Tigrés: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 1:
{{Info/Grupo étnico
|imagem = [[imagem:Johannes IV Kaiser von Äthiopien nach Dr. Anton Stecker.jpg|250px|]]
|legenda_imagem =
|legenda_imagem = Āratenya Yōḥānnis governou a região de Tigrés (1867–71) e depois se tornou Imperador da Etiópia
|bandeira =
|legenda_bandeira =
|grupo = TigrésTigré <br> ተጋሩ
|população = <center>aproximadamente 1&nbsp;760&nbsp;961<ref>{{citar web|título=Eritrea|url=https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/er.html||obra=CIA|acessodata=16/05/2019}}, cerca de 30% da população total da Eritrea de 5,970,646 (est. Julho/2018)</ref>
|população = <center>6&nbsp;750&nbsp;000</center>
|região1 = {{ETHERI}}
|população1 = 4&nbsp;480&nbsp;000
|ref1 =
|região2 = {{ERISUD}}
|população2 = 2&nbsp;200&nbsp;000
|ref2 =
|línguas = <center>[[Língua tigrínia|Tigrínia]] - [[Língua árabe|Arabe]]</center>
|região3 = {{SDN}}
|religiões = <center>Predominantemente [[IgrejaSunismo|Sunita]] Ortodoxacom Etíope|Igrejaminoria Ortodoxada Etíope Tewahedo]]<br>[[Igreja Ortodoxa Eritreia|Igreja Ortodoxa Eritreia Tewahedo]]<br>[[Islã|Islamismo]] - [[Judaísmo]]</center>
|população3 = 35&nbsp;000
|relacionados = [[Oromas]]; [[Bejas]]; [[Gurage]]; [[Somalis]]; [[Amara (região)|Amaras]]; [[Povo agaw|Agaw]]; [[Tigrínios]]
|línguas = <center>[[Língua tigrínia|Tigrínia]]</center>
|religiões = <center>[[Igreja Ortodoxa Etíope|Igreja Ortodoxa Etíope Tewahedo]]<br>[[Igreja Ortodoxa Eritreia|Igreja Ortodoxa Eritreia Tewahedo]]<br>[[Islã|Islamismo]] - [[Judaísmo]]</center>
|relacionados = [[Oromas]]; [[Bejas]]; [[Gurage]]; [[Somalis]]; [[Amara (região)|Amaras]]; [[Povo agaw|Agaw]]
|notas =
}}
[[Ficheiro:Hijra Abyssinia (Rashid ad-Din).jpg|320px|thumb|Ilustração mostrando o ''Negus'' recusando o pedido de Meca para expulsar os muçulmanos perseguidos]]
[[Ficheiro:Coffee_ceremony.jpg|320px|thumb|A cerimônia tradicional do Café]]
[[Ficheiro:Ethiopian food.jpg|320px|thumb|Forma coletiva de comer com [[injera]]]]
 
O povo ''Tigrés'' é um grupo étnico que habita a [[Eritreia]] e o [[Sudão]]. Eles estão intimamente relacionados com os [[Tigrínios]] e os [[Beja]]. Os ''Tigrés'' falam a [[Língua tigré]], que pertence ao [[Línguas semíticas|ramo semítico]] da [[Línguas afro-asiáticas|família afro-asiática]].
Os '''Tigrés''' (''Tigray'' ou ''Tigriña'') fazem parte de um grupo étnico localizados principalmente no sul, centro e norte da [[Eritréia]] e na região montanhosa do norte da [[Tigré (região)|região de Tigré]], na [[Etiópia]]. Alguns grupos ''tigré'' vivem em outras áreas da ''Etiópia'', especialmente na [[Amara (região)|região de Amara]]. Na ''Etiópia'', eles constituem aproximadamente 96% da população da ''região de Tigré'' e 6,2% da população total do país. Na ''Eritreia'', eles representam 47% da população total do país. Sua língua é a [[Língua tigrínia|tigrínia]].
 
