Gilda Abreu: diferenças entre revisões

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'''Gilda de Abreu''' ([[Paris]], [[23 de setembro]] de [[1904]] — [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], [[4 de junho|3]] de julho de]] [[1979]]) foi uma [[cineasta]], [[atriz]], [[cantora]], [[escritora]] e [[radialista]] [[brasil]]eira.
 
== Biografia ==
[[FileImagem:Gilda de Abreu, 1955.tif|thumb|left|Em 1955.]]
Gilda de Abreu nasceu na França em 23 de setembro de 1904, sua mãe era uma cantora lírica portuguesa e seu pai um médico e diplomata. Filha de família burguesa e católica, foi batizada aos 4 anos de idade no Brasil, para onde só retornou com o início da primeira guerra mundial, dez anos depois. No Brasil, morava na Tijuca bairro do Rio de Janeiro com seus avôs, sendo educada nos moldes europeus e passando por colégios de elite.
 
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A década de 30 iniciou com acontecimentos históricos importantes que vieram, mais tarde, influenciar também o cinema. A [[Revolução de 1930|Revolução de 30]], que pôs fim à [[República Oligárquica]], antecedeu o primeiro governo de [[Getúlio Vargas]] (1930-1937), em que houve uma grande expansão da industrialização. Nesse cenário, em que várias cidades se desenvolveram economicamente, surgiu o desejo por uma parcela da burguesia e da classe média urbana de reproduzir no país um estilo de vida europeu. Assim, empresários voltados para o entretenimento, inspirados no modelo de produção norte-americano, tentaram construir estúdios, contratar pessoal técnico e importar maquinário estrangeiro. O cinema brasileira foi impulsionado pela introdução do filme sonoro e pela melhoria das condições técnicas. O primeiro filme sonoro nacional foi a comédia "[[Acabaram-se os Otários]]" (1929), produzido em São Paulo, dirigido por [[Luiz de Barros]].
 
Na década de 30, novos estúdios surgiram em São Paulo e no Rio como a Épica Film, de César Melani e [[Cléo de Verberena]], e a [[Cinédia]], de [[Adhemar Gonzaga]], respectivamente. A Épica Film realizou apenas um filme, "O mistério do Dominó Preto" (1930)., enquanto a Cinédia, com uma proposta de produzir cinema nacional com a qualidade dos estúdios americanos, produziu em seus primeiros anos "Lábios sem Beijos" (1930), sob direção de [[Humberto Mauro]], recém-chegado ao Rio de Janeiro ,<ref>{{citar livro|título=Humberto Mauro, Cataguases, Cinearte|ultimo=GOMES|primeiro=Paulo Emílio Salles|editora=Perspectiva|ano=1974|local=|páginas=438|acessodata=}}</ref>, Mulher (1931), de [[Otávio Gabus Mendes|Octávio Gabus Mendes]] e "[[Ganga Bruta]]" (1933), de Humberto Mauro. Os filmes fracassaram e então, a Cinédia se associou a Waldow Filmes e produziu mais alguns filmes. Esses possuíam grande apelo comercial, pois contavam com sucessos do rádio como [[Carmen Miranda]], [[Mário Reis]], entre outros.<ref>{{citar web|url=http://www.cinedia.com.br|titulo=Cinédia, uma trajetória|data=|acessodata=|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref>
 
Também surgia nessa época a Brasil Vox Film, que em 1935 mudou de nome para Brasil Vita Filme, e realizou o longa-metragem de ficção "Favela dos Meus Amores", de [[Humberto Mauro]] e [[Carmen Santos (atriz e cineasta)|Carmen Santos]], os estúdios da Sonofilms, que dedicaram sua produção para chanchadas.
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Sua estreia não foi fácil, já que precisou se adaptar a linguagem cinematográfica e ao meio, chegando a passar por uma cirurgia plástica nas maçãs do rosto para de adequar aos padrões fotogênicos da época. Seu sotaque também foi um obstáculo, pois a personagem do filme interpretada por ela era uma brasileira que fingia ser francesa, e ainda, a aparelhagem técnica também não a deixava à vontade.
 
A personagem que ganhou vida através de Gilda era Marilda, representante da burguesia, educada a partir dos cinco anos em Paris. "Bonequinha de Seda" foi um sucesso, rendeu mais de 700 milhões e foi visto por mais de 200 mil pessoas, chegou até mesmo a ser elogiado pelo presidente [[Getúlio Vargas]] .<ref name=":0" />. A interpretação de Gilda também seguiu o mesmo parâmetro de elogios. A atriz, que também escreveu a música tema do filme e dirigiu a cena musical em que canta uma ária da ópera "[[Lucia di Lammermoor]]", se consolidava como artista.
 
Com tanto sucesso, a [[Cinédia]] pode investir e diversificar suas produções seguintes e Oduvaldo iniciou o roteiro de "Alegria", que também seria estrelado por Gilda de Abreu. Mas por causa de desentendimentos internos, que chegou a envolver uma longa batalha judicial de Oduvaldo contra a [[Cinédia]], a produção foi interrompida. Gilda ficou muito abalada com o ocorrido e se mostrou desiludida com o cinema brasileiro. Uma publicação da Folha da Noite afirmava que a atriz “Não trabalhará mais no cinema nacional, a menos que [[Oduvaldo Vianna]], que hoje se encontra em franca atividade na Argentina, volte ao nosso país, o que julga bastante difícil." <ref>(GILDA de Abreu descrê do êxito do cinema brasileiro. Folha da Noite, Rio de Janeiro, 9 jul. 1938)</ref>
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=== Retorno ao teatro ===
 
Gilda de Abreu e Oduvaldo trabalharam juntos novamente em 1939, desta vez na opereta "Mizú", que marcou o retorno da atriz para os palcos. Estreada sem divulgação em 15 de julho, pela Companhia Irmãos Celestino, de seu marido Vicente, a peça contava a história do brasileiro Raul, negociante de pérolas na China. Mizú, interpretada por Gilda, lutava na China contra a ocupação japonesa e para fugir dos soldados japoneses embarcou em um navio para o porto do Rio de Janeiro, onde conhece Raul e se sensibilizada com sua história. Infelizmente,  a obra escrita por Oduvaldo foi um fracasso .<ref name=":0" />.
 
A atriz então se afastou dos palcos mais uma vez e passou a empresariar a carreira do marido, a fim de conquistar a independência financeira do casal. [[Vicente Celestino]] encerrou a sociedade com seus irmãos na Companhia e abriu com a esposa a Companhia Vicente Celestino e Gilda de Abreu. A partir disso Gilda dedicou-se à carreira de autora teatral e escreveu em parceria com Luiz Iglesias a comédia "Olhos de Veludo" (1944). A peça, musicada por Vicente, aborda a diferença de classes e comportamentos falsos e desonestos, que são superados pelo amor.  
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*Nas gravações de [[O Ébrio (filme)|O Ébrio]], assim como [[Carmen Santos (atriz e cineasta)|Carmen Santos]], ela precisou usar calças, vestimento, que na época não era associada ao público feminino, para ser respeitada e ouvida.
 
== {{Referências ==}}
 
{{Controle de autoridade}}
 
[[Categoria:Atores do Brasil]]