Sebastião José de Carvalho e Melo: diferenças entre revisões

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== Nascimento, família e juventude ==
[[Imagem:Assento de baptismo, Marquês de Pombal (6 Jun. 1699).png|thumb|upright=1.0|Assento de baptismo de Sebastião José de Carvalho e Melo, datado de 6 de junho de 1699. [[Mercês (Lisboa)|Paróquia de Mercês]], [[Lisboa]].|esquerda|331x331px]]
Sebastião José de Carvalho e Melo nasceu em 13 de maio de 1699 em Lisboa, freguesia das [[Mercês (Lisboa)|Mercês]], sendo baptizado a 6 de Junho do dito ano na Capela da mesma invocação, sita na Rua Formosa, que pertencia à sua família, tendo como padrinho, Sebastião José de Carvalho e Melo, seu avô paterno. Filho de [[Manuel de Carvalho e Ataíde]] ([[Mercês (Lisboa)]], 26 de junho de 1676<ref name=":7">{{Citar livro|url=https://books.google.pt/books?id=Qa3xCgAAQBAJ&pg=PA158&lpg=PA158&dq=carlos+ernesto+wastein&source=bl&ots=UlL1GiEDDW&sig=kCMCZADDkg-OGwAIcLa9EA-ZOj8&hl=pt-PT&sa=X&ved=0ahUKEwj44ozG_IfYAhVBuhoKHY13DTAQ6AEIQjAH#v=onepage&q=carlos%20ernesto%20wastein&f=false|título=Por linhas direitas (1): em volta de Carvalhos, de Carvalhos Magalhães e da Rua Formosa: Genealogias Várias|ultimo=Cunha|primeiro=Miguel Gorjão-Henriques da|data=2012-11-15|editora=Miguel Gorjão-Henriques}}</ref> - [[Mercês (Lisboa)]], 15 de março de 1720), [[fidalgo]] da província, com propriedade na região de [[Leiria (freguesia)|Leiria]] e de sua mulher, D. Teresa Luísa de Mendonça e Melo ([[Santa maria dos olivais (lisboa)|Santa Maria dos Olivais (Lisboa)]], bap. 7 de outubro de 1684<ref name=":7" /> - ?), esta descendente de fidalgos estabelecidos no [[Brasil colónia|Brasil]]. Entre os ascendentes de sua mãe estão as famílias [[Jerônimo de Albuquerque|Albuquerque]], Moura<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.ca/books?id=5SAIAAAAQAAJ&pg=PA493&lpg=PA493&dq=Francisco+de+Moura+Rolim&source=bl&ots=77Fqe1LL95&sig=gXHW54qXl1rIssOcpRD4NLPWzHY&hl=en&ei=Tw7NSobOBMqslAezlKXfBQ&sa=X&oi=book_result&ct=result#v=onepage&q=Francisco%20de%20Moura%20Rolim&f=false|titulo=Brazilian biographical annual|ultimo=Macedo|primeiro=Joaquim Manoel de|data=1876-01-01|lingua=en}}</ref> e [[Família Cavalcanti|Cavalcanti]], sendo descendente por duas linhas, uma delas matrilineal, da [[Povos ameríndios|índia]] [[Povos indígenas do Brasil|brasileira]] [[Tabajara (Paraíba)|tabajara]] Tindarena ou Tavira, batizadabaptizada como Maria do Espírito Santo Arco Verde.<ref>{{Citar web|url=http://www.liber.ufpe.br/pc2/get.jsp?id=1026&year=1657&page=124&query=1657&action=next|titulo=Pereira da Costa: Texto Completo da Página.|data=|acessodata=2017-01-31|obra=www.liber.ufpe.br|publicado=UFPE|ultimo=|primeiro=|arquivourl=http://archive.is/lcaSu|arquivodata=1/10/2015}}</ref> Eram seus avós paternos Sebastião José de Carvalho e Melo (falecido em 19 de janeiro de 1719 na freguesia das [[Mercês (Lisboa)|Mercês]]) e D. Leonor Maria de Ataíde (falecida em 30 de novembro de 1720 na freguesia das [[Mercês (Lisboa)|Mercês]]), maternos João de Almada e Melo, senhor de Souto d'El Rei e Olivais e D. Maior Luísa de Mendonça. Sebastião foi o mais velho de doze irmãos, dos quais se destacam [[Paulo António de Carvalho e Mendonça]] (1702-1770) e [[Francisco Xavier de Mendonça Furtado]] (1701-1779), fiéis colaboradores do irmão. A sua mãe casaria no estado de viúva em 30 de junho de 1721, com Francisco Luís da Cunha de Ataíde ([[Mártires|Mártires (Lisboa)]], bap. 4 de junho de 1668 - ?), viúvo de D. Josefa Leocádia Coutinho, falecida em 1719.
 