==História==
O povo ''Tigrés'' teria suas origens nos primeiros grupos [[semitas]] que chegaram na região se estabelecido no atual território do norte da ''Etiópia'' e na ''Eritreia'', a partir de 1000 a.C. De acordo com a tradição, o povo Tigrés seria descendente do antigo [[reino de Sabá]], governado por [[Menelik I]], filho do [[rei Salomão]] e da [[Rainha de Sabá]], assim como os sacerdotes da Igreja Ortodoxa Etíope Tewahedo (Ge 'ez ካህን Kahin). <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&id=RlRzAAAAMAAJ&dq=Aksum:+A+Civilization+of+Late+Antiquity&focus=searchwithinvolume&q=King+Solomon+|título=Aksum:|subtítulo=An African Civilisation of Late Antiquity|ultimo=Munro-Hay|primeiro=Stuart C.|data=1991|editora=Edinburgh University Press, p.9|lingua=en|isbn=9780748601066}}</ref>
 
Os ''Tigrés'' são uma comunidade pastoril nômade que vivem nas planícies do norte, oeste e litoral da [[Eritréia]] (Gash-Barka, Anseba, regiões do Mar Vermelho do norte da Eritreia), bem como áreas no leste do [[Sudão]]. 95,5% do povo Tigrés adere ao islamismo (sunita), mas há um pequeno número de cristãos (membros da Igreja Ortodoxa Eritreia Tewahedo, muitas vezes referidos como ''Mensaï''). <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&id=e_hADwAAQBAJ&q=Mensa%C3%AF+#v=onepage&q=Tigre&f=false|título=Almanac of African Peoples and Nations|ultimo=Yakan|primeiro=Mohamad|data=2017-11-30|editora=Routledge|lingua=en|isbn=9781351289306}}</ref>
Historicamente, a antiga província de ''Tigré'' e a ''Eritréia central'' é o lugar onde a civilização etíope teve suas origens. O primeiro reino deste grupo étnico foi construído no ''[[século VIII a.C.]]'', essas mesmas pessoas deram origem ao [[Reino de Axum]], uma das civilizações mais poderosas do mundo antigo, e que prosperou do ''[[século I]]'' ao ''[[século X]]''.
 
Os primeiros ''Tigrés'' convertidos ao Islã viviam nas ilhas no Mar Vermelho e se converteram no ''[[século VII]]'' durante os primeiros anos da religião. O ''Tigrés'' continental adotou o islamismo muito mais tarde só no ''[[século XIX]]''. <ref name=a>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=MdaAdBC-_S4C&pg=PA557&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false|título=The Peoples of Africa:|subtítulo= An Ethnohistorical Dictionary|ultimo=Olson|primeiro=James Stuart|ultimo2=Meur|primeiro2=Charles|data=1996|editora=Greenwood Publishing Grou, pp. 557-558|lingua=en|isbn=9780313279188}}</ref>
A primeira menção sobre a etnia data dos ''séculos'' ''VIII'' a ''X'', nos manuscritos do período que preservam as inscrições de ''[[Cosmas Indicopleustes]]'' (''século VI'') que contêm notas incluindo a menção de uma tribo chamada ''Tigrés''. <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&id=RlRzAAAAMAAJ&dq=Aksum:+A+Civilization+of+Late+Antiquity&focus=searchwithinvolume&q=tribe+Tigretes|título=Aksum:|ultimo=Munro-Hay|editora= p. 223}}</ref> Um Mapa Português em [[1660]] mostra ''Medri Bahri'' (''Marab Melash'') consistindo das três províncias montanhosas da Eritreia e distintas da Etiópia. <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=NGiDTqf5YYAC&pg=PA36#v=onepage&q&f=false|título=Eritrea:|subtítulo=Even the Stones are Burning|ultimo=Pateman|primeiro=Roy|data=1998|editora=The Red Sea Press, p. 36|lingua=en|isbn=9781569020579}}</ref> Os ''Bahre-Nagassi'' (''Reis do Mar'') lutaram alternadamente com ou contra os [[Abissínios]] e o vizinho [[Sultanato de Adal]] muçulmano, dependendo das circunstâncias geopolíticas. ''Medri Bahri'' foi, portanto, parte da resistência cristã contra o [[Imame|Imam]] ''Ahmad ibn Ibrahim al-Ghazi'', general das forças de ''Adal'', mas depois se juntou aos ''estados adalitas'' e à frente do ''[[Império Otomano]]'' contra a ''Abissínia'' em [[1537]]. <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=Y-gF4oGJXEEC&pg=PA35#v=onepage&q&f=false|título=Mai Weini, a Highland Village in Eritrea: |subtítulo=A Study of the People, Their Livelihood, and Land Tenure During Times of Turbulence|ultimo=Tronvoll|primeiro=Kjetil|data=1998|editora=The Red Sea Press, pp. 35-36|lingua=en|isbn=9781569020593}}</ref> O ''[[século XVI]]'' marcou a chegada dos otomanos, que começaram fazendo incursões na área do [[Mar Vermelho]]. <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=sG41eDVRDnoC&pg=PA31&redir_esc=y|título=Eritrea:|subtítulo= A Pawn in World Politics|ultimo=Yohannes|primeiro=Okbazghi|data=1991|editora=University of Florida Press, p. 31|lingua=en|isbn=9780813010441}}</ref> Bruce observou: "Em seguida, eles passaram pelo ''Marab'', que é a fronteira entre o ''Tigré'' e o ''Baharnagash''" (entre a Eritéia e a Etiópia). ''[[James Bruce]]'' em seu livro publicado em [[1805]] localizou ''Tigré'' (uma região arbitrariamente delimitada por ''James Bruce'' com base nos falantes da língua de tigrínia) entre o ''Mar Vermelho'' e o ''rio Tekezé'' e declarou que muitos grandes governos, como ''Enderta'' e ''Antalow'', e a grande parte do ''Baharhagash'' fizeram parte da ''região do Tigré'' <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=vzVWAAAAcAAJ&pg=PA229#v=onepage&q&f=false|título=Travels through part of Africa, Syria, Egypt and Arabia|ultimo=Bruce|primeiro=James|data=1805|lingua=en|editora=Albion Press, pp 229 a 232}}</ref>
 
