História da China: diferenças entre revisões
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[[Imagem:China 1.jpg|thumb|Encontraram-se restos de sociedades avançadas e estratificadas datados da época da Dinastia Shang no vale do [[rio Amarelo]].]]
O registro mais antigo do passado da [[China]] data da Dinastia
A dinastia Shang teve uma série de capitais das quais a mais importante era [[Zhengzhou]], capital durante o período inicial e intermédio da dinastia que tinha uma muralha com cerca de 6,4 quilómetros de comprimento e 10 metros de altura que protegia um grande povoado, e [[Anyang]] ocupada entre 1300 e 1050 a.C..<ref>Série de editores e colaboradores, ''Sinais do tempo do mundo antigo'' (título em [[Portugal]]), Dorling Kindersley, 1993 (primeira edição), pág 120</ref><ref>Série de autores e consultores, [[Dorling Kindersley]], ''History'' (título original), 2007, ISBN 978-989-550-607-1, pág 60</ref><ref name="ReferenceC">Roberts, John A. G., ''History of China'' (título original), Palgrave MacMillan, 1999 (primeira edição), 2006 (segunda edição), ISBN 978-989-8285-39-3, pág 36</ref>
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==== Governantes Shang ====
Os governantes Shang faziam um importante papel cerimonial, mas também se ocupavam da administração do estado e eram servidos por funcionários com funções especializadas. Eram apoiados por vários clãs aristocráticos com os quais tinham relações de parentesco ou de matrimónio. A [[aristocracia]] dedicava-se a artes militares e lutava com carros puxados a cavalo. A relação entre os Shang e os clãs era pessoal mas formalizada atráves de cerimónias de investidura, nos quais o rei podia pedir serviços aos clãs, laborais e militares. Os Shang bem como os seus apoiantes da aristocracia levavam a cabo campanhas agressivas contra os vizinhos, obtendo
==== Relações dos Shang com outros ====
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==== Fragmentos de ossos oraculares ====
Muita da informação disponível da sociedade Shang chegou até nós graças a inscrições feitas em omoplatas de bovinos, ou com menos
==== Metalurgia chinesa Shang ====
Os indícios acumulados nos últimos anos apoiam a teoria da descoberta independente da [[metalurgia]] na China e da rápida transferência de técnicas cerâmicas para a manufatura de objetos em bronze. A produção e utilização do bronze era controlada pelo [[
==== Túmulos ====
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==== Religião ====
Graças as provas pode se ter uma ideia da [[religião Shang]]. O povo Shang adorava vários deuses, dos quais muitos eram ascedentes da realeza. Outros eram espíritos da [[Natureza]], e ainda outros possivelmente derivassem de mitos populares ou de cultos locais. O culto
Os historiadores chineses de períodos posteriores habituaram-se à noção de que uma dinastia sucedia a outra, mas sabe-se que a situação política na China primitiva era muito mais complexa. Alguns acadêmicos sugerem que os xias e os shangs talvez fossem entidades políticas que co-existiram, da mesma maneira que os zhous foram contemporâneos dos shangs.<ref name="ReferenceC"/>
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A capital dos Zhou era perto da atual Xi'an. No apogeu do poder dos Zhou a China chegava tão a norte como a Mongólia.<ref>O'Neill, Hugh B., ''Companion to Chinese History'' (título original), 1987</ref>
Na tradição historiográfica chinesa, os líderes de Zhou dissiparam a família Yin (Shang) e legitimaram seu domínio invocando o [[Mandato do Céu]] - noção segundo a qual o rei<!--Os monarcas da Dinastia Zhou não podem ser considerados imperadores, pois seria um anacronismo, já que o primeiro Imperador é Qin Shihuang, da Dinastia Qin--> (o " filho do céu ") governava por [[direito divino dos reis|direito divino]], mas a perda do trono indicaria que ele havia perdido o tal direito. O Mandato do Céu estabelecia que os Zhou assumiam ascendência divina (Tian-Huang-Shangdi) sobre a ascendência divina dos Shang (Shangdi). A doutrina explicava e justificava o fim da [[Dinastia Xia]] e Dinastia Shang, ao mesmo tempo que dava suporte à legitimidade dos governantes atuais e futuros. A Dinastia Zhou foi fundada pela família [[Ji]] e tinha sua capital na cidade de [[Hao]] (ou Haojing, próxima da atual [[Xian|Xi'an]]). Possuindo o mesmo idioma e uma cultura similar à dos Shang, os primeiros reis Zhou, através da conquista e colonização, gradualmente estenderam a cultura chinesa pelas terras bárbaras das Planíces Centrais.
