Batalha Naval do Riachuelo: diferenças entre revisões

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A Força Naval Brasileira que bloqueava o rio Paraná estava fundeada ao lado do Chaco, a {{Fmtn|25|[[Quilómetro|km]]}} ao sul de Corrientes e fronteiro a um monumento denominado ''A Coluna'', ereto na margem esquerda do rio. Era composta de 11 navios, mas no dia da batalha contava só com 9; outros dois: as canhoneiras ''Itajái'' e ''Ivaí'' encontravam-se destacadas em ponto distante rio abaixo. A força era formada pela 2ª e 3ª Divisões da Esquadra. A frota composta de nove navios de guerra estava armada com 59 bocas de fogo, levando a bordo {{Fmtn|1113}} fuzileiros navais e {{Fmtn|1174}} soldados do Exército Imperial. Somavam um total de {{Fmtn|2287}} homens. Seu comandante em chefe era o Almirante Francisco Manuel Barroso da Silva.
 
====2ª Divisão Naval: Chefe de Divisão Almirante [[Francisco Manuel Barroso da Silva]]====
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Ficheiro:Fragata a Vapor Amazonas.jpg|Fragata a vapor ''Amazonas'' (1852-1897) da Marinha do Brasil
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'''===3ª Divisão Naval: Comandante Capitão de Mar e Guerra José Secundino de Gomensoro'''===
 
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Na manhã de {{Dtlink|11|6|1865}}, domingo da Santíssima Trindade, por volta das 8,30 hs. após ter sido arriado o sinal de rancho, preparam-se as toldas do ''Amazonas '' e do ''Jequitinhonha '' para a celebração da Missa. Perto das 9,00 hs. a canhoneira'' [[Vapor Mearim|Mearim]]'', navio de vanguarda e de prontidão avançada, iça o sinal de ''Inimigo à vista, '' e logo após outro sinal: ''os navios avistados são em número de oito.''. Barroso, a bordo da Fragata ''[[Fragata a vapor Amazonas|Amazonas]]'', faz o primeiro sinal ''Preparar para o combate'' e depois '' Safa geral'', ''Despertar os fogos das máquinas'' e a seguir: ''Suspender ou largar amarras por arinques e boias, ou até por mão, como melhor convier''.
 
=== A primeira carga. ===
Às 9h 25 min, a esquadra brasileira está na formação em escarpa voltada águas acima. Barroso iça o sinal ''O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever'', seguido de outro, com instruções de combate: ''Atacar e destruir o inimigo o mais de perto que puder''. Os paraguaios descem o rio, perfilham-se com a esquadra brasileira, trocam-se tiros, duas chatas paraguaias são afundadas e um terceira avariada; o ''Jejuí,'' também atingido e seriamente avariado, vai abrigar-se na beira do Riachuelo para reparos. A esquadra paraguaia desce o rio, faz a volta um pouco abaixo do Riachuelo, torna águas acima e encosta-se na curva do Riachuelo a jusante das suas baterias de terra; as chatas, fundeadas e preparadas, aguardam a resposta brasileira. Descendo, a frota paraguaia se estira ao longo e perto da margem esquerda do Paraná, entre a boca do Riachuelo e a saliência do Rincão de La Graña, a jusante dos 22 canhões inimigos assestados em terra.
 
=== A segunda carga. ===
Às 10h 50m - A esquadra brasileira começa a se mover águas abaixo na direção dos paraguaios, a ''Amazonas ''repete o sinal '' Atacar e destruir o inimigo o mais perto que puder. A Corveta'' ''Belmonte'' vai a frente e abre fogo às 11h 20m, sofre com o fogo combinado dos navios e das baterias de terra, é fortemente fustigada, a água lhe invade o porão. Comunica à capitânia que as bombas não dão vazão e faz contramarcha, dirige-se ao banco mais próximo, na ilha Cabral e aí encalha para não ir a pique e se recuperar.
 
