Pardos: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m Foram revertidas as edições de 189.48.32.61 para a última revisão de Chronus, de 12h38min de 4 de abril de 2019 (UTC)
Etiqueta: Reversão
Resgatando 10 fontes e marcando 0 como inativas. #IABot (v2.0beta14)
Linha 9:
| imagem6 = Hulk.JPG | legenda6 = [[Hulk (futebolista)|Hulk]]<ref>{{citar web |url=http://oglobo.globo.com/esportes/duas-caras-novas-para-apagar-fama-de-clube-racista-do-zenit-5997903 |título=Duas caras novas para apagar a fama de clube racista do Zenit |editor=[[O Globo]] |data=5 de setembro de 2012 |acessodata=19 de julho de 2014 |citação=Mulato Hulk e negro Witsel são os reforços de peso de um elenco formado só por brancos}}</ref>
| imagem7 = Nilo Peçanha 02.jpg | legenda7 = [[Nilo Peçanha]]<ref>{{citar web |url=http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/1,,EMI17729-15254,00.html |título=O Brasil já teve seu "Obama"|data=22 de novembro de 2008 |acessodata=21 de julho de 2014 |citação=Peçanha era mulato – sua mãe era negra – e a imprensa da época constantemente fazia charges e anedotas referentes à cor de sua pele.}}</ref><ref name="Beattie">{{Citar web |url=http://books.google.com.br/books?id=9Yv38N0-CqMC&printsec=frontcover&source=gbs_summary_r&cad=0#PPP1,M1 |título=BEATTIE, Peter M. "The Tribute of Blood: Army, Honor, Race, and Nation in Brazil, 1864-1945". Duke University Press, 2001. ISBN 0-8223-2743-0,9780822327431. pp. 7. (visitada 3 de setembro de 2008) |língua= |autor= |obra= |data= |acessodata=}}</ref>
| imagem8 = Machado_de_Assis_aos_57_anos.jpg | legenda8 = [[Machado de Assis]]<ref>{{citar web |url=http://www.revistadehistoria.com.br/secao/nota/machado-de-assis-branqueado-1 |título=Revista de História |data=16 de setembro de 2011 |acessodata=19 de julho de 2014 |citação=A última campanha publicitária da Caixa Econômica Federal, em comemoração aos seus 150 anos, pôs um ator branco interpretando o escritor (e mulato) Machado de Assis (1839-1908). |arquivourl=https://web.archive.org/web/20140805040115/http://www.revistadehistoria.com.br/secao/nota/machado-de-assis-branqueado-1 |arquivodata=2014-08-05 |urlmorta=yes }}</ref><ref>{{citar web |url=http://www.companhiadasletras.com.br/autor.php?codigo=00932 |título=MACHADO DE ASSIS |editor=[[Companhia das Letras]] |acessodata=21 de julho de 2014|citação=Seu pai, Francisco José de Assis, era “pardo” e neto de escravos; sua mãe, Maria Leopoldina Machado, era açoriana.}}</ref><ref>{{citar web |url=http://anpuh.org/anais/?p=16859 |título=Mestiço, pobre, nevropata: biografia e modernidade no Machado de Assis de Lúcia Miguel Pereira |autor=Márcia de Almeida Gonçalves |editor=[[UERJ]]/[[PUC-Rio]] |data=2005 |acessodata=21 de julho de 2014}}</ref>
| imagem9 = Cannes 2015 22.jpg | legenda9 = [[Adriana Lima]]<ref>{{citar web |url=http://mdemulher.abril.com.br/blogs/modaspot-news/no-auge-do-sucesso-top-adriana-lima-completa-30-anos/ |título=No auge do sucesso, top Adriana Lima completa 30 anos |editor=MdeMulher |data=12 de junho de 2011 |acessodata=21 de julho de 2014 |citação=Com DNA brasileiríssimo (ela tem no sangue descendência francesa, índia, portuguesa e japonesa), surpreendeu o mercado de moda brasileiro, que, na maioria esmagadora dos casos, privilegia modelos do Sul do país, de origem ítalo-alemã.}}</ref>
| imagem10 = Fernando Henrique Cardoso (1994).jpg | legenda10 = [[Fernando Henrique Cardoso]]<ref>{{citar web |url=http://famosos.culturamix.com/historicos/fernando-henrique-cardoso |editor=Cultura Mix |título=Fernando Henrique Cardoso |acessodata=20 de julho de 2014|citação=FHC, como é conhecido o ex-presidente Fernando Henrique é descendente de uma família de militares revolucionários e de uma escrava}}</ref>
