José do Patrocínio: diferenças entre revisões
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== Biografia ==
Filho de João Carlos Monteiro, [[vigário]] da [[paróquia]] de [[Campos dos Goytacazes]] e [[orador]] sacro de reputação na [[Igreja de Nossa Senhora do Monte do Carmo|Capela Imperial]], com Justina do Espírito Santo, uma jovem
Embora sem reconhecer a paternidade, o religioso encaminhou o menino para a sua fazenda na [[Lagoa de Cima]], onde José do Patrocínio passou a [[infância]] como liberto, porém convivendo com os escravos e com os rígidos
Aos catorze anos de idade, tendo completado a sua [[educação primária]], pediu, e obteve ao pai, autorização para ir ao [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]]. Encontrou trabalho como servente de [[pedreiro]] na [[Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro]] (1868), empregando-se posteriormente na casa de saúde do doutor Batista Santos. Atraído pelo combate à doença, retomou, às próprias expensas, os estudos no externato de João Pedro de Aquino, prestando os exames preparatórios para o curso de [[farmácia]].
Aprovado, ingressou na [[Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro|Faculdade de Medicina]] como aluno de [[
Nessa época, Patrocínio iniciou a carreira de jornalista em parceria com [[Dermeval da Fonseca]], publicando o quinzenário [[sátira|satírico]] "[[Os Ferrões]]", que circulou de 1 de junho a 15 de outubro de 1875, no total de dez números. Os dois colaboradores se assinavam com os
Dois anos depois (1877), admitido na [[Gazeta de Notícias]] como [[redator]], foi encarregado da [[Coluna (jornal)|coluna]] ''Semana Parlamentar'', que assinava com o pseudônimo de ''Prudhome''. Foi neste espaço que, em 1879, iniciou a campanha pela
Fundou, em 1880, juntamente com Joaquim Nabuco, a ''Sociedade Brasileira Contra a Escravidão''. Com o falecimento de Ferreira de Meneses (1881), com recursos obtidos junto ao sogro, adquiriu a Gazeta da Tarde, assumindo-lhe a direção. Em
[[Ficheiro:Lopes_Trovão_charge.jpg|esquerda|thumb|180px|[[Charge]] da [[proclamação da República do Brasil]], com José do Patrocínio em primeiro plano.]]
Em 1885, visitou sua cidade natal, Campos dos Goytacazes, sendo também recebido em triunfo. De volta ao Rio de Janeiro, trouxe a mãe, idosa e doente, que viria a falecer no final desse mesmo ano. O sepultamento transformou-se em um ato político em favor da abolição, tendo comparecido personalidades como
▲[[Ficheiro:Lopes_Trovão_charge.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Charge da [[proclamação da República]], com José do Patrocínio em primeiro plano.]]Em 1882, a convite de [[Paula Nei]], Patrocínio visitou a província do [[Ceará]], onde foi recebido em triunfo. Essa província seria pioneira no Brasil ao decretar a abolição já em 1884.
No ano seguinte (1886), iniciou-se na [[política]], sendo eleito [[vereador]] da [[Câmara Municipal do Rio de Janeiro]], com votação maciça.▼
▲Em 1885 visitou sua cidade natal, Campos dos Goytacazes, sendo também recebido em triunfo. De volta ao Rio de Janeiro, trouxe a mãe, idosa e doente, que viria a falecer no final desse mesmo ano. O sepultamento transformou-se em um ato político em favor da abolição, tendo comparecido personalidades como as do ministro [[Rodolfo Epifânio de Sousa Dantas|Rodolfo Dantas]], o jurista [[Rui Barbosa]] e os futuros presidentes [[Campos Sales]] e [[Prudente de Morais]].
