Revolução Constitucionalista de 1932: diferenças entre revisões
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
seção "Preservação da memória e dos ideais de 1932"- adição conteúdo e ajustes na redação |
|||
Linha 446:
{{quote2|''Ao entrarmos no sólo paulista, para assumir o commando supremo, declarei que desembainhava a minha espada em continencia á Lei (...) Fomos obrigados a uma rendição incondicional, para poupar a S. Paulo, a todo o Brasil, dias mais amargos ainda. Mas fizemos triumphar a nossa idéa: a volta do paiz ao regimen constitucional. Obrigamos o governo a realizal-a. E, conseguido o nosso objectivo, podemos mais uma vez dizer que a santa guerra em que São Paulo e Matto Grosso se bateram pelo Brasil livre contra o Brasil escravisado, o vencido venceu o vencedor.''|Bertoldo Klinger, 1934}}
No estado de [[São Paulo (estado)|São Paulo]], a Revolução de 1932 se transformou na mais importante referência histórica da cidadania, dos valores e dos princípios de sua gente, a exemplo do que é a [[Guerra dos Farrapos]] para os [[gaúcho|gaúchos]]. Ainda durante o conflito, por meio da propaganda, foram reavivadas as tradições [[bandeirantes]] do estado, por exemplo, com imagens dos principais bandeirantes paulistas nas ilustrações das notas da moeda paulista colocada em circulação, no rádio, em cartazes e em outras várias publicações.
=== Preservação da memória e dos ideais de 1932 ===
[[Imagem:Revolução de 1932 Cerimonia.jpg|thumb|Monumento aos Heróis da Revolução Constitucionalista de 1932 no [[Cemitério da Saudade (Campinas)|Cemitério da Saudade]], em [[Campinas]].]]
Em 25 de Janeiro de 1934 foi inaugurado o primeiro monumento em homenagem aos combatentes mortos durante o conflito, na cidade de [[Itapira]]-SP. O Monumento do Morro do Gravi é, até os dias atuais, o grande marco em homenagem aos soldados mortos em todo o "Setor Leste" Paulista.▼
▲Em 25 de Janeiro de 1934, foi inaugurado o primeiro monumento em homenagem aos combatentes mortos durante o conflito, na cidade de [[Itapira]]-SP. O Monumento do Morro do Gravi é
▲Em homenagem à Revolução de 1932, no início de julho, um grupo de paulistas faz a "''Caminhada 9 de Julho''", percorrendo, todos os anos, a pé, 927 quilômetros pelo estado de São Paulo. Cruzam o estado de São Paulo, saindo de [[Rubineia]], no extremo oeste do estado, e vão terminar a caminhada em [[Cruzeiro (São Paulo)|Cruzeiro]], no Vale do Paraíba, onde foi assinada a rendição dos paulistas. Os organizadores desta caminhada cívica pretendem entrar para o livro [[Guinness World Records|Guiness]] dos recordes como a maior caminhada cívica do mundo.
Em 1935, foi iniciada a campanha pró-[[Obelisco de São Paulo|Monumento e Mausoléu ao Soldado Constitucionalista de 1932]], com o objetivo de preservar a memória da causa Constitucionalista defendida pelos revolucionários e homenagear aqueles que tombaram por ela no conflito. Naquele ano, a comissão formada iniciou suas atividades com medidas para angariação de fundos e a abertura da seleção dos melhores projetos para a obra artística e arquitetônica, baseada em condições formuladas por um grupo de arquitetos, engenheiros e artistas plásticos, que julgaram os trabalhos apresentados. O monumento foi construído no [[Parque do ibirapuera|Parque Ibirapuera]] e inaugurado em 9 de julho de 1955, embora efetivamente concluída as obras somente em [[1970]].<ref>{{citar livro|título=Cruzes paulistas (edição digital)|ultimo=Montenegro|primeiro=Benedicto|editora=Civilização brasileira|ano=1936|local=São Paulo|páginas=82 e 84-86|acessodata=}}</ref>▼
A cidade de Cruzeiro recebeu, por meio da lei estadual nº 13.203 de 10 de setembro de 2008, o honroso título honorífico de "Capital da Revolução Constitucionalista de 1932" em virtude dos marcantes episódios desse conflito ocorridos no município, dentre os quais a assinatura do [[armistício]], termo de cessação da Revolução que se deu no dia 2 de outubro de 1932 na Escola Arnolfo Azevedo, localizada na região central da cidade, cujo prédio também foi utilizado como quartel-general pelas tropas paulistas.▼
