Sérgio Fleury: diferenças entre revisões
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'''Sérgio Fernando Paranhos Fleury''' ([[Niterói]], 19 de maio de 1933 — [[Ilhabela]], 1 de maio de 1979), mais conhecido como '''Delegado Fleury''', foi um [[Polícia Civil do Estado de São Paulo|policial]] que atuou como [[delegado de polícia|delegado]] do [[Departamento de Ordem Política e Social]] (DOPS) de [[São Paulo (estado)|São Paulo]] durante a [[Ditadura militar no Brasil (1964–1985)|Ditadura Militar no Brasil]]. Fleury ficou conhecido por sua atuação violenta e foi acusado de [[Tortura no Brasil|tortura]] e [[homicídio]] de inúmeras pessoas pelo [[Ministério Público no Brasil|Ministério Público]], mas morreu antes de ser julgado.<ref>{{Citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=|titulo=Sérgio Paranhos Fleury|url=http://memoriasdaditadura.org.br/biografias-da-ditadura/delegado-fleury/index.html|jornal=Memórias da ditadura|publicado=[[Instituto Vladimir Herzog]]|acessodata=12-02-2018}}</ref>
Vários depoimentos, testemunhas e relatos de [[Preso político|presos políticos]] apontam que, sistematicamente, Fleury torturava as pessoas durante os interrogatórios que comandava. Vários dos militantes capturados por ele não resistiram às torturas e [[Morte|morreram]]. Fleury foi o principal responsável pela tentativa de captura e morte do militante comunista [[Carlos Marighella]]. Também foi apontado como participante da [[Chacina da Lapa]] e investigado por envolvimento com [[Narcotráfico|tráfico de drogas]] e [[Esquadrão da morte|esquadrões da morte]].<ref name=":1">{{citar web|url=http://veja.abril.com.br/arquivo_veja/capa_12111969.shtml|título=No Rio o pó cala os governantes|data=01-06-1988|acessodata=27-06-2011|publicado=Revista Veja|wayb=20080312095304|urlmorta=
Protegido dos [[Militar|militares]] que promoveram o [[Golpe de Estado no Brasil em 1964]] e impuseram a ditadura, deles recebeu diversas homenagens, como a [[Medalha do Pacificador]] e a [[Medalha Amigo da Marinha]]. Mas em 2009 uma rua com seu nome na cidade de [[São Carlos (São Paulo)|São Carlos]] foi renomeada para homenagear o [[cardeal]] católico [[Hélder Câmara]], um dos mais conhecidos opositores do regime imposto pelo golpe.<ref>{{citar web|url=http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/sao-carlos-repudia-torturador|título=São Carlos repudia torturador|data=4 de maio de 2009|acessodata=|publicado=[[Vi o Mundo]]|ultimo=Toledo|primeiro=Caio N. de|urlmorta=
== Carreira ==
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=== A inversão da tática ===
Ao contrário dos métodos do [[Exército]], empregados na repressão aos movimentos subversivos nos demais estados brasileiros, que copiavam modelos empregados pela [[França]] e pelos [[Estados Unidos]] na luta contra a insurgência, envolvendo equipamentos sofisticados e até o uso de satélites, o delegado Fleury adotou a inversão dessa tática. Um artigo, publicado na revista ''[[Veja]]'' de [[12 de novembro]] de [[1969]], ressaltava que o sucesso de Fleury no combate à [[luta armada]] da esquerda deveu-se a sua experiência no combate aos criminosos comuns. Para ele, a motivação política era secundária. "Um assalto a banco, praticado por um subversivo, deveria ser investigado como um assalto comum. O subversivo que roubasse um automóvel deveria ser procurado como qualquer "puxador". A tática usada no cerco a Carlos Marighella foi a mesma empregada na captura de marginais. A revista, entrevistando um delegado do DOPS paulista, obteve a seguinte informação: "quando a gente prende um malandro, ladrão ou assassino, enfim um bandido, e a gente sabe que ele tem um companheiro, obrigamos o preso a nos levar até o barraco onde o outro mora. O bandido vai lá, bate na porta, o outro pergunta: "quem é?', e o bandido responde: "sou eu". O camarada abre a porta e entram dez policiais junto com o bandido". "Foi assim que Fleury obteve sucesso no combate à subversão: em cada dez diligências, sete eram proveitosas".<ref>{{citar web|url=http://veja.abril.com.br/arquivo_veja/capa_12111969.shtml|título=Estratégia para matar o terror|data=12 de novembro de 1969|acessodata=10-02-2018|publicado=[[Revista Veja]]|ultimo=|primeiro=|urlmorta=