Em setembro de 1887, abandonou a "Gazeta da Tarde" para fundar e dirigir um novo periódico: o "[[A Cidade do Rio]]". À frente deste periódico, intensificou a sua atuação política. Aqui, fizeram escola alguns dos melhores nomes do jornalismo brasileiro da época, reunidos e incentivados pelo próprio Patrocínio. Foi nele que Patrocínio saudou, após uma década de intensa militância, a [[13 de maio]] de [[1888]], o advento da abolição. Logo após a assinatura da [[Lei Áurea]], com os entornos do [[Paço Imperial|palácio]] tomados de celebração e uma chuva de flores caindo sobre todos, Patrocínio aproximou-se de Isabel, ficou de joelhos e beijou-lhe as mãos, sendo seguido nesse gesto por outros abolicionistas.<ref name=":0" /><ref>{{citar web|url=http://www.acordacultura.org.br/artigos/29012014/hoje-na-historia-29-de-janeiro-1905-morria-jose-do-patrocinio-o-tigre-da-abolicao|titulo=A cor da cultura|data=|acessodata=|obra=|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref>
▲No ano seguinte (1886), iniciou-se na política, sendo eleito vereador da [[Câmara Municipal do Rio de Janeiro]], com votação maciça.
[[Ficheiro:Flag-lopes-trovão.svg|thumb|180px|{{FIAV|historical}} Proposta de bandeira criada por [[José Lopes da Silva Trovão|Lopes Trovão]], içada na [[Câmara Municipal do Rio de Janeiro]] por José do Patrocínio em 15 de novembro de 1889.]]▼
Após a proclamação da República (1889), entrou em conflito em 1892 com o governo do marechal [[Floriano Vieira Peixoto|Floriano Peixoto]], pelo que foi detido e [[deportação|deportado]] para [[Cucuí]], no alto [[rio Negro (Amazonas)|rio Negro]], no estado do [[Amazonas]].▼
▲[[Ficheiro:Flag-lopes-trovão.svg|thumb|{{FIAV|historical}} Proposta de bandeira criada por [[José Lopes da Silva Trovão|Lopes Trovão]], içada na [[Câmara Municipal do Rio de Janeiro]] por José do Patrocínio em 15 de novembro de 1889.]]
Retornou discretamente ao Rio de Janeiro em 1893, mas, com o [[Estado de exceção|estado de sítio]] ainda em vigor, a publicação do "A Cidade do Rio" continuou suspensa. Sem fonte de renda, Patrocínio foi residir no [[subúrbio]],
▲Após a proclamação da República (1889), entrou em conflito em 1892 com o governo do marechal [[Floriano Vieira Peixoto|Floriano Peixoto]], pelo que foi detido e deportado para [[Cucuí]], no alto [[rio Negro (Amazonas)|rio Negro]], no estado do [[Amazonas]].
Nos anos seguintes, a sua participação política foi inexpressiva, concentrando-se a sua atenção no moderno [[invento]] da [[aviação]]. Iniciou a construção de um [[dirigível]] de 45 [[metro]]s, o "Santa Cruz", com o sonho de [[voo|voar]], jamais concluído. Numa homenagem a [[Santos Dumont]], realizada no [[Teatro D. Pedro II|Teatro Lírico]], quando [[discurso|discursava]] saudando o inventor, foi acometido de uma [[hemoptise]], [[sintoma]] da [[tuberculose]] que o vitimou. Faleceu pouco depois, aos 51 anos de idade, aquele que é considerado, por seus biógrafos, o maior de todos os jornalistas da abolição.▼
▲Retornou discretamente ao Rio de Janeiro em 1893, mas com o estado de sítio ainda em vigor, a publicação do "A Cidade do Rio" continuou suspensa. Sem fonte de renda, Patrocínio foi residir no subúrbio de [[Inhaúma (bairro do Rio de Janeiro)|Inhaúma]].
▲Nos anos seguintes, a sua participação política foi inexpressiva, concentrando-se a sua atenção no moderno invento da [[aviação]]. Iniciou a construção de um [[dirigível]] de 45 [[metro]]s, o "Santa Cruz", com o sonho de voar, jamais concluído. Numa homenagem a [[Santos Dumont]], realizada no [[Teatro Lírico]], quando discursava saudando o inventor, foi acometido de uma hemoptise, sintoma da [[tuberculose]] que o vitimou. Faleceu pouco depois, aos 51 anos de idade, aquele que é considerado por seus biógrafos o maior de todos os jornalistas da abolição.
== Cronologia ==
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