Luís Alves de Lima e Silva: diferenças entre revisões

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Ele com certeza é mais conhecido hoje como Duque de Caxias do que pelo nome de batismo
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{{Info/Biografia
| bgcolour = #B0C4DE
| nome = O Duque de Caxias
| imagem = Luís Alves de Lima e Silva.jpg
| imagem_tamanho = 260px
| imagem_legenda = Caxias aos 75 anos em 1878
| nome_completo = Luís Alves de Lima e Silva
| nomes1r = Apelidos
| nomes1d = "O Pacificador"<br/>"O Duque de Ferro"
| nascimento_data = {{dni|25|8|1803|lang=br|si}}
| nascimento_local = {{nowrap|[[Duque de Caxias (Rio de Janeiro)|Porto da Estrela]], [[Capitania do Rio de Janeiro|Rio de Janeiro]],}}<br/> [[Estado do Brasil|Brasil]]
| morte_data = {{nowrap|{{morte|7|5|1880|25|8|1803}}}}
| morte_local = [[Valença (Rio de Janeiro)|Valença]], [[Província do Rio de Janeiro|Rio de Janeiro]], [[Império do Brasil|Brasil]]
| nome_mãe = Mariana Cândido de Oliveira Belo
| nome_pai = [[Francisco de Lima e Silva]]
| tipo-cônjuge = Esposa
| cônjuge = Ana Luísa de Loreto Viana
| filhos = Luísa de Loreto Viana de Lima<br/>Ana de Loreto Viana de Lima<br/>Luís Alves de Lima e Silva
| alma_mater = [[Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho]]
|lealdade = [[Império do Brasil]]
| serviço = [[Exército Brasileiro]]
| tempo de serviço = 1821–1880
| patente = [[Marechal]]
| batalhas/guerras = [[Guerra da independência do Brasil|Independência do Brasil]]<br/>[[Guerra da Cisplatina]]<br/>[[Balaiada]]<br/>[[Revoltas Liberais]]<br/>[[Guerra dos Farrapos|Revolução Farroupilha]]<br/>[[Guerra do Prata]]<br/>[[Guerra do Paraguai]]
| assinatura = [[Imagem:Caxias signature.png|180px]]
}}
{{ver desambig|redir="Duque de Caxias"||Duque de Caxias (desambiguação)}}
'''Luís Alves de Lima e Silva, Duque de Caxias''' ([[Duque de Caxias (Rio de Janeiro)|Porto da Estrela]], {{dtlink|lang=br|25|8|1803}} – [[Valença (Rio de Janeiro)|Valença]], {{dtlink|lang=br|7|5|1880}}), apelidado de "O Pacificador" e "O Duque de Ferro", foi um militar, político e monarquista brasileiro. Caxias seguiu uma carreira militar, assim como seu pai e tios. Ele lutou em 1823 contra [[Reino de Portugal|Portugal]] na [[Independência do Brasil]] e depois passou três anos na [[Cisplatina (província)|Cisplatina]] enquanto o governo tentou resistir sem sucesso contra a [[Guerra da Cisplatina|secessão da província]]. Caxias permaneceu leal ao imperador [[Pedro I do Brasil|Pedro I]] durante protestos em 1831, apesar de seus familiares terem abandonado o monarca. Pedro I [[Abdicação de Pedro I do Brasil|abdicou]] em favor de seu filho [[Pedro II do Brasil|Pedro II]], a quem Caxias serviu como [[mestre de armas]], ensinando-lhe [[esgrima]] e [[hipismo]], eventualmente tornando-se seu amigo.
 
A [[Período regencial (Brasil)|regência]] que governou o [[Império do Brasil|Brasil]] durante a minoridade de Pedro II enfrentou várias revoltas por todo o país. Caxias novamente ficou contra seu pai e tios, que eram simpatizantes dos rebeldes, comandando as forças lealistas de 1839 a 1845 na supressão de revoltas como a [[Balaiada]], as [[Revoltas liberais de 1842|Revoltas Liberais]] e a [[Guerra dos Farrapos|Revolução Farroupilha]]. Sob seu comando o [[Exército Brasileiro|Exército do Brasil]] derrotou a [[Confederação Argentina]] em 1851 na [[Guerra do Prata]]. Uma década depois, já como [[Marechal]], ele novamente liderou as forças brasileiras para a vitória, desta vez na [[Guerra do Paraguai]]. Como recompensa foi elevado a nobre, tornando-se em sucessão barão, conde, marquês e, por fim, a única pessoa a receber um título de duque durante o reinado de Pedro II.
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Caxias se tornou um membro do [[Partido Regressista]] na década de 1840, que depois se tornou o [[Partido Conservador (Brasil Império)|Partido Conservador]]. Foi eleito senador em 1846 e dez anos depois virou o [[Lista de primeiros-ministros do Brasil|Presidente do Conselho de Ministros]]. Ele ocupou o cargo novamente durante um breve período entre 1861 e 1862, porém saiu quando seu partido perdeu a maioria no parlamento. Durante as décadas seguintes, Caxias viu seu partido crescer, alcançar seu apogeu e entrar em declínio por conta de conflitos internos. Ele voltou à presidência do conselho pela última vez em 1875 e ficou até 1878, porém exerceu mais uma presidência figurativa. Depois de anos com a saúde piorando progressivamente, Caxias faleceu em maio de 1880.
 
