Arquitetura neoclássica: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 1:
{{imagem múltipla
| align = rightdireita
| direction = vertical
| width = 240
Linha 8:
| caption2 = Fachada oeste do [[Capitólio dos Estados Unidos|Capitólio]] de [[Washington]].
}}
Por {{PU-AO45|arquiteturaArquitetura neoclássica|arquitectura neoclássica}} entende-seé o [[estilo arquitetónico]] que, em linha com a tendência artística universal do [[neoclassicismo]], resulta da recuperação da gramática formal da antiguidade[[Antiguidade clássicaClássica]] [[Arquitetura grega|grega]] e [[Arquitetura romana|romana]]. Na [[história da arquitetura]], este estilo surge após oso [[barroco tardio]] e [[rococó]], no período em que a tradição da ''[[Grand Tour]]'' foi um marco na educação cultural entre as gerações de novos artistas e de toda a classe aristocrática e alta burguesia. O período de desenvolvimento deste estilo coincide com aquele a que os historiadores da economia designam de [[Revolução Industrial]].{{sfn|Benevolo|1973|p=59}} Observa-se, na área da arquitetura, que neste período começam a destacar-se os problemas da prática construtiva.{{sfn|Giedion|1974|p=203}}
 
Não obstante aos estilos precursores propriamente ditos, como o de [[Andrea Palladio]], posteriormente seguido pelo [[palladianismo]], que se difunde em Inglaterra e em seguida por todo o mundo e que vem influenciar notavelmente a arquitetura neoclássica,<ref>[http://www.cisapalladio.org/scamozzi/scamozzi1.htm Mostra Scamozzi - Museo Palladio - Vicenza] {{webarchivesfn|url=https://web.archive.org/web/20081022095227/http://www.cisapalladio.org/scamozzi/scamozzi1.htm |data=22 de outubro de 2008 }}</ref><ref>[http://books.google.it/books?id=t7MaAAAAYAAJ S. Ticozzi (a cura di), ''L'idea di architettura universale di VincenzoMostra Scamozzi'', Milano 1838]</ref>{{sfn|Copplestone||p=2522004}} o neoclassicismo propriamente dito teve início depois de meados do {{séc|XVIII}}{{sfn|name=PeNeo|Pevsner|1981|loc=Neoclassicismo}} até aos inícios do {{séc|XIX}} (aproximadamente entre 1755 e 1830), e difundiu-se por todos os [[Mundo ocidental|países ocidentais]], acabando por influenciar a produção arquitectónica da [[Rússia]], [[Estados Unidos]] e [[América Latina]].
O período de desenvolvimento deste estilo coincide com aquele a que os historiadores da economia designam de [[Revolução Industrial]].{{sfn|Benevolo|1973|p=59}} Observa-se, na área da arquitetura, que neste período começam a destacar-se os problemas da prática construtiva.{{sfn|Giedion|1974|p=203}}
 
Não obstante aos estilos precursores propriamente ditos, como o de [[Andrea Palladio]], posteriormente seguido pelo [[palladianismo]], que se difunde em Inglaterra e em seguida por todo o mundo e que vem influenciar notavelmente a arquitetura neoclássica,<ref>[http://www.cisapalladio.org/scamozzi/scamozzi1.htm Mostra Scamozzi - Museo Palladio - Vicenza] {{webarchive|url=https://web.archive.org/web/20081022095227/http://www.cisapalladio.org/scamozzi/scamozzi1.htm |data=22 de outubro de 2008 }}</ref><ref>[http://books.google.it/books?id=t7MaAAAAYAAJ S. Ticozzi (a cura di), ''L'idea di architettura universale di Vincenzo Scamozzi'', Milano 1838]</ref>{{sfn|Copplestone||p=252}} o neoclassicismo propriamente dito teve início depois de meados do {{séc|XVIII}}{{sfn|name=PeNeo|Pevsner|1981|loc=Neoclassicismo}} até aos inícios do {{séc|XIX}} (aproximadamente entre 1755 e 1830), e difundiu-se por todos os [[Mundo ocidental|países ocidentais]], acabando por influenciar a produção arquitectónica da [[Rússia]], [[Estados Unidos]] e [[América Latina]].
 
Embora se trate dum fenómeno internacional, a arquitetura neoclássica foi caracterizada por diferentes correntes conforme a época e as diferentes tradições estabelecidas anteriormente nos vários países. Neste sentido, torna-se difícil conceber uma periodização rigorosa: na verdade, o neoclassicismo não só se enquadra numa extensa corrente fundada sobre o estudo da [[arquitetura clássica]] (já a partir da [[arquitetura renascentista|arquitetura do {{séc|XVI}}]]), como se manteve em voga durante todo o {{séc|XIX}}, caracterizada no decorrer do [[eclectismo]] e, eventualmente, deixando os seus traços na arquitetura dela decorrente (ver, por exemplo, [[monumentalismo]]).<ref name=PeNeo />
 
== Neoclassicismo no {{séc|XVIII}} ==
[[Imagem:MJ Peyre Cathédrale San Luca Vue.jpg|thumb|esquerda|[[Marie-Joseph Peyre]], projecto dum concurso para uma catedral, lançado pela Academia de San Luca, 1753]]
[[Imagem:The Parthenon - James Athenian Stuart.JPG|thumb|leftesquerda|[[James Stuart (1713-1788)|James Stuart]], estampa do [[Pártenon]]]]
 
O neoclassicismo setecentista foi essencialmente uma reação ao [[Rococó]]. Para além da recuperação dos princípios da arquitetura do {{séc|XVI}} e [[Palladianismo|palladiana]], o início do racionalismo neoclássico surge como resposta antibarroca que teve a sua origem com as obras teóricas do {{séc|XVII}} de [[François Blondel]], [[Claude Perrault|Claude]] e [[Charles Perrault]], e, no {{séc|XVIII}}, de [[Colen Campbell]].{{sfn|Fusco|1999|p=410}}
 
[[Imagem:The Parthenon - James Athenian Stuart.JPG|thumb|left|[[James Stuart (1713-1788)|James Stuart]], estampa do [[Pártenon]]]]
O desenvolvimento da arquitetura neoclássica contribuiu para três orientações fundamentais.{{sfn|name=Fu412|Fusco|1999|p=412}} A primeira ocorreu no campo da crítica arquitetónica, com a divulgação dos escritos de [[Marc-Antoine Laugier]], [[Carlo Lodoli]], [[Francesco Milizia]], [[Étienne-Louis Boullée]], [[Claude-Nicolas Ledoux]] e outros, que favoreceram a transposição do [[Iluminismo]] na arquitetura, afirmando tais princípios relacionados com o [[racionalismo]] e o [[Funcionalismo (arquitetura)|funcionalismo]] que conduziriam a um novo ideal estético, com predilecção para formas geométricas elementares.{{sfn|Fusco|1999|p=412-416}} Marc-Antoine Laugier, no seu ''Ensaio sobre a arquitetura'', sustentava que a natureza era o princípio originário da arquitetura; o seu edifício ideal era definido por colunas livres, sem pilares, embasamentos e outros elementos da tradição renascentista e pós-renascentista. Ademais, no seu tratado expôs uma concepção racional do classicismo, apoiando o conceito da chamada "cabana rústica" do homem primitivo como expressão da verdadeira necessidade humana de abrigo.{{sfn|Pevsner|1981|loc=Laugier, Marc-Antonie}}
 
Linha 27 ⟶ 25:
 
[[Imagem:PiranesiArchTrajanBenevento.jpg|thumb|upright=1|Impressão de [[Giovanni Battista Piranesi|G.B. Piranesi]]: [[Arco de Trajano (Benevento)|Arco de Trajano]] em [[Benevento]]]]
[[Imagem:Étienne-Louis Boullée Memorial Newton Night.jpg|thumb|upright=1|esquerda|Vista frontal do [[Cenotáfio de Newton]]]]
 
