Condicionamento de ar: diferenças entre revisões

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O ar tratado num sistema de condicionamento de ar é designado "ar condicionado". Na linguagem corrente, o próprio processo de condicionamento de ar é referido como "'''ar condicionado'''". Por extensão, também são referidos como "ares condicionados" os aparelhos destinados ao condicionamento de ar.
 
A [[climatização]] constitui um processo semelhante ao condicionamento de ar, mas não inclui a função de umidificação ou outras das funções daquele.<ref name=RSECE>[http://www.adene.pt/NR/rdonlyres/3812776A-6241-404C-A3B7-BD5022D241DC/20/Decretolein79_2006.pdf Decreto-Lei n.º 79/2006 de 4 de abril (''Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios'')]{{Ligação inativa|1={{subst:DATA}} }}</ref>
 
== História ==
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Na [[década de 1600]], o inventor [[Países Baixos|holandês]] [[Cornelius Drebbel]] fez a demonstração "transformando o [[verão]] em [[inverno]]", perante o Rei [[Jaime VI da Escócia e I de Inglaterra]], através da adição de [[sal]] à [[água]].<ref>[http://books.google.com/books?id=DhhN_FthpYMC&pg=PA117&dq=Cornelius+Drebbel+%22air+conditioning%22&ei=nw6bScXrM4TMlQTChJXmCQ LAZLO, Pierre, ''Salt: Grain of Life'']</ref>
 
Em [[1758]], o [[EUA|norte-americano]] [[Benjamin Franklin]] e o [[Reino Unido|britânico]] John Hadley conduziram uma experiência para explorar o princípio da [[evaporação]] como meio de arrefecer rapidamente um objeto. Franklin e Hadley confirmaram que a evaporação de líquidos altamente voláteis - como o [[álcool]] e o [[éter]] - poderiam ser usados para diminuir a temperatura de um objeto até ser inferior ao ponto de [[congelação]] da água. Os dois conduziram a sua experiência com o bolbo de um [[termómetro]] de [[mercúrio (elemento químico)|mercúrio]] até aos 7 [[ºF]] (- 13,8 [[ºC]]), enquanto que a temperatura ambiente se mantinha nos 65&nbsp;°F (18,3&nbsp;°C). Benjamin Franklin notou que, logo depois de se passar o ponto de congelamento da água (32&nbsp;°F / 0&nbsp;°C), uma fina película de [[gelo]] formava-se à superfície do bolbo do termómetro e que a massa de gelo tinha uma espessura como cerca de 6 [[milímetro|mm]] quando a experiência era parada ao atingir-se os 7&nbsp;°F. Franklin concluiu que "Com esta experiência, pode-se ver a possibilidade de se gelar um homem até à morte num dia quente de verão".<ref>[{{Citar web |url=http://www.historycarper.com/resources/twobf3/letter1.htm |titulo=FRANKLIN, Benjamin, ''Cooling by Evaporation'' (carta a John Lining), Londres, 17 de junho de 1758] |acessodata=2010-07-20 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20110128075748/http://www.historycarper.com/resources/twobf3/letter1.htm |arquivodata=2011-01-28 |urlmorta=yes }}</ref>
 
Em [[1820]], o cientista britânico [[Michael Faraday]] descobriu que comprimir e liquefazer a [[amónia]] poderia resfriar o ar, quando a amónia liquefeita fosse permitida evaporar.
 
Em [[1842]], o médico norte-americano [[John Gorrie]] usou a tecnologia de [[compressor]] para criar gelo, o qual usava para arrefecer o ar para os pacientes do seu [[hospital]] em [[Apalachicola]], [[Flórida]]. Ele esperava, eventualmente, usar a sua máquina fazer gelo para regular a temperatura dentro dos edifícios. Ele até visionou futuros sistemas de ar condicionado central que pudessem arrefecer cidades inteiras. Apesar de seu [[protótipo]] ter vazamentos e funcionamento irregular, em [[1851]], foi concedida uma [[patente]] a Gorrie, pela sua máquina de fazer gelo.<ref>[http://cursodearcondicionado.com/historia-do-ar-condicionado/ JONES Jr., Malcolm, "Air Conditioning", ''Newsweek'', inverno de 1997]</ref><ref>[{{Citar web |url=http://www.propertiesmag.com/archives/2000-05/AirCo.htm |titulo=KREN, Lou, ''The History of Air Conditioning'', Properties Magazine Inc.] |acessodata=2010-07-20 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20071213033712/http://www.propertiesmag.com/archives/2000-05/AirCo.htm |arquivodata=2007-12-13 |urlmorta=yes }}</ref>
 
A primeira unidade moderna de ar condicionado foi inventada em [[1902]] por [[Willis Carrier]], em [[Buffalo]], nos EUA. Depois de se formar em [[engenharia mecânica]] na [[Universidade Cornell]], Carrier foi trabalhar para a [[metalurgia|empresa metalúrgica]] Buffalo Forge Company. Ali, Carrier iniciou experiências com o condicionamento de ar, como forma de resolver um problema prático para a empresa gráfica Sackett-Wihelms Lithographing and Publishing de [[Nova Iorque (cidade)|Nova Iorque]]. A Sackett-Williams deparava-se com o seu trabalho prejudicado no [[verão]], estação em que o papel absorvia a umidade do ar e se dilatava. Por outro lado, as cores impressas nos dias úmidos não se alinhavam nem se fixavam com as cores impressas em dias mais secos, o que gerava imagens borradas e obscuras.
 
