República Rio-Grandense: diferenças entre revisões
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{{Não confundir com|República do Rio Grande}}
{{Estado extinto
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|símbolo = Brasão do estado do Rio Grande do Sul
|p1 = Império do Brasil
|bandeira_p1 = Flag_of_Empire_of_Brazil_(1822-1870).svg
|p2 = Província de São Pedro do Rio Grande do Sul
|bandeira_p2 = Bandeira Província de São Pedro do Rio Grande do Sul.svg
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|lema_nacional = Liberdade, Igualdade, Humanidade
}}
A '''República Rio-Grandense''', também conhecida como '''República de Piratini''', foi um [[Estado-nação]] não-reconhecido formado no extremo sul do [[Império do Brasil]], em território equivalente ao atual [[Unidades federativas do Brasil|estado]] do [[Rio Grande do Sul]]. O período constituiu sendo a mais longa revolta brasileira da história.<ref name=":3">
Os principais líderes sul-rio-grandenses eram [[estancieiro]]s, que estavam insatisfeitos com os altos [[imposto]]s sobre o [[charque]] e o [[couro]], de modo que os mesmos produtos estrangeiros fossem mais baratos que os nacionais. A [[Constituição da República Rio-grandense]] foi aprovada em [[1843]], em [[Alegrete (Rio Grande do Sul)|Alegrete]]. No entanto, as [[oligarquia]]s gaúchas se consideravam [[brasileiras]], ainda que tivessem se rebelado por essa disparidade econômica. O mesmo acontecia com a população do Rio Grande do Sul, que também se considerava brasileira, ainda que tenham sido convencidos a lutar em favor dos estancieiros gaúchos, em função dos altos impostos sobre o charque e o couro, que prejudicavam diversos setores da [[economia]] local. Entre as principais cidades da então [[Província de São Pedro do Rio Grande do Sul]] que não aderiram aos revoltosos, está [[Porto Alegre]], que por esse motivo recebeu do [[Império do Brasil|Império]] o título de "Leal e Valerosa Cidade de Porto Alegre", seu
== História ==
{{ver artigo principal|[[Revolução Farroupilha]], [[História do Rio Grande do Sul]], [[Proclamação da República Rio-Grandense]]}}
A [[economia]] da então província de [[Província de São Pedro do Rio Grande do Sul|São Pedro do Rio Grande do Sul]] do
[[Imagem:Flag_of_Piratini_Republic.svg|thumb|left|130px|Bandeira usada pelos farrapos durante a revolta (1835-1845).]]▼
▲A [[economia]] da então província de [[Província de São Pedro do Rio Grande do Sul|São Pedro do Rio Grande do Sul]] do [[Império do Brasil]] era voltada principalmente para a produção de [[charque]] e [[couro]]. A província voltava a sua produção para o mercado interno, do qual dependia inteiramente. Mas com o câmbio sobrevalorizado e os benefícios tarifários então oferecidos, o charque importado tinha um custo inferior ao nacional. Assim sendo, os [[estancieiro]]s da região iniciaram uma rebelião contra o [[Império do Brasil]], e, no dia [[10 de setembro]] de [[1836]], ocorreu a [[Batalha do Seival]]. Com a fulminante vitória dos revoltosos, liderados por [[Antônio de Sousa Neto]], a ideia [[separatismo|separatista]] tomou forma. No dia seguinte, em [[11 de setembro]], o general Souza Neto [[Proclamação da República Rio-Grandense|proclamou a República Rio-Grandense]].<ref name=encicrs_sp>{{citar livro | último = SPALDING | primeiro = Walter | contribuição = A revolução farroupilha | titulo = Enciclopédia Rio-grandense | editora = Regional | local = Canoas | ano = 1956}}.</ref><ref name=":0">{{citar web|url=https://www.ihgrgs.org.br/ebooks/Ebook-180anosProclamRepublica.pdf|titulo=180 anos da Proclamação da República Rio-Grandense - AS IDEIAS DE REPÚBLICA EM DEBATE|data=2017|acessodata=10 de novembro de 2018|publicado=Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul|ultimo=Antunes de Souza Gomes|primeiro=Carla Renata|ultimo2=Teles|primeiro2=Martins Jefferson}}</ref>
Outro líder separatista, [[Bento Gonçalves]], então preso por forças imperiais na província da [[Bahia]], foi aclamado presidente em
[[Ficheiro:Antonio Parreiras - Proclamação da República Piratini - 1915.jpg|thumb|
Como Bento Gonçalves estava preso, foi necessário eleger um novo presidente, [[José Gomes de Vasconcelos Jardim]], que imediatamente nomeou para seu o ministério da república:<ref name = encicrs_sp />
* [[Domingos José de Almeida]] – ministro do interior e fazenda.
