Universidade Federal de Santa Catarina: diferenças entre revisões

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Acontecimentos recentes
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=== Durante o Governo Militar ===
Enquanto o campus se expandia com a construção de prédios como a Reitoria e a Escola de Engenharia, a política no país trazia mudanças. Em [[1964]], o [[Golpe de Estado no Brasil em 1964|Golpe Militar]] inicia a [[Ditadura militar no Brasil (1964–1985)|Ditadura no Brasil]], e já acontecem prisões de estudantes no mesmo ano. A UFSC passou a ter uma filial do [[Serviço Nacional de Informações|Serviço Nacional de Informações (SNI)]] na Reitoria, coletando informações sobre pessoas e possíveis mobilizações de estudantes e professores.<ref>{{citar web|url=http://desacato.info/filial-do-sni-funcionou-na-reitoria-da-ufsc-durante-a-ditadura/|titulo=Filial do SNI funcionava na UFSC na Ditadura|data=|acessodata=|publicado=Desacato|ultimo=|primeiro=}}</ref> Os Centros Acadêmicos existentes até então desaparecem e novas representações, chamadas Diretórios Acadêmicos, passam a existir, subordinados as autoridades universitárias.<ref>Decreto-lei nº 228, de 28 de fevereiro de 1967: Reformula a organização da representação estudantil e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília-DF, 28 fev. de 1964. Disponível em: <<nowiki>http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/126145/decreto-lei-228-67</nowiki>>. Acesso em: 31 ago. 2010.</ref>[[Ficheiro:Basketball-Feld der UFSC (22090113946).jpg|miniaturadaimagem|351x351px|O Centro de Desportos (CDS) da UFSC préantes da revitalização de [[2018]].]]
Paralelamente, a UFSC se reestrutura: a ditadura também implementou a Reforma Universitária, surgindo os Centros de Ensino entre 1967 e 1969: os atuais Centros de Ciências Biológicas, de Comunicação e Expressão, de Física e Matemática e e o de Filosofia e Ciências Humanas formavam um único centro, o Centro de Estudos Básicos (CEB).<ref name=":0" /> Todos os alunos de todos os centros precisavam fazer disciplinas no CEB no inicio da graduação, gerando o apelido ''Básico'' que permanece até hoje no bloco A do CCE.<ref>{{citar web|url=http://www.cce.ufsc.br/historico/|titulo=CCE - Histórico|data=|acessodata=7 de outubro de 2017|publicado=CCE - UFSC|ultimo=|primeiro=}}</ref><ref>Decreto-lei n. 53, de 18 de novembro de 1966. Fixa princípios e normas de organização para as universidades federais e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília-DF, 21 Nov. 1966, p. 13.416. Disponível em: <<nowiki>http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaTextoIntegral.action?id=91485</nowiki>>. Acesso em: 24 ago. 2010.</ref> Durante a década seguinte, o CEB começa a se desmembrar, começando pelo Centro de Comunicação e Expressão já em 1969. Além do CEB, surgem o Centro Biomédico - que seria o futuro Centro de Ciências da Saúde - o Centro Tecnológico, o Centro Socioeconômico, o Centro de Educação, o Centro Agropecuário - o futuro Centro de Ciências Agrárias - e o Centro de Desportos. Esses dois últimos, porém, só surgem efetivamente em 1975 e 1976, ano em que a reforma é encerrada e os centros passam praticamente a mesma configuração atual.<ref name=":2" />
 
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O 4º reitor da UFSC foi Ernani Bayer. Durante sua gestão, a UFSC recebeu do governo catarinense uma fazenda na Tapera para pesquisa e extensão: a Fazenda Experimental da Ressacada. Em 1984, a UFSC realiza a primeira eleição direta pra reitoria, e Rodolfo Joaquim Pinto da Luz se torna o 5º reitor. Ele também seria eleito o 8º reitor em 1996 e ainda seria reeleito em 2000, sendo o reitor com maior tempo no comando da UFSC, o único a ser reeleito e o único a assumir mais de uma gestão - três no total.
[[Ficheiro:Florianopolis UFSC praça.JPG|esquerda|miniaturadaimagem|356x356px|Praça da Cidadania no Campus Trindade, com o Centro de Comunicação e Expressão (CCE) ao fundo.]]
 
