Alfredo Di Stéfano: diferenças entre revisões

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'''Alfredo Stéfano Di Stéfano Laulhé''' <ref name = "quien">MACÍAS, Julio. '''DI STÉFANO, Alfredo Estéfano'''. ''Quién es quién en la Selección Argentina'', 1a ed. Buenos Aires: Corregidor, 2011, pp. 231-232</ref> ([[Buenos Aires]], [[4 de julho]] de [[1926]] {{mdash}} [[Madrid]], [[7 de julho]] de [[2014]]) foi um [[futebolista]] e [[treinador de futebol|treinador]] [[argentino]] de origem [[Italia]]na, que, além de ter jogado pela [[Seleção Argentina de Futebol|Seleção Argentina]], jogou também pela [[Seleção Espanhola de Futebol|Seleção Espanhola]]. É considerado um dos maiores [[futebolista]]s de todos os tempos.
 
Era considerado um jogador brilhante, um dos melhores de todos os tempos para a imprensa mundial. Sua velocidade e a cor dos cabelos lhe renderiam a alcunha de "La Saeta Rubia"'' ("A Flecha Loira").<ref name="elgrafico" />'' Foi de [[2000]] a 2014 o presidente honorário do [[Real Madrid Club de Fútbol|Real Madrid]],<ref name="real">{{citar web | titulo= Alfredo Di Stéfano Laulhé | publicado= Real Madrid C.F. | data= | url= http://www.realmadrid.com/cs/Satellite/es/1193040472616/1202817703443/jugador/JugadorLegendario/Di_Stefano.htm | acessodata= 31 de janeiro de 2011 | arquivourl= https://web.archive.org/web/20121004093250/http://www.realmadrid.com/cs/Satellite/es/1193040472616/1202817703443/jugador/JugadorLegendario/Di_Stefano.htm | arquivodata= 2012-10-04 | urlmorta= yes }}</ref> clube cuja história de sucesso confunde-se com a dele: foi com ele em campo que o Real tornou-se o maior vencedor da cidade de [[Madrid]], da [[Espanha]] e da [[Europa]]. Foi responsável também por alimentar a rivalidade com o [[FC Barcelona|Barcelona]], que não tinha a mesma expressão.<ref name="FourFourTwo">TALBOT, Simon (junho de 2008). '''Ícone - Alfredo di Stéfano'''. FourFourTwo n. 7. Editora Cádiz, pp. 66-69</ref> Ele era presidente honorário também da [[UEFA]], desde [[2008]].<ref name="elgrafico" />
 
<ref name = "FourFourTwo"/> Várias opiniões têm aqueles que foram seus adversários contumazes: [[Joaquín Peiró]], que jogava pelo [[Atlético de Madrid]], afirmou: ''"Para mim, o número 1 é Di Stéfano. Aqueles que o viram, viram. Aqueles que não o viram, perderam"''. [[Helenio Herrera]], técnico do [[FC Barcelona|Barcelona]], declarou que ''"se Pelé foi o violinista principal, Di Stéfano foi a orquestra inteira"''.<ref name = "FourFourTwo"/> [[Gianni Rivera]] e [[Bobby Charlton]], que no início de suas carreiras enfrentaram (e perderam) por seus respectivos clubes ([[AC Milan|Milan]] e [[Manchester United]]) para ''La Saeta Rubia'' e o [[Real Madrid]] na [[Liga dos Campeões da UEFA|Taça dos Campeões Europeus]], nos anos 1950, disseram respectivamente que ''"ele nos enlouqueceu"'' e ''"foi o jogador mais inteligente que vi jogar e transpirava esforço e coragem. Foi um líder inspirador e um exemplo perfeito para os outros jogadores"''.<ref name = "FourFourTwo"/>
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Os títulos domésticos de 1962 fizeram justamente parte de uma série de conquistas do clube na Liga Espanhola que o faria ultrapassar o rival Barcelona e tornar-se o maior vencedor do campeonato. Após conquistar cinco títulos continentais seguidos na [[década de 1950]], o Real levantaria o Espanhol também cinco vezes seguidas entre 1961 e 1965.<ref name = "rsssf"/> A última das conquistas seguidas do Real no campeonato espanhol foi já sem Di Stéfano no elenco: já sem os mesmo números de artilheiro , Di Stéfano deixou em 1964 o clube cuja história mudara, insatisfeito após ser deixado no banco de reservas depois que o clube perdeu a final da Copa dos Campeões para a [[Internazionale]];<ref name = "placar"/> novamente, ele não marcou na partida.<ref>{{citar web | autor=ROSS, James M. | titulo=European Competitions 1963-64 | publicado=RSSSF | data= 12 de agosto de 2009 | url=http://www.rsssf.com/ec/ec196364.html | acessodata=31 de janeiro de 2011 }}</ref>
 
