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Huabiao (chinês simplificado: 华表; chinês tradicional: 華表; pinyin: huábiǎo) é um tipo de coluna cerimonial usado na arquitetura chinesa. Tradicionalmente, Huabiao são erguidos diante de palácios e mausoléus. A proeminência de sua colocação tornou esse tipo de coluna um emblema da cultura chinesa. Quando erguidos fora de palácios, também podem ser denominados bangmu (ch. simplificado: 谤木; ch. tradicional: 謗木; pinyin: Bàng mù; literalmente: 'tábua de comentário'). Quando diante de mausoléus, também podem ser chamados shendaozhu (chinês: 神道柱; pinyin: Shéndào zhù; literalmente: 'colunas do caminho dos espíritos').

Um huabiao diante da Porta de Tiananmen em Pequim.
Criatura mítica no topo de um huabiao.
Um huabiao moderno na Universidade de Cultura Chinesa em Taipé.
Um huabiao na Praça Xinghai em Dalian.

Estrutura

Os huabiao existentes são tipicamente feitos de mármore branco. Um huabiao é composto via de regra por quatro elementos: a base, quadrada, é chamada sumeru, decorada com ilustrações em baixo-relevo de dragões, lótus e outros símbolos auspiciosos. Acima está a coluna propriamente dita, decorada com um dragão enrolado à volta e nuvens auspiciosas. Próximo ao topo, a coluna é cruzada por um placa horizontal no formato de nuvem. A coluna recebe no topo uma estrutura redonda chamada chenglupan (承露盤) "prato coletor do orvalho". No topo desse "prato" situa-se uma criatura mítica chamada denglong (em chinês: 蹬龙), um dos "nove filhos do dragão", do qual se diz ter o hábito de observar o céu. Seu papel é o de comunicar o humor da população aos Céus.

História

Os textos clássicos na China atribuem a criação dos huabiao a Shun, um lider lendário que tradicionalmente é datado dos séculos XXIII ou XXII a.C. Alguns dizem que essas construções originaram-se dos totens de tribos antigas.[1] O Huainanzi descreve o feibangmu (chinês simplificado: 诽谤木; chinês tradicional: 誹謗木; pinyin: Fěibàng mù), ou bangmu, literalmente "quadro de comentários", como a placa de madeira nas estradas principais que permite às pessoas escreverem críticas às políticas governamentais. Entretanto, a tradição mantém que em meados da dinastia Xia, um rei mudou o bangmu para a frente de seu palácio, de modo a tolher a crítica pública. Durante o reino de Li de Zhou, começou-se a monitorar que escrevia no bangmu e aqueles que criticassem o governo estavam sujeitos à morte, o que levou à progressiva diminuição do uso do bangmu para essas práticas.

Na dinastia Han, o bangmu tornou-se meramente um símbolo da responsabilidade do governo para com a população. Estes foram erguidos próximo a pontes, palácio, portões de cidades e mausoléus; o nome huabiao surgiu nesta época. Durante o período das dinastias do Norte e do Sul, a dinastia Liang restabeleceu a instituição do bangmu, com a instalação de caixas próximas aos bangmu. Aqueles que desejassem fazer comentários ou críticas às políticas governamentais poderiam postá-los nessas caixas. No entanto, por essa época, a coluna por ela própria não era mais tratada como espaço para comentários.[2]

Acredita-se que por seu uso nas vias que levavam aos mausoléus dos dignitários, os huabiao substituíram as ornadas torres que, comuns durante a dinastia Han Oriental (25 a 220 d.C.).[3]

Na atualidade

Mais recentemente, desenvolveu-se em certas partes da China uma tendência de criar réplicas dos huabiao clássicos, não raro maiores que as originais e fora de seu contexto clássico. Por exemplo, a praça Xinghai em Dalian, recebeu na década de 1990 um huabiao em seu centro, para comemorar a retomada pela China da soberania sobre Hong Kong. Em 5 de agosto de 2016, o huabiao de Dalian foi demolido sem aviso pelo governo, uma vez que este considerou-o um projeto de vaidade, faraônico, de Bo Xilai (um ex-prefeito de Dalian que havia sido preso em 2013 por corrupção). A coluna estivera lá por 19 anos e tornara-se um símbolo da cidade. Seus habitantes ficaram irados, de acordo com os comentários postados posteriormente[4]. A mídia e o governo silenciaram a respeito.

Durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Verão de 2008, em Pequim, um par de huabiao fez parte da apresentação.

Ver também

Referências

Referências

  1. Culture of Beijing: Huabiao
  2. Aspect of Chinese Culture by Li Xukui Chang Zonglin Jan 1, 1991
  3. Paludan, Ann (1991), The Chinese spirit road : the classical tradition of stone tomb statuary, ISBN 0-300-04597-2, Yale University Press, p. 38 
  4. «"大连华表"凌晨被拆除的背后 - 国内 - 新京报网». www.bjnews.com.cn 

Ligações externas