Apolônia (Ilíria): diferenças entre revisões

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[[Imagem:Dewing 1426.jpg|thumb|upright=0.95|[[Dracma]] de Apolônia datado entre 200-{{AC|30|x}}]]
 
'''Apolônia''' ({{langx|el|Ἀπολλωνία κατ᾿ Ἐπίδαμνον/Ἀπολλωνία πρὸς Ἐπίδαμνον||''Apollonia kat' Epidamnon''/''Apollonia pros Epidamnon''}}) foi uma antiga [[Grécia Antiga|cidade grega]] da [[Ilíria (região)|Ilíria]], localizada na margem direita do [[rio Aoos]]. Suas ruínas estão situadas na região de [[Fier (prefeitura)|Fier]], próximo da vila de [[Pojani (Fier)|Pojani]], na atual [[Albânia]]. Foi fundada no {{AC|{{-séc|VII}}|x}} por colonos gregos de [[Corfu]] e [[Corinto]], sobre um sítio inicialmente ocupado por [[tribos ilírias]] e foi talvez a mais importante das várias cidades clássicas conhecidas como [[Apolônia]]. Ela floresceu no período romano e foi lar duma renomada escola de filosofia, mas começou a declinar no {{DC|{{+séc|III}}|x}}, quando seu porto começou a assorear como resultado dum terremoto. Foi abandonada no início da [[Idade Média]].
 
== História ==
A cidade da Apolônia estava localizada na [[Ilíria (região)|Ilíria]],{{harvrefsfn|Wilkes|1995|p=96}}{{harvrefsfn|Wilson|2006|p=594}}{{harvrefsfn|Chamoux|2003|p=97}} 10 [[Estádio (unidade)|estádios]] da margem direita do [[rio Aoos]] e 60 estádios, ou 50 segundo [[Cílax de Carianda]], do mar,{{harvrefsfn|name=Smi160|Smith|1870a|p=160}} no território dos [[taulâncios]], um aglomerado de [[tribos ilírias]] que permaneceu intimamente envolvido com o assentamento por séculos e viveu junto com os colonos gregos.{{harvrefsfn|Wilkes|1995|p=98}} Diz-se que tinha sido originalmente chamada Gilaceia em honra a seu fundador, Gílax,{{harvrefsfn|name=Han328|Hansen|2004|p=328}} mas o nome foi depois alterado em honra ao [[Mitologia grega|deus]] [[Apolo]].{{harvrefsfn|Tsetskhladze|2008|p=169}} Foi fundada sobre um sítio inicialmente ocupado por ilírios{{harvrefsfn|Hammond|1976|p=426}}{{harvrefsfn|Larson|2001|p=162}} no {{AC|{{-séc|VII}}|x}} por colonos gregos de [[Corfu]] e [[Corinto]],<ref name=Smi160 /> embora o primeiro relato da presença deles é de {{AC|588|x}}.{{harvrefsfn|Wilkes|1995|p=96–98}}
 
É mencionado por [[Estrabão]] em sua [[Geografia (Estrabão)|Geografia]] como "uma cidade governada excessivamente".<ref name=Han328 /> [[Aristóteles]] considerou-a um importante exemplo{{harvrefsfn|Estrabão|século I|loc=7.8.316}} dum [[Oligarquia|sistema oligárquico]], como os descendentes dos colonos gregos controlando-a e prevalecendo sobre uma grande população serva de majoritária origem ilíria. A cidade enriqueceu com o [[História da escravidão|comércio escravo]] e agricultura local, bem como por seu grande porto, dito como tendo sido capaz de abrigar uma centena de navios ao mesmo tempo. Ela também beneficiou-se pelo suprimento local de asfalto,{{harvrefsfn|Estrabão|século I|loc=7.8.316}}{{harvrefsfn|Aristóteles|século IV a.C.|loc=842 b.27}} uma mercadoria valiosa em tempos antigos, por exemplo, para navios de [[calafetagem]]. Os restos dum templo do final do {{séc|VI}}, localizado acima da cidade, foram descobertos em 2006, o quinto templo de pedra conhecido encontrado na atual Albânia.<ref name=Dating />
 
Apolônia, como [[Dirráquio]] mais ao norte, foi um importante porto na costa ilíria com a mais conveniente ligação entre [[Brundísio]] e o Norte da Grécia, sendo junto com a segunda um dos pontos ocidentais iniciais da [[Via Egnácia]]<ref name=Encyclopaedia /> que levou a leste para [[Tessalônica]], na [[Calcídica]], e então [[Bizâncio]] na [[Trácia]]. Segundo o [[Itinerário de Antonino]] localiza-se a 49 [[milha romana|milhas romanas]] de Claudiana (atual [[Peqin]]), o ponto de encontro entre o percurso de Dirráquio e Apolônia.{{harvrefsfn|Smith|1870a|p=1298}} Tinha sua própria cunhagem, estampando moedas que mostravam uma vaca amamentando seu filhote no [[anverso]] e um padrão estrelado duplo no reverso,<ref name=Apollonia /> que foram encontradas tão longe quando a bacia do [[Danúbio]].
 
