Novaciano: diferenças entre revisões

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Novaciano nasceu em [[Roma]] cerca de 200.<ref name=Ed1998 /> [[Papa Cornélio]], numa carta ao [[bispo de Antioquia|bispo]] [[Fábio de Antioquia]], conta que esteve possuído por [[Satanás]], aparentemente enquanto era um [[catecúmeno]]. Os exorcistas tentaram ajudá-lo e ele adoeceu mortalmente, o que levou-os a [[batismo|batizá-lo]] por [[:wikt:efusão|efusão]] na cama. O resto dos sacramentos não foram fornecidos à recuperação, nem o batismo foi confirmado pelo bispo, permitindo a Cornélio duvidar de sua validade. Novaciano era um homem culto e foi treinado em composição literária. Sua eloquência foi citada por [[Cipriano de Cartago]] e um papa, talvez [[Papa Fabiano|Fabiano]], promoveu-o ao sacerdócio, apesar dos protestos, segundo Cornélio, de todo o clero e muitos leigos devido a seu batismo. O [[patriarca de Alexandria|patriarca]] {{lknb|Eulógio|I de Alexandria}} relata que era [[arquidiácono]] de Roma, e foi feito sacerdote pelo papa a fim de impedir seu êxito ao papado, mas a afirmação contradiz a evidência de Cornélio e supõe estado posterior das coisas quando os diáconos romanos eram estadistas e não ministros.<ref name=Ch1913/>
 
No começo de 250, o [[imperador romano|imperador]] [[Décio]] {{nwrap|r.|249|251}} [[Perseguição de Décio|emitiu um decreto]] de perseguição aos cristãos. O papa Fabiano foi martirizado em 20 de janeiro e o papado foi proibido de eleger um sucessor. Escrevendo em 251, Cornélio afirmou que Novaciano, por covardia e amor a sua vida, se negou a cumprir suas funções como sacerdote durante a perseguição. Diz-se que os diáconos o exortaram a sair de sua cela, na qual se trancou, para ajudá-los, mas respondeu que não queria mais ser sacerdote por estar apaixonado por outra filosofia. De todo modo, à época, escreveu cartas em nome do clero, que foram enviadas a Cipriano de Cartago, acerca dos lapsos (apóstatas) e da alegação exagerada dos mártires em Cartago de restaurá-los sem penitência; o clero concordou com Cipriano de que a questão devia ser tratado com moderação por concílios a serem realizados quando possível; que a eleição do papa deveria ser aguardada; que se devia preservar a severidade da disciplina, mas a crueldade com o arrependimento deveria ser evitada. Além disso, parece que Novaciano teve problemas na perseguição, pois Cornélio afirmou que [[Moisés de Roma]], vendo sua ousadia, o separou da comunhão com outros cinco sacerdotes associados a ele.<ref name=Ch1913/>
 
