Manuel Gomes da Costa: diferenças entre revisões

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{{Ver desambig|a avenida homónima|Avenida do Marechal Gomes da Costa}}
{{Info/Político
| nome = Manuel Gomes da Costa
| nome_comp = Manuel de Oliveira Gomes da Costa
| imagem = Gomes da costa.jpg
| título = [[Lista de presidentes da República Portuguesa|10]].º [[Presidente da República Portuguesa]]
| mandato = [[29 de junho]] de [[1926]]<br />a [[9 de julho]] de [[1926]]
| antes = [[José Mendes Cabeçadas]]
| depois = [[Óscar Carmona]]
| título2 = [[Presidente do Ministério|Presidente do Ministério de Portugal]]
| mandato2 = [[17 de junho]] de [[1926]]<br />a [[9 de julho]] de [[1926]]
| antes2 = [[José Mendes Cabeçadas]]
| depois2 = [[Óscar Carmona]]
|data_nascimento data_nascimento = {{dni|lang=pt|14|1|1863|si}}
| local_nascimento = {{PRT1830}} [[Portugal]], [[Lisboa]], [[Santa Isabel (Lisboa)|Santa Isabel]]
| data_morte = {{nowrap|{{morte|lang=pt|17|12|1929|14|1|1863}}}}
| local_morte = {{PRT}}, [[Lisboa]]
| primeira-dama = [[Henriqueta Júlia de Mira Godinho]] (1863-1936)
| partido = [[Político sem partido|Independente]] (até 1917 e 1918&ndash;1929), [[Partido Centrista Republicano]] (1917&ndash;1918)
| profissão = Militar ([[Marechal]])
| assinatura = AssinaturaGomesDaCosta.svg
}}
'''Manuel de Oliveira Gomes da Costa''' <small>[[Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito|GOTE]] • [[Ordem Militar de Avis|GOA]] • [[Ordem Militar de Avis|GCA]]</small> ([[Santa Isabel (Lisboa)|Santa Isabel]], [[Lisboa]], {{dtlink|lang=pt|14|1|1863}} — [[Lisboa]], {{dtlink|lang=pt|17|12|1929}}) foi um [[militar]] e [[político]] [[portugal|português]], [[Lista de chefes de governo de Portugal|presidente do Ministério]] acumulando com a chefia do Estado, fazendo dele o ''de facto'' décimo [[Lista de presidentes da República Portuguesa|presidente da República Portuguesa]] e o segundo da [[Ditadura Nacional]].
 
== Biografia ==
Nasceu em Lisboa, na Rua do Sol ao Rato, número 205, da freguesia de [[Santa Isabel (Lisboa)|Santa Isabel]], descendente de militares, era filho de Carlos Dias da Costa, à data sargento quartel mestre do Regimento de Infantaria n.º16, natural de [[Pombalinho (Soure)|Pombalinho]], [[Soure (Portugal)|Soure]], e de Madalena Rosa de Oliveira, natural de [[Lisboa]]. Cresceu com duas irmãs mais novas, Amália e Lucrécia, iniciando o seu percurso militar aos 10 anos, ingressando no [[Colégio Militar (Portugal)|Colégio Militar]].
Enquanto militar, destacou-se nas campanhas de pacificação das colónias, na [[Índia]] e em [[África]], e ainda na [[Primeira Guerra Mundial|I Grande Guerra]]. A 15 de Fevereiro de 1919 foi feito Grande-Oficial da [[Ordem Militar de Avis]],<ref name="Infopédia"/> a 14 de Fevereiro de 1920 foi feito Grande-Oficial da [[Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito]] e a 5 de Outubro de 1921 foi elevado a Grã-Cruz da Ordem Militar de Avis.<ref name="OHn">{{citar web |url=http://www.ordens.presidencia.pt/?idc=153 |título=Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas|data=|publicado=Presidência da República Portuguesa|acessodata=2014-11-28 |notas=Resultado da busca de "Manuel de Oliveira Gomes da Costa".}}</ref>
 
