Metempsicose: diferenças entre revisões

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Críticas acrescentadas. Pede-se que o autor mantenha tais críticas, uma vez que o debate dialético deve ser abordado de forma a trazer a evolução e o crescimento para as pessoas.
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Por outro lado, a [[Doutrina Espírita]] opõe-se à doutrina da metempsicose, pois a transmigração da alma do homem para o animal implicaria na ideia de retrogradação evolutiva, o que entra em desacordo com um dos principais pontos da doutrina, que diz que o espírito apenas progride, nunca retrocede ou involui.
 
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Tomás de Aquino, em seu livro Suma Contra os Gentios <ref>"Suma Contra os Gentios"</ref>, Capítulo LXXXII - A alma dos animais não é imortal, início na página 309, descreve uma forte crítica racional contra a teoria da metempsicose, provando que a alma dos animais racionais é diferente da alma dos animais brutos:
 
1.# Com efeito, já foi acima demonstrado que nenhuma operação da parte sensitiva pode ser realizada sem o corpo. Ora, nos animais irracionais não se encontra operação alguma superior às operações da parte sensitiva, porque eles não têm intelecto nem raciocínio. Infere-se isto do fato que todos os animais da mesma espécie operam igualmente movidos pela natureza e não pela arte. Assim é que, por exemplo, todas as andorinhas nidificam da mesma maneira, e todas as aranhas tecem as suas teias da mesma maneira. Por isso, não há operação alguma da alma dos irracionais que seja sem corpo. E como toda substância tem a sua operação, não poderá a alma do irracional estar sem corpo. Logo, perecendo o corpo, ela também perece.
2.# Além disso, toda forma separada da matéria é intelecta em ato, pois o intelecto agente faz as espécies inteligíveis em ato, enquanto as abstrai, como se conclui do que foi dito acima. Ora, se permanece a alma, corrompido o corpo, será ela uma forma separada da matéria. Consequentemente será uma forma intelecta em ato. Ora, nas coisas separadas da matéria identificam-se o inteligente e o objeto conhecido, como diz Aristóteles. Logo, a alma dos irracionais, se permanecer após a separação do corpo, será intelectual, o que é impossível.
 
3.# Além disso, nas coisas capazes de atingir perfeição, há o apetite natural desta perfeição, pois, o bem é o que todas as coisas apetecem, mas cada uma apetecendo o bem que lhe é próprio. Ora, nos irracionais não há o apetite para o ser perfeito, a não ser o da perpetuação da própria espécie, enquanto há neles o apetite generativo, pelo qual se perpetua a espécie. Aliás, este apetite há também nas plantas e nas coisas inanimadas. Nestas últimas, porém, não há o apetite próprio do animal enquanto tal, pois não é apetite que segue a apreensão. Com efeito, como a alma sensitiva não apreende senão o que existe em determinado lugar e tempo, é impossível que ela apreenda a perpetuação do ser, nem sequer com apetite animal. Logo, a alma do irracional não tem a capacidade de perpetuar-se no ser.
2. Além disso, toda forma separada da matéria é intelecta em ato, pois o intelecto agente faz as espécies inteligíveis em ato, enquanto as abstrai, como se conclui do que foi dito acima. Ora, se permanece a alma, corrompido o corpo, será ela uma forma separada da matéria. Consequentemente será uma forma intelecta em ato. Ora, nas coisas separadas da matéria identificam-se o inteligente e o objeto conhecido, como diz Aristóteles. Logo, a alma dos irracionais, se permanecer após a separação do corpo, será intelectual, o que é impossível.
4.# Além disso, como declara Aristóteles que os deleites aperfeiçoam as operações, a operação de qualquer coisa se ordena, como para o fim, para aquilo em que há o seu deleite. Ora, todos os deleites dos animais irracionais ordenam-se para a conservação do corpo, pois eles não se deleitam no sono, nos perfumes e nos olhares, senão enquanto isso lhes desperta o desejo dos alimentos ou do sexo, nos quais se concentram todos os seus deleites. Por conseguinte, a totalidade das operações deles ordena-se para a conservação do ser corpóreo, como para o fim. Logo, não há neles o ser sem o corpo.
 
5.# Esta sentença é conforme a fé católica, pois foi dito na Sagrada Escritura: A alma está no sangue (Lv 17,14), como se fosse dito: o seu ser permanente dependente do seu sangue. Lê-se também no livro Sobre os Dogmas Eclesiásticos: Afirmamos que só o homem tem alma subsistente, e as dos irracionais desaparecem com os corpos.
3. Além disso, nas coisas capazes de atingir perfeição, há o apetite natural desta perfeição, pois, o bem é o que todas as coisas apetecem, mas cada uma apetecendo o bem que lhe é próprio. Ora, nos irracionais não há o apetite para o ser perfeito, a não ser o da perpetuação da própria espécie, enquanto há neles o apetite generativo, pelo qual se perpetua a espécie. Aliás, este apetite há também nas plantas e nas coisas inanimadas. Nestas últimas, porém, não há o apetite próprio do animal enquanto tal, pois não é apetite que segue a apreensão. Com efeito, como a alma sensitiva não apreende senão o que existe em determinado lugar e tempo, é impossível que ela apreenda a perpetuação do ser, nem sequer com apetite animal. Logo, a alma do irracional não tem a capacidade de perpetuar-se no ser.
6.# Afirma também Aristóteles: A parte intelectiva da alma e as outras partes se diferenciam como o incorruptível do corruptível.
 
7.# Com esta tese fica excluída a sentença de Platão, que afirmava serem imortais também as almas dos irracionais.
4. Além disso, como declara Aristóteles que os deleites aperfeiçoam as operações, a operação de qualquer coisa se ordena, como para o fim, para aquilo em que há o seu deleite. Ora, todos os deleites dos animais irracionais ordenam-se para a conservação do corpo, pois eles não se deleitam no sono, nos perfumes e nos olhares, senão enquanto isso lhes desperta o desejo dos alimentos ou do sexo, nos quais se concentram todos os seus deleites. Por conseguinte, a totalidade das operações deles ordena-se para a conservação do ser corpóreo, como para o fim. Logo, não há neles o ser sem o corpo.
 
5. Esta sentença é conforme a fé católica, pois foi dito na Sagrada Escritura: A alma está no sangue (Lv 17,14), como se fosse dito: o seu ser permanente dependente do seu sangue. Lê-se também no livro Sobre os Dogmas Eclesiásticos: Afirmamos que só o homem tem alma subsistente, e as dos irracionais desaparecem com os corpos.
 
6. Afirma também Aristóteles: A parte intelectiva da alma e as outras partes se diferenciam como o incorruptível do corruptível.
 
7. Com esta tese fica excluída a sentença de Platão, que afirmava serem imortais também as almas dos irracionais.
 
Já o Padre Édouard Hugon, em seu livro "Os princípios da filosofia de Santo Tomás de Aquino", págs. 127 e 128, <ref>"Os princípios da filosofia de Santo Tomás de Aquino"</ref>, explica que a natureza da alma dos animais brutos dependem das condições da matéria, e por isso mesmo não podem se libertar dessas condições, como acontece com a forma subsistente. De forma mais completa, Hugon diz o seguinte: