Agustina Bessa-Luís: diferenças entre revisões
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'''Agustina Bessa-Luís''', nome literário de '''Maria Agustina Ferreira Teixeira Bessa''' <small>[[Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada|GCSE]]</small> ([[Amarante (Portugal)|Amarante]], [[Vila Meã (Amarante)|Vila Meã]], [[15 de outubro]] de [[1922]] — [[Porto]], [[3 de junho]] de [[2019]]) foi uma [[escritor]]a [[Portugueses|portuguesa]].<ref>{{Citar web |url=http://www.mulheres-ps20.ipp.pt/August-Bessa-Luis.htm |titulo=Cópia arquivada |acessodata=18 de Agosto de 2010 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20100409051328/http://www.mulheres-ps20.ipp.pt/August-Bessa-Luis.htm |arquivodata=9 de Abril de 2010 |urlmorta=yes }}</ref><ref>O assento de nascimento refere [[Travanca (Amarante)|Travanca]] como local de nascimento, onde se situava o domicílio familiar. Contudo, a própria Agustina Bessa-Luís afirma ter nascido numa casa de Vila Meã.</ref>
==
===Infância e juventude===
Segunda e ultimogénita filha<ref>José Artur Teixeira
Regressado a [[Primeira República Portuguesa|Portugal]], o pai de Agustina, que já no [[Primeira República Brasileira|Brasil]] se dedicara à exploração de casas de
Desde muito jovem que Agustina se interessou por livros, descobrindo na biblioteca do avô materno, os clássicos da literatura espanhola, francesa e inglesa, marcantes na sua formação literária. Em [[1932]] vai para o [[Porto]] estudar, onde passa parte da adolescência, mudando-se para [[Coimbra]] em [[1945]]. A partir de [[1950]] fixa definitivamente a sua residência no [[Porto]].
Casou
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Estreou-se como uma brilhante romancista em [[1949]], ao publicar a [[novela]] ''Mundo Fechado'', mas seria o romance ''[[A Sibila]]'',
É conhecido o seu interesse pela vida e obra de um dos grandes expoentes da escola romântica, [[Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco]], 1.° [[Visconde de Correia Botelho]], cuja herança se faz sentir quer a nível temático (inúmeras obras de Agustina se relacionam com a sociedade de Entre Douro e Minho), quer a nível da técnica narrativa (explorou ficcionalmente a própria vida de Camilo). Essa filiação associa Agustina à corrente [[Neorromantismo|neo-romântica]], como defende [[Eduardo Lourenço]].<ref>"(…) ''estas novas terras romanescas entreabertas pela passagem de Sibila bem podem receber o nome de neo-românticas''", Sobre Agustina, ''in'' ''O Canto do Signo, Existência e Literatura'' (1957-1993), Lisboa: Presença 1994, 162.</ref>
Vários dos seus romances foram adaptados ao [[cinema]] pelo realizador [[Manoel de Oliveira]], com quem manteve uma relação de amizade e de colaboração próxima. Exemplos desta parceria são ''[[Fanny Owen]]'' (''[[Francisca (filme)|Francisca]]'', [[1981]]), ''[[Vale Abraão]]'' (filme homónimo, [[1933|1993]]), [[As Terras do Risco]] (''[[O Convento]]'', [[1995]]) ou ''[[A Mãe de um Rio]]'' (''[[Inquietude]]'', [[1998]]). Foi também autora de peças de teatro e guiões para televisão, tendo o seu romance ''[[As Fúrias]]'' sido adaptado para teatro e encenado por [[Filipe La Féria]], ([[Teatro Nacional D. Maria II]], 1995).
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Em julho de 2006, pouco depois de terminar a sua última obra, ''A Ronda da Noite'', deixou de escrever e retirou-se da vida pública, devido a razões de saúde.<ref>[http://revistaler.no.sapo.pt/pdfs/agustina.pdf ''A romancista que sonhou a sua obra''] {{Wayback|url=http://revistaler.no.sapo.pt/pdfs/agustina.pdf |date=20120511231400 }} por Carlos Câmara Leme, ''Revista Ler'', Janeiro de 2009, p. 42. Página visitada em 04-01-2014.</ref><ref>[http://sol.sapo.pt/inicio/Cultura/Interior.aspx?content_id=88875 ''Textos inéditos de Agustina Bessa-Luís vão ser publicados na próxima semana'', in Sol, 24-10-2013.] Página visitada em 04-01-2014.</ref>
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Morreu a 3 de junho de 2019, em sua casa, no Porto, vítima de doença prolongada.<ref>[https://www.tsf.pt/portugal/cultura/interior/morreu-a-escritora-agustina-bessa-luis-10970728.html Morreu a escritora Agustina Bessa-Luís (1922-2019), TSF 03.06.2019]</ref>
===Atividades institucionais===
Além da atividade literária, envolveu-se em diversos projetos. Foi membro do Conselho Diretivo da ''[[Comunitá Europea degli Scrittori]]'' ([[Roma]]) ([[1961]]-[[1962]]). Colaborou em várias publicações periódicas, tendo sido entre [[1986]] e [[1987]] diretora do diário ''[[O Primeiro de Janeiro]]'' (Porto). Entre [[1990]] e [[1993]] assumiu a direção do [[Teatro Nacional D. Maria II]] ([[Lisboa]]) e foi membro da [[Entidade Reguladora para a Comunicação Social|Alta Autoridade para a Comunicação Social]]. Foi ainda membro da ''[[Academie Européenne des Sciences, des Arts et des Lettres]]'' ([[Paris]]), da [[Academia Brasileira de Letras]] e da [[Academia das Ciências de Lisboa]] (Classe de Letras).
===Distinções e prémios===
Foi distinguida com o grau de Grande-Oficial da [[Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico]], a 9 de abril de 1981, tendo sido elevada ao grau de Grã-Cruz da mesma
Em 2005, foi-lhe atribuído o título de Doutora ''[[Honoris
Em [[2004]], aos 81 anos, recebeu o mais importante prémio literário da língua portuguesa, o [[Prémio Camões]]. Na ata do júri da XVI edição do Prémio, pode ler-se que "''o júri tomou em consideração que a obra de Agustina Bessa-Luís traduz a criação de um universo romanesco de riqueza incomparável que é servido pelas suas excepcionais qualidades de prosadora, assim contribuindo para o enriquecimento do património literário e cultural da língua comum''".
Recebeu ainda:
* [[Secretariado Nacional de Informação#Prémios|Prémio Eça de Queirós]] (1954)
* [[Prémio Ricardo Malheiros]] (1966, 1977)
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* [[Globos de Ouro (Portugal)|Globo de Ouro]] (2002)
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* {{
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* {{FRAb}} {{Carece de fontes2|data=abril de 2017|Oficial da [[Ordem das Artes e das Letras]] de [[Quinta República Francesa|França]] (? de ? de 1989)}}
* {{
==Obra==
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