Marco Polo: diferenças entre revisões

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Em 2012, o departamento de sinologia da [[Universidade de Tübingen]] e o historiador Hans Ulrich Vogel lançaram uma análise detalhada das descrições de Polo sobre as [[moeda]]s, das receitas e produções do [[sal]], e argumentam que as evidências corroboram sua presença na China porque ele incluiu detalhes que não poderiam ser obtidos de outra forma.<ref name="vogel">{{citar livro|autor =Hans Ulrich Vogel|url=https://books.google.com/books?id=Ydo_9TEmuVQC&pg=PA1&lpg=PA1 |título=Marco Polo Was in China: New Evidence from Currencies, Salts and Revenues|publicado= BRILL |data=21 de novembro de 2012|isbn= 978-9004231931}}</ref><ref name=uot1204>{{citar jornal| url = http://www.alphagalileo.org/ViewItem.aspx?ItemId=119306&CultureCode=en |título= Marco Polo was not a swindler – he really did go to China |obra= [[Universidade de Tübingen]]|publicado= Alpha Galileo |data= 16 de abril de 2012 }}</ref> Vogel concluiu que nenhuma outra fonte ocidental, árabe ou persa dão informações tão precisas e únicas sobre as moedas chinesas. Por exemplo, o peso e tamanho dos papéis, o uso de selos, as várias denominações dos papéis moedas e das variações das diversas moedas usadas em diferentes regiões da China, tal como o uso de [[búzio]]s em Yunnan, comprovada por evidências arqueológicas e por fontes chinesas compiladas muito depois de Polo ter deixado a China.<ref>{{citar web|url=http://newobserveronline.com/marco-polo-did-go-to-china-new-research-shows-and-the-history-of-paper/ |título=Marco Polo Did Go to China, New Research Shows (and the History of Paper) |data=31 de julho de 2013 |obra=The New Observer}}</ref> Seus relatos sobre as receitas e produções do sal também são precisas, e estão de acordo com documentos da era Yuan.<ref>{{citar web|url=https://www.sciencedaily.com/releases/2012/04/120416100439.htm |título=Marco Polo was not a swindler: He really did go to China |obra=Science Daily }}</ref> O historiador econômico Mark Elvin, no seu prefácio na monografia de 2013 de Vogel, conclui que ele "demonstra com provas detalhadas atrás de provas detalhadas as últimas evidências esmagadoras da autenticidade dos relatos de Polo. Muitos problemas foram causados pela transmissão oral do texto original e da proliferação de manuscritos escritos a mão que se divergiam significativamente. Por exemplo, Polo exerceu "autoridade política" (''seignora'') em Yangzhou ou meramente foi um "residente" (''sejourna'')? Elvin conclui que "aqueles que duvidaram, embora enganados, não estavam sendo levianos ou tolos", mas "o caso como um todo está agora encerrado": o livro [As Viagens] é "essencialmente autêntico e, quando usado com cuidado, pode ser usado como um testemunho confiável, embora nem sempre definitivo."<ref>{{citar livro|autor =Hans Ulrich Vogel|url=https://books.google.com/books?id=Ydo_9TEmuVQC&printsec=frontcover&hl=de&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false |título=Marco Polo Was in China: New Evidence from Currencies, Salts and Revenues|publicado= BRILL |data=21 de novembro de 2012|isbn= 978-9004231931|página= xix}}</ref>
 
Para Yerasimos, não cabe questionar sua presença na China e seu conhecimento em primeira mão de muito do que narrou, dizendo haver evidências superabundantes para prová-lo. Contudo, o pesquisador observa que o texto precisa ser lido sabendo-se que foi escrito por um veneziano do século XIII, refletindo uma ideologia e um contexto político e sociocultural específicos. Sob certos aspectos o livro tem um caráter de propaganda, enfatizando a superioridade ocidental na tecnologia, no modo de vida e na religião cristã, considerando os credos nativos como [[idolatria]]s ligadas a artes malignas, e condenando muitos costumes orientais como aberrações e imoralidades. Ele também incorpora ao texto tradições e lendas [[milenarista]]s e [[apocalipse|apocalípticas]], relata [[milagre]]s, dando-lhes factualidade. Estava, sem dúvida, influenciado pela ideologia da [[Igreja Militante]] e pela crença que corria em seu tempo de que a [[segundo advento|segunda vinda]] do [[Messias]] estava próxima, atiçada pelo terror que o avanço do Islã causava nos ocidentais. Com efeito, em seu tempo os mongóis geralmente não eram vistos como uma ameça, mas sim como potenciais aliados contra o inimigo muçulmano. Para Yerasimos, os aspectos legendários do seu livro constituem na prática uma defesa dos valores do mundo de onde ele procede, mas o conteúdo legendário é apenas marginal no conjunto, e considera suas qualidades de observação, de documentação e de precisão incomuns para um homem de sua época.<ref name="Yerasimos"/>
 
== Legado ==