René Guénon: diferenças entre revisões
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m |
Rei do mundo = teoria da conspiração. |
||
Linha 6:
|imagem_legenda = René Jean Marie Joseph Guénon em 1925, aos 38 anos
|escola = [[Filosofia perene]]<br>[[Escola Perenialista|Escola tradicionalista]]<br>[[Filosofia continental]]<br>[[Filosofia Oriental]]<br>[[Platonismo]]
|interesses = [[Metafísica]], [[Iniciação
|nascimento_data = {{dni|15|11|1886|si|lang=pt|sem idade}}
|nascimento_local = [[Blois]], [[Loir-et-Cher]], [[França]]
Linha 47:
Logo após a [[Primeira Guerra Mundial]], Guénon esteve próximo de alguns círculos da direita francesa conservadora, como as neotomistas, sobretudo as influenciadas por [[Jacques Maritain]], e alguns membros do movimento político de direita [[Action Française]], incluindo Léon Daudet, Jacques Bainville (Maritain, como muitos católicos, cortou qualquer ligação com a Action Française após a condenação papal do movimento em 1926).<ref name="Lindenberg Daniel 1991. pp. 69-79">Lindenberg Daniel. René Guénon ou la réaction intégrale. In: Mil neuf cent, n°9, 1991. Les pensées réactionnaires. pp. 69-79.</ref><ref>Marie France James wrote that René Guénon, knew “Ferdinand Gombault, doctor in scholastic philosophy; during more than 30 years, until his departure for Cairo, these two intellectuals maintained regular contact and both were partisans of the Action Française”</ref><ref>Paul Chacornac, Simple Life of René Guénon</ref> O principal objetivo de Guénon durante este período foi convencer Maritain e a Igreja Católica a revitalizarem o cristianismo através de um diálogo com as religiões orientais. Guenon imaginou uma restauração da "intelectualidade" tradicional no Ocidente com base no catolicismo romano e na [[maçonaria]].{{refn|Cf. among others his ''Aperçus sur l'ésotérisme chrétien'' (Éditions Traditionnelles, Paris, 1954) and ''Études sur la Franc-maçonnerie et le Compagnonnage'' (2 vols, Éditions Traditionnelles, Paris, 1964–65) which include many of his articles for the Catholic journal ''Regnabit''.}} O projeto não foi bem-sucedido. Vários autores enxergam Guénon como um sucessor do monarquista [[Ultramontanismo|ultramontanista]] [[Joseph de Maistre]], que foi um maçom como Guénon.<ref name="Lindenberg Daniel 1991. pp. 69-79"/>
Guénon se declarava apolítico e rejeitou qualquer interpretação política de seu trabalho.<ref>Review by: Daniel Lindenberg Source: Esprit, No. 332 (2) (Février 2007), pp. 218-222. Reviewed Work(s): GUÉNON OU LE RENVERSEMENT DES CLARTÉS. Influence d'un métaphysicien sur la vie littéraire et intellectuelle française (1920–1970) by Xavier Accart</ref> Contudo, ele influenciou vários escritores considerados da [[extrema-direita]] do espectro político. A principal razão é o fato de que ele desempenhou forte influência sobre o fascista [[Julius Evola]], com quem manteve uma correspondência epistolar. Além disso, [[Carl Schmitt]], o jurista conservador alemão, disse ao estudioso da religião comparada Mircea Eliade que ele considerava René Guénon como “o homem mais interessante que existe hoje”.<ref>Mircea Eliade’s The Portugal Journal, trans. Mac Linscott Ricketts (Albany, N.Y.: SUNY Press, 2010), see also Grottanelli Cristiano. Mircea Eliade, Carl Schmitt, René Guénon, 1942. In: Revue de l'histoire des religions, tome 219, n°3, 2002. pp. 325-356.</ref> Guénon permanece nas listas de leitura dos membros da [[Nova Direita]].<ref>
No entanto, vários estudos acadêmicos descartam agora qualquer conexão intelectual entre Guénon e a política de extrema direita.<ref>C.f. André Lefranc, « Julius Evola contre René Guénon » and P. Geay "René Guénon récupéré par l'Extrême-Droite " LRA 16, 2003.</ref> Em um estudo baseado nas correspondências trocadas entre Guénon e Evola e em alguns artigos, P.-G. de Roux destacou a dura crítica de Guénon em relação a Evola.<ref>Pierre-Guillaume de Roux in Cahiers de l'Unité, n°5, 2017.</ref> Da mesma maneira, em seu livro ''Guénon ou le renversement des clartés'', o estudioso francês Xavier Accart contesta a conexão feita entre a [[escola perenialista]] e os movimentos da extrema direita. Ele afirma, por exemplo, que Guenon era altamente crítico dos envolvimentos políticos de Evola e se mostrava preocupado com a possível confusão entre suas ideias e as de Evola. Guénon também denunciou claramente a ideologia dos regimes fascistas na Europa antes e durante a [[Segunda Guerra Mundial]].<ref name="Accart, Xavier 2015">Accart, Xavier : ''Guénon critique des régimes totalitaires dans les années 1930'', La Règle d'Abraham, september 2015, Ubik éditions.</ref> Guénon consentiu em ter trechos de seus escritos publicados no jornal fascista ''Regime Fascista'', um jornal com curadoria de Evola, mas sempre se recusou a publicar os livros e artigos de Evola.<ref>Fascism: Post-war fascisms edited by Roger Griffin, Matthew Feldman</ref><ref name="Julius Evola 1974">Julius Evola, Ricognizioni: uomini e problemi (Rome: Edizioni Mediterranee, 1974).</ref><ref>Orlando Fedeli’s essay “A Gnose “Tradicionalista” de René Guénon e Olavo de Carvalho”</ref><ref>Patrick Geay : ''René Guénon récupéré par l'extrême droite'', La Règle d'Abraham, september 2015, Ubik éditions.</ref> Além disso, Guénon também influenciou muitos escritores e artistas considerados da [[Esquerda (política)|esquerda política]] ou mesmo apolíticos.<ref name="Accart, Xavier 2015"/><ref name="lindeberg">[[Daniel Lindenberg]], revue [[Esprit (revue)|Esprit]], février 2007, {{p.|218-222}}.</ref>
Linha 133:
== Ver também ==
* [[Titus Burckhardt]]
* [[Martin Lings]]
Linha 170 ⟶ 169:
[[Categoria:Muçulmanos da França]]
[[Categoria:Tradicionalistas]]
[[Categoria:Teólogos gnósticos]]
[[Categoria:Gnósticos]]
[[Categoria:Teóricos da conspiração]]
|