Os Tigrés estão intimamente relacionado com os [[Tigrínios]] da ''Eritreia'', <ref name=a/> bem como com os [[Bejas]] (particularmente os [[Hadendoa]]). <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?redir_esc=y&hl=pt-BR&id=SIRxMmigw8wC&focus=searchwithinvolume&q=Tigre+|título=The Journal of the Royal Anthropological Institute of Great Britain and Ireland|editora=Royal Anthropological Institute, p. 600|lingua=en}}</ref>
No início do ''[[século XIX]]'', o egiptólogo [[Henry Salt (egiptólogo)|Henry Salt]], viajou pelo interior da Abissínia, e a dividiu, como ''James Bruce'' o fez, em três estados distintos e independentes. Essas três grandes divisões (baseadas arbitrariamente na linguagem) são ''Tigré'', ''Amhara'' e ''Shoa''. <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=sttPAAAAMAAJ&pg=PA53&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false|título=Penny Cyclopaedia of the Society for the Diffusion of Useful Knowledge|data=1833|editora=C. Knight, p. 53|lingua=en}}</ref> ''Henry'' considera o ''Tigré'' como o estado mais poderoso dos três; uma circunstância decorrente da força natural do país, a disposição guerreira de seus habitantes e sua proximidade com a costa marítima; uma vantagem que lhe garantiu o monopólio de todos os [[mosquete]]s importados para o país. <ref name=a>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=vXZNSUQkoqYC&pg=PA378&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false|título=A Voyage to Abyssinia:|ultimo=Salt|primeiro=Henry|data=1816|editora=M. Carey, pp.378 - 382|ano=1816|lingua=en}}</ref> Ele dividiu o reino do ''Tigré'' em várias províncias como o centro onde foi considerada a sede do estado sendo referida como ''Tigré'' propriamente dito. As províncias deste reino incluem ''Enderta'', ''Agame'', ''Wojjerat'', ''Temben'', ''Shiré'' e ''Baharanegash''. <ref name=a/> ''Hamasien'', um distrito de ''Baharanegash'', seria o norte mais distante e parte mais estreita do ''Tigré'', e ''Henry'' coloca os [[Bejas]] como o povo que vive ao norte de ''Tigré''. <ref name=a/> <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=WQ1CAAAAcAAJ&pg=PA170&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false|título=The Penny Cyclopaedia of the Society for the Diffusion of Useful Knowledge:|título= vol. 4 Bassantin - Bloemaart|ultimo=Knowledge|primeiro=Society for the Diffusion of Useful|data=1835|editora=Knight, p. 170|lingua=en}}</ref> Na época em que ''Henry'' viajou para a ''Abissínia'', a sede do império, [[Gondar (Etiópia)|Gondar]], era governada por ''Gugsa de Yejju'', um comandante [[Oromas|Oromo]] que governou de [[1798]] até [[1825]] como ''enderase'' (regente) aos imperadores impotentes da [[dinastia salomônica]]. <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=-mM6AAAAcAAJ&pg=PA70#v=onepage&q&f=false|título=The Life and Adventures of Nathaniel Pearce:|título= Vol. 1. - IX, 348 S.|ultimo=Pearce|primeiro=Nathaniel|data=1831|editora=Colburn and Bentley,p. 70|lingua=en}}</ref>
 
==Cultura==
Muito além da sua importância atual, os ''Tigrés'' ajudaram a moldar a cultura da ''Etiópia'', desde suas origens, deixando muitos vestígios e tesouros históricos.
 
