Maria Carolina da Áustria: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
copidesque
Linha 13:
| conjugue = [[Fernando I das Duas Sicílias]]
| tipo-conjugue = Marido
| descendencia = [[Maria Teresa da Sicília|Maria Teresa de Nápoles e Sicília]]<br/>[[Luísa das Duas Sicílias|Luísa de Nápoles e Sicília]]<br/>[[Carlos, Duque da Calábria]]<br/>[[Maria Ana de Nápoles e Sicília]]<br/>[[Francisco I das Duas Sicílias]]<br/>[[Maria Cristina de Nápoles e Sicília|Maria Cristina das Duas Sicílias]]<br/>[[Maria Cristina Amélia de Nápoles e Sicília]]<br/>[[Januário de Nápoles e Sicília]]<br/>José de Nápoles e Sicília<br/>[[Maria Amélia de Nápoles e Sicília|Maria Amélia das Duas Sicílias]]<br/>Cristina de Nápoles e Sicília<Br/>[[Maria Antónia de Nápoles|Maria Antônia de Nápoles e Sicília]]<br/>[[Maria Clotilde de Nápoles e Sicília]]<br/>Maria Henriqueta de Nápoles e Sicília<br/>Carlos Januário de Nápoles e Sicília<br/>[[Leopoldo, Príncipe de Salerno]]<br/>[[Alberto de Nápoles e Sicília]]<br/>Isabel de Nápoles e Sicília
| nome completo = Maria Carolina Luísa Josefa Joana Antônia
| casa = {{nowrap|[[Casa de Habsburgo-Lorena|Habsburgo-Lorena]] {{small|(nascimento)}}}}<br/>[[Casa de Bourbon-Duas Sicílias|Bourbon-Duas Sicílias]] {{small|(casamento)}}
Linha 36:
 
=== A infância ===
[[Ficheiro:Meister der Erzherzoginnenportraits 002.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|''Maria Carolina, segurando um retrato de seu pai''<br><small>Óleo de [[Martin van Meytens]], 1767, [[Palácio de Schönbrunn]]</small>]]
<small>Óleo de [[Martin van Meytens]], 1767, [[Palácio de Schönbrunn]]</small>
]]
Nascida no dia [[13 de agosto]] de [[1752]] no [[Palácio de Schönbrunn]], em [[Viena]], Maria Carolina foi a décima terceira, mas décima criança que chegou à idade adulta a nascer do imperador [[Francisco I do Sacro Império Romano-Germânico]], e da imperatriz [[Maria Teresa da Áustria]]. Os seus padrinhos foram o rei [[Luís XV de França]] e a sua esposa, a princesa polaca [[Maria Leszczyńska]].<ref>Lever, p 315.</ref> Maria Carolina era a filha que se parecia mais com a sua mãe e era muito chegada à sua irmã mais nova, a futura rainha da França, [[Maria Antonieta]]. Uma prova da relação próxima que existia entre as duas é o facto de que, quando uma adoecia, a outra adoecia também.<ref>Fraser, p 27.</ref>
 
Em 18 de agosto de 1765, em [[Innsbruck]], durante as celebrações do casamento do arquiduque [[Leopoldo II do Sacro Império Romano-Germânico|Leopoldo]], o imperador sofreu um [[Acidente vascular cerebral|derrame]] e morreu. Este acontecimento abalou profundamente todos os filhos de Francisco I e levou Maria Teresa a submeter-se a um pesado luto pelo resto de sua vida.<ref>Crankshaw, p. 267</ref> A imperatriz nomeou seu filho mais velho, o futuro imperador [[José II do Sacro Império Romano-Germânico|José II]] como seu corregente e assumiu uma postura de extrema rigidez com seus filhos menores, se anteriormente ela os havia neglicenciado pelo excesso de trabalho, passou vigiar-lhes de perto, repreendendo-os constantemente e demonstrando frequente insatisfação com seu comportamento.<ref>Fraser, p. 35</ref>
 
