Terceira guerra judaico-romana: diferenças entre revisões

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'''Terceira guerra judaico-romana''', também chamada de '''Revolta de Barcoquebas''', foi uma rebelião de [[judeu]]s contra o [[Império Romano]], que explodiu na [[Judeia (província romana)|Judeia]], em {{DC|132|x}}. Para os historiadores que não incluem a [[segunda guerra judaico-romana|Guerra de Kitos]] entre as [[guerras judaico-romanas]], esta teria sido a segunda guerra dos judeus contra o domínio romano.
 
==Origens==
 
Há muita incerteza acerca da causa imediata dessa revolta, pois dela só possuímos documentação esparsa e não-contemporânea ([[Dião Cássio]] <ref>Dion Cassio I xis 12-14</ref> e [[Eusébio]]) <ref>Eusébio. '''HistoriaHistória EcclesiaeEclesiástica''' iv, 6,8.</ref>, além de algumas descobertas [[Arqueologia|arqueológicas]] nas grutas dos desertos da [[Judeia]].
 
O que se sabe é que ela ocorreu após a viagem do imperador [[Adriano]], pelo [[Oriente]], entre os anos 130 e 131, ocasião em que ele deixou claro seu propósito de revitalizar o [[helenismo]] enquanto esteio cultural do [[Império Romano]], naquela região. Entre seus planos estava a reconstrução de Jerusalém como uma cidade helenística e onde, sobre o monte do [[Templo de Jerusalém|templo]], seria erguido um santuário dedicado a [[Júpiter (mitologia)|Júpiter Capitolino]], decisão que feriu os sentimentos religiosos dos judeus.
 
Este parece ter sido o estopim da revolta na [[Judeia (província romana)|Judeia]].{{NotaNT|De acordo com Eusébio, os excessos do governador romano (massacres, confisco de bens, etc), em muito contribuíram para aguçar o clima de revolta.}}, embora Dião Cássio afirme que ela já vinha sendo preparada, a partir das comunidades da [[Diáspora]], desde o levante de {{DC|115|x}} ([[Segunda guerra judaico-romana]]).
 
==A revolta==
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[[Dião Cássio]] descreve-a como "quase um deserto". Centenas de milhares de judeus morreram lutando, de fome ou por doenças. Prisioneiros judeus abarrotavam os mercados de escravos, aviltando os preços dos cativos ("Um escravo tornou-se mais barato do que um cavalo" <ref>Borger, Hans. '''Uma história do povo judeu, vol.1'''. São Paulo. Ed. Sefer, 199</ref>). Os inaptos ao trabalho eram enviados aos circos, para servir de entretenimento a plateias sanguinárias, que apreciavam vê-los ser retalhados pelas lâminas dos [[gladiador]]es ou dilacerados pelas presas de animais selvagens.
 
Os romanos também sofreram perdas consideráveis. Em {{DC|135|x}}, ao informar ao [[Senado romano|senado]] sobre o fim da guerra, o imperador [[Adriano]], preferiu omitir a fórmula habitual: "''Eu e as legiões estamos bem''".
 
[[Jerusalém]] foi reconstruída de acordo com o projeto do imperador, recebendo o nome de [[Élia Capitolina]] {{NotaNT|"Élia" refere-se ao imperador, cujo nome [[Gens|gentílico]] era AelioÉlio.}}, onde os judeus ficaram proibidos de entrar, sob pena de morte, enquanto o nome da província foi mudado de Judeia para [[Síria Palestina]] (''Syria Palaestina'').
 
Além disso, um édito imperial que combatia a prática da mutilação, equiparou a [[circuncisão]] à [[castração]], proibindo os judeus de praticá-la. E, como os recalcitrantes se valessem de argumentos religiosos, ficaram também proibidos o ensinamento da [[Torah]] e a ordenação de novos [[Rabino]]s. [[Aquiba]] negou-se a obedecer, continuando a dirigir o povo judaico. Surpreendido ensinando a Torah, pagou com a vida sua fidelidade à [[Lei Mosaica]].