Cleópatra: diferenças entre revisões

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'''Cleópatra VII Filopátor''' ({{langx|grc|Κλεοπᾰ́τρᾱ Φιλοπάτωρ||''Kleopátrā Philopátōr''}};{{sfn|Hölbl|2001|p=231}} 69 – 10 ou 12 de agosto de {{AC|30|x}})<ref group="nota" name="date of Cleopatra's death"/> foi a última governante do [[Reino Ptolemaico]] do [[Antigo Egito|Egito]],{{nota de rodapé|Também foi diplomata, [[Marinhas e navios antigos|comandante naval]], linguista e [[Medicina da Grécia Antiga|autora médica]]; ver {{harvnb|Roller|2010|p=1}} e {{harvnb|Bradford|2000|p=13}}.}} nominalmente sucedida como [[faraó]] por seu filho [[Ptolemeu XV Cesarião|Cesarião]].{{nota de rodapé|{{harvnb|Roller|2010|p=149}} e {{harvnb|Skeat|1953|p=99–100}} afirmam que o curto reinado nominal de Cesarião durou 18 dias em agosto de {{AC|30|x}}. Porém, [[Duane W. Roller]], baseando-se em Theodore Cressy Skeat, afirma que o reinado de Cesarião "foi essencialmente uma ficção criada pelos cronógrafos egípcios para fechar o vácuo entre a morte de Cleópatra e o controle oficial do Egito (sob o novo faraó, Otávio)", citando, por exemplo, o ''[[Stromata]]'' de [[Clemente de Alexandria]] ({{harvnb|Roller|2010|p=149, 214, nota 103|nome="Reign of Caesarion"}}). [[Plutarco]], traduzido por {{harvnb|Jones|2006|p=187}}, escreveu em termos vagos que "Otaviano fez com que Cesarião morresse depois, após a morte de Cleópatra."}} Como membro da [[dinastia ptolemaica]], foi uma descendente de seu fundador [[Ptolemeu I Sóter|Ptolemeu Sóter]], um general greco-macedônio e companheiro de [[Alexandre, o Grande]].{{nota de rodapé|{{harvnb|Southern|2009|p=43}} escreveu sobre [[Ptolemeu I Sóter|Ptolemeu Sóter]]: "A dinastia ptolemaica, da qual Cleópatra foi a última representante, foi fundada no fim do {{-séc|IV}}. Os Ptolemeus não era de estrato egípcio, mas provinham de Ptolemeu Sóter, um grego macedônio no séquito de Alexandre, o Grande." Para fontes adicionais que descrevem a dinastia ptolemaica como "greco-macedônico", veja {{harvnb|Roller|2010|p=15–16}}, {{harvnb|Jones|2006|p=xiii, 3, 279}}, {{harvnb|Kleiner|2005|p=9, 19, 106, 183}}, {{harvnb|Jeffreys|1999|p=488}} e {{harvnb|Johnson|1999|p=69}}. Alternativamente, {{harvnb|Grant|1972|p=3}} descreve-a como uma dinastia "macedônica, falante de grego". Outras fontes como {{harvnb|Burstein|2004|p=64}} e {{harvnb|Pfrommer|Towne-Markus|2001|p=9}} descreve os Ptolemeus como "greco-macedônicos" ou como macedônicos que possuíam uma cultura grega, como em {{harvnb|Pfrommer|Towne-Markus|2001|p=9–11, 20}}.}} Após a [[morte de Cleópatra]], o Egito se tornou [[Egito romano|uma província]] do [[Império Romano]], marcando o fim do [[Período Helenístico]] que começou com o reinado de Alexandre {{-nwrap|r.|336|323}}.{{nota de rodapé|{{harvnb|Grant|1972|p=5–6}} nota que o Período Helenístico, começando com o reinado de Alexandre, terminou com a morte de Cleópatra em {{AC|30|x}} Michael Grant sublinha que os gregos helenísticos eram vistos pelos romanos coetâneos como tendo declinado e diminuído em grandeza desde o [[Período Clássico (Grécia)|Período Clássico]], uma atitude que continuou mesmo em obras da historiografia moderna. Com respeito ao Egito helenístico, Grant afirma: "Cleópatra VII, olhando para trás, tudo o que seus ancestrais tinham feito durante aquele tempo, provavelmente não cometeria o mesmo erro. Mas ela e seus contemporâneos do {{-séc|I}} tinham outro problema próprio e peculiar: poderia ainda se dizer que a 'Era Helenística' (que nós mesmos muitas vezes consideramos ter chegado ao fim na época dela) existia, poderia ''alguma'' era grega, agora que os romanos eram o poder dominante? Esta foi uma questão nunca longe da mente de Cleópatra. Mas é certo que considerou que a época grega não estava de forma alguma terminada, e pretendia fazer tudo o que estivesse em seu poder para assegurar sua perpetuação."|nome="Grant Hellenistic period explanation"}} Enquanto sua língua nativa era o [[grego clássico|grego]] [[koiné]], foi a primeira governante ptolemaica a aprender a [[língua egípcia]].{{nota de rodapé|A recusa dos Ptolomaicos em falar a língua nativa é porque o grego antigo (ou seja, o coiné) era usado junto com o egípcio tardio em documentos cortesãos oficiais como a [[Pedra da Roseta]]. Como explicado por {{harvnb|Burstein|2004|p=43–54}}, a Alexandria ptolomaica foi considerada uma [[pólis]] (cidade-Estado) separada do Egito, com cidadania reservada aos gregos e macedônios, mas vários outros grupos étnicos residiram lá, especialmente [[judeus]], bem como egípcios nativos sírios e [[núbios]]. Para mais validação, ver {{harvnb|Grant|1973|p=3}}. Para as várias línguas faladas por Cleópatra, ver {{harvnb|Roller|2010|p=46–48}} e {{harvnb|Burstein|2004|p=11–12}}. Para mais validação sobre o grego antigo como língua oficial da dinastia ptolemaica, ver {{harvnb|Jones|2006|p=3}}|nome="languages"}}
 