Sua reputação foi ofuscada pela de [[Manuel Luís Osório|Manuel Luís Osório, Marquês do Herval]], nos anos seguintes a sua morte e, principalmente, depois da abolição da monarquia, porém com o tempo ela acabou crescendo. Ele foi oficialmente designado pelo decreto federal Nº 51.429, deem 13 de março de 1962,<ref>BRASIL, Congresso Nacional. [http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1960-1969/decreto-51429-13-marco-1962-391353-publicacaooriginal-1-pe.html DECRETO Nº 51.429, DE 13 DE MARÇO DE 1962 Institui e homologa a escolha de Patronos do Exército, das Armas, dos Serviços e do Magistério Militar]. Câmara dos Deputados. Pagina consultada em 30 de maio de 2018.</ref> como o patrono do exército brasileiro – incorporando o ideal de soldado e sendo a figura mais importante de sua tradição. Historiadores consideram-no o maior oficial militar da [[História militar do Brasil|história do Brasil]].
 
==Início de vida==
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===Independência do Brasil===
{{principal|Independência do Brasil|Guerra da independência do Brasil}}
Luís Alves deveria ter começado suas aulas do quarto ano em março de 1822.{{sfn|Souza|2008|p=124}} Ao invés disso ele saiu em dezembro de 1821 e se alistou no 1º Batalhão de FuzileirosFuzilamento.<ref name=Ben28 />{{sfn|Carvalho|1976|p=11}} D. Pedro, Príncipe Real e herdeiro de João VI, havia entrado em uma disputa contra [[Reino de Portugal|Portugal]] que levaria à [[independência do Brasil]] em {{dtlink|7|9|1822}}.{{sfn|Barman|1988|p=74–96}} O príncipe depois foi aclamado em 12 de outubro como D. {{lknb|Pedro|I|do Brasil}}, o primeiro imperador do [[Império do Brasil]].{{sfn|Barman|1988|p=100–101}} As forças brasileiras e portuguesas que permaneceram leais a Portugal se recusaram a aceitar o resultado, levando a guerras travadas em vários frontes pelo país.{{sfn|Barman|1988|p=104–106}}
 
Pedro I criou em 18 de janeiro de 1823 o Batalhão do Imperador, uma unidade de infantaria de elite escolhida a dedo,{{sfn|Carvalho|1976|p=12}}{{sfn|Pinto de Campos|1878|p=34}} que tinha Luís Alves como adjunto do comandante da companhia, seu tio, o [[coronel]] [[José Joaquim de Lima e Silva]].{{sfn|Carvalho|1976|p=13}} O batalhão foi enviado em 28 de janeiro para a província da [[Bahia]] no nordeste e colocado, junto com outras tropas, sob o comando do [[brigadeiro]] francês [[Pedro Labatut|Pierre Labatut]]. As forças imperiais brasileiras cercaram a capital [[Salvador (Bahia)|Salvador]], que era mantida pelos portugueses.{{sfn|Carvalho|1976|p=17}} Luís Alves lutou em pelo menos três ataques durante o cerco (nos dias 28 de março, 3 de maio e 3 de junho) contra posições portuguesas ao redor da cidade, todos bem sucedidos. No confronto de 28 de março ele liderou um ataque contra uma [[casamata]] inimiga.{{sfn|Carvalho|1976|p=18}}{{sfn|Pinto de Campos|1878|p=35}}{{sfn|name=Sou137|Souza|2008|p=137}}
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Caxias fez uma curta viagem a São Pedro do Rio Grande do Sul em 1839 para inspecionar as tropas que combatiam os farrapos.{{sfn|Souza|2008|p=260–262}} Ao voltar em novembro de 1842, ele descobriu que os rebeldes, enfraquecidos após anos de conflito, haviam sido forçados a recorrer a táticas de [[guerrilha]] e, quando ameaçados, fugiam para o Uruguai. Assim como havia feito no Maranhão,{{sfn|Souza|2008|p=317}} São Paulo{{sfn|Souza|2008|p=360}} e Minas Gerais,{{sfn|Souza|2008|p=383}} Caxias colocou espiões infiltrados no inimigo para conseguir informações e fomentar discórdia.{{sfn|Souza|2008|p=412}} O historiador Roderick J. Barman disse que ele "demonstrou talentos militares, organizacionais e políticos essenciais para o que é hoje chamado de 'contra-insurgência'".{{sfn|Barman|1988|p=210}}
 