{{quote2|''Alfredo era meu amigo e companheiro de quarto nos hotéis e concentrações. Eu o admirava. Na realidade, me deixava de olhos arregalados cada vez que pegava na bola. Mas já tinha 38 anos e suas condições físicas não eram as melhores. Poderia ter continuado titular jogando somente como ponta, com um raio de ação limitado, como [[Ferenc Puskás]], mas queria seguir estando em todos os lugares do campo. Não podíamos seguir assim''<ref>{{citar web | autor=BARABANOV, Renan | titulo=24º - Miguel Muñoz: Eterno madridista | publicado=Trivela | data= 13 de setembro de 2010 | url=http://trivela.uol.com.br/Conteudo.aspx?secao=217&id=22181 | acessodata=31 de janeiro de 2011 }}{{Ligação inativa|1={{subst:DATA}} }}</ref>|Desabafo de [[Miguel Muñoz]], ex-colega de Di Stéfano no Real e técnico da equipe no momento em que o ídolo saiu}}
 
Saiu do Real, mas não deixou de continuar como "inimigo" do Barcelona, até porque transferira-se para o outro rival deste, o [[Espanyol|Español]], clube da cidade de [[Barcelona]] que tinha imagem de associado ao poder de [[Madrid]].<ref name="trivela 24">LEAL, Ubiratan (fevereiro de 2008). '''De inglês a catalão'''. [[Revista Trivela|Trivela]] n. 24. Trivela Comunicações, p. 55</ref> Ali, atuou ao lado de outro húngaro, [[László Kubala]], rotineiro ex-adversário de [[FC Barcelona|Barcelona]], ex-colega de [[Seleção Espanhola de Futebol|Seleção Espanhola]] e, curiosamente, outro que tornou-se célebre por defender três países.<ref>'''O cigano do futebol''' (novembro de 1999). [[Revista Placar|Placar]] - Especial "Os Craques do Século". Editora Abril, p. 56</ref> Di Stéfano jogou duas temporadas pelo ''blanquiazul'' até encerrar a carreira, aos 40 anos, com, além de todos os troféus, mais de 800 gols marcados.<ref name = "placar"/> Em 1966, voltou a vestir o manto do [[Real Madrid]] para a sua partida de despedida, em amistoso contra os [[Escócia|escoceses]] do [[Celtic Football Club|Celtic]].<ref name = "real"/>
 
Até [[2009]], quando foi superado por [[Raúl González Blanco|Raúl]], ele foi o maior artilheiro merengue em jogos oficiais, com 308 gols, com o detalhe de que o novo recordista necessitou jogar 685 vezes para superar a marca estabelecida pelo argentino (que totalizou seus gols em apenas 371 jogos pelo Real).<ref>PERASSOLI, Daniel (março de 2009). '''Raúl Madrid'''. [[Revista Placar|Placa]] n. 1328. Editora Abril, p. 86</ref> Uma das lendas que permaneceram no [[Estádio Santiago Bernabéu|Santiago Bernabéu]] era a de que o estádio seria inclinado para a esquerda pelo fato de Di Stéfano ter jogado por bastante tempo naquela parte do campo.<ref name = "herois"/> Em [[2006]], o clube, que o nomeara seu presidente de honra em [[2000]],<ref name = "real" /> voltaria a homenageá-lo, batizando de [[Estádio Alfredo Di Stéfano]] o campo multiúso da [[Ciudad Real Madrid]], o centro de treinamento da equipe.<ref name = "estadio">{{citar web | autor = ORUETA, Luis | titulo= This one's for you, Alfredo! | publicado= Real Madrid C.F. | data= 10 de maio de 2006 | url= http://www.realmadrid.com/cs/Satellite/en/1202733192447/noticia/Noticia/This_one_s_for_you,_Alfredo!.htm | acessodata= 2 de fevereiro de 2011 | arquivourl= https://web.archive.org/web/20111123172526/http://www.realmadrid.com/cs/Satellite/en/1202733192447/noticia/Noticia/This_one_s_for_you,_Alfredo!.htm | arquivodata= 2011-11-23 | urlmorta= yes }}</ref> A inauguração do estádio, utilizado pelo [[Real Madrid Castilla Club de Fútbol|Real Madrid Castilla]] (a equipe B do Real), ocorreu em amistoso contra o [[Stade de Reims]],<ref name = "estadio"/> a equipe batida pelos ''blancos'' com Di Stéfano em três finais internacionais na [[década de 1950]]. O Real também nomeou como ''La Saeta'' o avião particular usado por sua delegação.<ref name = "quien"/>
 
