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Pyatthat (birmanês: ပြာသာဒ်, IPA: [pjaʔθaʔ]; do sânscrito prāsāda; Mon: တန်ဆံၚ် IPA: [tan.cʰi̤ŋ]; também grafado pyathat) é o nome dado a um telhado em vários estágios, sempre de número ímpar (de três a sete).[1] O pyatthat é comumente incorporado às construções budistas e reais birmanesas (p.ex., kyaungs, palácios e pagodes) e torres sobre a imagem de Buda e outros lugares sagrados, tais como tronos e portais de cidades.[1]

Exemplo de uma construção com telhado no estilo pyathat: o Wat Srichum em Lampang, na Tailândia.
O Grande Pavilhão do Palácio de Mandalay contém um proeminente pyatthat de sete níveis.

Construção

O pyatthat é feito compondo-se sucessivos telhados pontiagudos num formato piramidal, com uma estrutura intermediária chamada lebaw (လည်ပေါ်) entre dois níveis do telhado.[1] O pyatthat é coroado com um pináculo de madeira chamado taing bu (တိုင်ဖူး) ou kun bu (ကွန်းဖူး) dependendo de seu formato, similar ao hti, um ornamento semelhante a um guarda-chuva que coroa os pagodes birmaneses. As bordas de cada nível têm peças de metal folheadas a ouro com ornamentos decorativos chamados du yin (တုရင်) nos cantos (análogos aos chofah na Tailândia). Há três tipos principais de pyatthat, referentes à variação no número de níveis, chamados boun (ဘုံ, do páli bhumi). Os telhados de três, cinco e sete níveis são denominados yahma, thooba e thooyahma respectivamente.[2]

História

 
Uma cena mural retratando um pyatthat de alvenaria em Inwa.

O uso do pyatthat remonta a um período inicial da arquitetura birmanesa, durante o Reino de Pagan, entre os séculos IX a XIII.[3] Exemplos proeminentes desse período com pyatthat incluem o Templo de Ananda e o Templo de Gawdawpalin.

Na Birmânia pré-colonial, o pyatthat era uma estrutura destacada das construções reais, simbolizando o Tavatimsa, um conceito que se aproxima ao da visão do paraíso no budismo. Sobre o trono principal na principal sala de audiências do reio havia um pyatthat com nove níveis, com o topo representando o Monte Meru (မြင်းမိုရ်) e os seis níveis inferiores representando as seis moradas dos devas e dos humanos.[4] Além disso, os 12 portais das cidades reais birmanesas foram coroados com pyatthats.[5]

Nessa época, leis suntuárias restringiram o uso dos pyatthats às construções reais e religiosas,[6] regulando a quantidade de níveis de acordo com o nível da autoridade ali representada,[7] O pyatthat de nove níveis era absolutamente exclusivo do soberano do reino, enquanto aos dignitários de estados-vassalos (saopha) estavam reservados os pyatthats de sete níveis.[8]

Galeria

Referências

Referências

  1. a b c «Pagan: Development and Town Planning». Journal of the Society of Architectural Historians. 36. JSTOR 989143. doi:10.2307/989143 
  2. Scott, James George. The Burman, His Life and Notions. [S.l.: s.n.] ISBN 978-1-115-23195-4 
  3. Strachan, Paul. Imperial Pagan: art and architecture of Burma. [S.l.: s.n.] ISBN 978-0-8248-1325-3 
  4. Ferguson, John. Essays on Burma. [S.l.: s.n.] ISBN 978-90-04-06323-5 
  5. «Heaven, Earth, and the Supernatural World: Dimensions of the Exemplary Center in Burmese History». Journal of Developing Societies. 2 
  6. Fraser-Lu, Sylvia. Burmese Crafts: Past and Present. [S.l.: s.n.] ISBN 9780195886085 
  7. Tilly, Henry L. Wood Carving Of Burma. [S.l.: s.n.] 
  8. Nisbet, John. Burma Under British Rule--and Before. [S.l.: s.n.]