Apesar do berço nobre, a família não possuía grandes quantias de dinheiro. Na sua juventude estudou [[Direito]], na [[Faculdade de Leis da Universidade de Coimbra|Faculdade de Leis]] e na [[Faculdade de Cânones da Universidade de Coimbra|Faculdade de Cânones]] da [[Universidade de Coimbra]], e serviu no [[exército]] durante um curto período. Quando se mudou para a capital, Sebastião de Carvalho era um homem turbulento.
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== Casamentos ==
[[Ficheiro:Filhos do Marquês de Pombal.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|360x360px|Alguns dos filhos do [[Marquês de Pombal (título)|Marquês de Pombal]]: Henrique José; José Francisco e Maria Amália, respectivamente.]]
Quando era ainda apenas um fidalgo sem grandeza, aos 23 anos, em 16 de janeiro de 1723, Sebastião José, como lhe chamava a alta nobreza, sua inimiga, casou-se com uma viúva sem filhos<ref name=":0" /> e importante dama aristocrata, D. Teresa de Noronha e Bourbon Mendonça e Almada ([[Santos-o-Velho|Santos-o-Velho (Lisboa)]], 22 de setembro de 1687 - [[Mercês (Lisboa)]], 6 de fevereiro de 1739), de 35 anos, viúva de António de Mendonça Furtado, seu primo, falecido em 1718, filha de D. Bernardo de Noronha e de D. Maria Antónia de Almada, onze anos mais velha,<ref name=":0" /> sobrinha do [[conde de Arcos]]{{nota de rodapé |Filha Maria Antónia de Almada filha de [[Cristóvão de Almada]], senhor de Carvalhais, e de D. [[Bernardo de Noronha]] filho de D. [[Tomás de Noronha]], 3º conde dos Arcos}}, o que criou a Sebastião de Carvalho problemas com a família da mulher. Tinha casado por arranjo da família, depois de um rapto consentido. Os pais da recém-formada família tornaram a vida do casal insustentável, pelo que se retiraram para as suas propriedades próximas de [[Pombal (Portugal)|Pombal]].
 
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Tiveram os seguintes filhos:
#'''D. Teresa Violante Eva Judite de Daun''' ([[Viena|Viena, Áustria]], 10 de dezembro de 1746 - [[Lisboa]], 26 de outubro de 1823), casada com D. António de São Paio Melo e Castro Moniz Torres de Lusignan, 1º [[Conde de São Paio]] (1720-1803), de quem teve cinco filhos;
#'''D. [[Henrique José de Carvalho e Melo]]''', 2º [[Marquês de Pombal (título)|marquês de Pombal]] ([[Viena|Viena, Áustria]], 28 de janeiro de 1748 - [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro, Brasil]], 26 de maio de 1812), casado com D. Maria Antónia de Menezes, deixando apenas descendência ilegítima, o título passa para o irmã mais novo; falecido no [[Brasil]], em consequência das [[Invasões Francesas]], foi sepultado no [[Convento de Santo Antônio (Rio de Janeiro)|Convento de Santo António]];<ref name=":2" />
# '''D. Maria Francisca Xavier Eva Anselma de Carvalho e Daun''' ([[Mercês (Lisboa)|Mercês]], ''ca.''[[Lisboa]], 21 de abril de 1751 - [[São Jorge de Arroios|São Jorge de Arroios, (Lisboa)]], 7 de setembro de 1815), casada com D. Cristóvão Manoel de Vilhena, Tenente-General, Senhor da Zibreira, Alcaide-Mor de Alegrete, Morgado da Tapada da Cubeira e da Alcaparinha, Comendador de Pernes (1720-1797), de quem teve uma filha; foi sepultada num jazigo particular de família no Convento de Santo António dos Capuchos do Sobral (extinto), perto de [[Cachoeiras (Vila Franca de Xira)|Cachoeiras, Vila Franca de Xira]];<ref name=":1" />
#'''D. José Francisco Xavier Maria de Carvalho Melo e Daun''', 3º [[Marquês de Pombal (título)|marquês de Pombal]] ([[Mercês (Lisboa)|Mercês]], [[Lisboa]], 1 de abril de 1753 - [[Lisboa]], 1 de janeiro de 1821), casado com D. Isabel Juliana Basilisa José de Sousa Monteiro Paim, falecida em (1753-1793), cujo casamento foi anulado (D. Isabel seria amante de D. Alexandre José de Sousa Holstein, com quem quis casar, sendo estes pais do [[Pedro de Sousa Holstein, 1.º Duque de Palmela|1.º Duque de Palmela]]) e com D. Francisca Maria de Paula do Pópulo Albuquerque da Silveira e Lorena (1754-1837), de quem teve três filhos;<ref name=":2" />
# '''D. Maria Amália de Carvalho e Daun''' ([[Ajuda (Lisboa)|Ajuda]], [[Lisboa]], 15 de agosto de 1756 - [[Colares (Sintra)|Colares, Sintra]], 16 de setembro de 1812), casada com [[João Vicente de Saldanha Oliveira e Sousa Juzarte Figueira|D. João Vicente de Saldanha Oliveira e Sousa Juzarte Figueira]], 1º [[conde de Rio Maior]], 16.° administrador do morgado de [[Oliveira (desambiguação)|Oliveira]], Val de Sobrados e [[Barcarena (Oeiras)|Barcarena]], e Quinta da [[Azinhaga do Ribatejo|Azinhaga]] (1746-1804), de quem teve doze filhos.<ref name=":1" />
 
