Pirâmide de Unas: diferenças entre revisões

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<blockquote>Seu filho [[Hórus]] interviu por você.<br/>Os grandes tremerão, tendo visto a faca em seu punho enquanto emerge do Tuat.<br/>Saudações, experiente! [[Gebe]] te criou, a [[Enéade]] te deu vida. Hórus ficou contente sobre seu pai, [[Atum (mitologia)|Atum]] ficou contente sobre seus anos, os deuses ocidentais e orientais ficaram contentes sobre a grande coisa que ocorreu em seu abraço – o nascimento do deus.<br/>É Unas: Unas, veja! É Unas: Unas, olhe! É Unas: Unas, ouça! É Unas: Unas, exista! É Unas: Unas, erga-se de seu lado!<br/>Siga meu comando, você que odeia dormir, mas ficou indolente. Erga-se, você no Nedit. Seu bom pão foi feito em Pe; receba teu controle de [[Heliópolis (Egito)|Heliópolis]].<br/>É Hórus (que fala), tendo sido ordenado a agir por seu pai.<br/>O deus da tormenta, aquele com cuspe em sua vizinhança, [[Seti (divindade)|Seti]] – ele te carregará: ele é aquele que carregará Atum.<ref> {{harvnb|Allen|2005|pp=16, 41}} </ref></blockquote>
 
A antecâmara e o corredor foram inscritos com textos mais pessoais.<ref name=allen15 /> As paredes oeste, norte e sul da antecâmara contém textos para a transição do reino humano para o próximo e a ascensão do faraó para o céu.<ref> {{harvnb|Hays|2012|pp=106–109, 282}} </ref> A parede oriental tinha um segundo conjunto de feitiços protetores, iniciando-se com o "Hino Canibal".<ref> {{harvnb|Allen|2005|pp=11, 16}} </ref> Neste, Unas consome os deuses a fim de absorver seu poder para a ressurreição.<ref> {{harvnb|Eyre|2002|p=134}} </ref><ref name=wilkinson1 > {{harvnb|Wilkinson|2016|p=1}} </ref> O egiptólogo Toby Wilkinson escreveu que o hino mitificava o "ritual da chacina", em que um touro era sacrificado.<ref name=wilkinson1 /> O ''serdab'' não possuía inscrições.<ref> {{harvnb|Lehner|2008|p=158}} </ref> A seção sul das paredes e do corredor contém textos<ref> {{harvnb|Hays|2012|pp=108–109}} </ref>{{nota de rodapé|Apenas as seções sul da passagem horizontal foram inscritas na Pirâmide de Unas.<ref name=lehner154 /><ref name=allen12 > {{harvnb|Allen|2005|p=12}} </ref> A mesma coisa ocorreu na Pirâmide de Teti, porém as pirâmides de Merenré e [[Pepi II]] tinham inscritos em toda passagem horizontal e no vestíbulo com três nichos, enquanto a Pirâmide de Pepi I também tinha textos em parte do corredor em declive.<ref name=allen12 />}} que focam-se na ressurreição e ascensão do faraó.<ref> {{harvnb|Hellum|2012|p=42}} </ref> Acreditava-se que a mera presença dos feitiços{{nota de rodapé|Acreditava-se fortemente que os símbolos eram imbuídos com enorme poder mágico; tanto que hieroglifos representando animais perigosos, como cobra ou leão, eram danificados intencionalmente depois de serem inscritos com o objetivo de impedir que eles tomassem forma corpórea e ameaçassem o bem-estar do faraó dentro de sua câmara.<ref> {{harvnb|Verner|2001d|pp=42–43}} </ref>}} dentro da tumba possuía eficácia,<ref> {{harvnb|Malek|2003|p=103}} </ref> protegendo o governante mesmo se o culto funerário parasse de ocorrer.<ref> {{harvnb|Lehner|2008|p=145}} </ref><ref> {{harvnb|Allen|2001|p=600}} </ref>{{nota de rodapé|Um motivador para a realização regular do culto era a natureza temporária da oração. Inscrever os textos dava aos ritos permanência.<ref> {{harvnb|Hays|2012|pp=257–258}} </ref> Mesmo como um ''akh'', o falecido necessitava de atenção dos vivos que o sustentavam por meio de rituais e oferendas.<ref name=janak3 />}}
 
Parte do corpo dos Textos das Pirâmides foram passados para os [[Textos dos Sarcófagos]],<ref name=grimal126 /> um conjunto expandido de novos textos escritos em tumbas não-reais do Império Médio, algumas inclusive ainda contendo convenções gramaticais do Império Antigo e com muitas recorrências de formulações dos Textos das Piramides.<ref name=allen95 /><ref> {{harvnb|Lesko|2001|p=574}} </ref><ref> {{harvnb|Verner|2001d|p=44}} </ref> A transição para os Textos dos Sarcófagos começou no reinado de Pepi I e foi finalizada no Império Médio. Os Textos dos Sarcófagos depois formaram a base para o ''[[Livro dos Mortos]]'' no Império Novo e Época Baixa.<ref name=grimal126 /> Os textos ressurgiriam em tumbas e papiros por dois milênios, finalmente desaparecendo durante a ascensão do [[cristianismo]].<ref> {{harvnb|Hays|2012|p=1}} </ref>
 
===Templo do vale===
[[Ficheiro:Taltempel (Sakkara) 02.jpg|thumb|upright=1.15|esquerda|As ruínas do templo do vale.]]
O templo do vale da Pirâmide de Unas ficava situado em uma enseada que se formou naturalmente no ponto em que a boca do uádi se encontrava com um lago. O mesmo uádi foi usado de caminho para o pavimento.<ref name=lehner155 /><ref name=arnold250 /> O templo está localizado entre aqueles de [[Niuserré]] e [[Pepi II]]. Apesar de sua planta complexa, o templo não continha nenhuma inovação significativa em relação a pirâmides anteriores. Ele era ricamente decorado – de maneira similar ao pavimento e templo mortuário – com a única coluna de granito sobrevivente da entrada do templo servindo de evidência para a qualidade do trabalho realizado.<ref> {{harvnb|Wilkinson|2000|p=128}} </ref>{{-}}
 
{{Notas|col=2}}