Império Italiano: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:Fiat_tagliero,_08.JPG|right|thumb|Edifício [[Fiat Tagliero]]]]
[[Ficheiro:LA CATTEDRALE DI TRIPOLI 1960.jpg|thumb|A [[Catedral de Tripoli|Catedral de Trípoli]] nos anos 1960]]
Na sociedade italiana moderna os tópicos sobre a expansão colonial italiana foram largamente retirados da consciência coletiva italiana e permaneceu absente do discurso público, como forma de negar o regime anterior, assim como os crimes cometidos.<ref name="book"/> Nos círculos africanistas contudo, as instituições formadas na era colonial permaneceram ativas por décadas, cementando a memória coletiva.<ref name="book">https://books.google.com.br/books/about/Italian_Colonialism.html?id=qGc-OTo0IIoC&redir_esc=y</ref> O Império Italiano teve influência direta na estruturação de suas colônias em elementos que sobrevivem aos dias atuais. Desde o nome Eritreia<ref>{{citecitar booklivro|author1autor1 =Connell, Dan |author2autor2 =Killion, Tom |titletítulo=Historical Dictionary of Eritrea|url=https://books.google.com/books?id=SYsgpIc3mrsC&pg=PA7|datedata=2010|publisherpublicado=Scarecrow Press|isbn=978-0-8108-7505-0|pagespáginas=7–}}</ref> e Líbia,<ref name="be177">"Bibliografia della Libia"; [[#Bertarelli|Bertarelli]], p. 177.</ref>, as fronteiras da Líbia e dos países do Chifre da África.
 
As relações entre os países após a queda do império e descolonização são complicadas e contrastantes de acordo com a época, regime político e país. <ref name="lib"/>Inicialmente, a maioria dos líderes das novas nações permitiram que os colonos italianos continuassem nos países como uma forma de fomentar o desenvolvimento econômico uma vez que os italianos detinham boa parte dos recursos econômicos. Com a instabilidade das antigas colônias entrando em guerras civis ou regimes autoritários, a maior parte dos colonos foram expulsos ou retornaram à Itália.<ref name="lib"/><ref name="book"/> No entanto a situação na Eritreia foi diferente, atualmente existem cerca de 100 mil eritreus com ascendência italiana<ref>The Italian Ambassador stated at the 2008 Film Festival in Asmara [http://www.ambberlino.esteri.it/Ambasciata_Asmara/Menu/Ambasciata/News/] {{Wayback|url=http://www.ambberlino.esteri.it/Ambasciata_Asmara/Menu/Ambasciata/News/ |date=20120218200229 }} that nearly 100,000 Eritreans in 2008 have Italian blood, because they have at least one grandfather or greatgrandfather from Italy</ref><ref name="camera.it">http://www.camera.it/_dati/leg13/lavori/stampati/sk6000/relazion/5634.htm Descendants of Italians in Eritrea (in Italian)</ref>
Apesar de animosidade inicial, a Itália estabeleceu relações especiais de cooperação com o ditador líbio [[Gaddafi]], se tornando um dos maiores clientes dos recursos energéticos líbios, apoiando o regime em oposição ao resto do mundo ocidental.<ref name="lib">
https://cdr.lib.unc.edu/indexablecontent/uuid:d618897b-9518-4593-b218-eee003f64e2d</ref> Durante a década de 1990, a Itália era o maior cliente do petróleo e gás líbio e um do maiores patrocinadores de ajuda para a Somália.<ref name="dayan">https://dayan.org/content/ifriqiya-italy-and-its-former-colonies-recent-developments-through-historical-perspective</ref>. A Itália foi um dos primeiros países a reconhecer a independência da Eritreia em 1991, logo estabelecendo relações diplomáticas e econômicas, em 2010 30% de todas as exportações eritreias foram para a Itália.<ref name="lib"/>
 
O pesado investimento italiano nos territórios dominados visando atrair colonos italianos e potencializar a economia deixou grande legado material. Asmara, a capital da Eritreia, ainda possui vários edifícios e obras do período colonial quando foi planejada, muitos dos quais icônicos como o [[Fiat Tagliero]] e o [[Cinema Impero]]<ref>]https://www.theguardian.com/artanddesign/2017/jul/08/the-italian-architecture-that-shaped-new-world-heritage-site-asmara</ref> Na Somália as várias estradas, hospitais, escolas, linhas ferroviárias, portos, pontes<ref name="cjsjry">{{citecitar booklivro|url=https://books.google.com/books?id=N2IMAQAAIAAJ&printsec=frontcover#v=onepage&q&f=false |titletítulo=Beginning Somali History |author1autor1 =Paul S. Gilbert |author2autor2 =Scott Winfield Street |author3autor3 =Robert A. Blume |pagepágina=75}}</ref> e os campos agrários foram herdados pela nascente República da Somália, ainda que parte da estrutura colonial tivesse sido desmantelada pela ocupação britânica. Posteriormente a guerra civil levou ao colapso da infraestrutura criada. Na Líbia ocorreu uma situação semelhante, sem no entanto ter a infraestrutura destruída em conflitos internos.
 
A Itália pagou reparações de diversas formas às nações dominadas ou agredidas pelo Império Italiano pelos crimes e danos cometidos ao longo dos anos. O Tratado de Paz de 1947 estipulou que a Itália deveria pagar 25 milhões de dólares à Etiópia,<ref name="Tratado"/>, com protestos de ambos os lados, os italianos argumentaram que os trabalhos públicos feitos compensavam os danos físicos e morais aos etíopes, enquanto os etíopes queriam que a compensação fosse maior. No final os etíopes aceitaram receber 16,3 milhões de dólares em compensação.<ref name="fairobserver">https://www.fairobserver.com/region/africa/italy-postcolonial-relations-in-africa-99543/</ref> O tratado também estipulou que a Itália deveria pagar em dólares (com inflação da época) 100 milhões à URSS, 5 milhões à Albânia, 105 milhões à Grécia e 125 milhões à Iugoslávia.<ref name="Tratado"> Texto do Tratado de Paz com a Itália, páginas 335 e 336. Disponível em:[ https://www.loc.gov/law/help/us-treaties/bevans/m-ust000004-0311.pdf]</ref> Em 2008 a Itália pagou 5 bilhões de euros à Líbia por crimes cometidos durante a era colonial.<ref name="dayan"/>. Em 2005 a Itália retornou o [[Obelisco de Axum]] para a Etiópia depois de quase 60 anos em uma operação complexa que custou 6 milhões de euros.<ref>https://www.voanews.com/a/a-13-2005-04-18-voa50/311181.html</ref>
 
A Itália permanece como destino de imigração de muitos líbios, eritreus, somalianos, etíopes e albaneses.<ref name="lib"/>