Revolução Pernambucana: diferenças entre revisões

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No começo do século XIX, Pernambuco era a capitania mais rica do Brasil.<ref name="Fundaj"/> [[Recife]] e [[Olinda]], as duas maiores urbes pernambucanas, tinham juntas cerca de 40 mil habitantes (o Rio de Janeiro, capital da colônia, possuía 60 mil habitantes). O [[porto do Recife]] escoava grande parte da produção de [[açúcar]] — das centenas de [[engenho]]s da [[Zona da Mata]], cujo litoral se estendia da foz do [[rio São Francisco]] até a vila de [[Goiana]] —, e de [[algodão]]. Além de sua importância econômica e política, os pernambucanos tinham participado de diversas lutas libertárias. A primeira e mais importante tinha sido a [[Insurreição Pernambucana]], em 1645. Depois, na [[Guerra dos Mascates]], foi aventada a possibilidade de proclamar a independência de Olinda.<ref name="gomes"/>
 
As ideias [[Liberalismo|liberais]] que entravam em terras brasileiras junto com os viajantes estrangeiros e por meio de livros e de outras publicações, incentivavam o sentimento de revolta entre a elite pernambucana, que participava ativamente, desde o fim do [[século XVIII]], de sociedades secretas. Em 1796, o naturalista [[Manuel Arruda Câmara]] fundou a ''[[Areópago de Itambé|Sociedade Secreta Areópago de Itambé]]'', primeira [[Maçonaria|loja maçônica]] do Brasil, que difundiu ideias libertárias, contra a repressão colonial.<ref name="Antecedentes">{{citar web|url=https://bndigital.bn.gov.br/exposicoes/pernambuco-1817-a-revolucao/antecedentes/|título=Antecedentes - Revolução Pernambucana|publicado=Biblioteca Nacional|acessodata=8-7-2019}}</ref> Havia ainda a ''Patriotismo'', a ''Restauração'', a ''Pernambuco do Oriente'' e a ''Pernambuco do Ocidente'', que serviam como locais de discussão e difusão das "''infames ideias francesas''". Nelas, reuniam-se intelectuais religiosos e militares, para elaborar planos para a revolução.
 
A fundação do [[Seminário de Olinda]], filiado a ideias iluministas, deve ser levada em consideração. Não é por outro motivo que o levante ficaria conhecido como "revolução dos padres", dada a participação do [[clero católico]]. [[Frei Caneca]] tornar-se-ia um símbolo disso.<ref name="Antecedentes"/>
 
Em 1801 ocorreu a [[Conspiração dos Suassunas]], cujo objetivo era constituir em Pernambuco uma república sob a proteção de [[Napoleão Bonaparte]]. Participaram os membros do Areópago e do Seminário de Olinda, com a liderança de Francisco de Paula, Luís Francisco e José Francisco de Paula Cavalcante de Albuquerque, proprietários do Engenho Suassuna e homens de relevo econômico e social. Dois dos irmãos Suassuna foram presos e tiveram seus bens sequestrados, mas o terceiro, que se encontrava em Lisboa, de onde se correspondera comprometedoramente com os dois outros, teve que fugir para a Inglaterra. Os irmãos estariam, supõe-se, à espera de um ataque espanhol ao Reino de Portugal, decorrente da aliança entre Paris e Madri, pelo que tentaram criar um governo de defesa da capitania — um ensaio prematuro da fórmula de emancipação adotada depois na América hispânica.<ref name="Antecedentes"/>
 
===Causas imediatas===