A segunda orientação da origem do neoclassicismo surge da atividade antiquária com a redescoberta da [[História da Grécia|história grega]] e [[História romana|romana]], as pesquisas arqueológicas na [[Grécia]] e [[Roma]],{{sfn|Fusco|1999|p=412}} e o começo de um crescente interesse nas [[Arqueologia|escavações]] em [[Herculano]] e [[Pompeia]] (1719 e 1738), para além da publicação de importantes obras literárias como a ''História da Arte Antiga'' de [[Johann Joachim Winckelmann]], que introduziria a dupla definição do ideal de beleza da arte antiga, caracterizado como "tranquila simplicidade e nobre grandeza".<ref>''!--{{sfn||1831|p=339}} * {{Citar livro|sobrenome=Winckelmann|nome=Johann Joachim|título=Opere di Johann Joachim Winckelmann.|ano=1831|editora=Prato|volume=VI}}-->{{carece de fonte}} Primeira edição italiana completa'', tomo VI, Prato 1831, p. 339.</ref> em contraste com o esplendor do [[barroco]] e do [[rococó]], considerado por alguns críticos da época, como o italiano [[Francesco Milizia]], falsas expressões do irracional e do enganoso.<ref name=Fu417 /> Essa noção central ressaltada pelo autor revelaria a meta da arte, aquilo que a torna inimitável e, ao mesmo tempo, faz dela um modelo a ser imitado.<ref>{{citar periódico sfn|título=A Grécia de Winckelmann Süssekind|url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-512X2008000100004 |publicado=Kriterion: Revista de Filosofia |ano=2008|volume=49}}</ref>
 
Não menos importante foi a divulgação de publicações que compunham reproduções das antiguidades gregas e romanas. Destas, destacam-se as ''Antiguidades de Atenas'' de [[James Stuart (1713-1788)|James Stuart]] que, em paralelo com a subsequente publicação, influenciaram a formação do novo estilo arquitectónico, sobretudo o transalpino,{{sfn|Beschi|1986|p=355}} e as numerosas [[estampa (arte)|estampas]] de Giovanni Battista Piranesi, retratando a antiguidade romana.{{sfn|Pevsner|1981|loc=Piranesi, Giovanni Battista}}<ref>G. Piranesi, ''Antichità Romane de' tempo della prima Repubblica e dei primi imperatori'', 1784 e ''Differents vues de Pesto'', completate e pubblicate dal figlio [[Francesco Piranesi|Francesco]] nel 1778.</ref>
 
Neste contexto, grande parte das críticas atribuem normalmente um papel importante ao ambiente romano na definição dos novos gostos arquitectónicos. Segundo o historiador [[David Watkin]], a linguagem do neoclassicismo internacional foi criada em Roma por volta de 1740, por pensionistas franceses da [[Academia francesa|Academia de França]], que, refutando a exuberante ornamentação da arquitetura do barroco tardio, dedicaram-se à projeção de vários edifícios públicos, inspirados pelas antigas construções da [[Roma Antiga]].{{sfn|Middleton|2001|p=337}}
 
[[Imagem:Étienne-Louis Boullée Memorial Newton Night.jpg|thumb|upright=1|esquerda|Vista frontal do [[Cenotáfio de Newton]]]]
 
A terceira orientação, de natureza sócio-política, está na postura da nova classe burguesa que estabelece no neoclassicismo o espírito conservador, o ideal republicano da revolução política (1789), o racionalismo da [[revolução industrial]] {{nwrap||1760|1830}} e o [[romantismo]] nacionalista e individualista.<ref name=Fu412 />
Linha 40 ⟶ 37:
Do ponto de vista ideológico, no Neoclassicismo setecentista é possível definir essencialmente três períodos:{{sfn|name=Fu483|Fusco|1999|p=483}} um primeiro {{nwrap||1715|1740}} no qual emergem os traços particulares do iluminismo; um segundo de consolidação {{nwrap||1740|1780}}, em que prevalecem aspectos filológicos, arqueológicos e académicos; e finalmente um terceiro {{nwrap||1780|1805}} que se refere à arquitetura revolucionária de [[Étienne-Louis Boullée]] e [[Claude-Nicolas Ledoux]], cujas obras (como o [[Cenotáfio de Newton]] ou a [[Salina Real de Arc-et-Senans]]) inserem-se perfeitamente no ambiente cultural dominado por nomes como [[Isaac Newton]], [[Voltaire]], [[Denis Diderot]] e [[Montesquieu]], constituindo o emblema do neoclassicismo vinculado ao Iluminismo e à Revolução Francesa.{{sfn|Fusco|1999|p=461}}
 
[[imagem:Fontaine-projet de tombeau (élévation)-1785.jpg|thumb|esquerda|[[Pierre-François-Léonard Fontaine]], monumento sepulcral para os soberanos de um grande império, 1785]]
 
No que respeita ao estilo padrão, a principal diferença que se verifica na passagem de uma tendência para outra reside na forte prevalência do "linear" em relação ao "pictórico", entendida como o domínio da razão sobre a emoção: "quanto mais uma linha descrevesse alguns corpos simples, dispostos frontalmente como um baixo-relevo perfeito, mais essa linha, para o artista neoclássico, podia realçar a função."{{sfn|Maltese|1960|p=11-12}} O carácter linear tornou-se expressão de uma intencionalidade projetual característica de toda a arte neoclássica. Em particular, o princípio de correspondência entre a forma e a função estática conduziu à precisão escrupulosa das forças e resistência dos materiais, exaltando o conhecimento científico dos engenheiros a nível estético.{{sfn|Argan|1970|p=19}}
Linha 65 ⟶ 62:
[[Imagem:Place Louis XV - Projet de Gabriel.JPG|thumb|upright=1|esquerda|[[Ange-Jacques Gabriel]], projeto do [[Palácio da Concórdia]], Paris]]
[[Imagem:Petit Trianon, façades sud et ouest - DSC 0283.jpg|thumb|esquerda|upright=1|Ange-Jacques Gabriel, [[Petit Trianon]], Versalhes]]
A arquitetura civil francesa volta-se para o neoclassicismo a partir de meados do {{séc|XVIII}}, com a construção de projetos sóbrios e resplandecentes como a [[Praça da Concórdia]] em [[Paris]] e o [[Petit Trianon]] em [[Versalhes]], ambos de [[Ange-Jacques Gabriel]], que são ainda premissas do [[Arquitetura barroca|classicismo barroco francês]].{{sfn|name=Fu454|Fusco|1999|p=454}} Os projetos para aà Praça da Concórdia, à época Praça Louis XV, remontam a 1753: os projetos originais definiam um espaço muito diferente do atual, resultado de elaboradas plantas na era napoleónica, com dois palácios que delimitavam um espaço fechado por uma série de [[balaustrada]]s. Os edifícios eram claramente inspirados no traçado de [[Claude Perrault]], da fachada do [[Louvre]]. Na [[arquitetura francesa]] o trabalho de Perrault {{nwrap||1613|1688}} na conclusão do famoso palácio real de Paris foi de facto um exemplo de absoluta mestria: o seu desenho claro e ordenado, composto por um [[frontão]] central e um sistema de [[coluna]]s germinadas erguidas sobre um maciço embasamento, teve uma notável influência na definição do novo cânone estético da arquitetura.{{sfn|Middleton|2001|p=5}} Pouco depois da construção da praça parisiense, foi justamente Petit Trianon, construído entre 1761 e 1768, onde os espaços interiores foram distribuídos de acordo com a sua função e não tanto segundo as exigências estéticas da simetria. O exterior é muito simplificado e livre de excessivas decorações, sendo definido por um rígido sistema de grandes aberturas envidraçadas.{{sfn|Desjardins|1885|p=108}}
 