Em agosto de [[1767]], Maria Teresa separou as duas irmãs, até então educadas juntas pela condessa Marie von Brandis, devido ao seu mau-comportamento.<ref>Fraser, p 38.</ref> Pouco depois, em outubro do mesmo ano, a irmã de Maria Carolina, [[Maria Josefa da Áustria (1751–1767)|Maria Josefa]], destinada a casar-se com o rei [[Fernando I das Duas Sicílias|Fernando IV de Nápoles e III da Sicília]] como parte de uma aliança com a [[Espanha]], morreu de [[varíola]].<ref>Crankshaw, p 274.</ref> Ansioso por salvar a aliança austríaco-espanhola, [[Carlos III de Espanha]], pai do rei Fernando, pediu que uma das irmãs de Maria Josefa a fosse substituir.<ref>Acton, p 126.</ref><ref>Bearne, p 57.</ref> Maria Teresa apresentou [[Maria Amália de Habsburgo-Lorena|Maria Amália]] e Maria Carolina à corte espanhola para que eles pudessem escolher.<ref>Bearne, p 60.</ref> Uma vez que Maria Amália era cinco anos mais velha do que o seu filho, Carlos III optou por Carolina que reagiu muito mal ao seu noivado, chorando desesperadamente e dizendo que os casamentos napolitanos traziam azar.<ref>Bearne, p 60.</ref> Contudo os seus protestos não atrasaram os preparativos para o seu novo papel como rainha de Nápoles pela condessa de Lerchenfeld.<ref>Bearne, p 62.</ref> Nove meses depois, no dia [[7 de abril]] de [[1768]], Maria Carolina casou-se com Fernando IV por procuração, tendo o seu irmão [[Fernando Carlos de Áustria-Este|Fernando]] a representar o noivo.<ref>Bearne, p 66.</ref>
 
=== Casamento político ===
Linha 60 ⟶ 58:
 
=== O governo de John Acton ===
[[Ficheiro:Mengs - Maria Carolina of Austria, Royal Palace of Madrid.jpg|miniaturadaimagem|''Maria Carolina''<br><small>Retrato de [[Anton Raphael Mengs]], 1773, [[Palácio Real de Madrid]]</small>]]
<small>Retrato de [[Anton Raphael Mengs]], 1773, [[Palácio Real de Madrid]]</small>
]]
Sem Tanucci no governo, a rainha passou a governar o [[Reino de Nápoles]] e a [[Reino da Sicília]] sozinha, apoiada pelo seu inglês preferido, nascido em França, [[John Acton|John Acton, 6º Baronete]], a partir de 1778.<ref>Acton, p 181.</ref> Seguindo o conselho do seu irmão mais velho, [[José II do Sacro Império Romano-Germânico|José II]], Maria Carolina e Acton restauraram a marinha napolitana que até então tinha sido negligenciada, abrindo quatro novas academias navais e construindo cento e cinquenta navios de vários tamanhos.<ref>Acton, p 189.</ref> A marinha mercantil também foi aumentada pelos acordos comerciais com a [[Império Russo|Rússia]] e [[República de Gênova|Génova]].<ref>Acton, p 189.</ref> [[Carlos III de Espanha|Carlos III]], tendo declarado guerra à [[Grã-Bretanha]] devido à sua aliança com a América, ficou enfurecido pela nomeação de Acton para ministro da guerra e da marinha, pois acreditava que o seu candidato espanhol, dom António Otero, merecia mais o posto pelo facto de não ser inglês.<ref>Acton, p 188.</ref> Maria Carolina voltou a responder através de uma carta escrita pelo seu marido, explicando a Carlos III que Acton era filho de uma mulher francesa, não era inglês e que foi nomeado antes da guerra com a Grã-Bretanha começar. Os ataques de Carlos contra Acton apenas serviram para o colocar numa posição mais favorável junto da rainha que o nomeou marechal-de-campo.<ref>Acton, p 188.</ref> As reformas de Acton não se limitaram à expansão da marinha: ao mesmo tempo ele reduziu os gastos do seu gabinete em {{fmtn|500000}} ducados e convidou sargentos estrangeiros para preencher as vagas no exército.<ref>Bearne, p 102.</ref> Acton e Maria Carolina tornaram-se tão chegados que, segundo o embaixador da Sardenha em Nápoles, as pessoas começaram a acreditar erradamente que eles eram amantes.<ref>Acton, p 190.</ref> O rei, no entanto, não sabia que o rumor era falso e tentou várias vezes "surpreendê-los juntos", ameaçando matá-los aos dois num ataque de fúria.<ref>Bearne, p 104.</ref> Em resposta, Maria Carolina colocou espiões a seguir o marido, mas pouco depois conseguiu-se uma reconciliação. Como parte desta reaproximação entre os reis, Acton foi viver em Castellmare, mas regressava a Nápoles três vezes por semana para ver a rainha.<ref>Bearne, p 104.</ref>
 
