República Rio-Grandense: diferenças entre revisões

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{{coor title dms|30|00|00|S|53|00|00|W}}
{{Não confundir com|República do Rio Grande}}
{{Mais notas|data=junho de 2019}}
{{Estado extinto
|_noautocat = yes
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|símbolo = Brasão do estado do Rio Grande do Sul
|p1 = Império do Brasil
|bandeira_p1 = Flag_of_Empire_of_Brazil_(1822-1870).svg
|p2 = Província de São Pedro do Rio Grande do Sul
|bandeira_p2 = Bandeira Província de São Pedro do Rio Grande do Sul.svg
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|lema_nacional = Liberdade, Igualdade, Humanidade
}}
A '''República Rio-Grandense''', também conhecida como '''República de Piratini''', foi um [[Estado-nação]] não-reconhecido formado no extremo sul do [[Império do Brasil]], em território equivalente ao atual [[Unidades federativas do Brasil|estado]] do [[Rio Grande do Sul]]. O período constituiu sendo a mais longa revolta brasileira da história.<ref name=":3">[{{Citar web|titulo=História - Piratini - O cenário da proclamação da República|url=http://movimentogauchoindependentewww.blogspotpaginadogaucho.com.br/searchhist/label/A%20Rep%C3%BAblicapir.htm|obra=www.paginadogaucho.com.br|acessodata=3 Ade Repúblicajunho -de Movimento2019|data=20 Gaúchode Independente]novembro de 2003|publicado=Página do Gaúcho|ultimo=|primeiro=|lingua=pt-BR}}</ref> Foi proclamada em [[11 de setembro]] de [[1836]], pelo general [[Antônio de Sousa Neto]], como consequência direta da vitória obtida por forças oligárquicas gaúchas na [[Batalha do Seival]] (1836), durante a [[Revolução Farroupilha]] (1835-1845).<ref>{{Citar web|url=http://www.portaldasmissoes.com.br/site/view/id/1409/11-de-setembro-de-1836---proclamacao-da-republica-.html|titulo=11 de Setembro de 1836 - Proclamação da República Rio-Grandense. - Sites - Portal das Missões|data=11 de setembro de 2018|acessodata=10 de novembro de 2018|obra=www.portaldasmissoes.com.br|publicado=Portal das Missões|ultimo=|primeiro=|lingua=pt-BR}}</ref> No entanto, o objetivo principal nunca foi proclamar um estado-nação próprio, e, portanto, separado do [[Estado brasileiro]], mas sim mostrar ao Império do Brasil que as [[oligarquia]]s gaúchas não estavam nem um pouco satisfeitas com os altos impostos.<ref name=":3" />
 
Os principais líderes sul-rio-grandenses eram [[estancieiro]]s, que estavam insatisfeitos com os altos [[imposto]]s sobre o [[charque]] e o [[couro]], de modo que os mesmos produtos estrangeiros fossem mais baratos que os nacionais. A [[Constituição da República Rio-grandense]] foi aprovada em [[1843]], em [[Alegrete (Rio Grande do Sul)|Alegrete]]. No entanto, as [[oligarquia]]s gaúchas se consideravam [[brasileiras]], ainda que tivessem se rebelado por essa disparidade econômica. O mesmo acontecia com a população do Rio Grande do Sul, que também se considerava brasileira, ainda que tenham sido convencidos a lutar em favor dos estancieiros gaúchos, em função dos altos impostos sobre o charque e o couro, que prejudicavam diversos setores da [[economia]] local. Entre as principais cidades da então [[Província de São Pedro do Rio Grande do Sul]] que não aderiram aos revoltosos, está [[Porto Alegre]], que por esse motivo recebeu do [[Império do Brasil|Império]] o título de "Leal e Valerosa Cidade de Porto Alegre", seu [[lema]] oficial até hoje.<ref name=":3" />
 