== A embaixada de Londres ==
[[Imagem:Marques e Irmaos.jpg|thumb|esquerda|upright=0.8|Sebastião José e os seus irmãos, o [[Paulo António de Carvalho e Mendonça|Cardeal Inquisidor]] e o [[Francisco Xavier de Mendonça Furtado|Governador do Grão-Pará]].|247x247px]]
Do tio paterno, Paulo de Carvalho, herdou o [[morgado]] constituído por bens em [[Oeiras e São Julião da Barra|Oeiras]] e [[Sintra]]. Em [[1733]] foi nomeado Sócio da [[Real Academia Portuguesa da História]].<ref>{{citar web|url=http://www.arqnet.pt/dicionario/pombal1m.html|título=Sebastião José de Carvalho e Melo, 1.º conde de Oeiras e 1.º marquês de Pombal|data=|acessodata=5 de Fevereiro de 2015|publicado=Portugal - Dicionário Histórico|ultimo=|primeiro=}}</ref> Também através do tio terá conhecido o cardeal [[João da Mota e Silva|D. João da Mota]], primeiro-ministro, que o enviou para Londres para substituir, como embaixador, [[Marco António de Azevedo Coutinho]], a quem tratava carinhosamente por tio nas cartas que trocavam (mas parece que seriam somente primos). Aí chegou em outubro de [[1738]] com 39 anos. Terá sido esta a fase que mais ajudou a formar o seu espírito reformador. A [[Reino da Grã-Bretanha|Grã-Bretanha]] era uma sociedade culta, progressiva e liberal, o oposto do obscuro Portugal. Na altura o idioma usado na diplomacia europeia era o [[Língua francesa|francês]], pelo que o embaixador nunca aprendeu [[Língua inglesa|inglês]], socorrendo-se de intérpretes, como era habitual. Em [[1739]], com a [[Guerra da Orelha de Jenkins]] entre ingleses e espanhóis, logo seguida, em [[1742]], da [[Guerra da Sucessão Austríaca]]. Em ambas Portugal se manteve neutro e a Inglaterra participante activo. Essa neutralidade não dava direito aos ingleses de usarem as águas portuguesas, mas a Inglaterra abusava e desrespeitava o reino português atacando aí os navios espanhóis. O embaixador português debalde apresentava as reclamações. A primeira função de Carvalho<ref name=":3">{{Citar livro|url=http://archive.org/details/omarqusdepomba00azevuoft|titulo=O marquês de Pombal e a sua epoca|ultimo=Azevedo|primeiro=J. Lúcio de (João Lúcio)|data=1922-01-01|editora=Rio de Janeiro : Annuario do Brasil}}</ref> em Londres foi obter ajuda para as forças portuguesas na Índia, onde tinham perdido a ilha de [[Salsete]]. A Inglaterra não ajudou.
 
Em 1740, a Grã-Bretanha proibiu toda a exportação de trigo. Portugal foi afetadoafectado por esse corte no fornecimento e o embaixador português, mais uma vez, não conseguiu nada a favor de Portugal.
Em [[1739]], rebenta a [[Guerra da Orelha de Jenkins]] entre ingleses e espanhóis, logo seguida, em [[1742]], da [[Guerra da Sucessão Austríaca]]. Em ambas Portugal se manteve neutro e a Inglaterra participante ativo. Essa neutralidade não dava direito aos ingleses de usarem as águas portuguesas, mas a Inglaterra abusava e desrespeitava o reino português atacando aí os navios espanhóis. O embaixador português debalde apresentava as reclamações. A primeira função de Carvalho<ref name=":3">{{Citar livro|url=http://archive.org/details/omarqusdepomba00azevuoft|titulo=O marquês de Pombal e a sua epoca|ultimo=Azevedo|primeiro=J. Lúcio de (João Lúcio)|data=1922-01-01|editora=Rio de Janeiro : Annuario do Brasil}}</ref> em Londres foi obter ajuda para as forças portuguesas na Índia, onde tinham perdido a ilha de [[Salsete]]. A Inglaterra não ajudou.
 