Carrier teorizou que poderia retirar a umidade da gráfica pelos resfriamento do ar. Segundo aquele princípio, projetou e construiu o primeiro aparelho de ar condicionado, que iria iniciar a sua operação a [[17 de julho]] de 1902. Projetado para melhorar o controlo do processo de produção na gráfica, a invenção de Carrier controlava, não apenas a temperatura, mas também a umidade. Carrier usou o seu conhecimento em aquecimento de objetos com [[vapor]] e reverteu o processo. Em vez de enviar ar através de serpentinas quentes, enviou-o através de serpentinas frias, cheias com água fria. O ar, soprado através das serpentinas frias, era arrefecido e podia-se assim controlar a quantidade de umidade nele contida. Por sua vez, a temperatura na sala poderia ser também controlada. Os baixos níveis de calor e umidade destinavam-se a manter constantes as dimensões do [[papel]] e do alinhamento da [[tinta]]. Mais tarde, a tecnologia de Carrier foi aplicada para aumentar a produtividade nos postos de trabalho e a crescente procura daquela tecnologia levou à criação da empresa Carrier Air Conditioning Company of America, hoje uma grande indústria de [[AVAC]]<ref>[{{Citar web |url=http://www.repartners.org/tools/geocase/GeoHeatPumps_Introduction.htm] |titulo=Cópia arquivada |acessodata=2012-07-11 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20120620201442/http://www.repartners.org/tools/geocase/GeoHeatPumps_Introduction.htm |arquivodata=2012-06-20 |urlmorta=yes }}</ref>. Com o passar do tempo, o ar condicionado veio a ser usado também para o conforto interior em [[residência]]s e em [[automóvel|automóveis]]. Na [[década de 1950]], a utilização de ares condicionados domésticos expandiu-se de forma dramática.
 
Em [[1906]], outro norte-americano, Stuart W. Cramer, estava a explorar formas de adicionar umidade ao ar, na sua fábrica têxtil. Cramer criou o termo "condicionamento de ar" - usando-o num pedido de patente efetuado naquele ano - em analogia com o termo "condicionamento de água", então um bem conhecido processo para tornar os têxteis mais fáceis de processar. Combinou a umidade com a ventilação para condicionar e alterar o ar das fábricas, controlando a umidade tão necessária na indústria têxtil. Willis Carrier adotou também o termo e incorporou-o no nome da sua empresa. Este tipo de evaporação de água no ar, para produzir um efeito de arrefecimento, é agora conhecida como "arrefecimento evaporativo".
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Os primeiros ares condicionados e [[frigorífico]]s empregavam [[gás|gases]] tóxicos ou inflamáveis como a amónia, o [[clorometano]] e o [[propano]], o que poderia resultar em acidentes fatais se houvesse um vazamento. Para os substituir, Thomas Midglev Junior criou o [[freon]] em [[1928]]. O nome "freon" constitui uma [[marca comercial]] detida pela multinacional [[DuPont]], aplicando-se a qualquer refrigerante dos tipos [[clorofluorcarboneto]] ([[CFC]]{{Dn}}), [[CFC hidrogenado]] ([[HCFC]]) ou [[hidrofluorcarboneto]] ([[HFC]]). O nome específico de cada um indica a sua [[molécula|composição molecular]] (ex.: R-11, R-12, R-22 e R-134A). A mistura mais utilizada no ar condicionado de conforto de expansão direta é um HCFC conhecido como "[[clorodifluorometano]]" ou "[[R-22]]". Deverá deixar de ser utilizado em equipamentos novos em [[2010]] e completamente descontinuado em [[2020]]. O [[R-12]] constituía uma mistura muito utilizada em ares condicionados de automóveis, sendo substituído pelo [[R-134A]]. Têm se desenvolvido vários tipos de refrigerantes menos prejudiciais para a [[camada de ozono]] - como o [[R-410A]] - aos poucos substituindo os antigos refrigerantes mais nocivos.
 
A inovação em termos de tecnologia de ar condicionado têm vindo a continuar, agora com uma ênfase colocada no aumento da eficiência [[energia|energética]] e na melhoria da [[qualidade do ar interior]]. A redução do impacto em termos de [[mudanças climáticas]] constitui uma importante área de inovação, uma vez que, além das emissões de gás associadas ao uso de energia pelos sistemas de ar condicionado, os CFC, HCFC e HFC são, eles próprios potentes [[gases de estufa]], quando vazados para a [[atmosfera]]. Por exemplo, o R-22 (também conhecido como "[[HCFC-22]]") tem um [[potencial de aquecimento global]] cerca de 1800 vezes superior ao do [[dióxido de carbono]] ([[CO2]]). Como uma alternativa aos refrigerantes convencionais, têm sido propostas alternativas naturais como o CO2 ([[R-744]]).<ref>[http://www.ipcc.ch/pdf/assessment-report/ar4/wg1/ar4-wg1-chapter2.pdf IPCC Fourth Assessment Report, Table 2.14]</ref><ref>[{{Citar web |url=http://www.r744.com/knowledge/papers_result_free.php?page_no=0&txt_key_free=air%20conditioning&sortby=year%20DESC |titulo=The current status in Air Conditioning - papers & presentations] |acessodata=2010-07-20 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20080514012832/http://www.r744.com/knowledge/papers_result_free.php?page_no=0&txt_key_free=air%20conditioning&sortby=year%20DESC |arquivodata=2008-05-14 |urlmorta=yes }}</ref>
 
== Efeito entrópico ==