Essa " brasilidade" não era unânime, pois os riograndenses estavam em contato com os povos platinos, afeitos a uma liberdade sem serem sub-vircentes ao régio poder da corte do Rio de Janeiro, a ex província da Cisplatina era um exemplo que poderiam se livrar das amarras brasileiras. Quando o império perdeu a província da Cisplatina, tornando como nome a república da banda oriental do Uruguai, os riograndenses fizeram o maior esforço na guerra da Cisplatina, sendo depois renegados pela perda dessa província rica em gado do qual alimentava as charqueadas no Rio Grande do Sul. É inegável a aproximação de amizade das autoridades uruguaias com os principais líderes riograndenses na guerra de independência do Rio Grande do Sul, do qual erroneamente se chama de " guerra dos farrapos".
OEssa fato" brasilidade" não era unânime, pois os riograndenses estavam em contato com os povos platinos, afeitos a uma liberdade sem serem sub-vircentes ao régio poder da corte do Rio de Janeiro, a ex província da Cisplatina era um exemplo que poderiam se livrar das amarras brasileiras. Quando o império perdeu a província da Cisplatina, tornando como nome a república da banda oriental do Uruguai, os riograndenses fizeram o maior esforço na [[Guerra da Cisplatina]], sendo depois renegados pela perda dessa província rica em gado do qual alimentava as charqueadas no Rio Grande do Sul. É inegável a aproximação de amizade das autoridades uruguaias com os principais líderes riograndenses na guerra de independência do Rio Grande do Sul. Os " farroupilhas" eram, de fato, liberais exaltados e não toleravam uma regência centralista da corte do Rio de Janeiro, alheia às aspirações e interesses regionais.<ref>{{citar web|url=http://www.revistas.usp.br/alb/article/view/11604/13373|titulo=Textos e lenços: representações de federalismo na República Rio-Grandense (1836-1845)|data=Maio de 2005|acessodata=10 de novembro de 2018|obra=Almanack Braziliense n°01|publicado=Universidade de São Paulo|ultimo=Barcellos Guazzelli|primeiro=Cesar Augusto|paginas=54 - 66}}</ref>
 
== História ==
{{ver artigo principal|[[Revolução Farroupilha]], [[História do Rio Grande do Sul]], [[Proclamação da República Rio-Grandense]]}}
A [[economia]] da então província de [[Província de São Pedro do Rio Grande do Sul|São Pedro do Rio Grande do Sul]] do [[Império do Brasil]] era voltada principalmente para a produção de [[charque]] e [[couro]]. A província voltava a sua produção para o mercado interno, do qual dependia inteiramente. Mas com o câmbio sobrevalorizado e os benefícios tarifários então oferecidos, o charque importado tinha um custo inferior ao nacional. Assim sendo, os [[estancieiro]]s da região iniciaram uma rebelião contra o [[Império do Brasil]], e, no dia [[10 de setembro]] de [[1836]], ocorreu a [[Batalha do Seival]]. Com a fulminante vitória dos revoltosos, liderados por [[Antônio de Sousa Neto]], a ideia [[separatismo|separatista]] tomou forma. No dia seguinte, em [[11 de setembro]], o general Souza Neto [[Proclamação da República Rio-Grandense|proclamou a República Rio-Grandense]].<ref name=encicrs_sp>{{citar livro | último = SPALDING | primeiro = Walter | contribuição = A revolução farroupilha | titulo = Enciclopédia Rio-grandense | editora = Regional | local = Canoas | ano = 1956}}.</ref><ref name=":0">{{citar web|url=https://www.ihgrgs.org.br/ebooks/Ebook-180anosProclamRepublica.pdf|titulo=180 anos da Proclamação da República Rio-Grandense - AS IDEIAS DE REPÚBLICA EM DEBATE|data=2017|acessodata=10 de novembro de 2018|publicado=Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul|ultimo=Antunes de Souza Gomes|primeiro=Carla Renata|ultimo2=Teles|primeiro2=Martins Jefferson|lingua=pt-BR}}</ref>
[[Imagem:Flag_of_Piratini_Republic.svg|thumb|left|130px|Bandeira usada pelos farrapos durante a revolta (1835-1845).]]
A [[economia]] da então província de [[Província de São Pedro do Rio Grande do Sul|São Pedro do Rio Grande do Sul]] do [[Império do Brasil]] era voltada principalmente para a produção de [[charque]] e [[couro]]. A província voltava a sua produção para o mercado interno, do qual dependia inteiramente. Mas com o câmbio sobrevalorizado e os benefícios tarifários então oferecidos, o charque importado tinha um custo inferior ao nacional. Assim sendo, os [[estancieiro]]s da região iniciaram uma rebelião contra o [[Império do Brasil]], e, no dia [[10 de setembro]] de [[1836]], ocorreu a [[Batalha do Seival]]. Com a fulminante vitória dos revoltosos, liderados por [[Antônio de Sousa Neto]], a ideia [[separatismo|separatista]] tomou forma. No dia seguinte, em [[11 de setembro]], o general Souza Neto [[Proclamação da República Rio-Grandense|proclamou a República Rio-Grandense]].<ref name=encicrs_sp>{{citar livro | último = SPALDING | primeiro = Walter | contribuição = A revolução farroupilha | titulo = Enciclopédia Rio-grandense | editora = Regional | local = Canoas | ano = 1956}}.</ref><ref name=":0">{{citar web|url=https://www.ihgrgs.org.br/ebooks/Ebook-180anosProclamRepublica.pdf|titulo=180 anos da Proclamação da República Rio-Grandense - AS IDEIAS DE REPÚBLICA EM DEBATE|data=2017|acessodata=10 de novembro de 2018|publicado=Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul|ultimo=Antunes de Souza Gomes|primeiro=Carla Renata|ultimo2=Teles|primeiro2=Martins Jefferson}}</ref>
 
