Brega: diferenças entre revisões

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→‎Origem do termo: precursor Vicente Celestino
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Várias são as hipóteses para a origem do termo ''brega'' como sinônimo de [[prostíbulo]] e, daí, como sinônimo do estilo musical. Segundo o dicionário de [[Antônio Houaiss]] o termo derivaria da palavra "esbregue" que, segundo ele, seria utilizado no [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]] nas décadas de 1920 a 1950 "como sinônimo de algo mal feito, confuso, ordinário, servindo tanto para objetos como para pessoas".<ref name=amazonas>{{citar web|URL=https://seer.ufs.br/index.php/historiar/article/view/3474/3025 |título=Hibridismos culturais, fronteiras estéticas e tecnobrega como fenômeno na História da Música Amazônida |autor1=Chayenne Farias |autor2=Daniel Chaves |ano=2015|publicado=Boletim Historiar, nº 7|acessodata=9/1/2019 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20180427112936/https://seer.ufs.br/index.php/historiar/article/view/3474/3025 |arquivodata=27/4/2018}}</ref> Para Altair J. Aranha ([[pseudônimo]] do pesquisador [[Luís Milanesi]]), o termo deriva de "Nóbrega", nome da rua (Manuel da Nóbrega) que ficava em uma região de [[meretrício]] na cidade de [[Salvador (Bahia)|Salvador]].<ref name="aranha2">{{citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=EYcp4KqFuzwC|título=Dicionário Brasileiro de Insultos|último=ARANHA|primeiro=Altair J|editora=Ateliê Editorial|ano=2002|local=São Paulo|páginas=60}}</ref><ref name="intercom">{{citar livro|url=http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2008/resumos/R3-1890-1.pdf|título=Eu não sou cachorro não: a transformação do brega em arte com elementos de cinema no DVD de Waldick Soriano|ultimo=LIMA|primeiro=Izaíra Thalita da Silva|editora=XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação|ano=2008|local=Natal|páginas=3|ultimosegundo=QUEIROZ|primeirosegundo=Tobias}}</ref>{{Nota de rodapé|O termo "[[wikt:brega|brega]]" significa: de mau gosto, de baixo nível. Para Altair J. Aranha, a palavra teve origem em Salvador, mais propriamente numa área urbana de baixo meretrício onde uma placa indicando a rua Padre Manuel da Nóbrega teve gasto o letreiro, sobrando apenas as duas últimas sílabas. Aplica-se a pessoas que se mostram sem elegância, que exibem mau gosto.<ref name=aranha />}}{{Nota de rodapé|Para o mundo da [[moda]], o termo "brega" caracteriza as pessoas "deselegantes", "ou seja, aquelas que não se enquadravam nas regras, utilizando sempre do excesso e da extravagância. O sentido atribuído ao brega passou a representar também algo de qualidade inferior ou alguém que possui um mau gosto no vestir e nas atitudes".<ref name="intercom" />}} [[Sérgio Nogueira]] diz, ainda, que para alguns [[etimólogo]]s, a palavra brega seria uma forma reduzida de "xumbrega".<ref name=":0">{{citar web|url=http://g1.globo.com/educacao/blog/dicas-de-portugues/post/eponimos-gente-que-ficou-famosa-virando-coisa.html|título=Epônimos: gente que ficou famosa virando coisa|autor=[[Sérgio Nogueira]]|publicado=G1|acessodata=23-12-2018 |arquivourl=https://archive.fo/zdGyZ |arquivodata=23/12/2018 }}</ref> "Xumbregar" ou "chumbregar" por sua vez tem, de acordo com [[Amaro Quintas]] e Sérgio Nogueira, origem em [[Pernambuco]] no ano de [[1666]] (período da [[Conjuração de "Nosso Pai"]]); quando o administrador colonial português [[Jerônimo de Mendonça