== Avaliação ==
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No início de 251 a perseguição relaxou, Participaram dezesseis [[bispo]]s, assim como o povo e o clero de Roma, Novaciano acreditava que ele seria eleito, no entanto Cornélio foi eleito papa categoricamente, mesmo contra sua vontade em março de 251.<ref name="New Advent - Cornelius"/>
Em [[250]] o imperador [[Décio]] iniciou uma [[perseguição de Décio|perseguição]], e alguns apostataram para salvar suas vidas.<ref name="Feast Days 1991">Saints and Feast Days. Nova Iorque: Loyola P, 1991.</ref> No início de 251 a perseguição relaxou, e surgiram duas escolas de pensamento, um lado, liderado por Novaciano, acreditava que aqueles que haviam parado de praticar o [[cristianismo]] durante a perseguição não poderiam ser aceitos de volta na igreja, mesmo se eles se arrependessem<ref name="McBrien">McBrienRichard P. "Pope Cornelius, a reconciler, had a hard road." National Catholic Reporter 40.41 (Sept 24, 2004): 19(1). General OneFile. Gale. Sacred Heart Prepatory (BAISL). 5 Dec. 2008 <http://find.galegroup.com/ips/start.do?prodId=IPS>.</ref>, acreditando que a única maneira de se reinserir na igreja seria o [[rebatismo]]. O lado oposto, defendido por [[Papa Cornélio|Cornélio]], um sacerdote da [[diocese de Roma]] e [[Cipriano de Cartago|Cipriano]], [[bispo de Cartago]], não acreditavam na necessidade de rebatismo, professando que os pecadores seriam perdoados se mostrassem arrependimento e contrição verdadeiro para serem aceitos de volta na igreja.<ref name="McBrien"/> Tentando provocar uma crise na Igreja, Décio impediu a eleição de um novo papa, no entanto, logo depois ele foi forçado a deixar a área para combater os invasores [[Godos]] e enquanto ele estava ausente as eleições foram realizadas.<ref name="Feast Days 1991"/> Participaram dezesseis [[bispo]]s, assim como o povo e o clero de Roma, Novaciano acreditava que ele seria eleito<ref name="McBrien"/>, no entanto Cornélio foi eleito papa categoricamente, mesmo contra sua vontade em março de 251.<ref name="New Advent - Cornelius"/>
 
=== Cisma e antipapado ===
{{Artigo principal|Concílio de Cartago}}
Novaciano havia feito um juramento de que não se tornaria mais bispo, porém alguns dias depois ele se definiu como [[Antipapa]] e enviou dois de seu partidários para convocar três bispos da Itália, que lhe conferiram a consagração episcopal dez dias depois. Cornélio e Novaciano enviaram mensageiros para diversas comunidades para anunciar suas respectivas reivindicações.<ref name=Ch1913 /> Após sua eleição, Novaciano tornou-se mais rigorista em sua doutrina, afirmando que mesmo o rebatismo não poderia perdoar os pecados mais graves.<ref name="New Advent - Cornelius">{{1913CE|Pope Cornelius}}</ref> Cornélio teve o apoio de [[Cipriano de Cartago]], [[Dionísio de Alexandria]], e muitos bispos africanos e orientais, enquanto Novaciano tinha o apoio de uma minoria do clero e leigos de Roma, que não reconheceram Cornélio como papa.<ref name="McBrien"/>
 
Novaciano enviou novos clérigos a muitas cidades para defender sua doutrina, e também depôs bispos os e substituiu por outros a seu favor. Esse evento que perturbou toda a Igreja é considerada uma importante demonstração da [[primazia papal]] no {{séc|III}}.<ref name=Ch1913 /> Cornélio imediatamente convocou um [[sínodo]] de 60 bispos que o reafirmou como o legítimo papa e excomungou Novaciano, bem como [[Anátema|anatematizou]] o [[Novacianismo]]. Também foi abordada no sínodo que os cristãos que apostataram durante a perseguição do imperador Décio poderiam receber a [[comunhão]] novamente, se eles se arrependessem e fizessem penitência,<ref name="McBrien"/></ref><ref name="New Advent - Cornelius"/> a decisão do sínodo foi mandada para os principais centros cristãos.<ref name=Ch1913 />
 
O Cisma novaciano foi debelado pela autoridade do [[Papa Estevão I]] (253-257), que contou com o apoio de [[São Cipriano de Cartago]], sendo que [[São Dionísio de Alexandria]] quem deu a notícia de que as Igrejas antes divididas estavam novamente unidas<ref>PACOMIO, Luciano(Ed.). Lexicon: Dicionário Teológico EncicplopédicoEnciclopédico. São Paulo: Loyola,2003 e QUEVEDO, 1998. P.525.</ref>.
 
Em [[258]] Novaciano fugiu durante o período de perseguições do imperador [[Valeriano]], e pode ter sido um [[mártir]]. As cismáticas [[seita]]s que Novaciano estabeleceu persistiram durante vários séculos.