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== Biografia ==
=== No Egito ===
[[Porfírio]] informou que Plotino tinha 66 anos de idade quando morreu em 270, durante o segundo ano do reinado do imperador [[Cláudio II]]. Assim, Plotino teria nascido por volta do ano 205. [[Eunápio]] informou que Plotino nasceu no [[Egito romano|Egito]], na cidade de [[Licópolis Deltaica|Licópolis]], no [[Delta do Nilo]], o que levou a especulações de que ele pode ter sido um egípcio nativo de ascendência [[Roma Antiga|romana]],<ref>"Plotinus." </ref>&nbsp;[[Grécia Antiga|grega]],<ref>"Plotinus." </ref> ou [[Antigo Egito|egípcia]] [[Helenização|helenizada]].<ref>Bilolo, M.: ''La notion de « l’Un » dans les Ennéades de Plotin et dans les Hymnes thébains. ''</ref>
 
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Plotino iniciou o estudo da [[filosofia]] na idade de vinte e sete anos, por volta do ano 232, e viajou para [[Alexandria]] para estudar. Lá ele estava insatisfeito com todos os professores que encontrava, até que encontrou um conhecido que o recomendou escutar as ideias de [[Amônio Sacas]]. Ao ouvir a palestra de Amônio, ele declarou para seu amigo que "este é quem eu estava procurando", e começou a estudar intensamente com o novo instrutor. Além de Amônio, Plotino também foi influenciado pelas obras de [[Alexandre de Afrodísias]], [[Numênio de Apameia]], e vários [[Estoicismo|estoicos]].
 
=== Expedição à Pérsia e retorno a Roma ===
Depois de passar os 11 anos em Alexandria, na idade de 38 anos, Plotino decidiu investigar os ensinamentos das filosofias [[filosofia iraniana|iraniana]] e [[filosofia indiana|indiana]].<ref>Porfírio, ''Sobre a Vida de Plotino e a Ordem dos seus livros'', Ch. 3 (na tradução de Armstrong Loeb, "ele ficou ansioso em conhecer disciplina filosófica persa e que prevalece entre os indianos").</ref> Em busca destes conhecimentos, deixou Alexandria e juntou-se ao exército de {{lknb|Gordiano|III}} {{nwrap|r.|238|244}}, em sua marcha para a [[Pérsia antiga|Pérsia]]. A campanha, no entanto, foi um fracasso. Após a morte de Gordiano, Plotino encontrou-se abandonado em uma terra hostil, enfrentando dificuldades em seu caminho de volta para a segurança em [[Antioquia]].<ref name="Rossi1996">{{citar livro|autor =Roberto Rossi|título=Introdução à filosofia|url=http://books.google.com/books?id=tDsxrrWh2K0C&pg=PA57|ano=1996|publicado=LOYOLA|isbn=978-85-15-01277-0|páginas=57–}}</ref>
 
=== Em Roma ===
Com a idade de quarenta anos, durante o reinado de [[Filipe, o Árabe]], dirigiu-se a [[Roma]], onde permaneceu durante a maior parte do resto de sua vida. Lá, atraiu diversos discípulos. Seu círculo mais íntimo incluiu [[Porfírio]], [[Amélio da Toscana]], o senador [[Discípulos de Plotino|Castrício Firmo]] e [[Discípulos de Plotino|Eustáquio de Alexandria]], um médico que se dedicou ao aprendizado de Plotino e o assistiu até sua morte. Outros alunos foram: [[Zeto]], um [[Árabes|árabe]] por ascendência, que morreu antes de Plotino, deixando-lhe um legado e um pouco de terra, [[Zótico (poeta)|Zótico]], crítico e poeta, [[Paulino]], um médico de Sitópolis ([[Bete-Seã]]) e [[Discípulos de Plotino|Serápio de Alexandria]]. Além de Castrício, Plotino tinha outros alunos no [[senado romano]], como [[Discípulos de Plotino|Marcelo Oronte]], [[Discípulos de Plotino|Sabinilo]] e [[Discípulos de Plotino|Rogaciano]]. Algumas mulheres também foram contadas entre os seus alunos, incluindo Gemina, em cuja casa viveu durante sua estada em Roma, sua filha, também Gemina, e Anficleia, a esposa de Aristão, filho de [[Jâmblico]].<ref>Porfírio, ''Vita Plotini'', 9. Ver também Emma C. Clarke, John M. Dillon e Jackson P. Hershbell, (1999) ''Iamblichus on The Mysteries'', page xix. SBL. que diz: "para ganhar alguma cronologia credível, supõe-se que Aristão casou-se com Anficlea algum tempo após a morte de Plotino"</ref> Foi também correspondente do filósofo [[Cássio Longino (filósofo)|Cássio Longino]].
 