A geração seguinte é direccionada a uma concepção da arquitetura mais clássica e severa. Trinta anos mais novo do que Gabriel, Marie-Joseph Peyre {{nwrap||1730|1785}} foi para Itália, onde venceu um concurso lançado pela [[Academia de São Lucas]] para uma catedral e dois edifícios anexos. Retornando a França, projetou uma casa para Mme Leprêtre de Neuburgo perto de Paris, sendo talvez o primeiro edifício francês verdadeiramente clássico.{{sfn|Middleton|2001|p=114}} A casa assenta sobre um [[estilóbato]] e é constituída por volumes compactos, sem adornos, com uma planta desprovida de qualquer ostentação: a disposição dos espaços é simples, não existem corredores e as escadas não estão em evidência, sendo fechadas no interior de um compartimento. Em 1763, Peyre dedicou-se à [[Hôtel de Condé|sede]] do [[príncipe de Condé]], uma planta menos austera, com uma colunata que circunda a entrada do pátio. Juntamente com o seu amigo [[Charles De Wailly]], projetou o [[ThéâtreTeatro dedo l'Odéon ]] em Paris, edificado entre 1779 e 1782, tendo sido entretanto reconstruído por várias vezes depois de ter sido destruído em dois incêndios que o assolaram. A aparência do teatro transmite sobriedade e simplicidade, cujo revestimento dos paramentos externos foi tratado à {{Linktext|bossagem}} e a fachada principal blindada por um pórtico de colunas [[Ordem dórica|dórica]]s.{{sfn|Middleton|2001|p=123}}
 
[[Imagem:Bordeaux - Grand Théâtre 4.jpg|thumb|upright=1|[[Victor Louis]], [[GrandGrande ThéâtreTeatro de Bordéus|GrandGrande ThéâtreTeatro]], Bordéus]]
[[Imagem:Arc-et-Senans - Pavillon du directeur (projet).jpg|thumb|upright=1|[[Claude-Nicolas Ledoux]]: projeto para aà casa do diretor da [[Salina Real de Arc-et-Senans]]]]
 
Neste clima de renovação, muitos teatros foram construídos em toda a França, inclusive em cidades pequenas, como [[Amiens]] e [[Besançon]]. Em [[Bordéus]], nos anos setenta do {{séc|XVIII}}, foi construído o [[GrandGrande ThéâtreTeatro de Bordéus|GrandGrande ThéâtreTeatro]], o mais belo teatro francês da época. Projetado por [[Victor Louis]], é constituído por um bloco rectangular, com uma fachada precedida por doze grandes colunas [[Ordem coríntia|coríntias]].{{sfn|Middleton|2001|p=126}}
 
Se Peyre, De Wailly, Louis e, como veremos mais à frente, [[Jean Chalgrin]], estão entre os principais expoentes do estilo clássico do final do {{séc|XVIII}}, tão importantes foram também artistas como [[Jacques Gondouin]], [[Étienne-Louis Boullée]] e [[Claude-Nicolas Ledoux]]. O primeiro é hoje recordado pela ''[[École de Chirurgie]]'' em Paris, construída entre 1769 e 1775. Esta representa uma obra paradigmática da época, de tal forma assim o é que [[Quatremère de Quincy]] escrevera: "Esta é a obra clássica do {{séc|XVIII}}".<ref>Quatremère de {{sfn|Quincy, ''Recueil de notices historiques'', |1834, |p. =201.</ref>}} O seu salão semicircular, destinado a abrigar o [[anfiteatro de anatomia]], apresenta arquibancadas, paredes curvas contínuas e uma [[semicúpula]] no [[caixotão]] inspirada no [[Panteão de Roma]]. O sucesso desta assembleia viria a influenciar até mesmo o norte-americano [[Benjamin Latrobe]],{{sfn|Pevsner|1981|loc=Gondouin, Jacques}} autor de várias obras que prevaleceram até à eclosão da Revolução e cuja obra serviria de modelo para diversas salas de reuniões. Étienne e Claude, os arquitetos mais ousados deste período, desenvolveram projetos utópicos e visionários de edifícios gigantescos constituídos por sólidos perfeitos e de grande pureza linguística. Embora pouco tenham construído, a sua influência teórica e pedagógica tornou-os precursores da arquitetura moderna.<ref name=In2019 />
 
Esta preferência pela volumetria pura poder-se-á encontrar em Étienne-Louis Boullée e Claude-Nicolas Ledoux, os dois principais expoentes;{{notaNT|Na sequência de Boullée e Ledoux encaixa-se também a obra visionária de [[Jean-Jacques Lequeu]], cuja fama está relacionada a desenhos que refletem uma notável fantasia quase neurótica.}} apesar de muitos dos seus projetos terem-se ficado pelo papel, ambos aspiravam a criação de uma arquitetura "falante", ou seja, simbólica, capaz de comunicar a própria função através do hábil uso das formas. Boullée construiu muito pouco, no entanto, acabou por exercer considerável influência. O seu projecto mais famoso, que faz parte da chamada ''Arquitetura da Revolução'' é o Cenotáfio de Newton, uma enorme esfera que deveria acolher os espólios de um grande cientista: "tudo tem dimensões colossais e é tratado com uma expressiva elementariedade abstrata".{{sfn|Pevsner|1981|loc=Boullée, Étienne-Louis}} Na era napoleónica os conceitos expostos por Boullée encontram um fiel seguidor em [[Jean-Nicolas-Louis Durand]], professor da ''[[ÉcoleEscola PolytechniquePolitécnica (França)|Escola Politécnica]]'' e percursor das teorias sobre o [[Funcionalismo (arquitetura)|funcionalismo]], ou da estreita relação que deve existir entre o edifício e a função.{{sfn|Pevsner|1981|loc=Durand, Jean-Nicolas-Louis}}
 
[[Imagem:Servandoni - Façade de Saint-Sulpice.jpg|thumb|upright=1|esquerda|[[Giovanni Niccolò Servandoni]], projeto da fachada da [[Igreja de São Sulpício]], Paris]]
 
Os estudos teóricos de Boullée contribuíram, em todo o caso, para aà base da afirmação de Claude-Nicolas Ledoux, cujo trabalho foi também influenciado por Piranesi, sendo assim caracterizado por uma extrema simplicidade geométrica. Construiu numerosos ''hôtel'' e em 1775 deu início à [[Salina Real de Arc-et-Senans]], um complexo com planta hemicíclica, constituído por um pórtico dórico que esconde uma gruta primitiva. O complexo inacabado, movimenta-se através de uma linguagem altamente simbólica, típica da arquitetura de Ledoux, que surge novamente no projeto da [[cidade ideal]] com conotações [[utopia|utópicas]].{{sfn|Watkin|2005|p=406-411}} Esta obra visionária e essencialmente alegórica apresenta edifícios sem precedentes tanto pela sua função como pela singularidade da forma. Não é por acaso, por exemplo, que uma das soluções mais originais, nomeadamente a da ''Casa dei sorveglianti del fiume'' (lit. ''Casa dos superintendentes sobre o rio'') foi projetada como um cilindro oco colocado sobre o rio. Nos anos pré-revolucionários Ledoux encarregou-se do [[Posto alfandegário de Paris]] (em francês: ''[[Muro dos Fermiers généraux|Mur des Fermiers généraux]]''), oferecendo um vasto repertório de soluções no projeto das muralhas alfandegárias, algumas das quais foram preservadas; entre elas, a ''Barrière de la Villette'', formada por uma [[cruz grega]] encimada por um cilindro.{{sfn|Middleton|2001|p=185}}
 
Na análise das principais obras do neoclassicismo francês do {{séc|XVIII}}, mencione-se também alguns edifícios sagrados. Uma das primeiras manifestações como reação ao rococó é a fachada da [[Igreja de São Sulpício]], edificado no estilo clássico pelo florentino [[Giovanni Niccolò Servandoni]] e por várias vezes modificado ao longo do tempo.{{sfn|Pevsner|1981|loc=Servandoni, Giovanni Niccolò}}
Linha 86 ⟶ 83:
[[Imagem:Intérieur du Panthéon.jpg|thumb|upright=1|[[Jacques-Germain Soufflot]], interior do [[Panteão de Paris]]]]
 