Em cidades do estado há também diversos monumentos dedicados à memória do conflito, além de diversos logradouros denominados em referência e homenagem ao movimento constitucionalista e seus heróis como, por exemplo, a [[Avenida 23 de Maio]] e a [[Avenida 9 de Julho]] na capital paulista.<ref>{{citar notícia|url=http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2010/07/pontos-historicos-de-sp-ajudam-relembrar-revolucao-de-1932.html|título=Pontos históricos de SP ajudam a relembrar a Revolução de 1932|data=09-07-2010|acessodata=2019-05-30|publicado=g1.globo.com}}</ref>
▲A cidade de Cruzeiro recebeu, por meio da lei estadual nº 13.203 de 10 de setembro de 2008, o honroso título honorífico de "Capital da Revolução Constitucionalista de 1932" em virtude dos marcantes episódios desse conflito ocorridos no município,
O Exército Constitucionalista simbolicamente ainda existe e anualmente é representado nos desfiles cívicos-militares respectivos às comemorações do 9 de julho em São Paulo. Ao longo dos anos, a entidade Sociedade dos Veteranos de 1932 vem preservando a memória e um variado acervo de documentos, relíquias e demais itens históricos da Revolução de 1932.<ref>{{Citar web|titulo=Mulher comandará o Exército Constitucionalista pela 1ª vez|url=http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/ultimas-noticias/mulher-comandara-o-exercito-constitucionalista-pela-1-vez/|obra=Governo do Estado de São Paulo|data=2008-07-10|acessodata=2019-05-29|lingua=pt-BR}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=Legislação|url=http://www.legislacao.sp.gov.br/legislacao/dg280202.nsf/5fb5269ed17b47ab83256cfb00501469/1dc71e2e6cde8d0283257950003f7e57?OpenDocument|obra=www.legislacao.sp.gov.br|acessodata=2019-05-29}}</ref>
Linha 464 ⟶ 468:
Nos anos que se seguiram ao fim da guerra houve um significativo esforço por parte de muitos ex-combatentes e pessoas que atuaram diretamente na revolução em publicar obras com relatos de suas experiências, como foi o caso de [[Paulo Junqueira Duarte|Paulo Duarte]], [[Menotti Del Picchia]], [[Alfredo Ellis Jr.|Alfredo Ellis Junior]], [[Guilherme de Almeida]], [[Arnon Afonso de Farias Melo|Arnon de Mello]], entre outros, constituindo um importante acervo histórico e literário. A história da revolução foi também abordada em importantes obras da literatura brasileira, como foi o caso do romance [[Éramos Seis]] publicado em 1943 pela escritora [[Maria José Dupré]].<ref>{{citar web|url=http://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/121692/118586|titulo=Bibliografia da Revolução Constitucionalista|data=1962-09-29|acessodata=2019-05-29|publicado=Revista de História - USP|ultimo=Leite|primeiro=Aureliano|paginas=144-166}}</ref><ref>{{citar livro|url=http://polo3.assis.unesp.br/posgraduacao/teses/historia/joao%20paulo%20rodrigues.pdf|título=O levante "Constitucionalista" de 1932 e a força da tradição|ultimo=Rodrigues|primeiro=João Paulo|editora=Unesp|ano=2009|local=Assis|páginas=264-333|acessodata=2019-05-29}}</ref><ref>{{citar periódico|ultimo=Camargo|primeiro=Áureo Almeida|data=1972-09-04|titulo=Bibliografia - Roteiro de 32|url=http://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/131816|jornal=Revista de História - USP|acessodata=2019-05-29}}</ref>