Possivelmente acompanhou seu pai [[Ptolemeu XII Auleta|Ptolemeu XII]] em 58 aC durante seu exílio em Roma, depois que uma revolta no Egito permitiu que sua filha mais velha, [[Berenice IV]], reivindicasse o trono. Esta última foi morta em 55 aC, quando o faraó retornou ao Egito com assistência militar romana. Quando Ptolemeu XII morreu em 51 aC, [[Reinado de Cleópatra|foi sucedido por Cleópatra]] e seu irmão mais novo, [[Ptolemeu XIII Téo Filópator|Ptolemeu XIII]], como governantes conjuntos, mas um desentendimento entre ambos levou ao início da guerra civil. Depois de perder a [[Batalha de Farsalos]] na [[Grécia romana|Grécia]] contra seu rival [[Júlio César]] na [[Segunda Guerra Civil da República Romana|Guerra Civil Cesariana]], o estadista [[Roma Antiga|romano]] [[Pompeu]] fugiu para o Egito, um [[Lista de governantes clientes romanos|estado cliente romano]]. Ptolemeu XIII matou Pompeu enquanto César ocupava [[Alexandria]] em busca deste. César, um [[Cônsul (Roma Antiga)|cônsul]] da [[República Romana]], tentou reconciliar Ptolemeu XIII com Cleópatra. O conselheiro-chefe de Ptolemeu XIII, [[Potino]], considerou os termos de César favoráveis à rainha, e assim [[Exército ptolemaico|suas forças]], que eventualmente caíram sob o controle de sua irmã mais nova, [[Arsínoe IV]], [[Cerco de Alexandria (47 a.C.)|cercaram César e Cleópatra no palácio]]. O cerco foi levantado por reforços no início de 47 aC e o governante egípcio morreu pouco depois na [[Batalha do Nilo (47 a.C.)|Batalha do Nilo]]. Arsínoe IV foi exilada em [[Éfeso]], e César, agora um [[Ditador romano|ditador eleito]], declarou Cleópatra e seu irmão mais novo [[Ptolemeu XIV]] como governantes conjuntos do Egito. César, no entanto, manteve um caso particular com a rainha, que produziu um filho, [[Ptolemeu XV Cesarião|Cesarião]]. Viajou para Roma como uma rainha cliente em 46 e 44 aC, ficando numa [[Jardins de César|vila local]]. Quando [[Liberatores|César foi assassinado]] em 44 aC, tentou ter Cesarião nomeado como o herdeiro, mas isso foi para [[Augusto|Otaviano]] (conhecido como Augusto quando tornou-se o primeiro [[Imperador romano|imperador romano]] em 27 aC), sobrinho do ditador. Cleópatra então mandou matar o faraó e elevou Cesarião como co-regente.
 
Seu legado sobrevive em numerosas obras de arte, tanto antigas quanto modernas. A [[historiografia romana]] e a [[poesia latina]] produziram uma visão geralmente polêmica e negativa da rainha que permeava a [[literatura medieval]] e [[Literatura renascentista|renascentista]]. Nas artes visuais, representações antigas de Cleópatra incluem a [[Moeda da Roma Antiga|cunhagem romana]] e [[Moeda ptolemaica|ptolemaica]], [[Escultura da Roma Antiga|estátuas]], [[Retrato romano|bustos]], [[Relevo (escultura)|relevos]], [[Vidro camafeu|vidros]] e [[Camafeu|esculturas de camafeus]], e [[Arte da Roma Antiga|pinturas]]. Foi tema de muitas obras na [[arte renascentista]] e [[Barroco|barroca]], que incluiu esculturas, pinturas, poesia, dramas teatrais, como ''[[Antony and Cleopatra|Antônio e Cleópatra]]'', de [[William Shakespeare]], e óperas como ''[[Giulio Cesare in Egitto]]'', de [[Georg Friedrich Händel]]. Nos tempos modernos, tem aparecido tanto nas artes aplicadas e belas artes, na sátira [[Burlesco|burlesca]], em [[Cleópatra (1963)|produções cinematográficas]] e em [[Marca#Imagem da marca|imagens de marcas]] para produtos comerciais, tornando-se um [[Ícone popular|ícone da cultura popular]] da [[egiptomania]] desde a [[era vitoriana]].