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De 12h 05m às 13h. A ''Jequitinhonha'', segundo maior navio da esquadra do Brasil, encalha antes de passar pelo canal, a pouca distância das baterias de terra do Cel. Bruguez, é atacada com vigor pela artilharia das barrancas e responde a altura com os canhões de bombordo, mas não pode mover-se, ainda assim consegue repelir a tentativa paraguaia de abordagem simultânea pela ''Taquari, ''do'' Marques de Olinda''' ''e da'' Paraguari. A ''Parnaíba'' deixa a formação e vai águas acima em socorro da ''Jequitinhonha'', bate o leme num banco e depois é atingida no leme; o comandante tenta governá-la só com as velas, mas vêm em sua direção o vapor ''Paraguari'' pela proa, o ''Taquari'' por bombordo e o ''Salto'' por estibordo. A situação da esquadra brasileira nesta hora é crítica: A ''Belmonte'' e a ''Jequitinhonha'' encalhadas fora de combate e a ''Parnaíba'' sofre a abordagem e a bandeira brasileira no navio é arriada.
 
; A luta pela ''Parnaíba''.
{{double image|right|Greenhalgh.jpg|109|Marcílio Dias.jpg|109|[[João Guilherme Greenhalgh|Greenhalgh]] e [[Marcílio Dias]]}}
Deu-se voz de ''preparar para abordagem'', o comandante mandou tocar a máquina a toda força e foi sobre o ''Paraguari'', este abriu-se quase ao meio, viu-se perdido e só teve tempo de buscar a praia e a tripulação o abandonou. No entanto a capitânia ''Taquari'', o ''Salto'' e logo depois pela popa o ''Marques de Olinda'' realizaram a abordagem. Os paraguaios em luta corpo a corpo tomam o navio desde a popa até o mastro grande, nesta luta sobressaem do lado dos brasileiros o Guarda-Marinha [[João Guilherme Greenhalgh]], o Imperial Marinheiro [[Marcílio Dias]], o Capitão do 9º Batalhão de Infantaria [[Pedro Afonso Ferreira]] e o Tenente do mesmo batalhão [[Feliciano Inácio Andrade Maia]] mortos na defesa da embarcação e da bandeira. A bandeira brasileira é arriada pelos paraguaios. São 575 os atacantes e 263 os defensores. O comandante da ''Parnaíba'' dá ordens de incendiar o paiol de [[pólvora]] para que a embarcação não caia em mãos do inimigo. A luta dura uma hora, a esquadra brasileira, a ''Araguari e a Beberibe ''fazem águas acima e vêm em seu socorro,<ref>Subsídios para a História Marítima do Brasil. Serviço de Documentação Geral da Marinha. [[Ministério da Marinha]]. Rio de Janeiro: [[1965]].</ref>neste momento os navios paraguaios abandonam o costado da ''Parnaíba.''
 
=== A terceira carga. ===
14:00 hs. A batalha está na fase mais crítica e indecisa. A ''[[Fragata a vapor Amazonas|Amazonas]]'', tendo descido o rio e completado a volta, investe águas acima e sinaliza ''sustentar o fogo que vitória é nossa ''e, por ordens de Barroso, joga a proa contra o casco do ''Jejuí'' e o põe ao fundo, a seguir joga a proa contra uma das Chatas paraguaias e a afunda. Livre da abordagem, a ''Parnaíba'' iça novamente a bandeira brasileira. A fragata ''Amazonas'' avistando o ''Salto'' parado repetiu a manobra afundando-o, a manobra se repete mais uma vez contra o ''Marques de Olinda'' que atingido pela proa da ''Amazonas'' desce o rio desgovernado à deriva para encalhar mais abaixo. A esquadra paraguaia perde 4 embarcações e 4 chatas, o restante surpreendido pela manobra foge em retirada rio acima perseguida pela ''Beberibe'' e pela ''Araguari'' que os fustiga com os seus canhões até se distanciarem. Às 17h 30m a batalha está terminada, com clara vitória da esquadra comandada por Barroso. A ''Belmonte ''se acha alagada e inutilizada e a ''Jequitinhonha'' encalhada.