Fantasia (psicologia): diferenças entre revisões

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'''Fantasia''' em [[psicologia]] é um [[mecanismo de defesa]]<ref name="Gabbard2015">{{citecitar booklivro|authorautor =Glen O. Gabbard|titletítulo=Psiquiatria Psicodinâmica na Prática Clínica - 5ed|url=https://books.google.com/books?id=jIUdCwAAQBAJ&pg=PT44|datedata=1/12/2015|publisherpublicado=Artmed Editora|isbn=978-85-8271-280-1|pagepágina=44}}</ref> que consiste na criação de um sistema de vida paralelo, que existe apenas na [[imaginação]] de quem o cria com o objetivo de proporcionar uma satisfação ilusória, que não é ou não pode ser obtida na vida real.<ref name="Neto2003">{{citecitar booklivro|authorautor =Alfredo Cataldo Neto|titletítulo=Psiquiatria para estudantes de medicina|url=https://books.google.com/books?id=B8LByUTKwS0C&pg=PA44|yearano=2003|publisherpublicado=EDIPUCRS|isbn=978-85-7430-370-3|pagepágina=44}}</ref><ref>[http://www.newworldencyclopedia.org/entry/Defense_mechanism#Fantasy Defense mechanism > Fantasy], New World Encyclopedia {{en}}</ref> Não pode ser confundida com a [[Idealização e desvalorização|idealização]], que cria um sistema em que se deseja viver, mas ao mesmo tempo, leva ao planejamento e a movimentação para que aquela idealização se torne realidade no futuro, o que acaba por implicar na tomada de decisões e mudanças realizadas no presente.<ref>Rossana Ribeiro da Graça Kikuti, [http://www.ipe-instituto.org.br/index.php/lista-de-jornais-usermenu-2/986-dezembro-de-2012/1207-comportamento-mecanismo-de-defesa-fantasia ''Comportamento: Mecanismo de Defesa: Fantasia''], IPE - Instituto de Pesquisas Evolutivas</ref>
 
==Freud==
[[Sigmund Freud]] tinha uma visão positiva da fantasia, considerando-a um mecanismo de defesa, Freud considerava que homens e mulheres "não podem subsistir da escassa satisfação que podem tirar da realidade." Nós simplesmente não podemos prescindir de construções auxiliares", como [[Theodor Fontane]] disse uma vez ... [sem] residir em desejos imaginários de realização."<ref name="Freud1991">{{citecitar booklivro|authorautor =Sigmund Freud|titletítulo=Introductory Lectures on Psychoanalysis|url=https://books.google.com/books?id=nP-tQgAACAAJ|yearano=1991|publisherpublicado=Penguin Books|isbn=978-0-14-013791-0|pagepágina=419}}</ref> À medida que a adaptação da infância ao princípio de realidade se desenvolve, também se desenvolve "uma espécie de atividade do pensamento que se divide; essa parte foi mantida livre de testes de realidade e permanece subordinada ao princípio único de prazer. Essa atividade é a 'fantasiar'... o "sonhar acordado". "À medida que a adaptação da infância ao princípio de realidade se desenvolve, também se desenvolve "uma espécie de atividade do pensamento que se divide; essa parte foi mantida livre de testes de realidade e permanece subordinada ao princípio único de prazer. Essa atividade é a 'fantasiar'... o "sonhar acordado". "<ref>Sigmund Freud, ''On Metapsychology'' (Penguin Freud Library 11) p. 39</ref> Ele comparou essa fantasia à maneira como uma "reserva natural preserva seu estado original, onde tudo ... incluindo o que é inútil e até mesmo o que é nocivo, pode crescer e proliferar como quiser".<ref>Freud, ''Introductory'' p. 419</ref>
 
[[Devaneio]]s para Freud, portanto, era um recurso valioso. "Esses sonhos são catexizados com grande interesse; são cuidadosamente apreciados pelo sujeito e geralmente escondidos com grande sensibilidade ... tais fantasias podem ser inconscientes ou conscientes".<ref>Sigmund Freud, ''On Psychopathology'' (Penguin Freud Library 100 p. 88</ref> Essas fantasias contém uma grande parte da verdadeira essência constitucional de uma personalidade, e que o homem energético "é aquele que consegue através de seus esforços, transformar suas desejosas fantasias em realidade", enquanto o artista "pode transformar suas fantasias em criações artísticas" em vez de sintomas... o destino da neurose ".<ref>Sigmund Freud, ''Five Lectures on Psycho-Analysis'' (London 1995) p. 81</ref>
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== Klein ==
[[File:Helleu - Daydream.jpg|thumb|right|240px|''Rêverie'' ([[devaneio]]), 1901, de Paul César Helleu]]
[[Melanie Klein]] ampliou o conceito de fantasia de Freud para cobrir o relacionamento da criança em desenvolvimento com um mundo de objetos internos. Em seu pensamento, esse tipo de "atividade lúdica dentro da pessoa é conhecida como 'fantasia inconsciente'. E essas fantasias são frequentemente muito violentas e agressivas. Elas são diferentes dos sonhos diurnos comuns ou 'fantasias'".<ref name="HinshelwoodRobinson2014">{{citecitar booklivro|author1autor1 =R. D. Hinshelwood|author2autor2 =Susan Robinson|titletítulo=Introducing Melanie Klein: A Graphic Guide|url=https://books.google.com/books?id=x_GmAwAAQBAJ&pg=PT103|datedata=5/5/2014|publisherpublicado=Icon Books Limited|isbn=978-1-84831-779-6|pagepágina=103}}</ref>
 
O termo "fantasia" tornou-se uma questão central com o desenvolvimento do grupo kleiniano como uma linha distintiva dentro da Sociedade Psicanalítica Britânica, e estava no centro das chamadas [[discussões controversas]] dos anos de guerra. "Um artigo de Susan Isaacs (1952) sobre 'A natureza e a função de Phantasy' ... foi geralmente aceito pelo grupo Klein em Londres como uma declaração fundamental de sua posição."<ref>R. D. Laing, ''Self and Others'' (Middlesex 1969) p. 17 e nota</ref> Como característica definidora, "os psicanalistas kleinianos consideram o inconsciente como sendo constituído de fantasias de relações com objetos. Estes são pensados como primários e inatos, e como representações mentais de instintos ... os equivalentes psicológicos na mente dos mecanismos de defesa. "<ref>Hinshelwood/Robinson, ''Introducing'' p. 174</ref>