Furtado]], o Xumbergas, foi assim apelidado pela população pernambucana em referência ao general alemão [[Armando Frederico|Frederico Armando Schomberg]] (militar combatente em Portugal na [[Guerra da Restauração]]), pois Mendonça Furtado usava bigode ao modo Schomberg<ref name=":0" /><ref>{{citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=YmErDgAAQBAJ|título=Civilização e cultura|autor=[[Câmara Cascudo|Cascudo]]|primeiro=Luís da Câmara|editora=Global Editora|ano=1973|local=|páginas=|isbn=9788526023079|acessodata=23/12/2018|publicado=}}</ref> (ou ao modo Chomberga).<ref name=":0" /> E por este gostar em excesso de bebida alcoólica, o apelido assumiu na região a acepção de "embriaguez",<ref name=":2">{{citar livro|url=https://books.google.com.br/books/about/Amaro_Quintas.html?id=595BCwAAQBAJ&printsec=frontcover&source=kp_read_button&redir_esc=y#v=onepage&q=xumbergas&f=false |título=Amaro Quintas - O Historiador da Liberdade|autor=[[Amaro Quintas]]|publicado=Companhia Editora de Pernambuco |ano=2015 |acessodata=23-12-2018 |isbn=9788578583019 |páginas=456 }}</ref><ref>Verbete "xumbergar", [[Dicionário Aurélio]]</ref><ref name=":3">{{Citar web|titulo=Verbete "chumbregar"|url=https://dicionario.priberam.org/chumbregar|obra=Dicionário Priberam|acessodata=2019-01-24|data=|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref> originando os verbos xumbergar<ref name=":0" /><ref name=":2" /><ref>{{Citar web|titulo=Verbete "xumbergar"|url=https://dicionario.priberam.org/xumbergar|obra=Dicionário Priberam|acessodata=2019-01-24|data=|publicado=}}</ref> ou xumbregar (embriagar-se ou importunar)<ref name=":1" /><ref name=":3" /> e o adjetivo xumbrega (aspecto ruim).<ref name=":1" /><ref name=":0" /> Dessa origem remota, o termo teria no século XX, assumido a acepção de "prostíbulo",<ref name=":1" /><ref name=":4">{{Citar web|titulo=Verbete "brega"|url=https://dicionariodoaurelio.com/brega|obra=Dicionário do Aurélio|acessodata=2019-01-24|data=|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref> que como tal é dicionarizada por [[Aurélio Buarque de Holanda Ferreira]],<ref name=amazonas/> e por [[Michaelis]]<ref name=":5">{{Citar web|url=http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=brega|titulo=Verbete "brega"|acessodata=14/01/2019|obra=Dicionário [[Michaelis]]|data=|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref> (também defendido por Paulo Murilo Guerreiro do Amaral).<ref name=":1" />
 
Sendo alvo de discussões por estudiosos e profissionais do meio musical, o termo brega foi empregado por classe média e alta às pessoas de baixo poder aquisitivo das regiões periféricas e aos prostíbulos nordestinos que tinham a [[música romântica]] de mau gosto como trilha sonora.<ref name="CliqueMusic/BREGA" /> Foi somente a partir da década de 1980, entretanto, que o termo ''brega'' se tornou sinônimo uma "vertente da música popular" que, na década anterior, era simplesmente chamada de "cafona", segundo [[Paulo César Araújo]].<ref name=amazonas/>
 
Segundo Marco Frenette, Dicionário Cravo Albim e Eduardo Weber, o cantor [[Vicente Celestino]], na década de 1930, é um dos precursores do brega como gênero músical dramático.<ref name="DicionarioMPB/BREGA" /><ref name=":1" /><ref>{{Citar web|titulo=Cultura Brasil - Bossamoderna - Tropicália - Parte I|url=http://culturabrasil.cmais.com.br/programas/bossamoderna/arquivo/tropicalia-parte-i|obra=cmais+|acessodata=2019-01-28|lingua=pt-BR}}</ref>