Outro líder separatista, [[Bento Gonçalves]], então preso por forças imperiais na província da [[Bahia]], foi aclamado presidente em [[6 de novembro]] de [[1836]], junto com 4quatro vice-presidentes: [[Antônio Paulino da Fontoura]], [[José Mariano de Matos]], [[Domingos José de Almeida]] e [[Inácio José de Oliveira Guimarães]].<ref name=":0" />
# [[Antônio Paulino da Fontoura]],
# [[José Mariano de Matos]],
# [[Domingos José de Almeida]],
# [[Inácio José de Oliveira Guimarães]].
 
[[Ficheiro:Antonio Parreiras - Proclamação da República Piratini - 1915.jpg|thumb|300px200px|{{citar livro | titulo = Proclamação da República Piratini | ano = 1915 | primeiro = Antônio | último = Parreiras | autor-link = Antônio Parreiras}}.]]
Como Bento Gonçalves estava preso, foi necessário eleger um novo presidente, [[José Gomes de Vasconcelos Jardim]], que imediatamente nomeou para seu o ministério da república:<ref name = encicrs_sp />
* [[Domingos José de Almeida]] – ministro do interior e fazenda.
* [[José Pinheiro de Ulhoa Cintra]] – ministro da justiça e estrangeiros.
* [[José Mariano de Matos]] – ministro da guerra e marinha.
 
Ao longo da guerra foram nomeados como generais da república: [[João Manuel de Lima e Silva]], Bento Gonçalves, [[Antônio de Sousa Neto]], [[Bento Manuel Ribeiro]], [[Davi Canabarro]] e [[João Antônio da Silveira]].<ref>{{Citar web|titulo=História - Revolução Farroupilha|url=http://www.paginadogaucho.com.br/hist/revfarr.htm|obra=www.paginadogaucho.com.br|acessodata=3 de junho de 2019|data=|publicado=Página do Gaúcho|ultimo=|primeiro=|lingua=pt-BR}}</ref>
Ao longo da guerra foram nomeados generais da república:
*[[João Manuel de Lima e Silva]]
*[[Bento Gonçalves]]
*[[Antônio de Sousa Neto]]
*[[Bento Manuel Ribeiro]]
*[[Davi Canabarro]]
*[[João Antônio da Silveira]]
 
A primeira capital da nova república foi a cidade de [[Piratini]].<ref name= encicrs_sp/> Em [[1839]], forças lideradas pelo revolucionário italiano [[Giuseppe Garibaldi]] e pelo gaúcho [[Davi Canabarro]] proclamaram a [[República Juliana]] na província de [[Santa Catarina]], tomando a cidade de [[Laguna (Santa Catarina)|Laguna]]. A nova república formou uma confederação com a Rio-Grandense mas não durou muito, pois não conseguiu tomar a capital provincial de [[Florianópolis|Nossa Senhora do Desterro]], (depoisposteriormente renomeada para Florianópolis).<ref name="encicrs_sp" />
 