O maior exemplo no campo da arquitetura sacra continua a ser o [[Panteão de Paris|Panteão]], em Paris,<ref name=Fu454 /> originalmente construído como igreja de Ste-Geneviève e mais tarde transformado em [[mausoléu]] nacional. O edifício, projetado por [[Jacques-Germain Soufflot]] e construído entre 1757 e 1791, com destaque para aà cúpula inspirada na da [[Catedral de São Paulo (Londres)|catedral de São Paulo, em Londres]] e a ousada estrutura interna que lembra, pela sua leveza, as mais antigas catedrais [[arquitetura gótica|gótica]]s. De facto, durante a construção de Ste-Geneviève, Soufflot e os seus colegas vasculharam França na busca das pedras mais adequadas e criaram um laboratório para analisar as características de resistência e elasticidade dos materiais. O objetivo era fazer com que a estrutura fosse o mais refinada possível, por forma a reduzir os elementos estruturantes, tomando o exemplo das igrejas medievais francesas, assim como a [[Capela do Santo Sudário]] em [[Turim]] e a [[Basílica de Santa Maria della Salute]] em [[Veneza]].{{sfn|Middleton|2001|p=22}}
 
Numa outra igreja parisiense, [[Igreja de Saint-Philippe-du-Roule]] {{nwrap||1772|1784}}, é de destacar a sua [[Nave (arquitetura)|nave]] coberta por uma [[abóbada de berço]] decorada por caixotões e definida por um [[entablamento]] suportado por uma série de colunas [[Ordem jónica|jónicas]]. O desenho é da autoria de [[Jean Chalgrin]], e em meados do século seguinte o edifício foi alterado com a abertura de janelas feitas ao longo dos anos e com a construção de duas capelas. Todavia, o esquema de Saint-Philippe exerceu uma certa influência na arquitetura da época.{{sfn|Pevsner|1981|loc=Chalgrin, Jean}}
Linha 120 ⟶ 117:
 
[[Imagem:Pantheon painting, probably by William Hodges with figures by Zoffany edited.jpg|thumb|[[James Wyatt]], Panteão em Oxford Street, Londres]]
 
Robert Adam é reconhecido por ter feito uma síntese da tradição inglesa e os gostos da Europa. Nascido na [[Escócia]] em 1728, visitou França e Itália, onde fez amizades com personalidades como Piranesi. E justamente com Piranesi remete o estilo retórico com o qual descreve os seus próprios edifícios públicos no volume ''The Works in Architecture of Robert and James Adam''. O seu estilo é uma combinação que parte da arte clássica e vai até ao palladianismo e pitoresco. Nele encontram-se várias referências aos banhos romanos, assim como a elementos de compromisso entre a arquitetura grega e a arquitetura romana, tal como na antecâmara de [[Syon House]], onde Adam utilizou decorações do entablamento extraídas do [[Erecteion]], colunas provenientes diretamente de Roma e um molde do teto palladiano: em retrospectiva, Adam desenvolveu um estudo, não tanto de origem intelectual, mas antes cénico e pitoresco.{{sfn|Middleton|2001|p=158}}
 
No final do {{séc|XVIII}}, distingue-se a actividade de [[Joseph Bonomi, o Velho|Joseph Bonomi]], [[James Wyatt]] e [[Henry Holland]]. O primeiro, nascido na Itália, mudou-se para Inglaterra em 1767. Entre as suas principais obras, em que convergem reminiscências arqueológicas bastante precisas, destaca-se a igreja projetada para o parque de Packington, em [[Warwickshire]], que denuncia certa afinidade com a arquitetura contemporânea revolucionária de Ledoux na França e [[Friedrich Gilly|Gilly]] na Alemanha, sendo exclusiva no panorama inglês. Com formas rígidas e despojado, o exterior é de pura argila e é iluminado por enormes vãos semicirculares que derivam das antigas termas; o interior parece ter sido inspirado no [[Templo de Neptuno]] em [[Pesto (cidade)|Pesto]], com colunas dóricas que sustentam as abóbadas da cobertura. Esta configuração do interior veio eventualmente a influenciar vários arquitetos, incluindo James Wyatt.{{sfn|name=Mi89|Middleton|2001|p=89}}
 
Wyatt era o êmulo de Adam e adquiriu fama com o Panteão de Oxford, em Londres (1770, destruído), um edifício destinado ao entretenimento que constituía uma singular versão neoclássica da basilicabasílica de [[Santa Sofia]] em [[Istambul]]. Do seu vasto repertório de trabalhos realizados, é recordado sobretudo pelas suas contribuições no contexto neogótico e pelas massivas restaurações das catedrais inglesas. Todavia, edificou numerosas residências no contexto do neoclassicismo, como a de Dodington, em [[Gloucestershire]], em que se destacam vários detalhes do mundo grego e romano.{{sfn|Middleton|2001|p=164-168}}
 
[[Imagem:British Museum from NE.JPG|thumb|upright=1|esquerda|[[Museu Britânico]] em Londres]]
Linha 138 ⟶ 136:
Por outro lado, entre as criações de John Soane vale evocar a casa que o arquiteto projetou para si mesmo em Londres (atual [[Sir John Soane's Museum]]): o projeto original, que não foi seguido na integra, foi definido pela simplicidade projetual, com enormes arcos que compõem a fachada e que, portanto, se aproxima bastante da arquitetura revolucionária de Claude-Nicolas Ledoux.{{sfn|Pevsner|1998|p=248}} Em contraste, o seu interior, muito congestionado e claustrofóbico, cancela o estilo clássico do exterior, revelando uma linguagem muito pessoal e mais próxima da tradição pitoresca: com vários espelhos (mais de 90 numa das salas menores) que transmitem a sensação aparente de um compartimento maior, a iluminação trazida do alto, com arcos goticizantes e reboco com diferentes texturas e tipos de chapisco.{{sfn|Fusco|1999|p=456}}
 
Relativo às transformações urbanísticas, recorde-se [[Regent's Park]] e [[Regent Street]] em Londres, projetados por [[John Nash (arquiteto)|John Nash]]. O arquiteto, influenciado pelas construções já mencionadas realizadas em Bath, concebeu uma série de articulações dentro do tecido urbano da cidade, projetando habitações com colunas, entablamentos e [[tímpano (arquitetura)|tímpanos]], em consonância com os ditames do neoclassicismo; todavia, o seu sinuoso percurso abandona a visão estática das alterações de Paris e relança perspectivas em vista da inovação, combinando em si o gosto romântico para aà contínua descoberta e pelo pitoresco.{{sfn|Fusco|1999|p=521-524}}
 
Em todo o caso, os melhores projetos ingleses da época sofreram o encanto do Neogótico, frequentemente associado à tradição religiosa, arquitetónica e intelectual que se estabeleceu nos centros de [[Oxford]], [[Cambridge]] e Londres. Além disso, a partir de meados do {{séc|XIX}}, na Escócia e no norte do país, floresceu uma importante época neoclássica, encontrados, por exemplo, em [[Town hall]] de [[Leeds]] (1853), em [[Picton Reading Room]] de [[Liverpool]] (1875) ou na igreja que [[Alexander Thomson]] edificou em [[Glasgow]] sob a influência de [[Karl Friedrich Schinkel|Schinkel]] e Cockerell.{{sfn|Middleton|2001|p=253-257}}
Linha 183 ⟶ 181:
O início do século, coincidiu ainda com a última estância do [[Arquitetura barroca|barroco tardio]]; em Roma, foram realizados notáveis monumentos cenográficos (como a [[Piazza di Spagna|Praça de Espanha]] e a [[Fonte de Trevos]]) enquanto que em [[Piemonte]] realça a obra de [[Filippo Juvarra]] e [[Bernardo Antonio Vittone]]; a atividade ter-se-ia em seguida voltado para o [[Reino de Nápoles]] onde [[Ferdinando Fuga]] e [[Luigi Vanvitelli]] construiram, respectivamente, o [[Albergo Reale dei Poveri]] e o [[Palácio Real de Caserta]],{{sfn|Pevsner|1981|loc=Vanvitelli, Luigi}} grandiosos períodos de vigorosa produção barroca;{{sfn|name=Mi282|Middleton|2001|p=282}} em particular, o Palácio Real, apesar de no exterior acenarem para uma certa contenção do neoclassicismo, foi considerada a última grande realização e encarnação da melhor tradição do Barroco italiano.{{sfn|Pevsner|1981|loc=Vanvitelli, Luigi}}{{sfn|Fusco|1999|p=450}} A afirmação do neoclassicismo foi, portanto, lenta e extenuante, e ressentiu-se essencialmente das contribuições estrangeiras, particularmente francesas.{{sfn|Middleton|2001|p=288}} [[Véneto]], por outro lado, estava ainda sob influência da arquitetura palladiana.<ref name=Mi282 />
 