== Seleções ==
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Seu jeito é descrito como alguém tímido com homenagens,<ref name = "elgrafico"/> e que não gosta de se enaltecer, preferindo usar a expressão "nós" ao "eu" ao narrar as vitórias que teve.<ref name = "elgrafico"/> Vivia nos últimos anos de sua vida em [[Madrid]], frequentava o [[Real Madrid]], como presidente honorário e como presidente de uma associação de ex-jogadores. ''"A intenção de nossa associação é ajudar os jogadores que estão mal, e as viúvas daqueles que estão mortos. (…) Sou parte da instituição, como todos os garotos, cada um tem sua função aqui."''<ref name = "elgrafico"/> Em [[17 de fevereiro]] de [[2008]], os presidentes da [[FIFA]] e da [[UEFA]], respectivamente [[Sepp Blatter]] e [[Michel Platini]], lhe homenageram nomeando-lhe presidente honorário da própria UEFA.<ref name = "elgrafico"/>
 
Di Stéfano, ex-jogador das seleções de [[Seleção Argentina de Futebol|Argentina]], [[Seleção Colombiana de Futebol|Colômbia]] e [[Seleção Espanhola de Futebol|Espanha]], ironicamente, não tinha origem [[Península Ibérica|ibérica]], nem [[ameríndia]]: seu pai, também chamado Alfredo Di Stéfano, era filho de um casal de imigrantes [[italianos]] e a mãe, Eulalia Laulhé Gilmont, de um imigrante [[franceses|francês]] com uma [[Irlanda|irlandesa]].<ref name = "real"/><ref>{{citar web | autor=THÉBAUD, François | titulo=Alfredo Di Stefano, le conquistador | publicado= Miroir-Football | data=9 de julho de 2009 | url=http://www.miroirdufootball.com/article.php?a_id=68 | acessodata= 31 de janeiro de 2011 | arquivourl=https://web.archive.org/web/20131215004953/http://www.miroirdufootball.com/article.php?a_id=68 | arquivodata=2013-12-15 | urlmorta=yes }}</ref> Mas, curiosamente, era chamado de "[[alemães|alemão]]" pela torcida do [[Club Atlético River Plate|River Plate]], por causa de seus cabelos loiros.<ref name = "100riv"/> Seu pai nasceu em [[La Boca]], bairro repleto de imigrantes italianos e onde o River fora originalmente fundado,<ref name = "bairrista">LEAL, Ubiratan (março de 2009). '''Orgulhosamente bairrista'''. [[Revista Trivela|Trivela]] n. 37. Trivela Comunicações, pp. 56-61</ref> passando para o filho a paixão pelo clube.<ref name = "elgrafico"/> Isso não impediu ''Alfredito'' de também apreciar o rival [[Boca Juniors]], que se manteve no bairro (enquanto o River mudou-se para o de [[Belgrano (Buenos Aires)|Belgrano]]);<ref name = "bairrista"/> seu avô, nas palavras dele, ''"vivia a 30 metros da [[La Bombonera|Bombonera]], então ia visitá-lo e depois ia ver os treinamentos (do Boca) (…). Me sinto riverplatense, mas como tinha toda a família em [[La Boca]], sou meio boquense, e não tenho inveja, nem ciúme, nem ódio, nem nada, é um clube extraordinário."''<ref name = "elgrafico"/>
[[Ficheiro:Di Stéfano and son.JPG|thumb|left|170px|Di Stéfano em 1963 com um de seus filhos, também chamado Alfredo. O pai do jogador também tinha o mesmo nome.]]
Seus pais também tiveram outros dois filhos: Tulio, que também jogou futebol, e Norma, que preferiu o [[basquetebol]].<ref name = "real"/> Em [[1950]], casou-se com Sara Freites Varela, com quem viveu por 55 anos até a morte desta, em [[2005]], e com ela teve seus seis filhos: Nanette, Silvana, Alfredo, Elena, Ignacio e Sofía.<ref>{{citar web | titulo=Di Stéfano, el futbolista leyenda | publicado= Infobae América | data=24 de março de 2010 | url=http://www.infobae.com/notas/nota.php?Idx=229997&IdxSeccion=3783 | acessodata= 31 de janeiro de 2011 }}</ref> Ele esteve perto de falecer no mesmo ano, tendo sofrido um ataque cardíaco.<ref>{{citar web | autor=AFP | titulo=Di Stéfano a quitté l'hôpital | publicado= L'Équipe | data=19 de janeiro de 2006 | url=http://www.lequipe.fr/Football/breves2006/20060119_124253Dev.html | acessodata= 31 de janeiro de 2011 }}{{Ligação inativa|1={{subst:DATA}} }}</ref> Afirmou que desde então passou a cuidar melhor da saúde; já havia parado de fumar em [[2000]] e a única bebida alcoólica de consome é [[vinho]], socialmente.<ref name = "elgrafico"/> Também bebe uma cerveja sem álcool da qual tornou-se garoto propaganda e evita doces.<ref name = "elgrafico"/> Em [[2013]], aos 86 anos, manifestou sua intenção de casar-se novamente, com uma moça cinquenta anos mais jovem: sua secretária Gina González. A respeito, declarou não se importar com eventual oposição dos filhos, e que deseja que o presidente do Real Madrid, [[Florentino Pérez]], fosse um padrinho da cerimônia.<ref>{{citar web | titulo=Di Stéfano se casará a los 86 | publicado= 442 Perfil | data=4 de maio de 2013 | url=http://442.perfil.com/2013-05-04-214127-di-stefano-se-casara-a-los-86/ | acessodata= 4 de maio de 2013 }}</ref>
 
