José Carlos Mariátegui: diferenças entre revisões

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'''José Carlos Mariátegui La Chira''' ([[Moquegua]], [[14 de junho]] de [[1894]] – [[16 de abril]] de [[1930]]) foi um [[escritor]], [[jornalista]], [[sociólogo]] e [[ativista político]] [[peruano]]. Autodidata, Mariátegui destacou-se como um dos primeiros e mais influentes pensadores do [[marxismo]] latino-americano no século XX. Autor prolífico apesar de sua morte prematura, era também conhecido em seu país como ''El Amauta'' (do [[quéchua]]: ''hamawt'a'', 'mestre'). Seu livro mais conhecido internacionalmente - e um dos dois que publicou em vida - é ''[[Sete Ensaios de Interpretação da Realidade Peruana]]'', no qual traçou uma [[História do Peru|história econômica do Peru]] sob a perspectiva [[materialismo histórico|materialista]].
 
Segundo [[Michael Löwy]], "José Carlos Mariátegui é não somente o mais importante e inventivo dos marxistas latino-americanos, mas também um pensador, cuja obra, por sua força e originalidade, tem um significado universal", guardando afinidades com grandes pensadores do [[marxismo ocidental]], como [[Gramsci]], [[Lukács]] e, [[Walter Benjamin]] e [[Georges Sorel]]<ref>[https://www.ifch.unicamp.br/formulario_cemarx/selecao/2012/trabalhos/6643_Melo%20Junior_Sydnei.pdf “Mito” e “religiosidade popular” no pensamento político de José Carlos Mariátegui e Antonio Gramsci: notas para uma pesquisa] UNICAMP - acessado em 14 de junho de 2019</ref>. Segundo Löwy, o núcleo da sua singular interpretação do marxismo, é irredutivelmente [[romântico]] - o que, do ponto de vista da ortodoxia [[stalinista]], era uma heresia. Em artigo de 1941, [[Vladimir Mikhailovich Myasishchev|Vladimir Myasishchev]], denunciou o "[[populismo]]" e o "[[romantismo]]" de Mariátegui, para demonstrar que seu pensamento era estranho ao marxismo. Como exemplo deste "romantismo nacionalista", Myasishchev citava as teses de Mariátegui sobre a importância do [[coletivismo]] [[agrário]] [[inca]] para a luta [[socialista]] moderna no Peru.<ref>[http://csbh.fpabramo.org.br/o-que-fazemos/editora/teoria-e-debate/edicoes-anteriores/ensaio-marxismo-e-romantismo-em-mariategui Marxismo e romantismo em Mariátegui]. Por [[Michael Löwy]]. ''Teoria e Debate'' n° 41, maio/junho/julho de 1999.</ref>
 
Nos ''Sete ensaios'',<ref>{{citar livro | sobrenome=Mariátegui | nome=José Carlos | título=7 ensayos de interpretación de la realidad peruana | url= http://resistir.info/livros/mariategui_7_ensayos.pdf| ano=2007 | editora=Fundación Biblioteca Ayacucho | local= Venezuela | idioma= | isbn= 8466000321 }}</ref> Mariátegui examina a situação econômica e social do Peru, de um ponto de vista marxista. A obra é considerada como o primeiro documento de análise da sociedade latino-americana. O livro parte da história econômica do Peru e prossegue apresentando o "problema indígena", que o autor liga ao "problema agrário". Os demais capítulos são dedicados à educação, à religião, ao [[regionalismo]] e à centralização, assim como à literatura. Na mesma obra, Mariátegui responsabiliza os proprietários de terras pela [[Economia do Peru|situação econômica do país]] e pelas condições de vida miseráveis dos indígenas da região. Ao mesmo tempo, observa que o Peru teria ainda numerosas características das [[Feudalismo|sociedades feudais]] e defende a ideia de que a transição para o [[socialismo]] poderia ocorrer através das formas de [[coletivismo]] tradicionais, praticadas pelos indígenas.