* [[José Pinheiro de Ulhoa Cintra]] – ministro da justiça e estrangeiros.
* [[José Mariano de Matos]] – ministro da guerra e marinha.
Ao longo da guerra foram nomeados como generais da república: [[João Manuel de Lima e Silva]], Bento Gonçalves, [[Antônio de Sousa Neto]], [[Bento Manuel Ribeiro]], [[Davi Canabarro]] e [[João Antônio da Silveira]].<ref>{{Citar web|titulo=História - Revolução Farroupilha|url=http://www.paginadogaucho.com.br/hist/revfarr.htm|obra=www.paginadogaucho.com.br|acessodata=3 de junho de 2019|data=|publicado=Página do Gaúcho|ultimo=|primeiro=|lingua=pt-BR}}</ref>
A primeira capital da nova república foi a cidade de [[Piratini]].<ref name= encicrs_sp/> Em [[1839]], forças lideradas pelo revolucionário italiano [[Giuseppe Garibaldi]] e pelo gaúcho [[Davi Canabarro]] proclamaram a [[República Juliana]] na província de [[Santa Catarina]], tomando a cidade de [[Laguna (Santa Catarina)|Laguna]]. A nova república formou uma confederação com a Rio-Grandense mas não durou muito, pois não conseguiu tomar a capital provincial de [[Florianópolis|Nossa Senhora do Desterro]],
A República Rio-Grandense foi dissolvida em [[1 de março]] de [[1845]], pelo [[Tratado de Poncho Verde]], que manteve em vigor algumas leis derivadas da constituição rio-grandense. Teve ao todo seis capitais durante os seus nove anos de existência: [[Piratini]], [[Caçapava do Sul]], [[Alegrete (Rio Grande do Sul)|Alegrete]] e [[São Gabriel (Rio Grande do Sul)|São Gabriel]] (capitais oficiais), [[Bagé]] (somente por duas semanas) e [[São Borja]]. Os seus presidentes foram [[Bento Gonçalves]] e [[Gomes Jardim]].<ref name=":1" />
=== Bandeira ===
▲[[Imagem:Flag_of_Piratini_Republic.svg|thumb|left|130px|Bandeira usada pelos farrapos durante a revolta (1835-1845).]]
A [[bandeira]] oficial da República Rio-Grandense era composta pelas cores
No entanto, o verde só seria adicionado à [[bandeira]] portuguesa em 1910, sessenta e cinco anos depois do término da Revolução Farroupilha, o que descarta esta última versão. Da mesma forma, a atual [[bandeira do estado do Rio Grande do Sul]] vem a ter as mesmas cores, tendo sido adicionado o brasão da República Rio-Grandense no meio da bandeira.<ref name=":1" />
== Cisma religioso ==
[[Imagem:MuseuJulio5.jpg|thumb|220px|
As paróquias gaúchas estavam vinculadas ao bispado do Rio de Janeiro, o que trazia vários entraves para a República Rio-Grandense. Para romperem com o Império do Brasil, os farroupilhas separaram-se completamente da corte. Em [[22 de junho]] de [[1838]], nomearam o [[Francisco das Chagas Martins Ávila e Sousa|padre Chagas]] como [[vigário apostólico]], negando obediência ao bispo do Rio de Janeiro, criando um cisma na [[Igreja Católica]] da então Província de São Pedro do Rio Grande do Sul. O vigário apostólico tinha verdadeira autoridade religiosa: [[crisma|crismava]]
A situação durou até o final da Revolução Farroupilha (1835-45). Com a derrota, o padre Chagas buscou uma reconciliação com o [[bispo do Rio de Janeiro]], tendo sido secretário do novo [[Arquidiocese de Porto Alegre|bispo de Porto Alegre]]. Após o fim da revolução, o padre [[Fidêncio José Ortiz]] foi encarregado pelo bispo do [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio]] de rever todos os atos praticados e demais documentos.<ref name=":
== Reconhecimento entre os povos ==
As [[Províncias Unidas do Rio da Prata]] à época estavam sendo unificadas pelo ditador [[Juan Manuel de Rosas]] e tentavam recuperar o território uruguaio ([[Guerra Grande]]), não afastando também a possibilidade de ''auxílio'' aos separatistas riograndenses. [[Juan Manuel de Rosas]], o ditador argentino, ofereceu apoio para que [[David Canabarro]] continuasse a luta.<ref>{{
== Perenidade ==
[[Imagem:MuseuJulio10.jpg|thumb|right|200px|Retrato de Bento Gonçalves, acervo do [[Museu Júlio de Castilhos]], em Porto Alegre.]]