== Esquadrão da Morte ==
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Desde 1968 Fleury vinha sendo investigado por seu envolvimento com o [[tráfico de drogas]] e por ter metralhado Domiciano Antunes Filho, conhecido com Luciano, a mando de um traficante de drogas rival, José Iglesias, conhecido como Juca.<ref name=":0" /> Em função desse crime, em 1973 teve sua prisão preventiva decretada,<ref name=":0" /> mas foi beneficiado por uma alteração no [[Código de Processo Penal]] decretada pelo então presidente do Regime Militar, [[Emílio Garrastazu Médici]], sob a forma da Lei 5.941, que facultava a liberdade aos réus primários e com residência fixa. A lei passou a ser conhecida como ''Lei Fleury''<ref>{{citar web|url=http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/1970-1979/L5941.htm|título=Lei nº 5.941, de 22 de novembro de 1973.|data=22-11-1973|acessodata=10-02-2018|website=www.planalto.gov.br|publicado=[[Governo Federal do Brasil]]|ultimo=Médici|primeiro=Emílio Garrastazu|autorlink=Emílio Garrastazu Médici}}</ref> e considerada uma vergonha jurídica pelos especialistas.<ref>{{citar livro|sobrenome=MEDICI|nome=Sérgio de Oliveira|título=Sugestão de reforma da "Lei Fleury"|url=http://www.revistajustitia.com.br/revistas/9zz556.pdf|ano=1985|editora=Revista Justitia|local=São Paulo|acessodata=14 de dezembro de 2016}}</ref><ref>{{citar web|título=Promotor defende fim da Lei Fleury|url=http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/88530.html|publicado=[[Agência Câmara (Brasil)|Agência Câmara]]|acessodata=15 de dezembro de 2016|data=17 de maio de 2006|autor=Luiz Claudio Pinheiro|editor=Rejane Oliveira}}</ref><ref>{{citar web|título=Sérgio Paranhos Fleury|url=http://memoriasdaditadura.org.br/biografias-da-ditadura/delegado-fleury/|publicado=Memórias da ditadura|acessodata=15 de dezembro de 2016}}</ref><ref>{{citar web|título=Recuos e avanços|subtítulo=Erros palmares e acertos involuntários nos últimos capítulos da nossa história jurídica|url=http://www.cartacapital.com.br/revista/846/recuos-e-avancos-8307.html|publicado=[[CartaCapital]]|acessodata=15 de dezembro de 2016|data=26 de abril de 2015|autor=Wálter Maierovitch}}</ref>
O Fleury morreu por [[afogamento]], segundo a sua mulher, Maria Izabel Oppido, presente em sua lancha na madrugada de 1º de maio de 1979. Seu corpo foi sepultado sem ter sido [[Autópsia|necropsiado]], o que gerou comentários de que ele teria sido assassinado pela esquerda como vingança ou como "queima de arquivo" pelos seus antigos colaboradores da ditadura.<ref>{{citar web|url=http://epoca.globo.com/edic/19990517/soci3.htm|título=O porão de Fleury|data=17-05-1999|acessodata=11-02-2017|publicado=[[Revista Época]]|urlmorta=
Em ''[[Memórias de uma Guerra Suja]]'', publicado pelo ex-delegado do DOPS do estado [[Espírito Santo]] [[Cláudio Antônio Guerra]], que assume a condição de um ex-agente da repressão aos opositores da ditadura militar, o delegado Fleury teria sido assassinado por ordem dos próprios militares. Segundo Claudio Guerra, "o delegado Fleury tinha se tornado um homem rico desviando dinheiro dos empresários que pagavam para sustentar as ações clandestinas do regime militar e não obedecia mais a ninguém, agindo por conta própria". Ainda segundo Guerra, "Fleury teria sido dopado e levado uma pedrada na cabeça antes de cair no mar, fato que justificaria a estranha ausência da [[necrópsia]] do cadáver".<ref name=":2" />
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