A República Rio-Grandense foi dissolvida em [[1 de março]] de [[1845]], pelo [[Tratado de Poncho Verde]], que manteve em vigor algumas leis derivadas da constituição rio-grandense. Teve ao todo seis capitais durante os seus nove anos de existência: [[Piratini]], [[Caçapava do Sul]], [[Alegrete (Rio Grande do Sul)|Alegrete]] e [[São Gabriel (Rio Grande do Sul)|São Gabriel]] (capitais oficiais), [[Bagé]] (somente por duas semanas) e [[São Borja]]. Os seus presidentes foram [[Bento Gonçalves]] e [[Gomes Jardim]].<ref name=":1" />
 
=== Bandeira ===
[[Imagem:Flag_of_Piratini_Republic.svg|thumb|left|130px|Bandeira usada pelos farrapos durante a revolta (1835-1845).]]
A [[bandeira]] oficial da República Rio-Grandense era composta pelas cores [[verde]], [[amarelo]] e [[vermelho]]. Há duas versões para o motivo da composição da bandeira: uma versão explica que seriam as cores-[[símbolo]]ssímbolos do [[Brasil]], o [[verde]]-[[amarelo]], com o [[vermelho]], que simboliza a [[república]], entrecortando as mesmas; outra versão explica que o verde representava a mata dos pampas, o vermelho o ideal revolucionário, e o amarelo as riquezas do território gaúcho; e uma outra versão diz tratar-se o verde da bandeira [[Portugal|portuguesa]] e o amarelo da bandeira [[Espanha|espanhola]] (respectivamente, o mais importante [[colonizador]] e o segundo mais importante colonizador do território do estado do Rio Grande do Sul), entrecortados pela listra vermelha em vertical que seria símbolo de [[federação]] na região [[Rio da Prata|platina]] desde a época de [[José Gervásio Artigas]] (1764-1850).<ref name=":1">{{Citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=11 de setembro de 2015|titulo=História Hoje: República Riograndense foi proclamada há 169 anos devido a altos impostos|url=http://radioagencianacional.ebc.com.br/geral/audio/2015-09/historia-hoje-republica-riograndense-foi-proclamada-ha-169-anos-devido-altos|jornal=EBC - Radioagência Nacional|lingua=pt-BR|acessodata=10 de novembro de 2018}}</ref> No entanto, o verde só seria adicionado à [[bandeira]] portuguesa em 1910, 65 anos depois do término da Revolução Farroupilha, o que descarta esta última versão. Da mesma forma, a atual [[bandeira do estado do Rio Grande do Sul]] vem a ter as mesmas cores, tendo sido adicionado o [[brasão]] da República Rio-Grandense no meio da bandeira.
 
No entanto, o verde só seria adicionado à [[bandeira]] portuguesa em 1910, sessenta e cinco anos depois do término da Revolução Farroupilha, o que descarta esta última versão. Da mesma forma, a atual [[bandeira do estado do Rio Grande do Sul]] vem a ter as mesmas cores, tendo sido adicionado o brasão da República Rio-Grandense no meio da bandeira.<ref name=":1" />
 
== Cisma religioso ==
[[Imagem:MuseuJulio5.jpg|thumb|220px|leftright|''Alegoria Farroupilha'', acervo do [[Museu Júlio de Castilhos]], em Porto Alegre.]]
As paróquias gaúchas estavam vinculadas ao bispado do Rio de Janeiro, o que trazia vários entraves para a República Rio-Grandense. Para romperem com o Império do Brasil, os farroupilhas separaram-se completamente da corte. Em [[22 de junho]] de [[1838]], nomearam o [[Francisco das Chagas Martins Ávila e Sousa|padre Chagas]] como [[vigário apostólico]], negando obediência ao bispo do Rio de Janeiro, criando um cisma na [[Igreja Católica]] da então Província de São Pedro do Rio Grande do Sul. O vigário apostólico tinha verdadeira autoridade religiosa: [[crisma|crismava]]va, nomeava [[padre|padres]]s e dava dispensas matrimoniais.<ref name=":2">{{citar web|url=http://www.snh2013.anpuh.org/resources/anais/27/1370381911_ARQUIVO_AIgrejaaeConstrucaodoEstadonoBrasilimperialANPUH-REV.pdf|titulo=A Igreja a e construção do Estado no Brasil imperial|data=Julho de 2013|acessodata=17 de maio de 2019|publicado=ANPUH Brasil|ultimo=Domingos Santirocchi|primeiro=Ítalo|lingua=pt-BR|obra=www.snh2013.anpuh.org}}</ref> O padre Chagas, então, foi [[excomungação|excomungado]] e seus atos foram declarados ilícitos pelo [[bispo]] do Rio de Janeiro, que era a autoridade máxima da Igreja Católica no Brasil na época.<ref name=":2" /> Assim mesmo, a maior parte do clero gaúcho aderiu à nova autoridade eclesiástica.<ref>{{citar livro | titulo = História da Igreja no Rio Grande do Sul | volume = 1 | editora = EdiPUCRS | ano = 1994|pagina=181|acessodata=24 de agosto de 2017}}</ref>
 