=== Carreira militar ===
Enquanto político, foi o líder que a direita conservadora encontrou para liderar a [[revolução de 28 de Maio de 1926]], com início em [[Braga]] (isto após a morte do general [[Alves Roçadas]], que deveria ter sido o seu chefe).<ref name="Infopédia"/>
[[Ficheiro:Generais Tamagnini Hacking e Gomes da Costa.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Generais [[Tamagnini de Abreu|Tamagini]], [[Richard Haking|Haking]] e Gomes da Costa.]]
Enquanto soldado, destacou-se nas campanhas de pacificação das colónias, na [[Índia]] e em [[África]], e ainda na [[Primeira Guerra Mundial|I Grande Guerra]]. Ao lado dos [[Aliados da Primeira Guerra Mundial|Aliados]], em inícios de 1917, comandou a Segunda Divisão do [[Corpo Expedicionário Português]]. Durante a [[Batalha de La Lys|Batalha de Lys]], em 9 de abril de 1918, o CEP teve 400 baixas e cerca de 6500 prisioneiros, um terço de suas forças na linha de frente. A divisão de Gomes da Costa foi particularmente atingida e foi praticamente exterminada.
 
Enquanto militar, destacou-se nas campanhas de pacificação das colónias, na [[Índia]] e em [[África]], e ainda na [[Primeira Guerra Mundial|I Grande Guerra]]. A 15 de Fevereiro de 1919 foi feito Grande-Oficial da [[Ordem Militar de Avis]],<ref name="Infopédia" /> a 14 de Fevereiro de 1920 foi feito Grande-Oficial da [[Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito]] e a 5 de Outubro de 1921 foi elevado a Grã-Cruz da Ordem Militar de Avis.<ref name="OHn">{{citar web |url=http://www.ordens.presidencia.pt/?idc=153 |título=Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas|data=|publicado=Presidência da República Portuguesa|acessodata=2014-11-28 |notas=Resultado da busca de "Manuel de Oliveira Gomes da Costa".}}</ref>
Não assumiu de início o poder, que foi confiado a [[José Mendes Cabeçadas]], o líder da revolução em [[Lisboa]]; como os revolucionários julgassem a atitude deste um pouco frouxa, Gomes da Costa viria, após sucessivas reuniões conspirativas mantidas no quartel-general de [[Sacavém]], a alcançar o poder, após um golpe ocorrido em 17 de Junho de 1926.
 
=== Revolução ===
[[Imagem:Gomes da Costa.jpg|thumb|left|upright=0.6|Escultura de Gomes da Costa, do escultor [[Barata Feyo]].]]
Um [[monárquico]] convicto, Gomes da Costa, tinha convivido com pessoas de várias convicções políticas. Isso e a sua reputação de soldado levaram-no a liderar a direita conservadora, cujos revolucionários lideraram o [[Revolução de 28 de Maio de 1926|golpe de estado de 28 de maio de 1926]] em [[Braga]], que derrubou a [[Primeira República Portuguesa|Primeira República portuguesa]], depois da morte do general Alves Roçadas, sua escolha original, que deveria ter sido seu chefe.<ref name="Infopédia" />
No entanto, o seu Governo não durou muito mais que o de Mendes Cabeçadas; em 9 de Julho do mesmo ano, uma nova contra-revolução, chefiada pelo general [[Óscar Carmona]], derrubou Gomes da Costa, incapaz de lidar com os dossiês governativos.
 
