Questão Coimbrã: diferenças entre revisões

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Ao mesmo tempo, Teófilo Braga solidarizava-se com Antero no folheto ''Teocracias Literárias''{{ebook|25240}}, no qual afirmava que [[António Feliciano de Castilho|Castilho]] devia a celebridade à circunstância de ser cego. Pouco depois Antero desenvolvia as ideias já expostas na Carta a Castilho no folheto ''A Dignidade das Letras e Literaturas Oficiais'', evidenciando a necessidade de criar uma literatura que estivesse à altura de tratar os temas mais importantes da actualidade. Seguiram-se intervenções de uma parte e de outra, em que o problema levantado por Antero ficou esquecido. Provocou grande celeuma o tom irreverente com que Antero se dirigiu aos cabelos brancos do velho escritor, e a referência de Teófilo à cegueira dele.
 
Foi isto o que mais impressionou [[Ramalho Ortigão]], que num opúsculo intitulado ''A Literatura de Hoje'', [[1866]], censurava aos rapazes as suas inconveniências, ao mesmo tempo que afirmava não saber o que realmente estava em discussão. Este opúsculo deu lugar a um duelo do autor com Antero. Mas outro escrito, este de [[Camilo Castelo Branco]], favorável a Castilho — Vaidades Irritadas e Irritantes — não suscitou reaçõesreacções. Na realidade nada foi acrescentado aos dois folhetos de Antero durante os longos meses que a polêmicapolémica durou ainda. [[Eça de Queiroz]], em ''O Crime do Padre Amaro'', de forma implícita, toma parte dos jovens literários.
 
==Romantismo vs. Realismo==
Apesar da '''Questão Coimbrã''' ir muito para além de uma simples disputa entre diferentes concepçõesconceções de arte, é necessário entender aquilo em que cada um dos opostos acreditava. É inultrapassável a diferença entre a “[[Escola do Elogio Mútuo]]” que defendia uma arte conservadora e presa no marasmo da tradição literária; e a perspetiva dos jovens da “[[Geração de 70]]” que, numa tentativa de trazer a [[Portugal]] a modernidade europeia, consideravam que a arte deveria estar ao serviço das transformações sociais, retratando a realidade tal como ela seria e fazendo da poesia “a voz da revolução”.
 
Explore-se então esta temática:
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Em oposição surgiu o [[Realismo em Portugal|realismo]] que pretendia tratar a realidade e os factos tal como são, rejeitando toda a subjetividade e idealização através de uma reprodução objetiva da realidade social.
 
A [[Escola de Coimbra]] era especialmente admiradora do gênerogénero criado por [[Victor Hugo|Vitor Hugo]], o [[romance social]], que permitia conciliar o apelo às emoções (tão eficaz para demover o público) com o retrato fiel da miséria social.
 
Extrai-se a diferença profunda entre românticos e realistas em Portugal: enquanto os primeiros tomam a arte como fim em sí mesma, os realistas orientam o seu fim para a denúncia dos males sociais de forma a incitar evolução. Para rematar a noção do que seria o [[realismo]] para aqueles que tanto se esforçavam por implantá-lo, veja-se as seguintes citação de [[Eça de Queiroz]].