Entre 284-{{AC|283|x}}, a cidade e o sul da Ilíria foram conquistadas por [[Pirro do Epiro]] (r. 306-302; 297-{{AC|272|x}}), permanecendo por algum tempo sob seu controle.{{harvrefsfn|Garouphalias|1979|p=213}} Em {{AC|229|x}}, tornou-se parte da [[República Romana]], a quem foi firmemente leal. Em {{AC|168|x}}, foi recompensada com butim obtido de [[Gêncio]], o derrotado [[rei da Ilíria]]. Em {{AC|148|x}}, tornou-se parte da [[província romana]] da [[Macedônia (província romana)|Macedônia]], especificadamente do [[Novo Epiro]].{{harvrefsfn|Bowden|2003|p=14}} Pelo fim da república, Apolônia foi celebrada como uma sede de aprendizagem e muitos dos nobres romanos enviaram seus filhos para estudarem literatura e filosofia gregas. Durante a [[Guerra Civil Cesariana]] (49-{{AC|45|x}}) entre [[Júlio César]] e [[Pompeu]], foi mencionada como uma cidade fortificada com uma cidadela e foi de grande importância para a campanha de César na Grécia,<ref name=Smi160 /> embora tenha sido capturada por [[Marco Júnio Bruto]] em {{AC|48|x}}. [[Otaviano]], filho adotivo de César e futuro [[imperador romano|imperador]] Augusto {{-+nwrap|r.|{{AC|27|x}}|{{DC|14|x}}}}, estudou em Apolônia por seis meses sob tutela de [[Atenodoro de Tarso]],{{harvrefsfn|Smith|1870b|p=404}} até partir para [[Roma]] devido o assassinato de César.{{harvrefsfn|Suetônio|121|loc=10}}{{harvrefsfn|Eck|2003|p=9}}{{harvrefsfn|Apiano|século II|loc=3.9–11.}}{{harvrefsfn|Rowell|1962|p=16}}
 
Apolônia floresceu sob governo romano e foi mencionada por [[Cícero]] em suas [[Filípicas]] como ''magna urbs et gravis'', uma grande e importante cidade.<ref name=Smi160 /> O [[Cristianismo]] foi estabelecido na cidade precocemente, e os bispos locais estiveram presentes no [[Primeiro Concílio do Éfeso]] (431){{harvrefsfn|Millar|2006|p=18}} e o [[Concílio da Calcedônia]] (451).{{harvrefsfn|Phillips|1820|p=19}} Seu declínio, contudo, começou no {{séc|III}}, quando um terremoto mudou o curso do Aoos, causando o assoreamento do porto e o surgimento dum pântano, foco de surtos endêmicos de [[malária]]. Tornou-se amplamente desabitada a medida que o pântano aumentou, e a vizinha Avlona (atual [[Vlora]]) cresceu em importância. Pelo fim da [[Antiguidade Tardia]], a cidade estava praticamente despovoada, hospedando apenas uma pequena comunidade cristã.{{harvrefsfn|Nagel|1990|p=130}}{{harvrefsfn|Lonely Planet|2009|p=59}} Essa comunidade (que provavelmente era parte do sítio da antiga cidade)<ref name=Encyclopaedia /> construiu na colina vizinha a Igreja de Santa Maria ({{langx|sq|''Shën Mëri''}}), parte do [[Mosteiro Ardenica]].
 
== Sé episcopal ==
Um dos participantes do Concílio do Éfeso em 431 foi um Félix que assinou uma vez como bispo de Apolônia e [[Búlis]], e outra como bispo de Apolônia. Alguns assumem que as duas cidades formaram uma única sé episcopal, enquanto outros supõem que ele foi, a rigor, bispo apenas da primeira, mas esteve temporariamente no comando de Búlis durante a vacância daquela sé. Um dos participantes num concílio presidido em [[Constantinopla]] em 448 assinou como ''Paulus Episcopus Apolloniada al. Apolloniatarum, civitatis sanctae ecclesiae'', mas é incerto se esteve associado com esta Apolônia.{{harvrefsfn|name=Col396|Coleti|1817|p=395-396}}{{harvrefsfn|name=Le249|Lequien|1740|loc=col. 248-249}}<ref name=Byllis />
 
No Concílio da Calcedônia de 451, Eusébio assinou simplesmente como bispo de Apolônia. Nas cartas dos bispos do Novo Epiro ao [[imperador bizantino]] {{lknb|Leão|I, o Trácio}} {{nwrap|r.|457|474}} em 458, Filócaro assinou como bispo do que os manuscritos chamam "Valido", e que editores pensam que deveria ser uma variação de Búlis. Se Filócaro é também considerado bispo de Apolônia, depende sobre a interpretação da posição de Félix em 431.<ref name=Byllis /><ref name=Col396 /><ref name=Le249 /> O ''[[Anuário Pontifício]]'' lista Apolônia como uma [[sé titular]], assim reconhecendo que foi certa vez uma [[diocese]] residencial, uma [[sufragânea]] da do arcebispo de [[Dirráquio]].{{harvrefsfn|Vaticano|2013|p=835}} Ela não garante tal reconhecimento para Búlis.{{harvrefsfn|Vaticano|2013|p=819-1013}}
 
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