Pete Conrad: diferenças entre revisões
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Novamente, foto de astronauta como astronauta. Etiqueta: Desfazer |
m ajuste de datas, traduções nas citações, outros ajustes |
||
Linha 26:
|tempo_AEV = 12h 46min
|missão = {{hlist|[[Gemini V]]|[[Gemini XI]]|[[Apollo 12]]|[[Skylab 2]]}}
| insígnia = [[
|aposentadoria = dezembro de 1973
|prêmios = [[Medalha de Honra Espacial do Congresso|Medalha de Honra<br/>Espacial do Congresso]]<br/>[[Medalha de Serviço Distinto da NASA|Medalha de Serviço<br/>Distinto da NASA]] {{small|(2)}}
}}
'''Charles "Pete" Conrad Jr.''' ([[Filadélfia]], [[2 de junho]] de [[1930]] – [[Ojai]], [[8 de julho]] de [[1999]]) foi um [[astronauta]] norte-americano veterano de quatro missões espaciais e o terceiro homem a pisar na [[Lua]], no comando da [[Apollo 12]]. Também integrou e comandou missões dos projetos [[Gemini]] e [[Spacelab]].
==Biografia==
Sofrendo de [[dislexia]] desde a infância, uma condição ainda pouco conhecida na época, apesar de ser considerado uma criança esperta e inteligente, ele nasceu numa família rica que perdeu quase todas as suas posses durante a Grande Depressão. Seu pai, Charles Sr, acabou deixando a família.<ref name=rocketman>{{
Seu contato com a aviação começou aos 15 anos, quando trabalhou durante as férias de verão no Aeroporto de Paoli, na [[Pensilvânia]], aparando gramados, varrendo chão e outros pequenos serviços para voos de avião e tendo horários ocasionais de instrução. Ele foi aprendendo mais sobre mecânica e funcionamento de aeronaves e motores de aeronaves e, em seguida, graduou-se em pequenos trabalhos de manutenção. Aos 16 anos, Conrad dirigiu quase 100 milhas (160 km) para ajudar um instrutor de voo cujo avião tinha sido forçado a fazer um pouso de emergência; ele consertou o avião sozinho. Depois disso, o instrutor lhe deu as lições de voo que precisava para obter o certificado de piloto e ele conseguiu a qualificação antes mesmo de se formar no ensino médio.<ref name=rocketman/>{{rp|54–59}} Ele continuou a voar durante seu período na universidade e formou-se em [[engenharia aeronáutica]] em 1953. Comissionado pelo ''ROTC'', foi enviado para treino na [[Estação Aeronaval de Pensacola]], na [[Flórida]], onde se qualificou como aviador naval em 1954. Serviu em [[porta-aviões]] e como instrutor de voo de caças da marinha em bases no [[Golfo do México]].
Em 1957 ele se inscreveu e foi aceito pela reputada [[Escola de Pilotos de Teste Navais dos Estados Unidos]], em Patuxent River, [[Maryland]], onde conheceu e teve como colegas de classe seus futuros companheiros astronautas [[Walter Schirra]] e [[Jim Lovell]]. Formando-se no ano seguinte, tornou-se piloto de testes da marinha.<ref name=rocketman/>{{rp|83,146}} Durante seu período na escola de pilotos, ele foi convidado para tomar parte no primeiro grupo de seleção de astronautas para a recém-criada [[NASA]] – o "[[Mercury Seven]]" – e como os demais candidatos, passou por vários dias do que eles consideraram ser testes médicos e psicológicos invasivos, humilhantes e desnecessários e, ao contrário dos demais, ele se rebelou contra o regime. Ao fim do processo de seleção, ele foi recusado com a anotação de "não-adequado para voos de longa duração".<ref name="right_stuff_108">{{
Após este episódio em seu primeiro contato com a NASA, Conrad voltou para a Marinha e serviu no ''USS Ranger'' como piloto de [[McDonnell Douglas F-4 Phantom II|F-4 Phantom]]. Tempos depois, a NASA iniciou um segundo processo de seleção de astronautas e Conrad foi procurado por seu amigo [[Alan Shepard]], um veterano do [[projeto Mercury]], que o reputava como grande piloto naval e de testes, e que o convenceu a se reinscrever. Desta vez Conrad achou os testes médicos menos invasivos e em julho de 1962 passou a fazer parte do corpo de astronautas da agência espacial.<ref>{{
===NASA===
"Pete" Conrad entrou para a equipe de astronautas da NASA em 1962 e logo foi considerado um dos melhores pilotos do grupo, o que o levaria a ser selecionado para integrar o [[projeto Gemini]], sucessor do Mercury e onde cada nave espacial levaria dois homens ao espaço. Foi ao espaço pela primeira vez em agosto de 1965 na [[Gemini V]], junto com o comandante [[Gordon Cooper]], outro veterano do Mercury, e onde estabeleceram o então recorde de permanência no espaço num total de oito dias, suplantando em cinco dias o recorde soviético e chegando ao tempo considerado necessário para uma viagem de ida e volta à Lua. Em setembro de 1966 voltou ao espaço comandando a [[Gemini XI]], que se acoplou em órbita com um foguete [[Agena]], em treinamento para um futuro acoplamento entre o módulo de comando das Apollo com o módulo lunar. Nesta missão ele também estabeleceu outro recorde, o de maior apogeu em órbita terrestre com um apogeu total de
1369 km, existente ainda hoje.<ref>{{
[[Imagem:Conrad Unfurls Flag - GPN-2000-001104.jpg|200px|left|thumb|Charles "Pete" Conrad hasteia a bandeira americana na Lua.]].