Em 1740, a Grã-Bretanha proibiu toda a exportação de trigo. Portugal foi afetado por esse corte no fornecimento e o embaixador português, mais uma vez, não conseguiu nada a favor de Portugal.
 
Uma das grandes pretensões de Portugal era a [[Colônia do Sacramento|Colónia de Sacramento]]. Carvalho apresentou a [[Robert Walpole]] o pedido para que o rei britânico, como fiador do [[tratado de Utrecht]], reconhecesse o direito de Portugal à colónia e que auxiliasse a expulsar os intrusos espanhóis. As constantes negativas e delongas nas respostas às suas solicitações e reclamações mostram a consideração que a Grã-Bretanha tinha por Portugal: uma dependência e não um aliado.
 
Face a isto, a opinião de Carvalho era que "o inglês imagina (...) que nasceu para ser senhor dos cabedais do mundo".<ref name=":3" /> Opinava também negativamente sobre o parlamentarismo britânico, preferindo adotaradoptar como modelos os estadistas franceses, nomeadamente [[Richelieu]]. Contudo reconhecia o espírito empreendedor britânico, a sua cobiça insaciável e a sua tenacidade no Oriente. A opinião negativa que tinha dos ingleses aplicava-se também aos inúmeros britânicos que viviam em Portugal. Considerava ele que os britânicos dominavam o comércio em Portugal, nomeadamente o do vinho, e que aqueles o falsificavam destruindo a fama do produto nacional. Eis os fundamentos da futura ideia da Companhia dos Vinhos. E também da sua preferência pelo comércio com as colónias portuguesas, pois considerava que Portugal poucos lucros obtinha com o comércio com o estrangeiro.
 
Foi em Londres que conheceu um ex-funcionário da [[Companhia Britânica das Índias Orientais|Companhia da Índias]] de nome Cleland. Das suas conversas surgiu a ideia de uma companhia idêntica para os domínios portugueses. Mas uma companhia que necessitaria de muito capital, que teria um retorno periclitante, não poderia singrar sem alguma proteçãoprotecção ou privilégio. Eis o surgir da ideia de monopólio que mais tarde viria a usar em diversas situações.
 
Carvalho tinha grande preconceito contra os [[judeus]]. Considerava que estes usavam artifícios para extorquir dinheiro, passá-lo por Inglaterra a caminho da Holanda (para onde fugiram muitos judeus aquando da expulsão da Península Ibérica). Considerava ainda que estes tinham uma grande conspiração contra todos os países em que tinham sido perseguidos e a favor dos que os recebiam.
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==Missão a Viena ==
[[Imagem:Dona Leonor Ernestina de Daun, 1.ª marquesa de Pombal.png|thumb|upright=0.8|direita|[[Leonor Ernestina de Daun, Marquesa de Pombal|D. Leonor Ernestina de Daun]].|361x361px]]
Em [[1745]] foi transferido para [[Viena]], [[Áustria]]. Nesta época Viena vivia a [[Guerra da Sucessão Austríaca]] em que se discutia o futuro do [[Sacro Império Romano-Germânico]]. Era rainha da Áustria [[Maria Teresa da Áustria|D. Maria Teresa]] e [[Papa Bento XIV]]. Em Roma dividiam-se os partidos mas a maioria estava contra os intentos da rainha. Daí que esta quisesse colocar no [[Colégio dos Cardeais]] um seu defensor, o que aliás já estava combinado desde antes da morte do seu pai, [[Carlos VI]]. Agora a Santa Sé voltava atrás com a palavra, criando um problema diplomático. O embaixador português em Roma, [[Manuel Pereira de Sampaio]], sugeriu ao Papa a mediação dos reis portugueses, tios da rainha austríaca (a rainha portuguesa [[Maria Ana de Áustria, Rainha de Portugal|D. Maria Ana de Áustria]] era irmã de Carlos VI). Não havendo na altura embaixador português em Viena, foi Sebastião José de Carvalho o escolhido, pese embora mantivesse a sua posição em Londres.
 
Carvalho viria a considerar esta atribuição um desterro e um presente envenenado. Considerava que era impossível a negociação e que o seu envio tinha só o intuito de o excluir da criação da Companhia para a Índia, que tinha projetadoprojectado em Londres. Este projetoprojecto da Companhia teve de imediato oponentes e o primeiro-ministro, [[João da Mota e Silva|D. João da Mota]], rejeitou-o por falta de meios financeiros.
 