Enquanto em Roma, Plotino também ganhou o respeito do imperador [[Galiano]] e sua esposa [[Cornélia Salonina]]. Em um certo ponto Plotino tentou interessar Galiano na reconstrução de um abrigo abandonado na região da [[Campânia]], conhecida como a "Cidade dos Filósofos", onde os habitantes viviam sob a constituição previstas nas leis de [[Platão]]. Um subsídio imperial nunca foi concedido, por razões desconhecidas a PórfiroPorfírio, que relata o incidente.
=== Mais tarde em sua vida ===
 
[[File:Porphyry.jpg|miniatura|esquerda|[[Porfírio]], Autor de ''A Vida de Plotino'', numa gravura do [[século XVI]]]]
PórfiroPorfírio, posteriormente, passou a viver na [[Sicília]], até que teve a noticia que seu ex-professor tinha morrido. O filósofo passou seus últimos dias em reclusão em uma propriedade na Campânia, que seu amigo Zeto tinha legado dele. De acordo com o registro de Eustochius, que estava com ele até o final, as palavras finais de Plotino foram: "esforça-se para estar de volta com o Divino em vós, Divino no Tudo. Eustochius registrou que uma cobra rastejou para debaixo da cama, onde Plotino deitava, e deslizou para fora através de um buraco na parede; no mesmo momento em que o filósofo morreu.
 
Enquanto em Roma, Plotino também ganhou o respeito do imperador [[Galiano]] e sua esposa [[Cornélia Salonina]]. Em um certo ponto Plotino tentou interessar Galiano na reconstrução de um abrigo abandonado na região da [[Campânia]], conhecida como a "Cidade dos Filósofos", onde os habitantes viviam sob a constituição previstas nas leis de [[Platão]]. Um subsídio imperial nunca foi concedido, por razões desconhecidas a Pórfiro, que relata o incidente.
 
Pórfiro, posteriormente, passou a viver na [[Sicília]], até que teve a noticia que seu ex-professor tinha morrido. O filósofo passou seus últimos dias em reclusão em uma propriedade na Campânia, que seu amigo Zeto tinha legado dele. De acordo com o registro de Eustochius, que estava com ele até o final, as palavras finais de Plotino foram: "esforça-se para estar de volta com o Divino em vós, Divino no Tudo. Eustochius registrou que uma cobra rastejou para debaixo da cama, onde Plotino deitava, e deslizou para fora através de um buraco na parede; no mesmo momento em que o filósofo morreu.
 
Plotino escreveu os ensaios que se tornaram as ''[[Enéadas]]'' ao longo de um período de vários anos a partir de 253 d.C. até poucos meses antes de sua morte, dezessete anos mais tarde Porfírio fez a observação de que as Enéadas, antes de serem compiladas e organizadas por ele próprio, eram apenas a enorme colecção de notas e ensaios que Plotino usava em suas palestras e debates, em vez de um livro formal. Plotino não foi capaz de rever o seu próprio trabalho, devido à sua fraca visão, mas seus escritos necessitavam de edição, de acordo com Porfírio: a caligrafia do seu mestre era terrível, ele não separava suas palavras adequadamente, e ele pouco se importava com sutilezas de ortografia. Plotino tinha um desgosto tremendo com o processo editorial, o que acabou virando tarefa de Pórfiro, que não só poliu, mas também colocou os textos no novo arranjo que nós temos hoje em dia.
 
== Principais idéias ==