Em dezembro de 1966, Conrad foi designado para comandar a tripulação reserva do primeiro voo em órbita terrestre do projeto Apollo completo, incluindo o módulo lunar. Com os atrasos na finalização do módulo, esta missão virou a [[Apollo 8]], a primeira a entrar em órbita lunar, sem módulo acoplado. Com isso, ele passou a comandar a tripulação reserva da [[Apollo 9]] – cuja tripulação principal faria o voo orbital com o módulo. A prática de [[Donald Slayton]], o chefe do Departamento de Astronautas e responsável pela escalação e rodízio de tripulações, determinava que a tripulação reserva de um voo fosse a tripulação titular do terceiro voo seguinte. Não houvesse o atraso anterior e a mudança de tribulações reservas entre as Apollo 8 e Apollo 9 ,"Pete" Conrad teria sido o primeiro homem a pisar na Lua, comandando a [[Apollo 11]] no lugar de [[Neil Armstrong]].<ref>Slayton, Donald; Cassutt, Michael. ''Deke!'' (Forge, New York 1994) {{ISBN|0-312-85918-X}}, pp. 184, 216.</ref>
Em 14 de novembro 1969, no comando da [[Apollo 12]], junto com os astronautas [[Alan Bean]] e [[Richard Gordon]], ele foi lançado em direção à Lua e cinco dias depois realizou a primeira [[alunissagem]] num local pré-determinado pela NASA, a [[cratera]] onde havia descido anos antes a [[sonda espacial]] não-tripulada [[Surveyor 3]], para recolher seus equipamentos expostos há dois anos às condições lunares, e trazê-los de volta para estudo na [[Terra]]. Sua frase ao pisar na Lua é a mais divertida da saga espacial. Baixinho, com 1,69 de altura, em contraste com a solenidade de Neil Armstrong no voo anterior, Conrad exclamou: <ref name=journal>{{
{{quote2|''Este pode ter sido um pequeno passo para Neil, mas para mim é enorme. Iuuupiii!'' | Ao pisar na Lua }}
Mais tarde ele revelaria que disse isso para ganhar uma aposta de US$500 dólares com a jornalista italiana [[Oriana Fallaci]], que acreditava que as palavras ditas pelos astronautas nesse momento não eram próprias mas parte de um roteiro pré-escrito pela NASA. Fallaci estava até então convencida que a frase "este é um pequeno passo para o homem" de Armstrong na Apollo 11 havia sido escrita para ele e não tinha partido dele próprio. Fallaci nunca pagou a aposta.
Após a saga lunar, Conrad voltou ao espaço pela quarta vez para comandar a tripulação da [[Skylab 2]], a primeira estação espacial tripulada em órbita dos Estados Unidos.<ref>{{citar web|URL=https://www.nasa.gov/feature/skylab-2-mission-accomplished|título=Skylab 2: Mission Accomplished!|autor=|data=|publicado=NASA|acessodata=16 de maio de 2019}}</ref> A estação lançada antes sem tripulação havia sido danificada quando um escudo contra [[micrometeorito]]s se partiu, levando dois [[painéis solares]] com ele e danificando o restante que não conseguiu abrir. Ele e sua tripulação consertaram o dano em duas [[caminhadas espaciais]]. Eles também ergueram um "parasol" no escudo, de maneira a proteger a estação da intensa radiação solar, função que era do escudo perdido. Sem isso, a estação não teria condições de operar.<ref>{{
===Pós-NASA===
Conrad se aposentou da NASA e da Marinha em 1973 e foi trabalhar na iniciativa privada, como vice-presidente de operações da ''American Television and Communications Company'', que desenvolvia um novo sistema de operações de tv a cabo. Em 1976 aceitou o convite para trabalhar na ''[[McDonnell Douglas]]'' onde chegou ao cargo de vice-presidente executivo. Em 1996, com seu espírito de aventura ainda presente, fez parte da tripulação de um [[Learjet]] que quebrou o recorde de tempo de voo ao redor do mundo (49h 26min 08s).<ref>{{
Menos de três semanas antes das comemorações do trigésimo aniversário do primeiro pouso na Lua, em julho de 1999, Conrad, que aos 69 anos ainda pilotava [[motocicleta]]s em viagens com amigos, sofreu um acidente fatal caindo de uma delas numa estrada da [[Califórnia]], no [[Condado de Ventura]], e morreu de [[hemorragia]] interna seis horas depois do acidente.<ref>{{
==Ver também==
|