Em dezembro de 1744, Carvalho saiu de Lisboa. Mas primeiro desembarcou novamente em Londres. Tinha que tratar de negócios da embaixada mas também de seguir o plano da Companhia da Índia que teimava em prosseguir.
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Só em maio de 1745 é que seguiu para Viena. Esta demora impacientou os reis portugueses. Passou primeiro por Haia, depois por Hanover e só chegou a Viena em julho. Pouco depois, em 13 de Setembro de 1743, era eleito como Sacro Imperador o marido da rainha austríaca, [[Francisco I, Sacro Imperador Romano-Germânico|Francisco Estêvão]]. Mantinha-se a questão do lugar no Colégio dos Cardeais, agravada com picardias. Em Viena a opinião era que na verdade não teria sido o Papa a propor a mediação portuguesa e que o enviado português não seria imparcial. Para piorar a situação de Carvalho, a carta do rei português à sua sobrinha apresentava-o não como ministro (embaixador), mas como emissário. Com isto, o enviado não tinha qualquer qualificação diplomática.
 
Aos 46 anos casa-se pela segunda vez, como já referido, desta feita com Leonor de Daun, dama da corte e filha de ilustre família austríaca.<ref name=":3" />
 
Se Maria Teresa parecia ceder, Roma parecia inflexível. Carvalho convenceu-se que a sua missão era impossível e comunicou à rainha austríaca a sua partida para Londres. O governo português mostrou descontentamento com essa opção e obrigou-o a manter-se em Viena.
[[Ficheiro:Retrato de Sebastião José de Carvalho e Melo (2.ª metade, séc XVIII).png|esquerda|miniaturadaimagem|Retrato de Sebastião José de Carvalho e Melo (2.ª metade, séc XVIII), colecção privada.]]
 
A tarefa de Carvalho era complicada. Viena considerava a mediação portuguesa uma intromissão e Carvalho um defensor de Roma. Roma considerava-o incapaz de imparcialidade, ainda por cima agora casado com uma austríaca, e os cardeais sentiam-se despeitados pela decisão do Papa em ter aceite a intermediação portuguesa sem os consultar. Ou seja, nenhuma das cortes ansiava pelo sucesso de Carvalho. Em maio de 1746, Carvalho pediu a demissão da sua função que não foi aceite.
 
Em julho de 1746 parecia não mais ser necessária a mediação portuguesa já que Roma e Viena tinham encetado negociações diretasdirectas. Mas eis que faleceu [[Filipe V de Espanha]] e ascendeu ao trono o seu filho [[Fernando VI]], genro de [[D. João V]]. Surgiu novamente a hipótese de uma intermediação portuguesa, desta feita para a guerra em geral. Para tal Carvalho é chamado à presença da imperatriz. Esta era um oportunidade de Portugal sobressair e melhorar as relações com Espanha. Finalmente as partes chegaram a acordo e se chegou à paz.
 
Só quando faleceu Filipe V de Espanha é que Carvalho foi verdadeiramente incumbido (a 18 de Outubro de 1746) de poderes para negociar e assinar acordos relativos à mediação, que só agora era reconhecida por Viena. Novo problema surgiu entretanto, agora relativo ao [[príncipe-eleitor]] de [[Mogúncia]]. Estas questões entre Viena e Roma arrastaram-se por mais dois anos até 1748. A contenda chegou ao fim com a ajuda de Carvalho e não mais havendo entre as duas coroas, terminou a função daquele em Viena.
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==Secretário de Estado do Reino (Primeiro-Ministro) ==
[[Imagem:Louis-Michel van Loo 003.jpg|thumb|esquerda|upright=0.8|''Retrato do Marquês de Pombal'' (1766), por [[Louis-Michel van Loo]] e [[Claude Joseph Vernet]].|315x315px]]
Em [[1755]], Sebastião de Melo já era Secretário de Estado dos Negócios Interiores do Reino, cargo homólogo ao actual [[Primeiro-ministro de Portugal|primeiro-ministro]].
 
===Características gerais ===
 
Governou com [[mão de ferro]], impondo a [[lei]] a todas as classes, desde os mais pobres até à alta nobreza. Impressionado pelo sucesso económico inglês, tentou implementar medidas que incutissem um sentido semelhante à economia portuguesa. Procurou fortalecer o poder real a fim de torná-lo de fato o executor de uma política capaz de capitalizar os setoressectores produtivos, e propiciar o desenvolvimento manufatureiromanufactureiro, terminando com a fragmentação e o loteamento do aparelho do Estado.
 
Acreditava que suas açõesacções de poder seriam norteadas pela razão humana, capaz de tudo ordenar, inclusive a organização do Estado e da sociedade. Por esse motivo, acreditava que qualquer elemento que fosse obstáculo ao "poder da razão ilustrada", seria desagregador e, portanto, desprovido de toda e qualquer legitimidade. Nesse contexto, os “interesses nacionais”, racionalmente entendidos, deveriam nortear toda açãoacção política e, consequentemente, também econômicaeconómica e social.
 