Honório Hermeto tornou-se chefe do gabinete no início de 1843, significando que Caxias manteria sua posição enquanto os saquaremas estivessem no poder. Entretanto, Honório Hermeto brigou com Pedro II um ano depois e os saquaremas renunciaram.{{sfn|Barman|1988|p=222}}{{sfn|Calmon|1975|p=176}}{{sfn|Needell|2006|p=107}} Os Liberais formaram o novo governo, porém Caxias foi mantido no cargo.{{sfn|Souza|2008|p=496}} A guerra contra os farrapos demorou muito mais para ser suprimida que as rebeliões anteriores, porém ele finalmente conseguiu pacificar a província através de cuidadosas negociações e vitórias militares. O fim do conflito armado foi declarado em 1 de março de 1845.{{sfn|Souza|2008|p=512}} Ele foi feito [[marechal de campo]] efetivopermanente em 25 de março e elevado a conde em 2 de abril.{{sfn|Bento|2003|p=32}} Caxias então concorreu ao [[Senado Federal do Brasil|senado]] e ficou entre os três candidatos mais votados, sendo selecionado pelo imperador como representante do Rio Grande do Sul.{{sfn|Souza|2008|p=542}}}}{{nota de rodapé|No Império do Brasil, o imperador podia escolher um novo senador a partir de uma lista que continha os três candidatos que haviam recebido o maior número de votos populares.{{sfn|Dias|1969|p=579}}}} Ele começou seu mandato em 11 de maio de 1846.{{sfn|name=Sou569|Souza|2008|p=569}}
 
==Conservadorismo==
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Os aliados invadiram o Paraguai em abril de 1866; apesar de sucessos iniciais, seu avanço foi bloqueado pela [[Fortaleza de Humaitá]] e outras fortificações ao longo do [[rio Paraguai]]. O gabinete Progressista decidiu criar um comando unificado para todas as forças brasileiras operando na guerra, nomeando em 10 de outubro Caxias, então com 63 anos de idade.{{sfn|Carvalho|1976|p=234}}{{sfn|Doratioto|2002|p=252}}{{sfn|Lira 1977a|p=244}}{{sfn|Viana|1968|p=174}}{{sfn|name=Sa87|Salles|2003|p=86-87}} Ele havia sido feito marechal permanente em 13 de janeiro do mesmo ano.{{sfn|Bento|2003|p=35}} Ele disse à esposa que aceitou o cargo porque o conflito "era um mal que havia alcançado mais ou menos todos, do Imperador ao escravo mais desafortunado".<ref name=Sa87 />
 
[[Ficheiro:Barraca e mangrulho do Exm. Sr. Marquez de Caxias em Parê-cuê.jpg|thumb|[[Barraca]] e [[mangrulho]] do então Marquês de Caxias em [[Parê-cuê]]. Por [[Angelo Agostini]], conforme um desenho do Coronel de Engenheiros [[José Joaquim Rodrigues Lopes]], publicado em ''[[A Vida Fluminense]]'', [[1868]].]]
 
Caxias chegou ao Paraguai em 18 de novembro{{sfn|Doratioto|2002|p=235}}{{sfn|Pinto de Campos|1878|p=227}} e assumiu o comando supremo de todas as forças terrestres e marinhas brasileiras da guerra.{{sfn|Doratioto|2002|p=278}}{{sfn|Pinto de Campos|1878|p=220, 224, 229, 233}} Sua primeira medida foi dispensar o vice-almirante [[Joaquim Marques Lisboa|Joaquim Marques Lisboa, Visconde de Tamandaré]] (mais tarde Marquês de Tamandaré e também um membro da Liga Progressista) e substituí-lo no comando da [[Marinha Brasileira]] pelo vice-almirante [[Joaquim José Inácio]] (posterior Visconde de Inhaúma e membro do Partido Conservador).{{sfn|Doratioto|2002|p=253}} Todas as operações foram suspensas entre outubro de 1866 e julho de 1867.{{sfn|Doratioto|2002|p=284}} Durante esse período Caxias treinou os soldados, equipou o exército com novas armas, melhorou a qualidade do corpo de oficiais e melhorou as unidades médicas junto com a higiene geral das tropas, colocando um fim nas epidemias.{{sfn|Doratioto|2002|p=280–282}} [[Alfredo d'Escragnolle Taunay]] (futuro Visconde de Taunay), que lutou na guerra, mais tarde lembrou que Caxias era um "chefe militar generoso, que perdoava pequenos erros, porém era implacável com aqueles que cometiam delitos graves ou, então, que traíssem sua confiança".<ref name=Dor545 />
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==Títulos e honras==
[[Imagem:COA Duke of Caxias.svg|thumb|180px|Brasão do Duque de Caxias]]
===Nobreza===
*18 de julho de 1841: Barão de Caxias (sem Grandeza)<ref name=Sou569 />
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[[Categoria:Duques do Brasil]]
[[Categoria:Maçons do Brasil]]
[[Categoria:MonarquistasMonárquicos do Brasil]]
[[Categoria:Heróis nacionais do Brasil]]
[[Categoria:Imperial Ordem de Pedro Primeiro]]