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[[Imagem:Redenção.jpg|thumb|''[[Redenção de Cam]]'' (1895), de [[Modesto Brocos|Modesto Brocos y Gomes]]. Avó [[Afro-brasileiros|negra]], filha [[Mulata (canção)|Mulata]], genro e neto brancos: para o governo brasileiro da época, a cada geração o brasileiro ficaria mais [[Brasileiros brancos|branco]].]]
 
A ideia de que o [[Brasileiros|povo brasileiro]] é inferior a outros ou "[[degeneração|degenerado]]" não é nova e data pelo menos do século XIX, quando o conde francês [[Arthur de Gobineau]] desembarcou em 1845 no [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]] e chamou os [[carioca]]s de "verdadeiros macacos".<ref>[http://www.bvgf.fgf.org.br/portugues/critica/artigos_imprensa/desconforto.htm O desconforto de não ser branco] {{Wayback|url=http://www.bvgf.fgf.org.br/portugues/critica/artigos_imprensa/desconforto.htm |date=20060822225033 }} por Antonio Motta em [http://www.bvgf.fgf.org.br/portugues/index.html Biblioteca Virtual Gilberto Freyre] {{Wayback|url=http://www.bvgf.fgf.org.br/portugues/index.html |date=20071208002317 }}. Visitado em 16 de novembro de 2007.</ref>
 
Nas décadas de 1920 e 1930, várias correntes de pensamento digladiavam-se quanto a origem desta suposta inferioridade. Alguns, como [[Nina Rodrigues]],<ref name="historia">{{citar web|url=http://www.historiaehistoria.com.br/materia.cfm?tb=alunos&id=313|título=Racismo e teorias raciais no século XIX: Principais noções e balanço historiográfico|autor=Flávio Raimundo Giarola|obra=história e-história|data=24-08-2010|acessodata=02-01-2014|arquivourl=https://web.archive.org/web/20140103102633/http://www.historiaehistoria.com.br/materia.cfm?tb=alunos&id=313|arquivodata=2014-01-03|urlmorta=yes}}</ref> [[Oliveira Viana]]<ref name="historia"/> e [[Monteiro Lobato]] proclamavam que a [[miscigenação]] era a raiz de todos os males e que a [[Brancos|raça branca]] era superior às demais.<ref>{{citar web|url=http://www.revistaemilia.com.br/mostra.php?id=277|título=Lobato e o racismo|autor=Adilson Miguel|obra=Revista Emília|data=fevereiro de 2013|acessodata=02-01-2014|arquivourl=https://web.archive.org/web/20131114170533/http://www.revistaemilia.com.br/mostra.php?id=277|arquivodata=2013-11-14|urlmorta=yes}}</ref>
 
Outros, como [[Edgar Roquette-Pinto|Roquette-Pinto]], afirmavam que a inferioridade era um problema de [[ignorância]], não de miscigenação<ref>[http://www2.anhembi.br/publique/media/pensbra.doc Pensamento social brasileiro] por Lina Rodrigues de Faria em [http://www2.anhembi.br/ Universidade Anhembi Morumbi]. Visitado em 16 de novembro de 2007.</ref> (tese recuperada recentemente por [[Humberto Mariotti (escritor)|Humberto Mariotti]]). [[Manuel Bomfim]] também foi um notável contestador dessa tese em seu livro ''A América Latina: Males de Origem''.<ref>{{Citar web |url=http://historia.abril.com.br/cultura/males-origem-inferior-434349.shtml |título=Males de Origem: Inferior por quê? |autor=SILVA, Sérgio Amaral |publicado=Aventuras na História }}{{Ligação inativa|1={{subst:DATA}} }}</ref>
 
Em 1903, Monteiro Lobato revela-se profundamente [[Pessimismo|pessimista]] com o potencial do povo brasileiro, por ele assim definido:
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Além da origem [[mestiça]], os brasileiros sofreriam com o fato de viverem nos [[trópicos]], onde o clima quente e úmido predisporia os habitantes à [[preguiça]] e à [[luxúria]] (outra tese cara na época, o [[determinismo geográfico]], dizia que verdadeiras civilizações só podiam se desenvolver no [[clima temperado]]).
 
Todavia, quando Lobato publica ''[[Urupês (livro)|Urupês]]'' em 1918 (onde retrata o "[[Jeca Tatu]]"), a [[Elite (sociologia)|elite]] brasileira caminhava para nomear outra causa para o "atraso" do país. Com a divulgação de estudos de [[saúde pública]] encomendados por [[Osvaldo Cruz]], as más condições sanitárias vigentes no interior do país assumem a principal responsabilidade pela "falta de vigor" e pela "indolência" dos brasileiros. O [[Engenharia sanitária|sanitarismo]] entra na ordem do dia e o próprio Lobato se engaja no esforço de converter o Brasil num "grande hospital", nas palavras do médico [[Miguel da Silva Pereira|Miguel Pereira]]. Esse engajamento atinge o ápice em 1924, quando Lobato publica a "história do Jecatatuzinho", utilizada como propaganda pelo [[Biotônico Fontoura]]. Nela, depois de curado "pela ciência", Jeca Tatu torna-se um cidadão exemplar e empreendedor, capaz até mesmo de desbancar a produção do próspero vizinho — um [[Ítalo-brasileiro|imigrante italiano]].<ref>[http://www.brasilcultura.com.br/conteudo.php?menu=95&id=452&sub=490 Monteiro Lobato - Jeca Tatuzinho] {{Wayback|url=http://www.brasilcultura.com.br/conteudo.php?menu=95&id=452&sub=490 |date=20060523215643 }} em [http://www.brasilcultura.com.br/ Brasil Cultura]. Visitado em 16 de novembro de 2007.</ref>
 
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