Esse tipo de pensamento gerou tensões e descontentamentos, principalmente nos setoressectores mais tradicionais da sociedade portuguesa, tanto [[leigo (cristianismo)|leiga]], quanto religiosa. Quando encontrava resistência, o Marquês de Pombal não hesitava em agir com firmeza, e até mesmo com o uso da violência, contra os setoressectores mais tradicionais da sociedade portuguesa no sentido de erradicar qualquer força política que pudesse colocar entraves ao alcance dos seus objetivosobjectivos reformadores.<ref name=":4">{{Citar web|url=http://www.ihuonline.unisinos.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3307&secao=333|titulo=A expulsão dos Jesuítas do Grão-Pará e Maranhão|data=14/6/2010|acessodata=2017-2-3|obra=www.ihuonline.unisinos.br|publicado=IHU Online|ultimo=Fachin|primeiro=Patricia}}</ref>
 
===Realizações ===
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== O terremoto de 1755 ==
{{Artigo principal|[[Terremoto de 1755]]}}
[[Ficheiro:1755 Lisbon earthquake.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|294x294px|Representação do Sismo de Lisboa ([[Museu da Cidade (Lisboa)|Museu da Cidade, Lisboa]]).]]
O desastre abateu-se sobre Portugal na manhã do dia [[1 de novembro]] (dia de Todos os Santos) de [[1755]]. Nesta data, Lisboa foi abalada por um [[Terramoto de 1755|violento tremor de terra]], com uma amplitude que em tempos actuais é estimada em cerca de nove pontos na [[escala de Richter]]. A cidade foi devastada pelo [[tremor de terra]], pelo [[Tsunami|maremoto]] e ainda pelos incêndios que se seguiram.
 
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A baixa da cidade foi redesenhada por um grupo de [[arquitecto]]s e [[engenheiro]]s, com a orientação expressa de resistir a terramotos subsequentes. Foram construídos modelos para testes, nos quais os terramotos foram simulados pelo marchar de tropas. Nesta altura, e pela orientação do Marquês do Pombal, teve início o modelo de construção de edifícios denominado "Gaiola", em que todas as obras eram edificadas a partir de uma estrutura de madeira, semelhante a uma gaiola. A partir deste período, todos os edifícios eram obrigados a respeitar esta norma, com o fim de tornar as construções resistentes aos terramotos, devido à sua flexibilidade.<ref>{{Citar web|url=http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=799803|titulo=Manuscrito com livro de Kenneth Maxwell sobre o Marquês de Pombal|data=19-11-2015|acessodata=2016-4-5|obra=diariodigital.sapo.pt|publicado=Diário Digital|ultimo=|primeiro=|arquivourl=http://archive.is/SuaQx|arquivodata=5/4/2016}}</ref>
 
Surgiram também os primeiros edifícios dotados de saneamento próprio, através de condutas ligadas diretamentedirectamente ao rio, e as ruas adquiriram dimensões em torno dos 20 metros de largura - para as estradas principais - uma característica nunca antes vista.<ref>{{Citar livro|url=http://www.presenca.pt/livro/o-marques-de-pombal-o63479835/|titulo=O Marquês de Pombal|ultimo=Maxwell|primeiro=Kenneth|editora=|acessodata=}}</ref>
 
Os edifícios e praças da ''[[Baixa Pombalina de Lisboa]]'' ainda prevalecem, sendo uma das atracções turísticas de Lisboa, construídos sob a assinatura do Marquês de Pombal.
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=== O atentado ===
 
Em setembro de 1758, a carruagem do rei foi alvejada quando esse voltava da casa de sua amante, D. Teresa de Lorena e Távora,a esposa do [[Marquês de Távora|4.º Marquês de Távora]], além de irmã e nora de [[Francisco de Assis de Távora|D. Francisco de Assis de Távora]], 2.º Marquês de Távora, era cunhada e nora de sua esposa a famosa [[Leonor Tomásia de Távora, 3.ª Marquesa de Távora|D. Leonor Tomásia de Távora]], grande opositora do Marquês de Pombal. O monarca foi ferido e a rainha assumiu como regente. As investigações, durante o mês de dezembro, acusaram membros da alta nobreza, os quais foram imediatamente presos; entre eles integrantes da [[Casa dos Távoras|família dos Távoras]] (o número total de prisioneiros chegou a mais de mil, a maioria dos quais jamais foi julgada formalmente). Em 12 de janeiro de 1759, o [[José de Mascarenhas da Silva e Lencastre]], então [[Duque de Aveiro]], e diversos membros da família dos Távoras foram condenados à morte, sendo, no dia seguinte, barbaramente executados num patíbulo público em [[Belém (Lisboa)|Belém]].<ref name=":4" />
 
=== Consequências ===
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O Marquês de Pombal morreu pacificamente na sua propriedade em [[8 de Maio]] de [[1782]]. Os seus últimos dias de vida foram vividos em [[Pombal (Portugal)|Pombal]] e na Quinta da Gramela, propriedade que herdara de seu tio, o [[arciprestre]] Paulo de Carvalho e Ataíde, em 1713.
 