Segundo o ''[[Shujing, o Livro dos Documentos]]'' a queda dos Shang foi devida aos erros do seu último governante, Zhou.<ref>O'Neill, Hugh B., ''Companion to Chinese History'' (título original), 1987</ref><ref>Roberts, John A. G., ''History of China'' (título original), Palgrave MacMillan, 1999 (primeira edição), 2006 (segunda edição), ISBN 978-989-8285-39-3, pág 40</ref>
Resultante da queda dos Shang o
Um pouco mais tarde, possivelmente em 1043 a.C., o rei Wu faleceu, sucedendo-lhe o filho, decisão diferente da adotada na dinastia Shang, onde a sucessão era feita por um irmão.<ref>Roberts, John A. G., ''History of China'' (título original), Palgrave MacMillan, 1999 (primeira edição), 2006 (segunda edição), ISBN 978-989-8285-39-3, pág 40</ref>
Os Zhou tem sido considerados feudais.<ref>Roberts, John A. G., ''History of China'' (título original), Palgrave MacMillan, 1999 (primeira edição), 2006 (segunda edição), ISBN 978-989-8285-39-3, pág- 41</ref>. Na historiografia [[Ocidente|Ocidental]], o período Zhou é usualmente descrito como [[Feudalismo|feudal]], pois o descentralizado sistema dos Zhou se assemelhava ao [[Idade Média|sistema medieval europeu]]. Entretanto, historiadores debatem acerca do termo ''feudal'', surgido para referir-se a um contexto puramente e especificamente europeu. Portanto, o termo mais apropriado para classificar o sistema político dos Zhou seria da própria língua chinesa: sistema ''[[Fengjian]]''. A organização do território era feita com base em estados subordinados, governados por homens eleitos pelo rei, geralmente conselheiros e generais de confiança, e por seus herdeiros. Os estados pagavam tributos à capital, onde o Filho do Céu governava como monarca absoluto. Também deviam fornecer soldados em tempo de guerra. No entanto, toda essa organização existiu de fato apenas durante o Período Zhou Ocidental, após o qual perdeu sua relevância com o declínio do poder real diante dos estados ascendentes.
==== Origem e localização ====
Imenso tempo antes da queda dos Shang, os Zhou apareceram como um estado poderoso a ocidente do principal centro de atividades Shang. A origem do povo Zhou não é clara. Segundo [[Mêncio]], um discípulo de [[Confúcio]], "o rei [[Wen]] erá um [[bárbaro]] ocidental", a teoria que os Zhou teriam origem turca tem ganho algum apoio. No entanto não há apoios linguísticos que assinalem uma origem
=== Período das Primaveras e dos Outonos ===
{{artigo principal|[[Período das Primaveras e dos Outonos]]}}
No [[século VIII a.C.]], o poder político tornou-se descentralizado, durante o chamado Período das Primaveras e dos Outonos, cujo nome advém dos Anais das Primaveras e dos Outonos. Naquele período, chefes militares locais empregados pelos
À medida que a era continuava, estados maiores e mais poderosos anexavam ou reivindicavam suserania sobre os menores. Por volta do século VI a.C, a maioria dos pequenos estados havia desaparecido e apenas alguns grandes e poderosos principados dominavam a China. Alguns estados do sul, como Chu e Wu, reivindicaram a independência dos Zhou, com seus líderes se auto-proclamando reis, o que levou os Zhou a reagirem empreendendo guerras contra alguns deles (Wu e Yue).
[[Imagem:China Warring States Period.jpg|thumb|Os Reinos Combatentes.]]
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{{artigo principal|[[Período dos reinos combatentes]]}}
Após um processo de consolidação política, restavam, no final do [[século V a.C.]], sete Estados proeminentes. A fase durante a qual estas poucas entidades políticas combateram umas contra as outras é conhecida como o [[Período dos Reinos Combatentes]]. Durante
A figura de um rei zhou continuou a existir até [[256 a.C.]], mas apenas como chefe nominal, sem poderes concretos. A fase final deste período começou durante o reinado de [[Qin Shihuang|Ying Zheng]], rei de Qin. Após lograr a unificação dos outros seis Estados e anexar outros territórios nos atuais [[Zhejiang]], [[Fujian]], [[Guangdong]] e [[Guangxi]] em [[214 a.C.]], proclamou-se o
[[Imagem:Qinshihuang.jpg|thumb|140px|esquerda|[[Qin Shihuang]], primeiro imperador da China.]]
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