Maria Leopoldina da Áustria: diferenças entre revisões

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Leopoldina teve grande destaque na política brasileira, seja no momento em que a corte portuguesa retornou à Portugal, seja nos bastidores dos atritos entre Brasil e Portugal até o momento da Independência em 1822. Enquanto Pedro ainda mantinha a possibilidade da manutenção do Reino Unido com Portugal, Leopoldina já constatara que o caminho mais prudente era a emancipação total da metrópole. A formação intelectual e política de Leopoldina, aliadas a seu forte senso de dever e sacrifício em nome do Estado foram fundamentais para o Brasil, especialmente depois que [[João VI de Portugal|Dom João VI]], [[Revolução liberal do Porto|sob pressão portuguesa, fora obrigado a voltar à Lisboa]].
 
Os brasileiros nutriam grande respeito e admiração pela princesa austríaca desde os primeiros momentos em que pôs os pés no Brasil. Muito popular – visão essa ainda mais forte entre os mais pobres e escravos –, a partir do momento de sua morte começara a ser chamada de '<nowiki/>''mãe dos brasileiros'''. Petições foram elaboradas para que a princesa recebesse o título de o “Anjo tutelar deste nascente império”Império”.<ref>{{citar livro|título=D. Leopoldina, a história não contada: A mulher que arquitetou a independência do Brasil|ultimo=Rezzutti|primeiro=Paulo|editora=Leya|ano=2017|local=Brasil|páginas=[[324]]|acessodata=}}</ref> Durante o período em que esteve enferma em seus últimos dias de vida, cortejos foram realizados nas ruas do Rio de Janeiro; igrejas e capelas lotavam de pessoas em profunda tristeza. A notícia de sua morte espalhou comoção pela cidade. O povo saiu às ruas em prantos, existindo relatos de escravos que se lamentavam aos gritos: “Nossa mãe morreu. O que será de nós? Quem tomará partido dos negros?”<ref>{{citar livro|título=1822: Como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram dom Pedro a criar o Brasil - um país que tinha tudo para dar errado|ultimo=Gomes|primeiro=Laurentino|editora=Globo Livros|ano=2010|local=Brasil|páginas=[[141]]|acessodata=}}</ref>. Com sua morte, a popularidade de D. Pedro, aliado aos problemas do primeiro reinado, decaiu consideravelmente.<ref>{{citar livro|título=D. Leopoldina, a história não contada: A mulher que arquitetou a independência do Brasil|ultimo=Rezzutti|primeiro=Paulo|editora=Leya|ano=2017|local=Brasil|páginas=[[327]]|acessodata=}}</ref> O escritor e biógrafo de sua vida, Carlos H. Oberacker Jr., afirma que "raras vezes uma estrangeira foi tão querida e reconhecida por um povo como ela".<ref>{{citar livro|título=D. Leopoldina, a história não contada: A mulher que arquitetou a independência do Brasil|ultimo=Rezzutti|primeiro=Paulo|editora=Leya|ano=2017|local=Brasil|páginas=360, 361|acessodata=}}</ref>
 
 
Durante a vida, Leopoldina procurou formas de acabar com o trabalho escravo.<ref>{{Citar web|titulo=Leopoldina, a mulher que declarou a independência e foi a primeira governante do Brasil|url=http://www2.uol.com.br/guiadolitoral/materias/leopoldina_a_mulher_que_declarou_a_independencia_e_foi_a_primeira_governante_do_brasil-4535-2018.shtml|obra=Guia do Litoral|acessodata=2019-03-07}}</ref> Em uma tentativa de mudar o tipo de mão de obra no Brasil, a Imperatriz incentivou a imigração europeia para o país. A vinda de Leopoldina para o Brasil fomentou o [[Imigração alemã no Brasil|começo da imigração germânica para o país]], primeiro vindo os suíços, se fixando no Rio de Janeiro e fundando a cidade de Nova Friburgo. Depois, a fim de povoar o sul brasileiro, a imperatriz incentivou a vinda dos alemães. A presença da imperatriz na América acaba atraindo as atenções como forma de “propagandear” o Brasil entre o meio germânico.
 
