Fernando de Noronha: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:Base americana em Fernando de Noronha.tif|miniaturadaimagem|Base americana em Fernando de Noronha, 1959. [[Arquivo Nacional (Brasil)|Arquivo Nacional.]]|216x216px]]
 
Hoje a economia de Fernando de Noronha depende do [[turismo]]. Segundo a pesquisadora Glória Maria Widmer, em 2007 em Fernando de Noronha havia em atividade 9 agências de turismo, 132 locais de hospedagem, 26 restaurantes, 3 empresas de mergulho e passeios de barco, cinco empresas de aluguel de veículos, e havia muitas outras pessoas prestando uma grande variedade de serviços.<ref name="Widmer"/> Em 2001 o arquipélago foi declarado [[Lista do Patrimônio Mundial no Brasil|Patrimônio da Humanidade]], incluindo o [[Atol das Rocas]], como Sítio das Ilhas Atlânticas Brasileiras, reconhecendo o valor de sua rica biodiversidade e enfatizando a necessidade de sua proteção. A [[UNESCO]] citou os seguintes motivos para isso: a) a importância da ilha como área de alimentação para várias espécies, incluindo [[atum]], [[peixe agulha]], [[cetáceo]]s, [[tubarões]] e [[tartarugas marinhas]]; b) uma elevada população de [[golfinho]]s residentes e c) proteção para espécies ameaçadas de extinção, como a [[tartaruga-de-pente]] e diversas aves.<ref>World Heritage List. [http://whc.unesco.org/en/list/1000 ''Brazilian Atlantic Islands: Fernando de Noronha and Atol das Rocas Reserves'']. UNESCO.</ref> Para que sua riqueza se conservasse foram impostos limites ao afluxo de público e normas de conduta para ele.<ref name="Widmer"/> Na área do parque algumas atividades são proibidas, conforme descreve o IPHAN: "caça e pesca submarina; introdução de animais e plantas; coleta de sementes, raízes, frutos, conchas, corais, pedras, e animais; alteração da vegetação local; visita as praias do Leão e do Sancho, no período de janeiro a junho, no horário das 18 às 6 horas; acampamentos e pernoites; mergulhos e parada de embarcações nas proximidades da Baía dos Golfinhos; visita a áreas públicas sem autorização; e escrita ou pichação em rochas, árvores ou placas".<ref>IPHAN. [http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/1663 ''Patrimônio Natural Mundial - Fernando de Noronha (PE)''].</ref>
 
Para que sua riqueza se conservasse foram impostos limites ao afluxo de público e normas de conduta para ele. Esse turismo movimentado é baseado em grande parte no reconhecimento do seu valor como quadro de beleza cênica única e como valioso acervo de [[biodiversidade]]. A transformação criou novas exigências para o governo, que passou a se preocupar em atender às necessidades de novos residentes permanentes.<ref name="Widmer">Widmer, Glória Maria. [http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27148/tde-05072009-203038/pt-br.php ''O título de patrimônio da humanidade e seus efeitos sobre o turismo em Fernando de Noronha'']. Tese de Doutorado. USP, 2007, pp. 114-120</ref> Segundo o [[IBGE]], há "uma população remanescente dos diversos períodos vividos, acrescida daqueles que para aí vieram pelas mais diversas razões. Descendentes de presos comuns ou políticos, de guardas, de militares ou pessoas que para lá foram destacadas para prestarem serviços, acompanharem companheiros ilhéus ou simplesmente fazer turismo, compõem essa população, que chega [em 2017] a 2.500 pessoas, vivendo principalmente do turismo".<ref name="IBGE">IBGE. [https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pe/fernando-de-noronha/historico ''História: Fernando de Noronha Pernambuco - PE''], 2017 </ref>
 
[[File:Forte de Nossa Senhora dos Remédios de Fernando de Noronha - Pernambuco, Brasil.jpg|thumb|left|Detalhe do Forte de Nossa Senhora dos Remédios.]]
 
É também considerada área de interesse histórico em função de sua associação ao comerciante Fernão de Loronha, seu primeiro senhor, um dos grandes exploradores do pau-brasil. Seu interesse advém ainda de sua história militar. Sob o comando do governo, na época do presídio os detentos construíram uma série de fortificações. Este conjunto arquitetônico foi um importante testemunho dos sistemas de defesa do século XVIII, e incluía dez edifícios, dos quais apenas um sobreviveu ao tempo, embora bastante arruinado,destacando-se o [[Forte de Nossa Senhora dos Remédios (Fernando de Noronha)|Forte de Nossa Senhora dos Remédios]], tombado pelo [[Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional]] em 11 de novembro de 1937.<ref name="Widmer"/><ref name="IPHAN2">IPHAN. [http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/1666 ''Monumentos e Espaços Públicos Tombados - Fernando de Noronha (PE)''].</ref> A [[Igreja de Nossa Senhora dos Remédios (Fernando de Noronha)|Igreja de Nossa Senhora dos Remédios]], contemporânea ao Forte, de feição barroca-rococó simplificada, também foi tombada, sendo restaurada em 1988 pelo IPHAN.<ref>Menezes, José Luiz Mota. [http://www.hpip.org/pt/Heritage/Details/1004 ''Igreja de Nossa Senhora dos Remédios'']. Projeto Património de Influência Portuguesa. </ref> Também são marcos arquitetônicos dignos de nota a antiga Casa de Banho, e os [[Fortificações na Ilha de Fernando de Noronha|remanescentes de outros fortes]], como o Santo Antônio, o São Pedro do Boldró, o São João Batista dos Dois Irmãos, todos tombados.<ref name="IPHAN2"/> Em 2017 o Conjunto Histórico de Fernando de Noronha foi declarado Patrimônio Cultural do Brasil, incluindo as fortificações, o conjunto urbano da Vila dos Remédios, a Vila da Quixabá, a Capela de São Pedro dos Pescadores e o prédio da Air France.<ref>[http://portal.iphan.gov.br/noticias/detalhes/4170 ''Conjunto Histórico de Fernando de Noronha é o mais novo Patrimônio Cultural do Brasil'']. IPHAN, 22/96/2017</ref>
 
Além do interesse histórico mencionado anteriormente, o arquipélago tem sido alvo da atenção de vários cientistas dedicados ao estudo de sua flora, fauna, geologia, etc. O local também é considerado uma "entidade" separada pela Century DX club e, por isso, é visitado com bastante frequência por operadores de [[rádio amador]].