Os ''Tigrés'' são às vezes descritos como ''individualistas'', devido traços de competição, ciúmes e conflitos locais. <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?redir_esc=y&hl=pt-BR&id=qU0wAQAAIAAJ&focus=searchwithinvolume&q=individualistic|título=Household and society in Ethiopia:|subtítulo= an economic and social analysis of Tigray social principles and household organization|ultimo=Bauer|primeiro=Dan Franz|data=1977|editora=African Studies Center, Michigan State University, pp. 165-170 |lingua=en}}</ref> Isso, no entanto, reflete uma forte tendência de defender a sua própria comunidade e os direitos locais contra interferências - então generalizadas - seja de indivíduos mais poderosos ou do Estado. As ''comunidades Tigrés'' são marcadas por numerosas instituições sociais com uma forte rede de cumplicidades, onde as relações são baseadas em direitos e vínculos mútuos. O apoio econômico e outros é mediado por essas instituições. No contexto urbano, o governo local moderno assumiu a maioria das funções das associações tradicionais. Já na área rural, no entanto, as organizações sociais tradicionais estão plenamente em funcionamento. As aldeias são geralmente formadas por comunidades genealógicas, consistindo de várias linhagens. Todos os membros dessa extensa família estão ligados por fortes obrigações mútuas. <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=7pReFaFC3fQC&pg=PA171#v=onepage&q&f=false|título=Eritrea|ultimo=G|primeiro=Mussie Tesfagiorgis|data=2010|editora=ABC-CLIO, p. 171|lingua=en|isbn=9781598842319}}</ref>
 
Uma notável herança dos ''Tigrés'' é a lei consuetudinária. Na ''Eritreia'', vários comunidades Tigrés a elaboraram como códigos de leis escritas, que ainda são válidos localmente (auxiliando à lei estatal). Na ''região de Tigré'', o direito consuetudinário também ainda é parcialmente praticado, mesmo na auto-organização política e nos casos penais. É também de grande importância para a resolução de conflitos. <ref>Saleh, Abdulkader; Hirt, Nicole (2008). [http://www.life-peace.org/wp-content/uploads/2013/06/hab_2008_12.pdf Traditional Civil Society in the Horn of Africa and its Contribution to Conflict Prevention] The case of Eritrea". ''Horn of Africa Bulletin''. '''11''': 1–4.</ref>
 
==Cozinha==
A culinária Tigrés caracteristicamente consiste de vegetais e as vezes pratos de carne muito picantes, geralmente na forma de ''[[Wot|tsebhi]]'' ([[Língua tigrínia|tigrínia]]: ፀብሒ), um ensopado grosso, servido em cima da ''injera'', um grande pão sírio de massa azeda. <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&id=RlRzAAAAMAAJ&dq=Aksum:+A+Civilization+of+Late+Antiquity&focus=searchwithinvolume&q=+injera|título=Aksum|ultimo=Munro-Hay|data=1991|editora=p. 169}}</ref> Como a grande maioria da etinia pertence à ''Igreja Ortodoxa Etíope'' (e uma minoria muçulmana), a carne de porco não é consumida por causa de crenças religiosas. Carne e produtos lácteos não são consumidos às quartas e sextas-feiras, e também durante os 7 jejuns obrigatórios. Por esse motivo, muitas refeições [[vegana]]s estão presentes. Comer em torno de uma cesta de comida compartilhada, ''mäsob'' (tigrínia: መሶብ) é um costume na região e geralmente é feito com famílias e convidados. O alimento é comido sem o uso de talheres, usando apenas os dedos (da mão direita) e o pão achatado para pegar o recheio do pão. <ref>{{Citar web|titulo=Tigray |subtitulo= Introduction, Location, Language, Folklore, Religion, Major holidays, Rites of passage|url=https://www.everyculture.com/wc/Costa-Rica-to-Georgia/Tigray.html|obra=Countries and their Culture|acessodata=2019-05-16}}</ref> <ref>{{Citar web|titulo=Ethiopian Culture|subtitulo= Traditional Costume, Food and Drink|url=http://www.ethiopiantreasures.co.uk/pages/culture.htm|obra= Ethiopian Treasures|acessodata=2019-05-16}}</ref>
 
{{referências}}
[[Categoria:Grupos étnicos dado EtiópiaSudão]]
[[Categoria:Grupos étnicos da Eritreia]]