===Apoio artístico===
[[Ficheiro:Angelika Kauffmann Portrait Maria Karoline von Österreich VLM off.jpg|miniaturadaimagem|left|271x271px|''Maria Carolina''
<small>Retrato oficial de [[Angelika Kauffmann]], 1783</small>]]
]]
Maria Carolina apoiou artistas germano-suíços, mais notavelmente [[Angelika Kauffmann]] que pintou o famoso quadro da rainha com a sua família em pose relaxada no jardim em 1783, e deu lições de desenho às suas filhas.<ref>Acton, p 214.</ref> Maria Carolina enchia Kauffman de presentes, mas ela preferia os círculos artísticos de [[Roma]] aos de Nápoles.<ref>Acton, p 215.</ref> O apoio da rainha não se restringia a retratistas, também recebeu o pintor paisagístico [[Jacob Philipp Hackert]] numa ala do seu palácio em Francavilla. Tal como Kauffman, ele deu lições de pintura aos filhos da rainha e tinha a sua confiança.<ref>Acton, p 216.</ref> Seguindo uma recomendação de Hackert, o rei e a rainha restauraram as estátuas do [[Palácio Farnese (Roma)|Palácio Farnese]] e levaram-nas para Nápoles.<ref>Acton, p 217.</ref> Em 1784, a rainha estabeleceu a colónia de São Lúcio, uma aldeia com as suas próprias leis e costumes cujo único objectivo era produzir seda.<ref>[http://www.fashioningtheearlymodern.ac.uk/wordpress/wp-content/uploads/2012/07/ducrollay-album.pdf V&A Museum inventory]</ref>
 
Linha 110 ⟶ 105:
 
== Descendência ==
[[Imagem:Painting of the family of Ferdinando IV (Angelica Kauffmann, 1782).jpg|thumb|550px|center|upright=3.5|A Famíliafamília Realreal de Nápoles e Sicília, em 1783, [[Angelika Kauffmann|Angelica Kauffmann]]; (L-R) a princesa [[Maria Teresa dade Sicília|,Nápoles a Princesae Sicília|Maria Teresa]], o futuro Reirei, o príncipe [[Francisco I das Duas Sicílias|o Príncipe Fernando]], o rei [[Fernando I das Duas Sicílias|o Rei dD. Fernando]]; a rainha Maria Carolina, segurando a princesa [[Maria Cristina de Nápoles e Sicília|a Princesa Maria Teresa Cristina]] (Maria Cristina Amélia, irmã gêmea); o príncipe [[Januário de Nápoles e Sicília|Príncipe Januário]] (morreu em 1789); a princesa [[Maria Amélia de Nápoles e Sicília|a Princesa Maria Amalia]] nos braços da princesa [[Luísa das Duas Sicílias|Princesa LuisaLuísa]]; o sétimo filho do casal real foi morto durante a fase de preparação para a pintura. O artista, em seguida, pintou um véu sobre a criança no berço, que tinha sido claramente visível no modelo. [[Museu de Capodimonte]]]]
 
{| class="wikitable"