Partido Social Democrata (Portugal): diferenças entre revisões

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|internacional = '''Atualmente:''' [[Internacional Democrata Centrista]] <br> '''Anteriormente:''' [[Internacional Liberal]]
|fundação = {{dtlink|6|5|1974}}
|ideologia = '''Atualmente:'''<br />[[Conservadorismo liberal]]<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.pt/books?id=w4DMRL66gOIC&pg=PA348&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false|nome=André|sobrenome=Krouwel|título=Party Transformations in European Democracies|língua=Inglês|editora=State University of New York Press|ano=2012|páginas=451|página=348|isbn =9781438444833}}</ref><ref>http://www.parties-and-elections.eu/portugal.html</ref> <br> [[Liberalismo clássico]]<ref>{{Citar web |url=http://www.psd.pt/ficheiros/dossiers_politicos/dossier1389616993.pdf |titulo=Cópia arquivada |acessodata=2017-01-16 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20170222122429/http://www.psd.pt/ficheiros/dossiers_politicos/dossier1389616993.pdf |arquivodata=2017-02-22 |urlmorta=yes }}</ref><br>
'''Anteriormente:'''<br />[[Social-democracia |Social-democracia portuguesa]]<ref>http://www.ionline.pt/279723</ref><ref>[http://www.janusonline.pt/conjuntura/conj_1998_3_7_e.html Relações internacionais dos Partidos Políticos portugueses por Cristina Crisóstomo in ''Janus 2009''] {{Wayback|url=http://www.janusonline.pt/conjuntura/conj_1998_3_7_e.html |date=20160306001348 }}.</ref><br />
|espectro = '''Atualmente:''' <br> [[Centro-direita]]<ref>{{Lien web|auteur=|titre=Portugal/Le parti social-démocrate (centre-droit) remporte les législatives|jour=|mois=|année=|url=https://www.20minutes.fr/monde/736005-20110605-portugalle-parti-social-democrate-centre-droit-remporte-legislatives|site=|consulté le=21 mars 2018}}</ref><ref>{{Lien web|auteur=La-Croix.com|titre=Au Portugal, la droite réduite à l’opposition|jour=|mois=|année=|url=https://www.la-croix.com/Monde/Europe/Au-Portugal-droite-reduite-lopposition-2018-02-19-1200914979|site=La Croix|consulté le=21 mars 2018}}</ref><br>
'''Anteriormente:''' <br> [[Centro-esquerda]] a [[Centrismo|Centro]]
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Mas Sá Carneiro, antigo aluno de Caetano, que respeitava, foi politicamente unívoco. Ao integrar as listas da União Nacional, a convite do renovador Melo e Castro, declarou "total independência em relação ao [[Governo]] de Marcello Caetano". Melo e Castro não comunicou ao sucessor de Salazar a condição prévia, inédita nos anais do regime. Daí que, em maio de [[1971]], ao comentá-la, Caetano declarasse a Sá Carneiro que a considerava inaceitável, por implicar a ausência de espírito de disciplina; e que não o teria aceite nas listas se a conhecesse. O deputado lamentou o equívoco e desafiou "O meu lugar está inteiramente ao dispor". Caetano contemporizou.
 
Depois da morte prematura de José Pedro Pinto Leite, pivot dos "liberais" e arauto de uma política que designou de "centro reformista",<ref>[{{Citar web |url=http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/aso/n182/n182a20.pdf |titulo=Ala liberal, o desencanto do reformismo] |acessodata=2009-08-31 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20070612003333/http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/aso/n182/n182a20.pdf |arquivodata=2007-06-12 |urlmorta=yes }}</ref> inspiradora de medidas avançadas de Caetano, Sá Carneiro reclamou o seu legado. E foi em nome do "centro reformista", pouco estruturante, que se afirmou como o mais ''outspoken'' político surgido após o eclipse de Salazar. O seu discurso espelhou aspirações crescentes das classes médias descompreensão do autoritarismo, crescimento económico, a Europa democrática como padrão. Nas intervenções parlamentares, Sá Carneiro privilegiou a defesa das liberdades públicas e do primado do Direito e bateu-se pela "[[democracia]] de tipo europeu e ocidental". Fora da Assembleia, defendeu presos políticos, incluindo comunistas, como José Pedro Soares, que visitou em [[Caxias]]. E em [[1972]], em entrevista ao [[República (jornal)|República]], feita por [[Jaime Gama]], declarou-se "social-democrata". O que era, à época, uma escandalosa heresia. A [[Assembleia Nacional (Portugal)|Assembleia Nacional]], espaço ritual de liturgias, tornou-se palco de uma impressiva batalha. Logo em 1969&nbsp;um ariete da ultradireita, Francisco Casal-Ribeiro, alertava Caetano para a acção de Sá Carneiro e dos seus colegas "Há líderes, mas com aspecto de "clandestinidade" e acolitados por uma espécie de sublíderes, cuja actividade, dentro e fora da Assembleia Nacional, é preocupante e cuja acção pode, de um momento para o outro, tornar-se explosiva e, porque não dizê-lo, subversiva". A animosidade dos debates, com ecos na opinião pública, apesar da [[censura]], obrigou Caetano a nomear (outubro de [[1970]]) um vigilante líder da maioria alinhada.
 