Durante a vida, Leopoldina procurou formas de acabar com o trabalho escravo.<ref>{{Citar web|titulo=Leopoldina, a mulher que declarou a independência e foi a primeira governante do Brasil|url=http://www2.uol.com.br/guiadolitoral/materias/leopoldina_a_mulher_que_declarou_a_independencia_e_foi_a_primeira_governante_do_brasil-4535-2018.shtml|obra=Guia do Litoral|acessodata=2019-03-07}}</ref> Em uma tentativa de mudar o tipo de mão de obra no Brasil, a Imperatriz incentivou a imigração europeia para o país. A vinda de Leopoldina para o Brasil fomentou o [[Imigração alemã no Brasil|começo da imigração germânica para o país]], primeiro vindo os suíços, se fixando no Rio de Janeiro e fundando a cidade de Nova Friburgo. Depois, a fim de povoar o sul brasileiro, a imperatrizImperatriz incentivou a vinda dos alemães. A presença da imperatrizImperatriz na América acaba atraindo as atenções como forma de “propagandear” o Brasil entre o meio germânico.
 
A importância e relevância da princesa em solo brasileiro também devem-se ao fato da missão científica que a acompanhou de viagem desde a Itália, composta de pintores, cientistas e botânicos europeus. Como a princesa tinha interesse em botânica e geologia, com ela vieram dois cientistas alemães; o botânico [[Carl Friedrich Philipp von Martius|Von Martius]] e o zoólogo [[Johann Baptist von Spix|Von Spix]], nomes conhecidos das ciências naturais do século XIX, alem do pintor viajante [[Thomas Ender]]. A pesquisa dessa missão resultou nas obras ''Viagem pelo Brasil'' e ''[[Flora Brasiliensis|Flora Brasilienses]]'', um compêndio de aproximadamente 20 mil páginas com classificação e ilustração de milhares de espécies de plantas nativas. Juntos, os cientistas percorreram mais 10 mil quilômetros do Rio de Janeiro até às fronteiras com Peru e Colômbia.
 
A postura de Leopoldina ao se recusar a retornar a Portugal ainda divide opiniões, pois enquanto para um grupo de escritores aquela foi uma atitude revolucionária, para outros a princesa foi apenas estrategista. Para Maria Celi Chaves Vasconcelos, professora da [[Universidade do Estado do Rio de Janeiro|UERJ]] e especialista em educação de mulheres nobres, não existe o menor traço de rebeldia em qualquer escrito de ou sobre Leopoldina. "Seria revolucionária por ter influenciado D. Pedro na Proclamação da Independência? Não creio que haja aí nenhum traço revolucionário; acho que ela era, talvez, conhecedora o suficiente da história política para fazer o julgamento correto sobre o momento vivido e o quanto ele era propício à Independência", defende a pesquisadora.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Modelli|primeiro=Laís|data=2017-12-10|titulo=Quem foi a primeira mulher a governar o Brasil|url=https://www.bbc.com/portuguese/brasil-42186974|lingua=en-GB}}</ref> "Independentemente dos motivos que fizeram Leopoldina permanecer no Brasil, a imperatrizImperatriz deve ser interpretada como uma mulher revolucionária por ter sido a primeira a fazer política na alta esfera de decisões brasileiras", defende Paulo Rezzutti.
 
Outro legado de Leopoldina é a bandeira nacional. Embora a história conhecida seja a de que o amarelo representa o ouro e o verde as florestas brasileiras, as cores do maior símbolo nacional representam as duas Casas que deram origem ao Brasil independente: o verde representando a casa real de [[Casa de Bragança|Bragança]], de D. Pedro I, e o amarelo representa a casa imperial de [[Casa de Habsburgo|Habsburgo]], de Maria Leopoldina.