Depois do sucesso da revolução, ele não assumiu o poder a princípio, confiando os cargos de [[Presidente da República]] e [[Presidente do Conselho de Ministros]] (Primeiro-Ministro) a [[José Mendes Cabeçadas]], o líder da revolução em [[Lisboa]]. Logo os líderes do golpe não gostaram da atitude de Mendes Cabeçadas, uma escolha do anterior presidente [[Bernardino Machado]] e ainda simpatizante da antiga república. Ele foi substituído por Gomes da Costa em ambos os cargos numa reunião do quartel-general em [[Sacavém]], a 17 de Junho de 1926. O novo governo foi o primeiro a incluir o último primeiro-ministro e ditador de Portugal, [[António de Oliveira Salazar]], como [[ministro da Fazenda]].
Carmona, agora presidente do Ministério, enviou-o para o exílio nos [[Açores]], e fê-lo [[Marechal]] do [[Exército Português]].<ref name="Infopédia"/>
[[Ficheiro:Desfile de tropas 28 de Maio 1926.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|260x260px|Marcha de tropas de Gomes da Costa em Lisboa, 28 de Maio de 1926.]]
O governo de Gomes da Costa durou tanto quanto o de Mendes Cabeçadas, porque foi derrubado por um novo golpe em 9 de julho do mesmo ano. Esta contra-revolução foi chefiada por [[João José Sinel de Cordes]] e [[Óscar Carmona]], depois de Gomes da Costa tentar remover Carmona como [[Ministro das Relações Exteriores|ministro das relações exteriores]] e de se revelar incapaz de lidar com os dossiers governativos.
 
=== Exílio e posteridade ===
Carmona, agora presidente do Ministério, enviou-o para o exílio nos [[Açores]], e fê-lo [[Marechal]] do [[Exército Português]], usando o pretexto de que Gomes da Costa era "inapto para o cargo".<ref name="Infopédia" /> Ainda exerceu algumas funções de natureza política, mas com valor protocolar apenas. Em Setembro de 1927, regressou já doente ao Continente, tendo falecido em condições miseráveis, sozinho, pobre e desligado do poder, 3 meses depois.<ref name="Infopédia">{{citar web |url=http://www.infopedia.pt/$gomes-da-costa |título=Gomes da Costa |acessodata=17 de dezembro de 2012 |data= |obra=Porto Editora |publicado=Infopédia }}</ref>
 
Parte do seu espólio literário encontra-se na [[Biblioteca Nacional de Portugal]]. Encontra-se colaboração sua na revista '''''Contemporânea'''''<ref>[http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/CONTEMPORANEA/Contemporanea.htm <nowiki>Contemporânea [1915]-1920) (cópia digital, Hemeroteca Digital)</nowiki>]</ref> (1915-1920).
 
Gomes da Costa foi casado com [[Henriqueta Gomes da Costa|Henriqueta Júlia de Mira Godinho]] (1863-1936), cujo matrimónio ocorreu em [[Penamacor]], a 15 de Maio de 1885. Deste casamento tiveram três filhos: Estela Henriqueta de Mira Godinho Gomes da Costa, que casou com [[Pedro Francisco Massano de Amorim]] (1862-1929), [[Governador da Índia]], viúvo de Elvira Gorjão de Oliveira Amorim, sem descedência; Maria Manuela de Mira Godinho Gomes da Costa, que casou com João Herculano de Melo e Moura (1893-1990), com descendência, e posteriormente no estado de divorciada com Joaquim Nunes Ereira, de quem não teve filhos; Carlos Gomes da Costa, que casou com Helena May de Oliveira, com descendência.
Encontra-se colaboração sua na revista '''''Contemporânea'''''<ref>[http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/CONTEMPORANEA/Contemporanea.htm Contemporânea [1915<nowiki>]</nowiki>-1920) (cópia digital, Hemeroteca Digital)]</ref> [1915]-1920)
 
== Obra Publicada ==
[[Imagem:Gomes da Costa.jpg|thumb|left|upright=0.6|Escultura de Gomes da Costa, do escultor [[Barata Feyo]].|alt=|302x302px]]
 
* ''Gaza: 1897-1898''. Lisboa : M. Gomes, 1899.
* ''A Grande Batalha do C. E. P. (A Batalha do Lys) 9 de Abril de 1918''. Lisboa : Livraria Popular de Francisco Franco, 1919.