O conflito também foi retratado em produções da televisão brasileira, como na novela [[O Casarão]] (1976); na novela [[Os Imigrantes]] (1981); na novela [[Éramos Seis (1994)|Éramos Seis]], nas suas quatro versões, baseadas no romance de Dupré; e na novela [[Esperança (telenovela)|Esperança]] (2002), todas elas com perspectiva favorável a causa dos revolucionários. A Rede Globo também realizou a minissérie [[JK (minissérie)|JK]] (2006) sobre a vida do ex-presidente [[Juscelino Kubitschek]], onde narra também a participação dele na guerra. Em 2002, em comemoração aos 70 anos do movimento armado, foi produzido pela [[TV Cultura]] e a [[TV Assembleia SP|TV Assembleia]] o documentário ''A Guerra dos Paulistas - A Revolução Constitucionalista de 1932''.<ref>{{Citar web|titulo=Éramos Seis (1994)|url=http://www.teledramaturgia.com.br/eramos-seis-1994/|website=Teledramaturgia|acessodata=2016-02-21}}</ref><ref>{{Citar web|titulo="Esperança" destaca a Revolução de 32 - 03/07/2002 - Da Redação|url=http://televisao.uol.com.br/ultimas-noticias/2002/07/03/esperanca-destaca-a-revolucao-de-32.jhtm|website=televisao.uol.com.br|acessodata=2016-02-21}}</ref><ref>{{Citar web|titulo = Assembléia realiza pré-estréia do documentário A Guerra dos Paulistas|url = http://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=263567|website = www.al.sp.gov.br|acessodata = 2016-02-22}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=JK - Tudo pela perfeição|url=http://jk.globo.com/Series/JK/0,,AA1092126-5074,00.html|website=jk.globo.com|acessodata=2016-02-22}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=Os Imigrantes Resumo {{!}} Personagens {{!}} Trilha Sonora|url=https://novelasdobrasil.com/os-imigrantes-resumo/|obra=Resumo das Novelas - Personagens -Trilha Sonora|acessodata=2019-05-29|lingua=pt-BR}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=O
▲Anualmente, desde 1934, é realizado o desfile cívico-militar de 9 de julho na capital paulista e em cidades do interior do estado. O evento durante muitos anos contou com a participação dos batalhões de veteranos do conflito. Como parte das comemorações há também a ''Prova Ciclística 9 de julho'' criada pelo jornalista [[Cásper Líbero]] e realizada desde 1933 na cidade São Paulo.<ref>{{citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=1934-07-01|titulo=9 de julho: cresce de dia para dia o enthusiasmo pelas commemorações da nossa maior data histórica|url=http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=090972_08&pesq=desfile%20de%209%20de%20julho&pasta=ano%20193|jornal=Correio Paulistano|pagina=1|acessodata=2019-05-29}}</ref><ref>{{citar jornal|url=http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=090972_08&PagFis=7776&Pesq=Azarias%20Silva|título=O projecto do coronel Azarias Silva sobre as commemorações do 9 de julho|data=1935|página=5|autor=Correio Paulistano|local=São Paulo|edição=24302|idioma=pt}}</ref><ref>{{citar jornal|url=http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=090972_08&PagFis=7776&Pesq=Azarias%20Silva|título=As commemorações de 23 de maio e do 9 de julho|data=1935-05-25|página=5|edição=24285|autor=Correio Paulistano|local=São Paulo|idioma=pt}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=Prova Ciclística 9 de Julho|url=https://www.gazetaesportiva.com/prova9dejulho/|obra=Gazeta Esportiva|acessodata=2019-05-29}}</ref>
▲Em 1935, foi iniciada a campanha pró-[[Obelisco de São Paulo|Monumento e Mausoléu ao Soldado Constitucionalista de 1932]], com o objetivo de preservar a memória da causa Constitucionalista defendida pelos revolucionários e homenagear aqueles que tombaram por ela no conflito. Naquele ano, a comissão formada iniciou suas atividades com medidas para angariação de fundos e a abertura da seleção dos melhores projetos para a obra artística e arquitetônica, baseada em condições formuladas por um grupo de arquitetos, engenheiros e artistas plásticos, que julgaram os trabalhos apresentados. O monumento foi construído no [[Parque do ibirapuera|Parque Ibirapuera]] e inaugurado em 9 de julho de 1955, embora efetivamente concluída as obras somente em [[1970]].<ref>{{citar livro|título=Cruzes paulistas (edição digital)|ultimo=Montenegro|primeiro=Benedicto|editora=Civilização brasileira|ano=1936|local=São Paulo|páginas=82 e 84-86|acessodata=}}</ref>
== Ver também ==
|