=== Anos 90 e século XXI: consolidação e expansão ===
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Duas semanas após a operação da PF, Cancellier se suicidou em um shopping do Centro de Florianópolis, para o choque da comunidade universitária e da cidade. Amigos e familiares afirmam que ele estava deprimido com a prisão e as consequências - ele foi impedido de entrar na universidade e afastado do cargo - e se dizia injustiçado.<ref>{{citar web|url=http://veja.abril.com.br/brasil/suicidio-de-reitor-da-ufsc-inflama-polemica-sobre-prisoes-pela-pf/|titulo=Suicídio de reitor da UFSC inflama polêmica sobre prisões pela PF|data=3 de outubro de 2017|acessodata=7 de outubro de 2017|publicado=Veja|ultimo=|primeiro=}}</ref><ref>{{citar web|url=http://noticias.ufsc.br/2017/10/entidades-manifestam-pesar-com-o-falecimento-do-reitor-da-ufsc-luiz-carlos-cancellier-de-olivo/|titulo=Manifestações de pesar com o falecimento do reitor da UFSC Luiz Carlos Cancellier de Olivo|data=2 de outubro de 2017|acessodata=|publicado=Agecom/Notícias da UFSC|ultimo=|primeiro=}}</ref>
[[Ficheiro:Se cortar, a UFSC vai parar.jpg|miniaturadaimagem|369x369px|Ato do dia 15 de maio de 2019 contra os cortes na educação e em defesa da universidade.]]
 
Após isso, o Conselho Universitário se reuniu e decidiu que a vice-reitora, Alacoque Erdmann, assumiria a reitoria e daria sequência a gestão. Porém, após o chefe de gabinete da reitoria afastar o [[corregedor]] da UFSC - que teve grande participação na Ouvidos Moucos, apesar da operação não ser o motivo do afastamento - Alacoque desfaz a ordem, levando ele e os pró-reitores a se demitir em protesto, pressionando a reitora. Em meio a crise, Alacoque se afasta em licença médica e o Conselho se reúne mais uma vez: agora, a decisão foi de realizar uma nova eleição até abril de [[2018]]. O [[Decano (educação)|decano]] do Conselho, Ubaldo César Balthazar, foi nomeado reitor interino até a eleição, vencida pelo próprio.<ref>{{citar web|url=http://dc.clicrbs.com.br/sc/noticias/noticia/2017/11/ufsc-tem-ate-abril-de-2018-para-eleger-nova-reitoria-9979486.html|titulo=UFSC tem até abril de 2018 para eleger nova reitoria|data=1 de novembro de 2017|acessodata=2 de novembro de 2017|publicado=Diário Catarinense|ultimo=|primeiro=}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.deolhonailha.com.br/florianopolis/noticias/comunidade-universitaria-escolhe-ubaldo-cesar-balthazar-para-reitor-da-ufsc.html|titulo=Comunidade universitária escolhe Ubaldo César Balthazar para reitor da UFSC|data=|acessodata=|publicado=De Olho na Ilha|ultimo=|primeiro=}}</ref>
 