Importantes edifícios religiosos foram também construídos ou restruturados sob o estilo neoclássico, nomeadamente a [[Catedral de Santa Cruz]] em [[Forlì]], em [[Emília-Romanha]], ou a [[Catedral de Novara]], em Piemonte.{{sfn|name=PeIt|Pevsner|1981|loc=Italia}}{{sfn|Pevsner|1981|loc=Antonelli, Alessandro}} Em Milão, a ''[[Villa Comunale]]'' (''Villa del Belgioioso''),<ref>A.M. Matteucci, ''L'architettura del Settecento'', cit., {{sfn|Armandi|1988|p. =290.</ref>}} uma importante edificação neoclássica italiana, construída entre fins do {{séc|XVIII}} e inícios do {{séc|XIX}} pelo arquiteto Leopoldo Pollack {{nwrap||1751|1806}}. Tal edificação é vista como uma das que se voltaram mais às formas simples, em oposição ao Barroco. Essa tendência é, naturalmente, a mesma que levou às formas mais simples na França, característica da época de Luís XVI {{nwrap||1754|1793}}. Este exemplo configura a monumentalidade das edificações neoclássicas europeias. A produção de moradias e residências no {{séc|XIX}}, permaneceria fortemente vinculada ao palladianismo e à recuperação das tradições neorrenascentistas e não aos clássicos, de um modo geral. De tipologia residencial, nada de novo foi construído no {{séc|XIX}}.{{sfn|Souza|2012|p=91}}
 
<center>
Linha 197 ⟶ 195:
[[Imagem:Admiralty SPB.jpg|thumb|upright=1|[[Andrejan Zacharov]], [[Almirantado de São Petersburgo]]]]
 
Na [[Rússia]], a propagação do mundo ocidental teve grande preeminência, principalmente em [[São Petersburgo]].{{sfn|Middleton|2001|p=272-279}} Aqui, até cerca de 1760, encontrava-se ainda presente as tendências e gostos do [[rococó]] do italiano [[Bartolomeo Rastrelli]] (vide [[Palácio de Inverno]]); foi [[Catarina, a Grande]] a introduzir o neoclássico na capital, encomendando ao arquiteto francês [[Jean-Baptiste Michel Vallin de La Mothe]] alguns edifícios tais como a [[Academia de Artes da Rússia]]. Em 1779, [[Giacomo Quarenghi]] {{nwrap||1744|1812}}, aceitou o convite de ida para São Petersburgo,{{sfn|Pevsner|1981|loc=Quarenghi, Giacomo}} onde permaneceu pelo resto da sua vida, tornando-se o arquiteto oficial de Catarina II;<ref>{{citar websfn|autor=Treccani|url=http://www.treccani.it/enciclopedia/giacomo-quarenghi/|título=Quarénghi, Giacomo|acessodata=5 de março de 20122019}}</ref> entre 1780 e 1785, transformou São Petersburgo numa cidade clássica.{{sfn|Praz|1974|p=208}} Projectou numerosos palácios e trouxe em voga um original estilo monumental, de inspiração palladiana, verificável, por exemplo, no sóbrio e austero ''palácio inglês do parque de Peterhof'' (destruído entre 1781 e 1789) naquele que é o mais rico [[Teatro de Hermitage]] {{nwrap||1782|1785}}.{{sfn|name=Mi273|Middleton|2001|p=273}}
 
Nesse período, saliente-se o trabalho do escocês [[Charles Cameron]] {{nwrap||1743|1812}}, autor da ''Galleria Cameron'' no [[Palácio de Catarina]], em [[Tsarskoye Selo]], onde retomou o estilo do inglês Adam, e o [[Palácio de Pavlovsk|Palácio do Grão-Duque Paul em Pavlovsk]], construído entre 1781 e 1796. No parque do palácio de Pavlovsk, Cameron tinha construído o primeiro templo dórico de toda a Rússia.{{sfn|Middleton|2001|p=275}}
Linha 242 ⟶ 240:
Nos [[Países Baixos]], entre as primeiras obras recorde-se: a [[Igreja de Santa Rosalia (Roterdão)|Igreja de Santa Rosália]] em [[Roterdão]] {{nwrap||1777|79}}, que segue o esquema da capela real de Versalhes; o palácio [[Félix Meritis]] em [[Amesterdão]] (1778); o salão de festas do [[Palácio de Kneuterdijk]] em [[Haia]] ([[Jan de Greef]], 1820 - 1830), realizado conforme o modelo da sala vitruviana egípcia. Mais tarde, o pavilhão de Scheveningen (1826) e os tribunais de [[Leeuwarden]] (1846), que precederam os anos da afirmação do neogótico.{{sfn|Pevsner|1981|loc=Olanda}}
 
Paralelamente o estilo neoclássico desenvolve-se na [[Grécia]] apenas em meados do {{séc|XIX}}, quando foi introduzido nos planos de renovação de [[Atenas]].{{sfn|Middleton|2001|p=302-304}} Intervieram, portanto, projetistas de diferentes regiões da Europa, em particular alemães, dinamarqueses e franceses. Entre as obras mais originais ocorre informar o tribunal de [[Zappeion]], inaugurado apenas em 1874 conforme os planos de [[Theophil Hansen]].<ref>{{citar livro sfn|título=Neoclassical Architecture in Greece Mpirēs|ano=2004 |editora=Getty Publications |isbn=089236775X |páginas=312 |url=https://books.google.pt/books?id=2eY2DSay5KkC&printsec=frontcover&hl=pt-PT#v=onepage&q&f=false |autores=Manos G. Mpirēs, Maro Kardamitsi Adami, Mános G. Bí́́ris, Manos G. Birēs, Maro Kardamitsi-Adami, Marō Kardamitsē-Adamē, Professor of the History of Architecture Manos Biris |páginap=150 |idioma=en}}</ref>
 
<center>
Linha 258 ⟶ 256:
[[Imagem:Ohio Statehouse columbus.jpg|thumb|esquerda|upright=1|Capitólio de Ohio]]
 
A origem do neoclassicismo nos Estados Unidos, conhecido por [[Estilo Georgiano]], inspira-se de forma direta no neo-palladianismo inglês. ; a partir do final do {{séc|XVIII}} houve também grande expressão do [[Arquitetura neogrega|revivalismo grego]]. Dos exemplos mais interessantes desta época refiram-se [[Thomas Jefferson]] e [[Benjamin Latrobe]].{{sfn|name=Mi305|Middleton|2001|p=305}} O primeiro, a partir de 1771, concebeu da casa de [[Monticello]], em [[Virgínia]], obra esta que não foi particularmente inovadora, quando comparado com as construções inglesas da contemporaneidade. Influenciado pela [[Maison Carrée]] de [[Nimes]], entre 1785 e 1789, realiza o pouco original projeto para o [[Capitólio do estado da Virgínia]], cujo projeto final remonta a 1817: o elemento predominante deste novo complexo é certamente a [[Rotunda (arquitetura)|rotunda]], destinada a abrigar a biblioteca e que, no pórtico vagamente palladiano, combina um corpo circular, inspirado no Panteão. Outra característica do edifício, reconstruído após o incêndio de grandes proporções de 1895,<ref name="schuyler">''[https://www.architecturalrecord.com/articles/13598-architectural-record-archives Architectural Record]", 4 (janeiro-março de {{sfn|AR|1895), |p. =351-353.</ref>}} são as salas que se abrem para o interior, de forma elíptica.<ref name=Mi305 />
 
Foi o próprio Benjamin Latrobe que sugeriu a Jefferson a solução da rotunda.{{sfn|Middleton|2001|p=306}} Os primeiros grandes trabalhos de Latrobe foram a penitenciária de [[Richmond (Virgínia)|Richmond]] e a [[Banca da Pensilvânia]] atualmente irrecuperável. No início do {{séc|XIX}}, Latrobe fica encarregue pela conclusão do [[Capitólio dos Estados Unidos|Capitólio]], em [[Washington]], o enorme palácio no qual trabalharam vários arquitetos. Posteriormente, sob a ala reconstruída do Senado, foi introduzido a ''Supreme Court Chamber'', onde o interesse pela geometria e pormenores de destaque sugerem uma estreita relação com os modelos do francês Ledoux e do inglês Soane. Entre 1809 e 1818 construiu a [[Basílica de Batimore]], sujeita mais tarde a modificações e ampliações, mas que dela restou a sua principal estrutura de origem.{{sfn|Middleton|2001|p=308}}
 