Foi homenageado com uma estátua numa das mais importantes praças de [[Lisboa]], que tem o seu nome, inaugurada a 13 de maio de 1934 pelo ministro das obras públicas Duarte Pacheco, mas sem a presença quer do primeiro Ministro [[Oliveira Salazar]] quer do Presidente da RepúbilcaRepública [[Óscar Carmona]]. [[Marquês de Pombal (Metro de Lisboa)|Marquês de Pombal]] é também o nome da estação de [[metropolitano]] mais movimentada de Lisboa.
 
== Reformas ==
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=== Reformas económicas ===
[[Imagem:Lisboa June 2013-1.jpg|thumb|upright=0.8|esquerda|Monumento ao Marquês de Pombal, na praça de mesmo nome, em [[Lisboa]].|307x307px]]
Apesar dos problemas, Sebastião de Melo levou a cabo um ambicioso programa de reformas. Entre outras realizações, o seu governo procurou incrementar a produção nacional em relação à concorrência estrangeira, desenvolver o comércio colonial e incentivar o desenvolvimento das manufacturas.
 
Dentre os objetivosobjectivos das reformas econômicaseconómicas de Pombal, estava o de aumentar a arrecadação fiscal, e, nesse contexto, as dificuldades para combater o [[descaminho]] praticado por pequenos comerciantes, foi uma das causas da criação de monopólios.<ref name=":5" />
 
Portanto, não hesitou em impor [[monopólios]] esmagando a concorrência interna. Assim, em [[1753]] foi fundada a [[Companhia do Comércio da Ásia Portuguesa]] (de efémera duração) e, em [[1756]], a [[Companhia para a Agricultura das Vinhas do Alto Douro]], à qual o ministro concedeu isenção de impostos no comércio e nas exportações, estabelecendo assim a primeira [[região demarcada]] de [[Vinho|produção vinícola]] no mundo, colocando-se os célebres marcos pombalinos nas delimitações da região. Em [[1773]], surgia a [[Companhia Geral das Reais Pescarias do Reino do Algarve]], destinada a controlar a [[pesca]] no sul de [[Portugal]].
Linha 222:
===Reformas na educação ===
{{AP|Aulas Régias}}
[[Ficheiro:Marquês de Pombal, Universidade de Coimbra.png|miniaturadaimagem|273x273px|Marquês de Pombal, [[Universidade de Coimbra]].]]
A educação em Portugal até então vinha sendo dominada quase que em exclusivo pela [[Companhia de Jesus]] e outras congregações. Em [[1759]], com a reforma Pombalina os jesuítas foram expulsos de todo o território português, e Pombal fez publicar um alvará, que seria a solução para a situação em que se encontrava a educação em Portugal.
 
A expulsão dos jesuítas representou um desastre sem igual na educação em Portugal. Os jesuítas forneciam educação gratuita a perto de 20 mil alunos, tendo praticamente o monopólio da educação não superior. Portugal só voltará a ter este número de alunos no início do século XX, quando a população é o dobro da daquela época.<ref name=":6">{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=6dUkDAAAQBAJ&printsec=frontcover&dq=A+Matem%C3%A1tica+em+Portugal,+de+Jorge+Buescu,+da+Funda%C3%A7%C3%A3o+Francisco+Manuel+dos+Santos&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwiSzcqj1_LRAhVBi5AKHbMdAOIQ6AEIGzAA#v=onepage&q=A%20Matem%C3%A1tica%20em%20Portugal,%20de%20Jorge%20Buescu,%20da%20Funda%C3%A7%C3%A3o%20Francisco%20Manuel%20dos%20Santos&f=false|titulo=Matemática em Portugal, Uma Questão de Educação|ultimo=Buescu|primeiro=Jorge|data=2016-03-01|editora=Fundaçao Francisco Manuel Dos Santos|isbn=9789898819659}}</ref>
 
Pombal, criou pela primeira vez o cargo de DiretorDirector Geral dos Estudos, dentro do sistema da Aulas Régias, que tem como função vigiar o progresso dos estudos e elaborar um relatório anual da situação do ensino.
 
A [[censura]] esteve em grande destaque durante a governação de Pombal, expressa pela destruição e proibição de livros de autores como [[Diderot]], [[Rousseau]], [[Voltaire]], [[La Fontaine]], que eram tidos como "''corruptores da Religião e da Moral''" (CARVALHO 2001:468) e de conteúdo "''ofensivo da paz e sossego público''".
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Foi criada ainda a [[Aula do Comércio]], implementada em Lisboa em 1759, primeiro estabelecimento de ensino oficial no mundo a ensinar a [[Contabilidade]] de uma forma técnico-profissional.
 
