Escola dos Annales: diferenças entre revisões

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Os fundadores do periódico (1929) e do movimento foram os historiadores [[Marc Bloch]] e [[Lucien Febvre]], então docentes na [[Universidade de Estrasburgo]]. Rapidamente foram associados à abordagem inovadora dos "''Annales''", que combinava a [[Geografia]], a História e as abordagens [[Sociologia|sociológicas]] da "''[[Année Sociologique]]''"<ref>Revista fundada em [[1898]], por [[Émile Durkheim]].</ref>. Muitos dos seus colaboradores eram conhecidos em [[Estrasburgo]] e reuniam-se para produzir uma análise que rejeitava a ênfase predominante em [[política]], [[diplomacia]] e [[guerra]]s, característica de muitos historiadores dos séculos [[século XIX|XIX]] e [[século XX|XX]], liderados pelos "''sorbonnistas''" - designação dada por Febvre.
 
Notavelmente, os Annales trouxeram inovações ao campo historiográfico em vários aspectos, como no conceito de história-problema e na ampliação das fontes. As gerações dos ''Annales'' vieram a refletir sobre questões relevantes para o avanço historiográfico e ampliando as possibilidades de análise históricas pensando uma história total ou global.{{Sfn|BRAUDEL|2009|p=33-5}}{{Sfn|REVEL|1989|p=37-9}} A Escola dos Annales elaboram uma nova forma de pensar a construção histórica a partir de uma problemática. Inauguram a chamada história-problema. Apesar de ser divulgado amplamente como uma inovação, o conceito de história-problema, [[Jacques Revel]] afirma que os Annales vieram a retomar ideias já existente na obra de [[François Simiand|Simiand]]. Assim como a respeito da convergência das ciências humanas, mas com sentido e implicações diferentes.{{Sfn|REVEL|1989|p=21-3}} Uma aproximação entre as [[ciências humanas]], acabando com o isolamento em que a história se mantinha, veio a ser importante para a abertura de novas interrogações e a utilização de outros métodos de análise.{{Sfn|REVEL|1989|p=17-8}} A questão da interdisciplinariedade presente na Escola dos Annales é apontada por historiadores como [[Peter Burke|Peter Burker]] como uma grande inovação da Escola dos Annales.{{Sfn|ROCHA|2010|p=29}} Apesar de ser uma inovação dos Annales, [[Jacques Revel]] afirma que os metódicos já vinham buscando aproximação da história com outras [[ciências sociais]].{{Sfn|REVEL|1989|p=18}} Algo que já era feito por [[Henri Berr]].{{Sfn|CARBONELL|1992|p=137}} [[Fernand Braudel|Braudel]] foi notório na questão da interdisciplinaridade, produziu publicações que uniram em suas análises diversas ciências sociais. Especialmente, com relação à [[história]] e a [[geografia]]. Sendo destaque o ''Mediterrâneo'' e o artigo “Da longa duração”.{{Sfn|REVEL|1989|p=28-33}} Os Annales conseguiram efetivar a ideia de interdisciplinaridade que já estava presente em [[François Simiand|Simiand]].{{Sfn|REVEL|1989|p=36}} Mas diferente de ser uma normativa metodológica, um alinhamento científico, a interdisciplinaridade é utilizada de modo a obtenção de um conhecimento mais amplo.{{Sfn|REVEL|1989|p=37}}
 
Os historiadores dos "''Annales''" foram os pioneiros na abordagem do estudo de estruturas históricas de [[longa duração]] ("''la longue durée''") para explicar eventos e transformações políticas. Geografia, cultura material e o que posteriormente os "''annalistas''" chamaram "mentalidades" (ou a [[psicologia]] da época) também eram áreas características de estudo.<ref>Colin Jones, "Olwen Hufton's 'Poor', Richard Cobb's 'People', and the Notions of the longue durée in French Revolutionary Historiography," ''Past & Present,'' 2006 Supplement (Volume 1), pp. 178–203 [http://muse.jhu.edu/journals/past_and_present/v2006/2006.1Sjones.html Project Muse]</ref>