O "centro político", que teria expressões avulsas como a SEDES, era periférico num país bipolar e maniqueísta. Entre a direita instalada e a esquerda marxista, clandestina ou tolerada, o [[Estado Novo (Portugal)|Estado Novo]] deixara a terra de ninguém. Os liberais foram assim remetidos para a periferia, risível para um discípulo de Caetano, André Gonçalves Pereira, que em 1971 lhe assegurava "Quanto aos liberais, coitaditos, o seu principal defeito é não terem força nenhuma, para além de natural e legitimamente quererem fazer propaganda pessoal". Caetano passou a queixar-se dos "liberais" (ou "cavalos de [[Troia]]", labéu da imprensa hostil, que era quase toda) como de trânsfugas ingratos que escaparam ao promotor. Mas Sá Carneiro identificara-se, desde a primeira hora, e também por isso fez do isolamento uma força multiplicável. De tal modo que, em maio de 1971, um Caetano endurecido, de facto refém das [[Forças Armadas]] e da sacra missão imperial, advertia Sá Carneiro "Depois veio a República e a Constituição de [[1911]]. As liberdades foram enunciadas em termos mais amplos. E foi o que se viu: desordem política, confusão social, caos financeiro, miséria económica e, finalmente, um país arruinado que, sem luta, procura na autoridade remédio para os seus males. É bem verdade que a História não ensina os homens." O desacerto entre o ímpeto renovador dos "liberais" e o gradualismo de Caetano ficou um irreparável divórcio no [[Verão]] de 1971, durante os trabalhos da revisão da [[Constituição]].
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== Ideologia do partido ==
O Partido Social Democrata é um partido não confessional,<ref name="psd.pt">{{citar web|url=http://www.psd.pt/archive/doc/programa.pdf|título=Programa do partido Social Democrata|acessodata=2009-09-08|arquivourl=https://web.archive.org/web/20090504181235/http://www.psd.pt/archive/doc/programa.pdf|arquivodata=2009-05-04|urlmorta=yes}}, pág. 12</ref> ou seja, tem carácter laico. O laicismo é uma [[doutrina]] política e social que defende e promove a separação do Estado das igrejas e das comunidades religiosas, assim como a neutralidade do Estado em matéria religiosa. Assim o PSD opõe-se simultaneamente ao ateísmo de Estado e à [[teocracia]] ou [[teodemocracia]]. Reconhece porém a matriz essencialmente humanista cristã dos cidadãos portugueses, frequentemente mediada pela Igreja Católica Romana.<ref name="psd.pt" />
 
Para além da laicidade, o PSD preconiza o regime republicano como forma de governo: forma de [[governo]] na qual um representante, normalmente chamado [[presidente]], é escolhido pelos [[cidadãos]] para ser o [[chefe de país]]. A forma de [[eleição]] é normalmente realizada por [[voto]] livre e secreto, em intervalos regulares, variando conforme o [[país]]. Entre a facção social-democrata do PSD (tal como na população portuguesa em termos estatísticos), o catolicismo romano é maioritário, apesar da social-democracia, no Centro da Europa continental e da Europa Nórdica estar ligada, principalmente, aos cristãos protestantes,<ref>[http://www.absoluteastronomy.com/topics/Christian_socialism Christian Socialism]</ref> principalmente sobre a forma de socialismo cristão ou semelhante.<ref>[http://books.google.pt/books?id=C5V7oyy69zgC&pg=PA636&lpg=PA636&dq=%22Social+democracy+Protestant+Christianity%22&source=bl&ots=KP8CmppcHa&sig=4XCWp-eTvbWo_CayOLcPujrd5K0&hl=pt-PT&ei=gzamSpakH8yrjAeco9SgDg&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=4#v=onepage&q=&f=false The Encyclopedia of Christianity, Volume 4 Por Erwin Fahlbusch, Geoffrey William Bromiley]</ref> O S.P.D. alemão, por exemplo, é eleitoralmente forte junto à população alemã de confissão luterana (e protestante em geral) e nas regiões norte e leste da [[Alemanha]].<ref>[http://books.google.pt/books?id=HUQGCmSxSXcC&pg=PA181&lpg=PA181&dq=%22SPD+stronger+protestant+states%22&source=bl&ots=Wc6rPu0LBz&sig=7RIRbmKodr3LL6qYSywDFBuhMpw&hl=pt-PT&ei=7TemSo6wN9yNjAfZnt3EDg&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1#v=onepage&q=&f=false Germany transformed: political culture and the new politics Por Kendall L. Baker, Russell J. Dalton, Kai Hildebrandt]</ref>
 
