Música clássica: diferenças entre revisões

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'''Música clássica,''' '''música''' '''de''' '''concerto''' ou '''música''' '''erudita''' é o nome dado à principal variedade de [[música]] produzida ou enraizada nas tradições da [[música secular]] e [[música religiosa|litúrgica]] [[História da arte ocidental|ocidental]]. Abrange um período amplo que vai aproximadamente do [[século IX]] até o presente<ref name="Music 2007">"Classical", ''The Oxford Concise Dictionary of Music'', ed. Michael Kennedy, (Oxford, 2007), ''Oxford Reference Online'' (visitado em 23-7-2007).</ref> e segue [[cânone]]s preestabelecidos no decorrer da [[história da música]]. Apesar do nome que remete a algo do '[[passado]]' ou 'antigo', esta variedade de música é escrita também nos dias de hoje, através de compositores do século XXI que criam obras inéditas, originais e atuais.
 
Alguns estudiosos definem a música de concerto como aquela que se baseia principalmente na clareza, no equilíbrio, na objetividade da estrutura formal, em lugar do sentimentalismo exagerado ou da falta de limites de linguagem musical. Já segundo o [[Grove Dictionary of Music and Musicians|Dicionário Grove de Música]], este tipo de música seria fruto da [[erudição]] e do estudo formal e não apenas das práticas folclóricas e populares.<ref>Sadie 1994</ref> Esta última definição porém é controversa ao não observar a existência de gêneros musicais normalmente associados à música popular e que simultaneamente são fruto do estudo, como o [[choro]] brasileiro, o [[rock progressivo]], o [[tango]] de [[Astor Piazzolla]] entre muitos outros, todos marcados pela erudição musical, há ainda o fato de diversos compositores eruditos que utilizaram amplamente a música popular e folclórica como inspiração para compor suas obras, como é o caso de [[Heitor Villa-Lobos]] e [[César Guerra-Peixe|Guerra-Peixe]] no Brasil ou ainda o caminho inverso: Nomes geralmente associados à música popular que transitaram também pela música de concerto, como é o caso da Bossa Nova, [[Tom jobim|Tom Jobim]], que compôs sinfonias. Dessa forma, a linha que separa a chamada música erudita da música popular seria muito frágil, e nunca houve de fato um consenso de onde estaria o ponto em que ocorreria uma suposta separação. Segundo grandes estudiosos da música e de teoria musical, o termo que melhor representa a música dos grandes compositores é ''música de concerto'', o que demonstra a impossibilidade de classificá-la, pois como afirma Ênio Squeff, "Beethoven não tem nada de erudito, nem Villa-Lobos. A música de concerto é aquela inclassificável. É a gênese da atividade musical".<ref>{{Citar web|url=http://almanaque.folha.uol.com.br/musicaerudita.htm|titulo=Especial Música|acessodata=2017-10-23|obra=almanaque.folha.uol.com.br}}</ref>
 
Basicamente, a música ocidental distingue-se de outras formas de música por seu sistema de [[notação musical|notação em partituras]], em uso desde o [[século XVI]].<ref>Chew, Geffrey & Rastall, Richard. "Notation, §III, 1(vi): Plainchant: Pitch-specific notations, 13th–16th centuries", ''[[Grove Dictionary of Music and Musicians|Grove Music Online]]'', ed. L. Macy (visitado a 23-7-2007), [http://www.grovemusic.com/ grovemusic.com] (accesso pago).</ref> O sistema ocidental de partituras é utilizado pelos compositores para prescrever, a quem executa a obra, a [[Altura (música)|altura]], a [[andamento|velocidade]], a [[Métrica (música)|métrica]], o [[ritmo#Música|ritmo]] e a exata maneira de se executar uma peça musical. Isto deixa menos espaço para práticas como a [[Improvisação (música)|improvisação]] e a ornamentação ''[[ad libitum]]'', que são ouvidas frequentemente em músicas não europeias (ver [[música clássica da Índia]] e [[música tradicional japonesa]]) e populares.<ref name="notation">"Japan, §III, 1: Notation systems: Introduction", ''[[Grove Dictionary of Music and Musicians|Grove Music Online]]'', ed. L. Macy (visitado a 23-7-2007), [http://www.grovemusic.com/ grovemusic.com] (acesso pago).</ref><ref>{{citar livro| autor= BENT, Ian D; HUGHES, David H; PROVINE, Robert C, RASTALL, Richard; KILMER, Anne | título=Notation, §I: General | idioma= inglês local= | editora=Oxford University Press | ano= 2007| páginas= | id = }}</ref>
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== Relacionamento com a música popular ==
{{sem-fontes|arte=sim|data=dezembro de 2009}}
A relação entre a música erudita e a [[música popular]] é uma questão polêmica (principalmente o valor estético de cada uma). Alguns adeptos da música erudita alegam que certos gêneros não constituem [[arte]] e que parte da música popular é mero entretenimento (o que implica um público mais numeroso). Contudo, muitas peças musicais da chamada [[música pop]], do [[rock]] ou outro gênero denominado "ligeiro" são, reconhecidamente, peças de elevado valor artístico (e, curiosamente, chamadas também de "clássicos", como a música dos [[The Beatles|Beatles]], [[Genesis]], de [[Jacques Brel]], [[Edith Piaf]] e [[Billie Holiday]], ainda pode-se citar [[Choro|o Choro]] brasileiro, o [[rock progressivo]], o [[tango]], o [[frevo]], a [[bossa nova]], a música [[Movimento Armorial|armorial]] entre muitos outros estilos que formam uma série de artistas erudito-populares, que utilizaram amplamente a música popular e folclórica como inspiração para compor suas obras, como é o caso de [[Heitor Villa-Lobos]] e [[César Guerra-Peixe|Guerra-Peixe]] no Brasil ou ainda o caminho inverso: Nomes geralmente associados à música popular que transitaram também pela música de concerto, como é o caso da Bossa Nova, [[Tom jobim|Tom Jobim]], que compôs sinfonias, enquanto isso, algumas peças de música erudita se tornam datadas, consideradas de mau gosto (consoante as épocas, podendo mais tarde ser recuperadas, ou não) ou, mesmo, tornarem-se populares, ao serem incluídas em [[filme]]s ou anúncios publicitários, por exemplo. Quase toda a gente conhece e chega a trautear algumas melodias de música erudita, mesmo sem saber quem foi o compositor. É comum, por exemplo, associar árias de ópera com momentos desportivos, no futebol, por exemplo, em que a ária "Nessun dorma" da [[Turandot]] é explorada até à exaustão e o conhecido hino da liga dos campeões é tocado por uma orquestra sinfônica acompanhada de coro, seguindo um estilo mais clássico.
 
Pode-se argumentar que a música erudita, em grande parte, mas nem sempre, tem como característica uma maior complexidade. Mais especificamente, a música erudita envolve um maior número de [[modulação|modulações]] (mudança da [[tónica]]), recorre menos à repetição de trechos substanciais da peça musical (na música popular o refrão é comum), além de recorrer a um uso mais vasto das frases musicais, que não são limitadas por uma extensão conveniente para a sua popularidade entre o público (ou seja, que permita à música "entrar no ouvido" ou seja, na [[memória]]). Na música erudita, o minimalismo vai contra estas tendências que se acabaram de aplicar. No entanto, é normal que a música erudita permita a execução de obras mais vastas em termos de duração (variando de meia hora a três horas), usualmente divididas em partes mais pequenas (os "movimentos"). Também aqui existem excepções: as miniaturas, as bagatelas e as canções (como as de Schubert).