Em dezembro de [[1770]] foi criada a Junta de Previdência Literária, que tinha como objetivoobjectivo apurar das causas da decadência da Universidade de Coimbra. Menos de um ano depois, a Junta apresentava as conclusões e os responsáveis: os jesuítas.
 
==O Marquês de Pombal e o Brasil ==
[[Imagem:Rótulo de cigarro. Cigarros Marquês do Pombal.JPG|thumb|upright=0.8|[[Litografia]] do Marquês de Pombal em rótulo de [[cigarro]].]]
Existe dissonância entre a percepção do Marquês entre alguns setoressectores do ensino básico em Portugal e alguns brasileiros, principalmente da região sul - que o vêem como um tirano e opressor.
 
Na visão do governo português, a administração da colónia devia ter sempre como meta a geração de riquezas para a metrópole. Esse princípio não mudou sob a administração do Marquês. O regime de monopólio comercial, por exemplo, não só se manteve, como foi acentuado para se obter maior eficiência na administração colonial. A descoberta do ouro no Brasil é associada ao surgimento da [[economia paralela]] em Portugal, a partir do início das atividadesactividades contrabandistas promovidas na sequência do [[Ciclo do ouro]].
 
Em [[1755]] e [[1759]], foram criadas, respectivamente, a ''[[Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão]]'' e a ''[[Companhia Geral de Comércio de Pernambuco e Paraíba]]'', empresas monopolistas destinadas a dinamizar as atividadesactividades económicas no Norte e Nordeste da colónia. Esta não deve ser confundida com a [[Companhia de Comércio do Maranhão]], criada em [[1682]], e associada à [[Revolta de Beckman]] - contra os preços abusivamente altos praticados pela Companhia em todos os bens de consumo da população, e os preços baixos na compra dos géneros tropicais produzidos pelos mesmos colonos.
 
No entanto, na região mineira, instituiu a ''[[derrama]]'' em [[1765]], com a finalidade de obrigar os mineradores a pagarem os impostos atrasados. A derrama foi um dos factos que motivou depois a [[Inconfidência Mineira]].
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As maiores alterações, porém, ocorreram na esfera político-administrativa e na educação. Em 1759, o regime de [[capitanias hereditárias]] foi definitivamente extinto, com a sua incorporação aos domínios da Coroa portuguesa. Quatro anos depois, em [[1763]], a sede do governo-geral da colónia foi transferida de [[Salvador (Bahia)|Salvador da Bahia]] para o [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]], cujo crescimento sinalizava o deslocamento do eixo económico do Nordeste para a região Centro-Sul.
 
Com a expulsão violenta dos [[jesuítas]] do império português, o Marquês determinou que a educação na colónia passasse a ser transmitida por leigos nas chamadas ''[[Aulas Régias]]''. Até então, o ensino formal estivera a cargo da Igreja. O ministro regulamentou ainda o funcionamento das missões, afastando os padres de sua administração, e criou, em [[1757]], o DiretórioDirectório, órgão composto por homens de confiança do governo português, cuja função era gerir os antigos aldeamentos.
 
[[Imagem:Mausoléu ao Marquês de Pombal, Igreja da Memória, Ajuda-Lisboa.JPG|miniatura|upright=1.0|MausoléuTúmulo do Marquês de Pombal,[[Igreja da Memória]], Lisboa.]]
Complementando esse "pacote" de medidas, o marquês procurou dar maior uniformidade cultural à colónia, proibindo a utilização do ''[[Nheengatu]]'', a ''língua geral'' (uma mistura das línguas nativas com o português, falada pelos [[bandeirantes]]) e tornando obrigatório o uso do idioma português. Alguns estudiosos da história afirmam que foi com esta medida que o Brasil deixou o rumo de ser um país [[Bilinguismo|bilingue]].
 
Na [[região amazónica]], utilizava-se a mão-de-obra indígena em quase tudo. Porém, ao contrário dos colonos, os jesuítas obtinham a cooperação voluntária dos índios. Assim, enquanto as missões prosperavam, as aldeias dos colonos enfrentavam numerosas dificuldades. A expulsão dos jesuítas levou à desagregação da economia coletoracolectora de [[drogas do sertão]], causando uma longa fase de estagnação económica em várias regiões da Amazónia, superada apenas no final do século XIX com o surto da borracha.<ref>{{Citar web|url=https://www.estantevirtual.com.br/autor/claudio-vicentino-jose-carlos-pires-de-moura|titulo=Livros por Claudio Vicentino Jose Carlos Pires de Moura na Estante Virtual|acessodata=2017-02-03|obra=Estante Virtual}}</ref>
 
Também estimulou a miscigenação com os indígenas no país, proibindo a escravização dos mesmos como uma das medidas, já que percebeu que a única forma de manter uma colónia tão grande sem perdê-la para outros países europeus era povoá-lo com súditos da coroa portuguesa.