O PSD começou por ser um partido que se situava entra a Esquerda social-democrata e o Centro-Esquerda social-democrata não-marxista, nunca tendo ultrapassado uma posição de Liberalismo Social avançado de Centro-Direita reformista que lhe deu [[Aníbal Cavaco Silva]]<ref>[{{Citar web |url=http://www.fundacaorespublica.pt/cms/files/conteudos/freire_moreira_2009_res_publica_p2.pdf |titulo=O PS visto de dentro: a organização vista de dentro os militantes e os eleitos - Modulo 3 A base social e eleitoral do PS - Formadores: Politólogo Professor André Freire (Politólogo, Auxiliar do ISCTE e investigador sénior do CIESISCTE) e Diogo Moreira (Politólogo, doutorando e investigador júnior do ICS/UL)] |acessodata=2011-08-11 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20111113191657/http://www.fundacaorespublica.pt/cms/files/conteudos/freire_moreira_2009_res_publica_p2.pdf |arquivodata=2011-11-13 |urlmorta=yes }}</ref><ref>[http://www.google.pt/url?sa=t&source=web&cd=1&ved=0CCUQFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.jsd-spsul.com%2Fdocs%2FFUNDAMENTOS%2520IDEOLOGICOS%2520DO%2520PSD.ppt&rct=j&q=posicionamento%20ideologico%20PSD&tbs=ctr 3AcountryPT&ei=KBETTtWqBcKV8QOy78nSDg&usg=AFQjCNGFJ8ISlCEtvS2jaApMp8MecbN_PQ&cad=rja FUNDAMENTOS IDEOLÓGICOS DO PSD - Formação Política da JSD por Pedro Rodrigues]</ref> e também [[Francisco Sá Carneiro|Sá Carneiro]], durante o tempo da [[Aliança Democrática]], num tempo de reactivar a Economia portuguesa, que estava coletivizada. Difundir e defender o pensamento social-democrata no mundo do trabalho, defender a democracia política, económica, social e cultural inspirada nos valores do Estado de Direito, lutar pela garantia dos Direitos Humanos civis e políticos dos cidadãos, defender a democracia, a liberdade e a independência sindicais são alguns dos objectivos do partido.
 
[[Imagem:Anthony_Giddens_at_the_Progressive_Governance_Converence,_Budapest,_Hungary,_2004_October.jpg|thumb|200px|align=right|Anthony Giddens, um importante teórico da moderna Terceira-Via]]
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== Filiação Internacional ==
O PSD está filiado, a nível internacional, na [[Internacional Democrata Centrista]]<ref>[{{Citar web |url=http://www.cdi-idc.com/memberparties.php |titulo=Centrist Democrat International - Members] |acessodata=2009-07-03 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20090421024436/http://www.cdi-idc.com/memberparties.php |arquivodata=2009-04-21 |urlmorta=yes }}</ref>, na [[União Internacional Democrata]]<ref>[{{Citar web |url=http://www.idu.org/regional_list.aspx?id=5 |titulo=IDU: International Democrat Union - Regional Unions - EDU] |acessodata=2009-07-03 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20091006071746/http://www.idu.org/regional_list.aspx?id=5 |arquivodata=2009-10-06 |urlmorta=yes }}</ref> e no [[Partido Popular Europeu]]<ref>[{{Citar web |url=http://www.eppgroup.eu/inthememberstates/memberstates/en/portugal.asp |titulo=EPP Group in the Member States: Portugal] |acessodata=2009-07-03 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20090611031642/http://www.eppgroup.eu/inthememberstates/memberstates/en/portugal.asp |arquivodata=2009-06-11 |urlmorta=yes }}</ref>.
 
== Resultados Eleitorais ==
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* ''Uma tentativa de participação política'' ([[1973]])<ref>[http://books.google.pt/books?id=Oa5bGwAACAAJ&dq=inauthor:Francisco+inauthor:S%C3%A1+inauthor:Carneiro&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=0 Uma tentativa de participação política]</ref>
* ''Por uma social-democracia portuguesa'' ([[1975]])<ref>[http://books.google.pt/books?id=xxBGGQAACAAJ&dq=inauthor:Francisco+inauthor:S%C3%A1+inauthor:Carneiro&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=0 Por uma social-democracia portuguesa]</ref>
* ''Poder civil, autoridade democrática e social-democracia'' ([[1975]])<ref>[http://books.google.pt/books?id=oVXsGwAACAAJ&dq=inauthor:Francisco+inauthor:S%C3%A1+inauthor:Carneiro&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=0 Poder civil, Autoridade democrática e social-democracia]{{Ligação inativa|1={{subst:DATA}} }}</ref>
* ''Uma Constituição para os [[Anos 80]]: Contributo para um Projecto de Revisão'' ([[1979]]).<ref>[http://books.google.pt/books?id=ZigvAAAAYAAJ&dq=inauthor:Francisco+inauthor:S%C3%A1+inauthor:Carneiro&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=0 Uma constituição para os anos 80: contributo para um projecto de revisão]</ref>