Nuno José Severo de Mendoça Rolim de Moura Barreto: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 78:
Com a ascensão ao trono de [[Pedro V de Portugal|D. Pedro V]], os históricos permaneceram inicialmente na oposição. No entanto, o jovem rei era mais liberal que a sua mãe, a rainha D. Maria II. Pouco tempo depois de ter sido declarado maior pelas [[Cortes]] e, como tal, apto para reinar, demitiu o duque de Saldanha e designou o marquês de Loulé como novo presidente do Conselho de Ministros. Era a primeira vez, desde o golpe de Estado que levara Costa Cabral ao poder em 1842, que Portugal era governado por um partido de esquerda.
 
[[File:Duque de Loulé, Palácio de São Bento.png|thumb|left|250px|Duque de Loulé, [[Palácio de São Bento]].]]A 3 de Junho de 1856 fica responsável pela organização do ministério da Marinha, para o qual foi nomeado ministro. Ficou ainda com as pastas dos Negócios Estrangeiros, do Reino (por um curto período de tempo) e das Obras Públicas. Contudo o Governo durou apenas até [[1859]], quando os conservadores regressaram ao executivo. Mas pouco tempo depois, em [[1860]], o marquês de Loulé tornado-se presidente do Conselho pela segunda vez (até [[1865]]). Foi muitas vezes apontado por favorecer a própria família em vez da corte. Quando, em [[1861]], num curto espaço de tempo, faleceram o rei D. Pedro V e dois dos seus irmãos, vitimados pela cólera, e muito chorados pela população. Ainda que fosse devido a causas naturais, a morte do jovem rei fez correr o rumor de que o marquês de Loulé pretenderia fazer do próprio filho (que era, por via materna, era neto de D. João VI) rei de Portugal. Por essa razão teria mandado assassinar os herdeiros de D. Maria II. Embora carecendo de fundamento, este boato fez surgir vários motins e a sua vida chegou mesmo a estar em risco.
 
Para acabar com os levantamentos populares, devolver ao país a estabilidade de que este precisava e recuperar a sua popularidade, conseguiu acabar com as calúnias. Para isso, dirigiu-se pessoalmente a [[Turim]] para assinar o auto de recepção da princesa e futura rainha, D. Maria Pia de Sabóia e assumiu o título de duque de Loulé, em [[1862]].
Linha 84:
Procurou depois formar uma coligação com os regeneradores. No entanto, o [[Marquês de Sá da Bandeira]], a segunda figura do Partido Histórico, não concordou com esta medida, tendo ele e os seus apoiantes desligado-se da obediência ao partido. Em virtude disto, o duque de Loulé perdeu a maioria que o apoiava nas Cortes, e por isso Sá da Bandeira tornou-se no novo chefe de governo. Foi substituído em menos de um ano. Progressistas e regeneradores selam finalmente um acordo, a [[4 de Setembro]] de [[1865]], do qual Moura Barreto é o principal responsável. Forma-se então o chamado ''Ministério da Fusão'', liderado por [[Joaquim António de Aguiar]].
 
[[File:Duque de Loulé, Palácio de São Bento.png|thumb|left|250px|Duque de Loulé, [[Palácio de São Bento]].]]
Sá da Bandeira acabou entretanto por deixar o partido com os seus apoiantes em [[1867]], tendo formado um novo partido: o [[Partido Reformista]]. Em [[1869]], [[Luís I de Portugal|D. Luís]] designou o duque de Loulé, pela terceira e última vez, chefe de governo. O seu mandato durou apenas um ano. O arqui-rival, o duque de Saldanha (que desde [[1856]] havia sido embaixador em diferentes locais e, como tal, abstido-se da política interna), havia de pôr fim ao seu último governo. A [[19 de Maio]] de [[1870]], este último regressa a Portugal e promove um golpe de Estado, a ''Ajudada'', assim chamada por se ter dirigido ao Palácio da Ajuda, onde vivia o rei D. Luís e a família real, e ter requerido, devido à sua avançada idade (contava então 79 anos), uma recompensa apropriada pelos seus serviços – um lugar no governo, como Ministro da Guerra. Como Moura Barreto recusou a proposta, Saldanha derrubou o seu governo e instituiu uma ditadura sem controlo parlamentar, a qual, no entanto, seria breve (findou em [[29 de Agosto]] do mesmo ano). A ela se seguiu um novo governo de Sá da Bandeira.