A situação durou até o final da Revolução Farroupilha (1835-45). Com a derrota, o padre Chagas buscou uma reconciliação com o [[bispo do Rio de Janeiro]], tendo sido secretário do novo [[Arquidiocese de Porto Alegre|bispo de Porto Alegre]]. Após o fim da revolução, o padre [[Fidêncio José Ortiz]] foi encarregado pelo bispo do [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio]] de rever todos os atos praticados e demais documentos.<ref name=":21" />
 
Após o fim da revolução, o padre [[Fidêncio José Ortiz]] foi encarregado pelo bispo do [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio]] de rever todos os atos praticados e demais documentos.
 
== Reconhecimento entre os povos ==
As [[Províncias Unidas do Rio da Prata]] à época estavam sendo unificadas pelo ditador [[Juan Manuel de Rosas]] e tentavam recuperar o território uruguaio ([[Guerra Grande]]), não afastando também a possibilidade de ''auxílio'' aos separatistas riograndenses. [[Juan Manuel de Rosas]], o ditador argentino, ofereceu apoio para que [[David Canabarro]] continuasse a luta.<ref>{{citar livroCitar web|titulo=General urlDavid =Martins Canabarro (1796-1867)|url=http://www.ahimtb.org.br/dcanabarro.htm | titulo obra=www.ahimtb.org.br|acessodata=4 Dde Canabarrosetembro de 2013|data=|publicado=AHIMTB editora- =Academia AHIMTBde |História localMilitar =Terrestre do [[Brasil|ultimo=Moreira Bento|primeiro=Cláudio|lingua=pt-BR]]}}.</ref> [[Juan Manuel de Rosas]] foi afastado do poder na Argentina em confronto dedo quequal participaram tropas brasileiras.
 
== Perenidade ==
[[Imagem:MuseuJulio10.jpg|thumb|right|200px|Retrato de Bento Gonçalves, acervo do [[Museu Júlio de Castilhos]], em Porto Alegre.]]
A República Rio-grandense está simbolicamente perenizada na [[Bandeira do estado do Rio Grande do Sul|bandeira]] e no [[Brasão do estado do Rio Grande do Sul|brasão]] do [[Unidades federativas do Brasil|estado]] do [[Rio Grande do Sul]], da mesma forma que outros estados brasileiros mantiveram em seus símbolos cívicos evocações a feitos relevantes. Seu território derivou de cisão parcial da [[Província de São Pedro do Rio Grande do Sul]], que teve seus limites totalmente definidos em relação ao [[Uruguai]] somente após o final da [[Guerra dos Farrapos]] (1835-45). Após a [[Proclamação da República Brasileira|proclamação da República brasileira]] (em 1889), todo o território da Província passou a constituir uma das [[unidades federativas do Brasil]], sendo esta o estado do [[Rio Grande do Sul]].<ref name=":0" />
 
=== Questionamento sobre o documento do Tratado de Poncho Verde ===
{{Ver artigo principal|[[Tratado de Poncho Verde]]}}
Numa hipótese de nulidade do Tratado de Poncho Verde, também conhecido como Convênio de Ponche Verde, por inexistência formal ou incompetência dos signatários, a República remanescente nos dias posteriores careceria de soberania, pois não detém os requisitos que a legitimem:<ref>{{Citar web|titulo=Caderno de História nº14 - A Paz dos Caramurus|url=https://web.archive.org/web/20070626204120/http://www.memorial.rs.gov.br/cadernos/caramurus.pdf|obra=www.memorial.rs.gov.br|data=|acessodata=3 de junho de 2019|publicado=Memorial do Rio Grande do Sul (salvo em Wayback Machine)|ultimo=Piccolo|primeiro=Helga|arquivodata=26 de junho de 2007|paginas=3, 4, 11, 12|lingua=pt-BR}}</ref>
 