Apesar da imagem do [[Real Madrid]] na época em que jogou ter se associado à de [[Francisco Franco]], Di Stéfano declarou que sente-se orgulhoso de ter atuado na equipe. ''"Nós fizemos muito nessa época pelos imigrantes"'', justificou.<ref name = "elgrafico"/> Por outro lado, negou ter proximidade com o ditador: ''"Amigo, não. (…) [Mas] quando ganhávamos um troféu, quem lhe entregava era Franco ou a senhora Franco… e não iria dizer que não queríamos (receber). Nós ([[Real Madrid]]) jogamos futebol e ganhamos campeonatos com Franco, com [[Adolfo Suárez]], [[Felipe González]], [[José María Aznar|Aznar]], [[José Luis Zapatero|Zapatero]], há de se lembrar de todos…"''.<ref name = "elgrafico"/>
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Em [[1989]], recebeu da revista ''[[France Football]]'' a ''Super Ballon d'Or'' como melhor jogador europeu das últimas três décadas;<ref name = "real"/> já havia recebido a ''[[Ballon d'Or]]'' da publicação em 1957 e 1959.<ref name = "real"/> Foi eleito ainda o sexto melhor jogador europeu dos cinquenta anos da [[UEFA]].<ref name = "jub"/> Voltou a demonstrar modéstia em aparição pública em [[2009]], quando foi nomeado embaixador esportivo para o bicentenário da [[Revolução de Maio]] (movimento que desencadearia a [[independência da Argentina]]): depois de ouvir elogios do embaixador espanhol na [[Argentina]] (''"você é um maestro, pois representa a síntese da imagem que a Argentina quer projetar ao mundo"'') e do presidente da [[Associação do Futebol Argentino]] (''"você conseguiu tudo o que quis, foi o melhor jogador que pode ter existido"''), Di Stéfano ponderou que ''"Não fui o maior, nem o menor. Fui apenas um jogador normal, que jogou sempre em equipe"''.<ref>{{citar web | autor=MORAIS, Thiago Henrique de | titulo=Di Stéfano: "Fui um simples jogador de equipe" | publicado=Futebol Portenho | data= 13 de novembro de 2009 | url=http://www.futebolportenho.com.br/2009/11/13/di-stefano-%e2%80%9cfui-um-simples-jogador-de-equipe%e2%80%9d/ | acessodata=20 de fevereiro de 2011 }}</ref>
 
Em 2013, foi anunciado que Alfredo Di Stefano (com 86 anos) pretendia casar-se com Gina González, uma costa-riquenha de 36 anos e que [[Florentino Pérez]] seria padrinho<ref>{{citar web|url=http://www.dn.pt/inicio/pessoas/interior.aspx?content_id=3200869&page=-1|título=Di Stefano, de 86 anos, casa com namorada de 36|data=|acessodata=|arquivourl=https://web.archive.org/web/20140714154013/http://www.dn.pt/inicio/pessoas/interior.aspx?content_id=3200869&page=-1|arquivodata=2014-07-14|urlmorta=yes}}</ref>. Um tribunal deliberou que os filhos do ex-jogador ficariam responsáveis pela gestão do património. Desde esse dia a noiva não apareceu mais<ref>{{citar web|url=http://www.diariofemenino.com/articulos/actualidad/deportes/sin-rastro-de-gina-gonzalez-la-ex-novia-de-di-stefano/|título=Sin rastro de Gina González, la ex novia de Di Stéfano|data=|acessodata=}}</ref>.
 
Faleceu em Madrid, em 7 de julho de 2014, no Hospital Gregorio Marañon, onde se encontrava internado desde 5 de julho após ter sofrido um [[enfarte]]<ref>{{citar web|url=http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=715575|título=Morreu Alfredo Di Stéfano|autor=diariodigital.sapo.pt|data=|acessodata=7-7-2014}}</ref>.