O estilo neoclássico foi então consolidado com as obras de [[Robert Mills]] e [[William Strickland]], alunos do próprio Latrobe. De Mills recorde-se algumas igrejas de planta centralizada de [[Filadélfia]] e Richmond, a enorme [[coluna de Washington]] em [[Baltimore]] e vários edifícios na capital federal da nação, caracterizada pelos seus imponentes pórticos. Quanto a William, após o reconhecimento obtido com o projeto da [[Second Bank of the United States]], seguiram-se projetos para aà original [[Philadelphia Merchant's Exchange|Bolsa de Filadélfia]] e do [[Tennessee State Capitol|Capitólio, em Nashville]] {{nwrap||1845|1849}}, com [[Lanterna (arquitetura)|lanternas]] inspiradas no [[lanterna de Lisícrates|monumento de Lisícrates]].{{sfn|Middleton|2001|ppp=308-309}}
 
A primeira metade do {{séc|XII}} culminou com a construção de alguns edifícios decisivamente clássicos: como o [[Capitólio de New Haven]], obra de [[Ithiel Town]], imitação fidedigna da Bolsa de Valores da Filadélfia; o [[Girard College]] da Filadélfia, de [[Thomas Walter]], com um complexo engenhoso de três abóbadas cobertas; o [[Ohio Statehouse]] em [[Columbus (Ohio)|Columbus]] (1838), este de Walter, que lembra o [[Barrière de la Villette]] de Ledoux.{{sfn|Middleton|2001|ppp=308-309}} O neoclassicismo afirma-se no cenário americano principalmente até finais da segunda metade do {{séc|XIX}}. As últimas obras mais notáveis foram projetos de excelência académica dos associados [[William Rutherford Mead]], [[Stanford White]] e [[Charles Follen McKim]], como é exemplo a Biblioteca da [[Universidade de Columbia]], em [[Nova Iorque]], 1893, uma imponente construção que reflete o esplendor da arquitetura civil romana segundo o modelo do neoclassicismo francês.{{sfn|Middleton|2001|p=310}}
 
<center>
Linha 277 ⟶ 275:
 
==== Século XX ====
Em finais do {{séc|XIX}}, o absoluto classicismo torna-se o fulcro teórico e cultural para aà construção de cidades inteiras como Washington: nela, concebida como um "tabuleiro de xadrez", acharam lugar para edifícios friamente classicizantes. Em Nova Iorque, pelo contrário, foram concebidas parcelas inteiras de nova urbanização, que compreendeu áreas dispostas ao longo da [[Wall Street]]. Nesta ideologia urbanística, foram acrescentados vários edifícios urbanísticos importantes ao estilo clássico. De facto, o neoclassicismo do {{séc|XX}} tornou-se o estilo predilecto da arquitetura do governo: trata-se de edifícios concebidos em oposição do modernismo, que refletem o gigantismo com vista a enfatizar o papel e o prestígio internacional do país.{{sfn|Fusco|1999|p=484}}<ref>R. De Fusco, ''Il Linguaggio Moderno dell'Architettura'', de [[Bruno {{sfn|Zevi]],|1973}}{{falta Turim, 1973.</ref>página}}
 
[[Imagem:Lincoln-Memorial WashingtonDC.jpg|thumb|upright=1|esquerda|[[Lincoln Memorial]]]]
 
Numerosos são os exemplos, os mais célebres concentrados fundamentalmente na zona de Washington. Em exemplo o [[Lincoln Memorial]] (finalizado em 1922) é um dos edifícios que tenta imprimir à cidade uma marca que visa recalcar aquela característica da Roma imperial. Projetado como um monumento em memória do presidente dos Estados Unidos [[Abraham Lincoln]], conhecido pelas suas batalhas contra a escravatura, o memorial seria concebido idealmente em 1867, mas o início da construção deu-se nas primeiras décadas do {{séc|XX}}. No interior do edifício, desenhado por [[Henry Bacon]], foram acrescentadas esculturas e estátuas projetadas sobre o modelo da célebre "cópia romana" (estátuas realizadas no período romano que correspondem ao bronze perdido da Grécia antiga), como no caso da grande estátua de Lincoln, colocada no centro do memorial.<ref>{{citar livrosfn|título=Abitare annualAnnual|volume= 51990|páginap= 124|páginas=272|ano=1990|local=Miami, Chicago, Washington|isbn=2880461294|editora=Rotovision}}</ref>{{sfn|Ciucci|1995|p=94}}
 
[[Imagem:Jefferson Memorial 01.jpg|thumb|upright=1|[[Jefferson Memorial]]]]
 
Também na capital dos Estados Unidos, nos anos 30 deste século, enquanto [[Frank Lloyd Wright]] concebe a famosa [[Casa da Cascata]], é edificado o majestoso [[Edifício da Suprema Corte dos Estados Unidos|Palácio]] da [[Suprema Corte dos Estados Unidos|Suprema Corte]], concluído em 1935. O edifício, que na fachada anterior exibe uma [[pronau]] no estilo coríntio, foi projetado por [[Cass Gilbert]], que era pois já conhecido por toda a crítica da arte internacional pela sua construção do [[Woolworth Building]], em Nova Iorque, na época um dos maiores [[arranha-céus]] do mundo.{{sfn|Pevsner|1981|loc=Gilbert, Cass}}<ref>{{citar livrosfn|título=Abitare annualAnnual|volume= 51990|páginap= 154|páginas=272|ano=1990|local=Miami, Chicago, Washington|isbn=2880461294|editora=Rotovision}}</ref>
 
O último edifício neste contexto é o [[Jefferson Memorial]], inaugurado em [[Washington]] apenas em 1943. Projetado em 1939 por [[John Russell Pope]] na imitação das [[Cidade de Vicenza e Villas de Palladio no Véneto|villas palladianas]] e templos romanos e [[Templo grego|gregos]], o edifício desdobra-se ao longo de uma rotunda de colunas jónicas que culminam numa grande pronau, com vista sobre o [[rio Potomac]]. O monumento assume o modelo da rotunda que o arquiteto e o Presidente Thomas Jefferson, a quem o memorial foi dedicado, criaram para aà [[Universidade de Virgínia]].{{sfn|Ciucci|1995|ppp=32-33}}{{sfn|Bedford|1998|ppp=220-222}} Trata-se, no entanto, de um revivalismo muito longe das novas tendências da arquitetura do {{séc|XX}}, que há muito havia seguido novas linhas, em completa rotura com o passado e sua imposição estilística (vide, por exemplo, a Casa da Cascata), que [[Frank Lloyd Wright]] completou em 1939.{{sfn|Pevsner|1981|loc=Razionalismo}}
 
=== América Latina ===
Linha 293 ⟶ 291:
[[imagem:Fachada Capitolio.jpg|thumb|[[Capitólio Nacional da Colômbia]], Bogotá]]
 
Embora já existissem construções dalguns palácios municipais na América Latina, tal como o [[Palácio Municipal de Tlaxcala]] (c. 1539), no México, o desenvolvimento da arquitetura institucional não eclesiástica começou a florescer no final do {{séc|XVIII}} e início do XIX.<ref {{sfn|name="Britannica"/>Br2008|Brillembourg|2008}} Por iniciativa de engenheiros militares e arquitetos encomendados por oficiais coloniais em nome dos seus monarcas, deu-se a introdução da arquitetura neoclássica para aà construção de alfândegas, hospitais, prisões, tesourarias e correios.{{sfn|Marshall|2015|p=97}}
 