| imagem11 = Ronaldo-14-05-2013.jpg | legenda11 = [[Ronaldo Luís Nazário de Lima|Ronaldo]]<ref>{{citar web |citação=É o que aconteceu a pouco tempo atrás com o jogador Ronaldo, que se declarou da cor branca, enquanto os seus pais disseram que ele era pardo. |url=http://www.ie.ufrj.br/aparte/pdfs/aparte_qual_a_cor_do_presidente_lula.pdf |título=Qual a cor do presidente Lula? |autor=José Eustáquio Diniz Alves |editor=[[UFRJ]] |acessodata=21 de julho de 2014}}</ref><ref>{{citar web |url=http://www.midiaindependente.org/pt/red/2005/05/317716.shtml |título=Ronaldinho acha que é Branco |autor=[[Míriam Leitão]] |data=29 de maio de 2005 |acessodata=21 de julho de 2014}}</ref><ref>{{citar web |url=http://racabrasil.uol.com.br/Edicoes/88/artigo9206-1.asp/ |título=Ser negro é uma questão da cor da pele? |editor=Raça Brasil |acessodata=21 de julho de 2014 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20140727225509/http://racabrasil.uol.com.br/Edicoes/88/artigo9206-1.asp/ |arquivodata=2014-07-27 |urlmorta=yes }}</ref>
| imagem12 = Vanessa_da_Mata-Lisboa_2007.jpg |legenda12=[[Vanessa da Mata]]<ref>{{citar web |url=http://racabrasil.uol.com.br/edicoes/95/artigo14843-1.asp/?o=r |título= COM VOCÊS, VANESSA DA MATA |editor=Raça Brasil |acessodata=21 de julho de 2014 |citação=Algumas contradições, porém, permeiam a vida e a personalidade dessa filha de judeu ítalo-português com mestiça de negros e índios. |arquivourl=https://web.archive.org/web/20150414144616/http://racabrasil.uol.com.br/edicoes/95/artigo14843-1.asp/?o=r |arquivodata=2015-04-14 |urlmorta=yes }}</ref>
}}
|grupo = '''Brasileiros pardos'''
|população = '''Pardos'''<br>'''84 700 000 brasileiros pardos'''<br><small>44,2% da população do Brasil<ref name="IBGE">{{citar web |url=http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2009/tabelas_pdf/brasil_1_2.pdf |título=Tabela 1.2 - População residente, por cor ou raça, segundo a situação do domicílio e o sexo - Brasil |editor=[[IBGE]] |data=2009 |acessodata=21 de julho de 2014 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20150924122330/http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2009/tabelas_pdf/brasil_1_2.pdf |arquivodata=2015-09-24 |urlmorta=yes }}</ref>
|regiões = Todas as regiões do Brasil. Predominantes nas regiões [[Região Norte|Norte]], [[Região Nordeste|Nordeste]] e [[Região Centro-Oeste|Centro-Oeste]], [[Minas Gerais]] e [[Espírito Santo]].
|línguas = [[língua portuguesa]]
Linha 53:
===Nos censos brasileiros===
[[File:Nascimento Caboclo.JPG|thumb|Nascimento de caboclo representado no Monumento aos Bandeirantes, em [[Santana de Parnaíba]], [[São Paulo]]]]
A categoria "pardo" foi usada no primeiro censo brasileiro de 1872. Em 1890, foi substituída pelo termo "mestiço", mas foi novamente inserida no censo a partir de 1920.<ref>http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/caracteristicas_raciais/notas_tecnicas.pdfinserir fonte aqui</ref> Em 1872, os pardos eram 38,3% da população, os brancos 38,1% e os pretos 19,7%. Em 1940, a população parda havia se reduzido para 21,2%, a preta para 14,6% e a branca aumentado para 63,8%.<ref name="tendencia">{{citar web|título=Tendência Demográficas|data=2000 |url=http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2000/tendencias_demograficas/tendencias.pdf|acessodata=2012-21-07|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110813020156/http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2000/tendencias_demograficas/tendencias.pdf|arquivodata=2011-08-13|urlmorta=yes}}</ref> Esse processo de "branqueamento" tem várias explicações. Primeiro, a grande imigração trouxe milhões de europeus para o Brasil nas décadas antecedentes. As taxas de reprodução dos não brancos eram menores do que dos brancos. A miscigenação aumentou, gerando uma prole de pele mais clara.<ref name=skidmore>{{citar livro |título = Preto no Branco - Raça e Nacionalidade no Pensamento Brasileiro|autor=Thomas E. Skidmore|páginas =391–|ano=1989|editora=[[Companhia das Letras]]}}</ref> E, por fim, muitas pessoas que, nos censos anteriores, se classificavam como "pretas" migraram para a categoria "parda", assim como muitos que se diziam "pardos" migraram para a categoria "branca". Este fenômeno estava associado à ascensão social de pessoas de pele mais escura que foram "migrando" para as categorias mais claras de cor, uma vez que, no Brasil, a classe social interfere na classificação racial.<ref>http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/rev_inf/vol11_n1_1994/vol11_n1_1994_1artigo_3_17.pdf Categorias do Censo e Classificação Subjetiva de Cor no Brasil</ref>
 
