João VI de Portugal: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 56:
== Regência ==
[[Imagem:Dom João, Príncipe Regente, passando revista às tropas na Azambuja - Domingos Sequeira, 1803.png|thumb|270px|[[Domingos Sequeira]]: ''Dom João, Príncipe Regente, passando revista às tropas na Azambuja'', 1803]]
Além disso, a rainha dava crescentes sinais de desequilíbrio mental. Em 10 de fevereiro de 1792, em documento assinado por dezessete médicos chefiados por José Vicente Borzão ([[Lisboa]], 5 de Agosto de 1748), de origem [[Italianos|Italiana]], médico e [[Fidalgo]] da [[Casa Real]], ela foi declarada incapaz de gerir o reino, não havendo previsão de melhora em seu quadro. D. João se mostrou relutante em assumir decididamente as rédeas do poder, rejeitando a ideia de uma [[Regência (sistema de governo)|regência]] formalizada, abrindo assim caminho para elementos da nobreza formarem uma corrente que pretendia governar ''de facto'' o reino através de um Conselho. Circularam rumores de que D. João exibia sintomas da mesma insanidade, especulando-se se ele também se veria impedido de reinar. De acordo com antigas leis que norteavam a instituição regencial, caso o regente viesse a falecer ou ser impedido por qualquer motivo, e tendo filhos menores de quatorze anos — situação em que se encontraria D. João — o governo seria exercido pelos tutores dos infantes ou, se estes não houvessem sido nomeados formalmente, pela esposa do regente — uma espanhola. Complicava-se, entre temores, suspeitas e intrigas, todo o quadro institucional da nação.<ref>Pedreira e Costa, pp. 59-63</ref>
 
Ao mesmo tempo, sentiam-se os reflexos da [[Revolução Francesa]], que causaram perplexidade e horror entre as casas reinantes europeias. A execução do rei francês [[Luís XVI]] em 21 de janeiro de 1793 pelas forças revolucionárias precipitou uma resposta internacional. Assim, em 15 de julho foi assinada uma convenção entre Espanha e Portugal, e em 26 de setembro Portugal aliou-se à Inglaterra, ambos os tratados visando auxílio mútuo para o combate aos franceses e levando os portugueses no ano seguinte às campanhas do [[Campanha do Rossilhão|Rossilhão]] e da [[Catalunha]] (1793-1795), em que o país participou com seis mil soldados, e que depois de um início bem sucedido acabou em fracasso. Criou-se um delicado problema diplomático, em que Portugal não podia selar a paz com a França sem ferir a aliança com a Inglaterra, que envolvia múltiplos interesses, passando assim a buscar uma neutralidade que se revelou frágil e tensa.<ref>Strobel, Thomas. ''A "Guerra das Laranjas" e a "Questão de Olivença" num contexto internacional''. GRIN Verlag, 2008, pp. 3-4</ref><ref>Souza, Laura de Mello e. ''O sol e a sombra: política e administração na América portuguesa do {{séc|XVIII}}''. Companhia das Letras, 2006, p. 394</ref>