Um dos exemplos mais refinados deste novo tipo de construção, com o seu plano simétrico organizado em torno dos pátios, é o [[Palácio de La Moneda]] ({{nwrap|c. |1780-|1770)}} em [[Santiago]], no [[Chile]], por [[Joaquín Toesca y Ricci]]. A formação dos novos vice-reinados coincidiu com a construção do ''[[Cabildo colonial|cabildo]]'', ou câmara municipal {{nwrap||1783|1785}}, em [[Montevideu]], no [[Uruguai]], projetado por [[Tomás Toribio]]. A arquitetura académica neoclássica do ''cabildo'' aplica a linguagem da [[arquitetura renascentista]] (ou seja, colunas, arcos, frisos) a edifícios de grandes dimensões ajustados para acomodar novas tipologias e livres de um sistema proporcional, conferindo uma nova forma às instituições de governo.<ref name="Britannica">{{citarBr2008 web |título=Latin American architecture |url=https://www.britannica.com/art/Latin-American-architecture |publicado=Encyclopædia Britannica |acessodata=12 de março de 2019 |língua=en}}</ref>
 
No [[Brasil]], as primeiras reacções ao Barroco surgiram após 1815 em virtude do aporte de alguns arquitetos franceses, como [[Grandjean de Montigny]]. Uma das obras de maior importância, apesar de concebidas em meados do século, é o [[Teatro de Santa Isabel]], no [[Recife]], que foi seguido pelo [[Theatro Nossa Senhora da Paz]], em [[Belém (Pará)|Belém]], onde, contudo, prevaleceu o estilo colonial americano.{{sfn|Pevsner|1981|loc=Brasile}} Após a guerra da [[Independência da América Espanhola]], na primeira metade do {{séc|XIX}}, os países da América Latina estavam cada vez mais voltados à arquitetura de França e Itália à transformação do leiaute e arquitetura das suas cidades e vilas.{{sfn|Marshall|2015|p=97}} O neoclassicismo tornou-se o estilo oficial com a importante arquitetura representativa da América Latina, com uma nova identidade: a título de exemplo recorde-se o [[Capitólio Nacional da Colômbia]], em [[Bogotá]].{{sfn|Contreras|1991}}
 
Após a guerra da [[Independência da América Espanhola]], na primeira metade do {{séc|XIX}}, os países da América Latina estavam cada vez mais voltados para a arquitetura de França e Itália para a transformação do leiaute e arquitetura das suas cidades e vilas.{{sfn|Marshall|2015|p=97}} O neoclassicismo tornou-se o estilo oficial com a importante arquitetura representativa da América Latina, com uma nova identidade: a título de exemplo recorde-se o [[Capitólio Nacional da Colômbia]], em [[Bogotá]].{{sfn|Contreras|1991}}
 
== Influência neoclássica na arquitetura do {{séc|XX}} ==
Linha 305 ⟶ 301:
Como se pôde observar, o estilo neoclássico inscreve-se num período duradouro, confluindo no ecletismo e impulsionando as primeiras décadas do {{séc|XX}}. No {{séc|XX}}, a par das principais referências históricas, como as encontradas nos principais monumentos de Washington, em diversos países desenvolveu-se uma série de tendências de inspiração clássica e neoclássica.{{sfn|name=PeMo|Pevsner|1981|loc=Monumentalismo}}
 
Na Itália, após o esplendor retórico do já citado [[Monumento a Vítor Emanuel II da Itália|Monumento de Vítor Emanuel II]], assistimos a uma simplificação do vocabulário arquitectónico que, contudo, durante o [[Fascismo]], permanece substancialmente de cunho classicista; os novos modelos propostos naquela época continuam, com algumas excepções (vide [[Estação de Florença Santa Maria Novella]]), ainda associados à simetria e a uma decoração antiga, cingida aos seus elementos essenciais. Isso viria a repercutir-se naquele que é o ''[[Arquitetura racionalista|Neoclassicismo simplificado]]'' típico de [[Marcello Piacentini]] e que se enquadra na corrente arquitectónica definida mais apropriadamente de [[monumentalismo|monumentalista]].<ref name=PeIt /> Estes exemplos, apesar de em parte revalorizados pela crítica mais recente, eram muitas vezes considerados grotescos e expressão de um provincianismo longe das correntes arquitectónicas e de pensamento mais evoluído e internacional do [[Movimento Moderno]]: um exemplo é o ''[[Palazzo della Civiltà Italiana]]'', inspirado no modelo do Coliseu, privado de decoração (também chamado de ''Coliseu quadrado'').<ref>B. {{sfn|Zevi, ''Il Linguaggio Moderno dell'Architettura'', cit., |1973|p. =34.</ref>}}
 
[[Imagem:Sony Building by David Shankbone.jpg|thumb|''[[Sony Building (Nova Iorque)|AT&T Building]]'' em Nova Iorque]]
 
Na Alemanha, os planos de [[Adolf Hitler]] tinham em vista alterar a face da capital, transformando-a numa cidade monumental. O autor dos projetos, que jamais seriam concretizados, foi [[Albert Speer]], um amigo pessoal do ''[[Führer]]''. A maciça cúpula de caixotões da ''[[Volkshalle|Große Halle]]'', baseada na modelo do Panteão de Roma, teria representado, com os seus mais de 200 metros de diâmetro, o fulcro da nova Berlim; no exterior, os desenhos mostram uma poderosa colunata clássica aberta para uma enorme praça para comícios, tudo numa escala colossal.{{sfn|Scarrocchia|1999}}<ref>{{sfn|Speer, A., ''Erinnerungen'', Frankfurt am Main |1969, |p. =340.</ref>}} Exemplos semelhantes podem também ser encontrados na Rússia e nos países directamente influenciados pela [[União Soviética]], como a [[Polónia]] e a [[China]].<ref>{{sfn|Poncellini, L., ''László Hudec in Shanghai (1919-1847) and the Pursuit of Chinese Modernity'', Zurich |2011, pp. |p=3-5.</ref><ref>}}{{sfn|Danielson, E. N., ''Shanghai and the Yangzi Delta: From Past to Present. The New Yangzi River Trilogy'', Vol. I, Nova Iorque |2004, |p. =9.</ref><ref>}}{{citar web Sfn|último=De Angelis |primeiro=Adriana |título=1920-1940 Alla ricerca della città ideale. Utopie, distopie, ideologie, nostalgie e rimembranze dello spazio immaginato intorno all'"uomo nuovo" |url=http://www.fedoa.unina.it/9776/1/De%20Angelis_Adriana_XXVI%20ciclo%20copia.pdf |publicado=Università degli Studi di Napoli “Federico II” |acessodata=20 de março de 2019 |ano=2013-2014}}</ref>
 
O neoclassicismo simplificado pode ser encontrado nos últimos trabalhos de [[Auguste Perret]] e inclusive no crematório de [[Estocolmo]], de [[Gunnar Asplund]] ("neoclassicismo escandinavo"). Alguns críticos têm ainda definido como neoclássico o [[International style|Movimento Moderno]] (incluindo [[Ludwig Mies van der Rohe]]) nos termos da monumentalidade e simetria.<ref name=PeMo />
 
O repertório clássico alcançaria um período de intensa fortuna em finais dos anos 70, no âmbito do [[pós-modernismo]] (e na considerada [[nova arquitetura clássica]], movimento que expressa uma clara liberdade estilística livre do vínculo modernista.{{sfn|Pevsner|1981|loc=Post-Modernism}} Frontões, colunas e outros elementos tradicionais voltariam mais tarde a estar em voga: um célebre exemplo é o frontão clássico do arranha-céu ''AT&T Building'' (atual ''[[Sony Building (Nova Iorque)|Sony Building]]''), que [[Philip Johnson]] construíra em 1984 na cidade de Nova Iorque.<ref>{{citar livro sfn|título=FultonAdministração StreetFederal Transit Center, New York, New York, Section 4(f) Evaluation: Environmental Impact Statementde Trânsito|ano=2004 |editora=Universidade Northwestern |url=https://books.google.pt/books?id=xh03AQAAMAAJ&printsec=frontcover&hl=pt-PT#v=onepage&q&f=false |edição=1 |páginap=22-6 |idioma=en26}}</ref>
 
