Fernão Lopes: diferenças entre revisões

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Sendo assim, Fernão Lopes entrara, certamente, em contacto com testemunhos dos acontecimentos, sendo estes eventos relatados na sua obra de 1443, ''Crónica de D. João I''. Pode, dessa forma, consultar os protagonistas envolvidos na resistência contra Castela e na paz firmada no ano de 1411 com o mesmo reino, através do [[Tratado de Ayllón]], ratificado em 1423. Diante desta conjuntura política e social conturbada Fernão Lopes foi designado, por D. Duarte, para escrever os feitos da [[dinastia de Avis]].<ref name="Gianez2"/><ref name="Guaranha"/>
 
== Obra ==
===Antecedentes ===
O gênero da crónica histórica tem origens imemoriais. Na [[Idade Média]], iniciando a formação de poderosos reinos na Europa, a realeza entendeu que suas virtudes e conquistas deviam ser consagradas e perenizadas, retomando a antiga tradição das crónicas oficiais, onde de costume pouco se distinguiam factos de mitos e assuntos de Estado de interesses privados da aristocracia, tornando a narrativa histórica claramente um projeto político, manipulando os factos para que se criasse a "verdade" mais conveniente para os detentores do poder. No século XIII o gênero estava em alta, especialmente na França, onde haviam entrado na moda as ''Grandes chroniques'', que traçavam em linguagem retórica a origem dos reis franceses até a mítica [[Troia]].<ref name="Senko"/><ref name="Esteves"/><ref name="Vanise"/> Conforme Teresa Amado, o que se esperava do cronista medieval se revela explicitamente na encomenda feita a Lopes por D. Duarte: a de "poer em caronica as estorias dos antigos reis que antigamente em Portugal forom e isso mesmo os grandes feitos e altos do mui virtuoso e de grandes virtudes meu senhor e padre". Pouco espaço restava, na tradição historiográfica que Lopes recebeu, para a "arraia miúda", a massa dos vilãos e camponeses, sempre dominados e explorados pela nobreza.<ref name="Apresentação"/>