* Não detém o monopólio da força, já que deixou de ter exército próprio:, então sediasediando o [[Comando Militar do Sul]], do [[Exército Brasileiro]].
Numa hipótese de nulidade do Tratado de Poncho Verde, por inexistência formal ou incompetência dos signatários, a República remanescente nos dias posteriores careceria de soberania, pois não detém os requisitos que a legitimem:
* A sua administração não é independente da [[União (Brasil)|União]], dentro do pacto federativo brasileiro, e tampouco houve posterior indicação ou eleição de outro presidente nacional desta República para além de [[Bento Gonçalves]] e [[Gomes Jardim]].
 
* Finalmente, os habitantes do território se declaram [[brasileiros]] e participam da vida política brasileira;, carecendo assim do terceiro elemento fundamental para a existência legítima de qualquer [[Estado-nação|Estado nacional]].
* Não detém o monopólio da força, já que deixou de ter exército próprio: sedia o [[Comando Militar do Sul]], do [[Exército Brasileiro]].
* A sua administração não é independente da [[União (Brasil)|União]], dentro do pacto federativo brasileiro, e tampouco houve posterior indicação ou eleição de outro presidente nacional desta República para além de [[Bento Gonçalves]] e [[Gomes Jardim]].
* Finalmente, os habitantes do território se declaram [[brasileiros]] e participam da vida política brasileira; carecendo assim do terceiro elemento fundamental para a existência legítima de qualquer [[Estado-nação|Estado nacional]].
Dentre os numerosos entendimentos sobre o que é Estado, podemospode citarser citado o firmado na [[Convenção de Montevidéu]] em 26 de dezembro de 1933, sendo o Brasil um dos países signatários. Nessa convenção a definição de estadoEstado consiste num(a)em um governo com população permanente, território definido e possuindo capacidade para se relacionar com outras nações.<ref>{{Citar web|titulo=Montevideo Convention {{!}} International agreement [1933]|url=https://www.britannica.com/event/Montevideo-Convention|obra=www.britannica.com|acessodata=4 de setembro de 2013|lingua=en-GB|data=|publicado=Encyclopedia Britannica|ultimo=|primeiro=}}</ref>
 
* governo,
* população permanente,
* território definido e
* capacidade para se relacionar com outros Estados-nações.<ref>http://www.britannica.com/EBchecked/topic/390844/Montevideo-Convention</ref>
 
== Mídia ==
* {{Audio|Hino Republicano RS 1835.mid|''Hymno Republicano Riograndense de 1835''}}
* [http://www.pampalivre.info/hino_rio_grandense_mp3_para_download.htm Hino da República Rio-Grandense para download em MP3]
 
== Ver também ==
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== Bibliografia ==
* [[Jorge Otero Menéndez|MENÉNDEZ, Jorge Otero]]. [https://web.archive.org/web/20080306031237/http://www.eumed.net/libros/2006a/jo/5u.htm Un escollo para la Patria Grande] InEm: ''Uruguay, un destino incierto. Edición electrónica.'' (2006) [https://web.archive.org/web/20071125151239/http://www.eumed.net/libros/2006a/jo/ Texto Completocompleto] {{es}}
* PICCOLOSANT'ANA, HelgaElma: "AGaribaldi paze dosas caramurusRepúblicas do Sul". [https://web.archive.org/web/2007062620412020120113051338/http://www.memorial.rs.gov.br/cadernos/caramurusgaribaldi.pdf Edição Eletrônicaeletrônica .] CadernoCadernos de História, 1418, [[Memorial do Rio Grande do Sul]].
== Ligações externas ==
* SANT'ANA, Elma, "Garibaldi e as Repúblicas do Sul". [https://web.archive.org/web/20120113051338/http://www.memorial.rs.gov.br/cadernos/garibaldi.pdf Edição Eletrônica (17 Mb).] Cadernos de História, [[Memorial do Rio Grande do Sul]].
* {{Audio|Hino Republicano RS 1835.mid|''Hymno Republicano Riograndense de 1835''}}
* [http://www.pampalivre.info/hino_rio_grandense_mp3_para_download.htm Hino da República Rio-Grandense para download em MP3]
* [http://www.pampalivre.info Site oficial do Movimento Pampa Livre]
 
[[Categoria:Revolução Farroupilha]]