{{notas|grupo="nt"}}
Linha 328 ⟶ 324:
== Bibliografia ==
{{InícioRef|2}}
 
* {{Citar livro|ref={{harvid|Abitare Annual|1990}}|ano=1990|volume= 5|título=Abitare Annual|páginas=272|local=Miami, Chicago, Washington|editora= Rotovision|isbn= 2880461294}}
 
* {{Citar livro|ref={{harvid|Administração Federal de Trânsito|2004}}|ano=2004|título=Fulton Street Transit Center, New York, New York, Section 4(f) Evaluation: Environmental Impact Statement|editora=Universidade Northwestern|local=Nova Iorque|edição=1}}
 
* {{citar web|sobrenome=Angelis|nome=Adriana de|título=1920-1940 Alla ricerca della città ideale. Utopie, distopie, ideologie, nostalgie e rimembranze dello spazio immaginato intorno all'"uomo nuovo"|url=http://www.fedoa.unina.it/9776/1/De%20Angelis_Adriana_XXVI%20ciclo%20copia.pdf|publicado=Università degli Studi di Napoli “Federico II|local=Nápoles|ano=2014|ref=harv}}
 
* {{Citar periódico|ref={{harvid|AR|1895}}|url=https://www.architecturalrecord.com/ext/resources/archives/backissues/1895-01-03.pdf?-2366737200|título= Architectural Record|ano=1895|volume=4|número=3}}
 
* {{Citar livro|sobrenome=Argan|nome=Giulio Carlo|título=L'arte italiana 1770-1970|ano=1970|local=Florença|editora=[[Sansoni]]|ref=harv}}
 
* {{Citar livro|sobrenome=Armandi|nome=Anna Maria Matteucci|título=L'architettura del Settecento|editora=UTET|ano=1988|local=Turim|ref=harv}}
 
* {{Citar livro|sobrenome=Bedford|nome=S.|título=John Russell Pope: Architect of Empire|ano=1998|editora=Random House Incorporated|local=Nova Iorque|ref= harv}}
Linha 336 ⟶ 342:
 
* {{Citar livro|sobrenome=Beschi|nome=L.|capítulo=Architettura: una disputa tra Roma e Atene|título=Memoria dell'antico nell'arte italiana vol. III, Dalla tradizione all'archeologia|local=Turim|editora=Einaudi|ano=1986|ref=harv}}
 
* {{Citar web|sobrenome=Brillembourg|nome=Carlos F.|título=Latin American architecture|url=https://www.britannica.com/art/Latin-American-architecture |publicado=Britânica Online|ano=2008|ref=harv}}
 
* {{Citar livro|sobrenome=Ciucci|nome=G.|título=Classicismo, classicismi: architettura Europa/America 1920-1940|ano=1995|local=Veneza|editora=[[Mondadori Electa|Electa]]|ref=harv}}
Linha 342 ⟶ 350:
 
* {{Citar livro |sobrenome=Curl |nome=James Stevens |título=The Oxford Dictionary of Architecture|ano=2015|editora=Oxford University Press|local=Oxónia |isbn=0191053856 |páginas=1104 |edição=3|ref=harv}}
 
* {{Citar livro|sobrenome=Danielson|nome=E. N.|título=Shanghai and the Yangzi Delta: From Past to Present. The New Yangzi River Trilogy Vol. I|local=Nova Iorque|ano=2004|editora=Times Edtions|ref=harv}}
 
* {{Citar livro|sobrenome=Desjardins|nome=Gustave|título=Le Petit Trianon - Histoire et description|editora=L. Bernand Libraire-Editeur|local=Versalhes| ano=1885| url = https://archive.org/stream/lepetittrianonh00desjgoog#page/n11/mode/2up|ref=harv}}
Linha 353 ⟶ 363:
* {{Citar livro|sobrenome=Giedion|nome=Sigfried|título=Spazio, tempo, architettura|local=Milão|ano=1974|editora=Hoepli|ref=harv}}
 
* {{Citar livroweb|ref={{harvid|Infopédia|2019}}|ano=2019|url=https://www.infopedia.pt/$neoclassicismo|título=Neoclassicismo|publicado=Infopédia}}
 
* {{Citar livro|sobrenome=Maltese|nome=Corrado|título=Storia dell'arte italiana 1785-1943|ano=1960|local=Turim|editora=Einaudi|ref=harv}}
Linha 362 ⟶ 372:
 
* {{Citar livro|sobrenome=Middleton|nome=Robin|coautor=[[David Watkin (historiador)|Watkin, David]]|título=Architettura dell'Ottocento|local=Veneza| editora=[[Mondadori Electa|Electa]]|ano=2001|isbn=88-435-2465-8|ref=harv}}
 
* {{Citar web|ref={{harvid|Mostra Scamozzi|2004}}|título=La mostra in palazzo Barbaran da Porto|publicado=Museo Palladio|url=http://archive.is/ctTh|ano= 2004}}
 
* {{Citar livro|sobrenome=Mpirēs|nome=Manos G.|coautor=Adami, Maro Kardamitsi; Birēs, Manos G.|título=Neoclassical Architecture in Greece|ano=2004| local=Los Angeles|editora=Getty Publications|isbn=089236775X|páginas=312|ref=harv}}
 
* {{Citar livro|sobrenome=Pevsner|nome=Nikolaus|título=Storia dell'architettura europea|local=Bari|editora=Laterza|ano=1998|isbn=88-420-3930-6|ref=harv}}
 
* {{Citar livro|sobrenome=Pevsner|nome=Nikolaus|coautor=Fleming, John; Honour, Hugh|título=Dizionario di architettura|local=Turim|editora=Einaudi|ano= 1981|isbn=9788806180553|ref=harv}}
 
* {{Citar livro|sobrenome=Poncellini|nome=L.|título=Laszlo Hudec in Shanghai (1919-1947) and the Pursuit of Chinese Modernity|editora=Freitag|local= Zurique|ano=2011|ref=harv}}
 
* {{Citar livro|sobrenome=Praz|nome=Mario|título=Gusto neoclassico|ano=1974|local=Milão|editora=Rizzoli|isbn=88-17-10058-7|ref=harv}}
 
* {{Citar livro|sobrenome=Quincy|nome=Quatremère de|título=Recueil de notices historiques lues dans les séances publiques de l'Académie Royale des Beaux-Arts|ano=1834|editora=A. Le Clere|local=Paris|ref=harv}}
 
* {{Citar livro|sobrenome=Scarrocchia|nome=S.|título=Albert Speer e Marcello Piacentini: l'architettura del totalitarismo negli anni trenta|ano=1999| editora=Skira|local=Lausana|ref=harv}}
 
* {{Citar livro|sobrenome=Souza|nome=Antonio Abreu de|ano=2012|título=Arquitetura Neoclássica e Cotidiano Social do Centro Histórico de Fortaleza - da Belle Époque ao ocaso do início do séc. XXI|editora=PPGA-Escola de Belas Artes/UFMG|local=Belo Horizonte|ref=harv}}
 
* {{Citar livro|sobrenome=Speer|nome=Albert|título=Erinnerungen|ano=1969|editora=Ullstein|local=Francoforte e Berlim|ref=harv}}
 
* {{Citar livro|sobrenome=Summerson|nome=J.|título=Architettura del Settecento|ano=1990|editora=Rusconi|local=Milão|ref=harv}}
 
* {{Citar periódico|sobrenome=Süssekind|nome=Pedro|título=A Grécia de Winckelmann|ano=2008|volume=49|jornal=Kriterion: Revista de Filosofia|url= http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-512X2008000100004|ref=harv}}
 
* {{Citar web|ref={{harvid|Treccani|2019}}|url=http://www.treccani.it/enciclopedia/giacomo-quarenghi/|título=Quarénghi, Giacomo|publicado=Treccani|ano= 2019}}
 
* {{Citar livro|sobrenome=Watkin|nome=David|título=A History of Western Architecture|local=71 Great Russell Street|ano=2005|edição=4|editora=Laurence King Publishing|ref=harv}}
 
* {{Citar livro|sobrenome=Zevi|nome=Bruno|título=Il Linguaggio Moderno dell'Architettura|local=Turim|editora=Einaudi|ano=1973|ref=harv}}
 
{{-fim}}