O demógrafo Giorgio Mortara calculou que, do censo de 1872 ao de 1940, 59 mil brasileiros anualmente "passaram" da categoria parda para a branca. Assim, no censo de 1940, pelo menos 4 milhões de pessoas classificadas como brancas foram classificadas como pardas nos censos anteriores ou descendiam destas.<ref name = "saude">COSTA, Albertina de Oliveira e AMADO, Tina. ''Alternativas Escassas - Saúde, Sexualidade e Reprodução na América Latina''. Editoria Nova Fronteira, 1994.</ref>
Linha 95:
 
==== Pardos como negros: a metodologia do IBGE e críticas ====
Nos últimos anos, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ([[IBGE]]), em suas análises de indicadores socioeconômicos, vem agregando as categorias pardos e pretos numa categoria única denominada "negros".<ref>[https://vestibular.uol.com.br/noticias/redacao/2013/05/03/ibge-usa-classificacao-de-cor-preta-grupo-negro-reune-pretos-e-pardos.htm IBGE usa classificação de cor preta; grupo negro reúne pretos e pardos... - Veja mais em https://vestibular.uol.com.br/noticias/redacao/2013/05/03/ibge-usa-classificacao-de-cor-preta-grupo-negro-reune-pretos-e-pardos.htm?cmpid=copiaecola]</ref> Segundo uma fonte, essa forma de categorizar os brasileiros não está relacionada a questões de ordem racial, cultural, de cor, genética ou antropológica, mas apenas a avaliação das "condições de vida" dos brasileiros. A explicação dada pelo IBGE para isso é que os indicadores de condição de vida dos pardos e dos pretos são parecidos e que a origem da palavra "negro" faz com que ela possa ser usada em outros contextos e não só quando se trata de populações africanas.<ref>{{Citar web |url=http://www.geledes.org.br/em-debate/negro-e-uma-construcao-social-afirma-especialista-do-ibge.html |titulo=Cópia arquivada |acessodata=2010-09-21 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20101017030048/http://www.geledes.org.br/em-debate/negro-e-uma-construcao-social-afirma-especialista-do-ibge.html |arquivodata=2010-10-17 |urlmorta=yes }}</ref>
 
Porém, esta decisão tem causado muitas polêmicas, pois não é um consenso geral na sociedade brasileira. Os brasileiros, geralmente, utilizam-se dos mais variados "termos raciais" para denominarem uns aos outros numa perspectiva multirracial. Entre os brasileiros, a "raça" de um indivíduo é baseada mais na aparência e alguns critérios subjetivos do que propriamente na ancestralidade. Isto gera, obviamente, equívocos e ambiguidades, porém é um traço da cultura brasileira que não pode ser ignorado. Os enganos causados pelo desconhecimento dessa nova metodologia do IBGE são grandes, sendo cometidos até por jornais e políticos.<ref>{{citar web |url=http://www.livrosgratis.com.br/arquivos_livros/cp024001.pdf |título=Preconceito, branqueamento e anti-racialismo: porque e como utilizar a categoria negro nas políticas de ação afirmativa |autor=Lauro Stocco |data=2006 |editor=Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro |acessodata=12 de agosto de 2014}}</ref>
Linha 139:
{{Principal|Composição étnica do Brasil}}
[[Image:Igreja e Largo do Livramento - c. 1880.jpg|thumb|260px|[[Igreja de Nossa Senhora do Livramento dos Homens Pardos]] no [[Recife]] (c. 1880).]]
[[Ficheiro:Redenção.jpg|thumb|260px|Obra ''[[A Redenção de Cam]]'' (1895), de [[Modesto Brocos]], mostrando uma avó [[Afro-brasileiros|negra]], uma filha [[Mulata (canção)|mulata]] e genro e neto brancos. Para o governo brasileiro da época, a cada geração o brasileiro ficaria mais [[Brasileiros brancos|branco]].<ref>{{pt}}[http://cienciahoje.uol.com.br/controlPanel/materia/view/2655 Ciência Hoje - Livro explica surgimento do ''Homo brasilis''] {{Wayback|url=http://cienciahoje.uol.com.br/controlPanel/materia/view/2655 |date=20081007234352 }}</ref>]]
 
