122637.html|título=Uma obra-prima de Caravaggio esteve esquecida 150 anos num sótão|autor=|data=|publicado=|acessodata=}}</ref>
 
{{Referências|col=2}}
{{Referências|col=2|Costa, Rodrigo Henrique Araújo da. Luz sobre o fundo escuro: Caravaggio, São Mateus e o Anjo e Amor Vitorioso (1601-1602). Dissertação de mestrado. João Pessoa: UFPB, 2013. https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/tede/5999=}}
 
== Ligações externas ==