Fernando de Noronha: diferenças entre revisões

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[[Imagem:Couzinet Arc-en-Ciel.jpg|miniatura|O monoplano francês Couzinet 70 na ilha em 14 de junho de 1934|216x216px]]
 
Em 1938 a ilha foi novamente requisitada pela União para tornar-se um Presídio Político Federal,<ref name="Widmer"/> destinado "à concentração de indivíduos reputados como perigos à ordem pública ou suspeitos de atividades extremistas”.<ref>Cancelli, Elizabeth. [https://revistas.ufpr.br/historia/article/view/4648/3804 "Repressão e controle prisional no Brasil: prisões comparadas"]. In: ''História: Questões & Debates'', 2005; 42:141-156 </ref> Em diversos períodos haviam sido recolhidos para lá presos políticos, como os [[ciganos]] em 1739, os [[Revolução Farroupilha|farroupilhas]] em 1844 e os [[capoeira|capoeiristas]] em 1890.<ref name="Widmer"/> Reportagem da revista ''O Cruzeiro'', de 2 de agosto de 1930, descreve o presídio como "fantasma infernal para esses proscritos da sociedade", que viviam completamente alheios ao que se passava no resto do mundo, apesar de o Governo alegar que proporcionava aos presos "uma vida saudável de trabalho e de conforto".<ref>{{Citar periódico |ultimo= |primeiro= |data=2 de agosto de 1930|titulo= A ilha de Fernando Noronha|jornal= O Cruzeiro|editora = |local= |url= [http://www.memoriaviva.com.br/ocruzeiro/02081930/020830_5.htm|acessadoem ="A 1ilha de julhoFernando deNoronha"]. 2011}}''O Cruzeiro'', 03/08/1930</ref> O ex-governador de Pernambuco, [[Miguel Arraes]], foi preso lá após ser deposto do cargo de Governador de Pernambuco pelo [[Golpe de Estado no Brasil em 1964|golpe militar de 1964]]. Em 1957, a prisão foi fechada e o arquipélago foi visitado pelo presidente [[Juscelino Kubitschek]].<ref name="Scioffi">Scioffi, Silvio. [http://www1.folha.uol.com.br/folha/turismo/noticias/ult338u4963.shtml "Fernando de Noronha: História da ilha remete ao inferno e ao paraíso"]. ''Folha de São Paulo'', 31/03/2005 </ref>
 
Em 1942 tornou-se um [[Território Federal de Fernando de Noronha|território federal]], administrado por militares, que incluía o [[Atol das Rocas]] e o [[Arquipélago de São Pedro e São Paulo]]. A entidade administrativa durou 46 anos.<ref name="Widmer"/> Durante a Segunda Guerra Mundial, um aeroporto foi construído em setembro de 1942 pelas [[Forças Aéreas do Exército dos Estados Unidos]] para a rota aérea [[Natal (Rio Grande do Norte)|Natal]]-[[Dakar]]. É então fornecida uma ligação transoceânica entre o Brasil e a [[África Ocidental Francesa]] para carga, trânsito das aeronaves e pessoal durante a campanha dos [[Aliados (Segunda Guerra Mundial)|Aliados]] na [[África]]. O Brasil transferiu o aeroporto para a jurisdição da [[Marinha dos Estados Unidos]] em 5 de setembro de 1944.<ref>[http://airforcehistoryindex.org/data/000/001/957.xml USAFHRA Document 00001957]</ref> Após o fim da guerra, a administração do aeroporto foi transferido de volta para o [[governo brasileiro]]. O [[Aeroporto de Fernando de Noronha]] é servido por voos diários de [[Recife]] e Natal, na costa brasileira.
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[[File:Forte de Nossa Senhora dos Remédios de Fernando de Noronha - Pernambuco, Brasil.jpg|thumb|left|Detalhe do Forte de Nossa Senhora dos Remédios.]]
 
É também considerada área de interesse histórico em função de sua associação ao comerciante Fernão de Loronha, seu primeiro senhor, um dos grandes exploradores do pau-brasil. Seu interesse advém ainda de sua história militar. Sob o comando do governo, na época do presídio os detentos construíram uma série de fortificações. Este conjunto arquitetônico foi um importante testemunho dos sistemas de defesa do século XVIII, e incluía dez edifícios, destacando-se o [[Forte de Nossa Senhora dos Remédios (Fernando de Noronha)|Forte de Nossa Senhora dos Remédios]], cujas ruínas foram tombadas pelo [[Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional]] em 11 de novembro de 1937.<ref name="Widmer"/><ref name="IPHAN2">IPHAN. [http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/1666 ''Monumentos e Espaços Públicos Tombados - Fernando de Noronha (PE)''].</ref> A [[Igreja de Nossa Senhora dos Remédios (Fernando de Noronha)|Igreja de Nossa Senhora dos Remédios]], contemporânea ao Forte, de feição barroca-rococó simplificada, também foi tombada, sendo restaurada em 1988 pelo IPHAN.<ref>Menezes, José Luiz Mota. [http://www.hpip.org/pt/Heritage/Details/1004 ''Igreja de Nossa Senhora dos Remédios'']. ProjetoProjecto Património de Influência Portuguesa. </ref> Também são marcos arquitetônicos dignos de nota a antiga Casa de Banho, e os [[Fortificações na Ilha de Fernando de Noronha|remanescentes de outros fortes]], como o Santo Antônio, o São Pedro do Boldró, o São João Batista dos Dois Irmãos, todos tombados.<ref name="IPHAN2"/> Em 2017 o Conjunto Histórico de Fernando de Noronha foi tombado pelo IPHAN e declarado Patrimônio Cultural do Brasil, incluindo as fortificações, o conjunto urbano da [[Vila dos Remédios]], a Vila da Quixabá, a Capela de São Pedro dos Pescadores e o prédio da Air France.<ref>[http://portal.iphan.gov.br/noticias/detalhes/4170 ''Conjunto Histórico de Fernando de Noronha é o mais novo Patrimônio Cultural do Brasil'']. IPHAN, 22/96/2017</ref>
 
Além do interesse histórico mencionado anteriormente, o arquipélago tem sido alvo da atenção de vários cientistas dedicados ao estudo de sua flora, fauna, geologia, etc. O local também é considerado uma "entidade" separada pela Century DX club e, por isso, é visitado com bastante frequência por operadores de [[rádio amador]].