Uma característica da [[colonização portuguesa]] é que ela era dominantemente masculina. A [[Imigração portuguesa no Brasil|imigração portuguesa para o Brasil]] nos séculos XVI e XVII foi composta praticamente somente por homens. Dada essa ausência de mulheres brancas disponíveis ao matrimônio, mostrava-se inevitável que o colono português tomasse como amante uma mulher de origem africana ou indígena, fato que explica o grande número de pardos presente na população brasileira atual.<ref name=libertos>{{citar livro|título=Escravos e Libertos no Brasil Colonial|autor =A.J.R RUSSEL-WOOD|páginas=-&ndash;-|ano=2005|publicado=Civilização Brasileira}}</ref>
Linha 170:
=== Por região ===
 
As regiões do Brasil por porcentagem de indivíduos pardos, segundo dados de 2009:<ref>{{citar web | url = http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/sinteseindicsociais2010/SIS_2010.pdf | titulo = Síntese dos Indicadores Sociais 2010 | trabalho = Tabela 8.1 - População total e respectiva distribuição percentual, por cor ou raça, segundo as Grandes Regiões, Unidades da Federação e Regiões Metropolitanas - 2009 | publicado = Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) | acessodata = 19 set. 2010 | formato = [[PDF]] | arquivourl = https://www.webcitation.org/618PsSSA4?url=http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/sinteseindicsociais2010/SIS_2010.pdf | arquivodata = 2011-08-22 | urlmorta = yes }}</ref>
 
# [[Região Norte do Brasil|Região Norte]] – 71,2%
Linha 182:
[[Imagem:Pardos no Brasil 2009.png|thumb|direita|300px|Estados de acordo com a percentagem de pardos em 2009]]
 
Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 2009,<ref>{{citar web | url = http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/sinteseindicsociais2010/SIS_2010.pdf | titulo = Síntese dos Indicadores Sociais 2010 | trabalho = Tabela 8.1 - População total e respectiva distribuição percentual, por cor ou raça, segundo as Grandes Regiões, Unidades da Federação e Regiões Metropolitanas - 2009 | publicado = Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) | acessodata = 19 set. 2010 | formato = [[PDF]] | arquivourl = https://www.webcitation.org/618PsSSA4?url=http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/sinteseindicsociais2010/SIS_2010.pdf | arquivodata = 2011-08-22 | urlmorta = yes }}</ref> dos dez estados brasileiros com maior população parda, cinco estavam na [[Região Norte do Brasil|Região Norte]] e cinco na [[Região Nordeste do Brasil|Região Nordeste]]:
 
# [[Amazonas]] – 77,2%
Linha 196:
 
=== Por município ===
Segundo dados do recenseamento de 2000 feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística,<ref>[{{Citar web |url=http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/listabl1.asp?c=2112&n=0&u=0&z=cd&o=7&i=P |titulo=www.sidra.ibge.gov.br] |acessodata=2010-01-22 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20150924101941/http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/listabl1.asp?c=2112&n=0&u=0&z=cd&o=7&i=P |arquivodata=2015-09-24 |urlmorta=yes }}</ref> dos dez municípios brasileiros com maior população parda, oito estavam na [[Região Nordeste do Brasil|Região Nordeste]] e dois na [[Região Norte do Brasil|Região Norte]]:
 
# [[Nossa Senhora das Dores (Sergipe)|Nossa Senhora das Dores]] (Sergipe) – 98,16%