Mesmo com uma situação financeira que nunca foi de recursos abundantes, a UFSC experimentou, em especial na [[década de 2000]], um longo período de expansão de cursos, novos campi e de sua estrutura física. Recentemente, porém, a universidade tem passado por sucessivos cortes de recursos financeiros, que ganharam destaque na mídia nos últimos anos. Apesar deles terem começado ainda no [[Governo Dilma Rousseff|governo Dilma]] e se aprofundado na [[Governo Michel Temer|gestão de Temer]]<ref>{{citar web|url=https://g1.globo.com/educacao/noticia/veja-o-impacto-do-corte-de-verbas-em-universidades-e-institutos-federais-de-14-estados.ghtml|titulo=Veja o impacto do corte de verbas em universidades e institutos federais de 14 estados|data=28/07/2017|acessodata=30/05/2019|publicado=[[G1]]|ultimo=|primeiro=}}</ref><ref>{{citar web|url=http://andes-ufsc.org.br/corte-de-dilma-chega-ao-ministerio-da-educacao-pasta-extingue-secretaria-e-demite-funcionarios/|titulo=Corte de Dilma chega ao Ministério da Educação; Pasta extingue secretaria e demite funcionários|data=05/12/2019|acessodata=30/05/2019|publicado=ANDES UFSC|ultimo=|primeiro=}}</ref>, o contingenciamento atual anunciado pelo [[Governo Jair Bolsonaro|governo Bolsonaro]] foi o mais sentido, levando o reitor Ubaldo a afirmar que poderia interromper as atividades no segundo semestre de 2019 por falta de dinheiro.<ref>{{citar web|url=https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2019/05/07/corte-orcamentario-ira-interromper-funcionamento-da-ufsc-em-agosto-diz-direcao.ghtml|titulo=Corte orçamentário irá interromper funcionamento da UFSC em agosto, diz direção|data=|acessodata=|publicado=[[G1]]|ultimo=|primeiro=}}</ref> Estudantes, professores e entidades realizam, desde os anúncios do corte e desta afirmação da reitoria, grandes protestos de rua em defesa da universidade e outras atividades buscando aproximar a população e faze-la compreender melhor a importância e a contribuição da UFSC para a sociedade.<ref>{{citar web|url=https://www.nsctotal.com.br/noticias/protestos-contra-cortes-mobilizam-alunos-e-professores-em-cidades-de-sc|titulo=Protestos contra cortes mobilizam alunos e professores em cidades de SC|data=|acessodata=|publicado=NSC Total|ultimo=|primeiro=}}</ref><ref>{{citar web|url=https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2019/05/30/estudantes-fazem-atos-a-favor-da-educacao-em-sc.ghtml|titulo=Estudantes fazem atos a favor da educação em SC|data=|acessodata=|publicado=[[G1]]|ultimo=|primeiro=}}</ref><ref>{{citar web|url=https://noticias.ufsc.br/2019/05/ufsc-na-praca-aproxima-populacao-da-ciencia-e-pesquisa-universitaria/|titulo=UFSC na Praça aproxima população da pesquisa universitária|data=16/05/2019|acessodata=|publicado=Notícias da UFSC|ultimo=|primeiro=}}</ref>
 
== Organização ==
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O HU fez mais de 250 mil atendimentos e cerca de 16 mil procedimentos cirúrgicos, entre ambulatoriais e emergências. A BU tem cerca de 436 mil livros em todas as unidades do sistema. Foram servidas nos Restaurantes Universitários 2.310.015 de refeições em 2016.
 
=== Orçamento ===
O orçamento total da universidade é dividido em obrigatório, que inclui pagamentos de salário de professores, servidores e aposentados, e discricionárias, que corresponde ao dinheiro de custeio e capital - para pagamentos de contas, bolsas e investimentos. O orçamento discricionário é o caixa da universidade, gerido pela reitoria, enquanto que o obrigatório é vinculado diretamente ao Ministério da Educação e não passa pela UFSC.
 
O orçamento total da UFSC previsto para 2019 é de R$ 1,5 bilhão, porém 86% desse valor corresponde a parte obrigatória. O restante - cerca de R$ 150 milhões - são as despesas discricionárias. O contingenciamento de 2019 gerou confusão sobre o assunto, visto que o governo afirmava que a porcentagem bloqueada não era de 30%, como a mídia divulgou, mas de 3,5% - o que está correto apenas se considerar o orçamento total. Entretanto, como a porcentagem de 30% era em referência apenas ao orçamento discricionário, as universidades tiveram apenas o dinheiro gerido por elas para suas contas e despesas básicas parcialmente bloqueados, o que segundo muitos reitores - o da UFSC incluso - inviabilizaria o funcionamento das instituições.<ref>{{citar web|url=https://www.nsctotal.com.br/colunistas/moacir-pereira/projecao-e-de-que-ufsc-tenha-orcamento-para-despesas-e-servicos-so-ate|titulo=Projeção é de que UFSC tenha orçamento para despesas e serviços só até agosto|data=|acessodata=|publicado=NSC Total|ultimo=Pereira|primeiro=Moacir}}</ref><ref>{{citar web|url=https://ndmais.com.br/blogs-e-colunas/fabio-gadotti/depois-de-corte-orcamentario-ufsc-vai-revisar-as-despesas/|titulo=Depois de corte orçamentário, UFSC vai revisar as despesas|data=|acessodata=|publicado=Notícias do Dia|ultimo=|primeiro=}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.nsctotal.com.br/noticias/soma-de-bloqueios-nas-quatro-instituicoes-federais-de-santa-catarina-chega-a-r-121-milhoes|titulo=Soma de bloqueios nas quatro instituições federais de Santa Catarina chega a R$ 121 milhões|data=|acessodata=|publicado=Diário Catarinense|ultimo=|primeiro=}}</ref>
 
=== Alunos ===