A República Rio-grandense está simbolicamente perenizada na
=== Questionamento sobre o documento do Tratado de Poncho Verde ===
{{Ver artigo principal|[[Tratado de Poncho Verde]]}}
Numa hipótese de nulidade do Tratado de Poncho Verde, também conhecido como Convênio de Ponche Verde, por inexistência formal ou incompetência dos signatários, a República remanescente nos dias posteriores careceria de soberania, pois não detém os requisitos que a legitimem:<ref>{{Citar web|titulo=Caderno de História nº14 - A Paz dos Caramurus|url=https://web.archive.org/web/20070626204120/http://www.memorial.rs.gov.br/cadernos/caramurus.pdf|obra=www.memorial.rs.gov.br|data=|acessodata=3 de junho de 2019|publicado=Memorial do Rio Grande do Sul (salvo em Wayback Machine)|ultimo=Piccolo|primeiro=Helga|arquivodata=26 de junho de 2007|paginas=3, 4, 11, 12|lingua=pt-BR}}</ref>
* Não detém o monopólio da força, já que deixou de ter exército próprio
* A sua administração não é independente da [[União (Brasil)|União]], dentro do pacto federativo brasileiro, e tampouco houve posterior indicação ou eleição de outro presidente nacional desta República para além de
* Finalmente, os habitantes do território se declaram [[brasileiros]] e participam da vida política brasileira
▲* Não detém o monopólio da força, já que deixou de ter exército próprio: sedia o [[Comando Militar do Sul]], do [[Exército Brasileiro]].
▲* A sua administração não é independente da [[União (Brasil)|União]], dentro do pacto federativo brasileiro, e tampouco houve posterior indicação ou eleição de outro presidente nacional desta República para além de [[Bento Gonçalves]] e [[Gomes Jardim]].
▲* Finalmente, os habitantes do território se declaram [[brasileiros]] e participam da vida política brasileira; carecendo assim do terceiro elemento fundamental para a existência legítima de qualquer [[Estado-nação|Estado nacional]].
Dentre os numerosos entendimentos sobre o que é Estado,
* {{Audio|Hino Republicano RS 1835.mid|''Hymno Republicano Riograndense de 1835''}}▼
* [http://www.pampalivre.info/hino_rio_grandense_mp3_para_download.htm Hino da República Rio-Grandense para download em MP3]▼
== Ver também ==
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== Bibliografia ==
* [[Jorge Otero Menéndez|MENÉNDEZ, Jorge Otero]]. [https://web.archive.org/web/20080306031237/http://www.eumed.net/libros/2006a/jo/5u.htm
*
== Ligações externas ==
▲* {{Audio|Hino Republicano RS 1835.mid|''Hymno Republicano Riograndense de 1835''}}
▲* [http://www.pampalivre.info/hino_rio_grandense_mp3_para_download.htm Hino da República Rio-Grandense
* [http://www.pampalivre.info Site oficial do Movimento Pampa Livre]
[[Categoria:Revolução Farroupilha]]
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