Jardim Duque da Terceira: diferenças entre revisões

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A plataforma superior, o «Jardim de Cima», que inicialmente foi zona de aclimatação e depois bosque, começou a ganhar a presente configuração em 1922, com a abertura dos primeiros caminhos. Contudo, apenas na década de 1940 passou a ser jardim, com a criação dos canteiros e do pequeno lago ali existente. Foi nessa década que se instalaram os taludes relvados, um novo tanque, a escadaria de acesso ao «Tanque do Preto», os bancos de jardim e a [[pérgula]] que serviu de estufa fria até à construção da actual casa de chá. No início da passagem existe um tanque rectangular sobre cujo bordo sul está instalada uma famosa estátua, o «Preto do Jardim», que ostenta na cabeça um [[Cocar (indígena)|cocar de índio brasileiro]]. O «Tanque do Preto» já ali existia, provindo da cerca do antigo Convento de São Francisco, alimentado inicialmente pela levada da Ribeira dos Moinhos, servindo a água que corre, por um cano saído da boca da estátua, para regar as culturas que ali se faziam. A estrutura é o que resta do sistema de rega da antiga cerca dos franciscanos. Nas décadas de 1950 e 1960 realizaram-se no relvado confinante com a pérgula sessões teatrais e de cinema, muito frequentadas no verão.<ref name="CE"/>
 
No início do talude que liga o «Jardim de Cima» ao «Tanque do Preto» foi por iniciativa da Câmara Municipal, foi descerrado a 16 de outubro de 1949 um pequeno busto em mármore, que homenageia [[Manuel António Lino]], um médico nascido a 4 de Janeiro de 1865 em Angra, que, para além de reputado profissional da medicina, foi um floricultor exímio, poeta, jornalista, dramaturgo consagrado e, melómano e autor musical. Na cerimónia, em que participaram os alunos do [[Liceu Nacional de Angra do Heroísmo]], então a funcionar no vizinho Convento de São Francisco, foram lidos textos do poeta, e no discurso do professor liceal [[Joaquim Moniz de Sá Corte-Real e Amaral|Joaquim Moniz Corte-Real]] foi lembrado o amor que o homenageado dedicava às plantas, nomeadamente o seu empenho na cultura de [[crisântemo]]s.<ref name="CE"/>
 
A partir da plataforma onde se localiza o «Tanque do Preto» parte uma ampla e sinuosa escadaria que liga o jardim à [[Alto da Memória|Memória]]. A ligação à Memória foi construída em 1898, por iniciativa de [[Silva Sarmento]], que por duas vezes foi presidente da Câmara Municipal entre 1896 e 1898, ficando designada por «Passagem Silva Sarmento», topónimo que se mantém. O projecto, considerado ao tempo como caro, veio permitir uma ligação pedonal entre a baixa da cidade e o Bairro de São João de Deus e o Outeiro, ao mesmo tempo que aproveita a ampla paisagem sobre a cidade que sele se desfruta. Ao tempo tinha como atractivo adicional a presença das rodas das azenhas da [[Ribeira dos Moinhos (Angra do Heroísmo)|Ribeira dos Moinhos]], já que seguia ao longo daquela levada, da qual hoje pouco resta. Após ser estabelecida a ligação à plataforma da «Memória», ao longo da encosta, a área total do jardim aumentou para 17&nbsp;500&nbsp;m<sup>2</sup>. Acompanha esta elegante escadaria uma serpenteante alameda de plátanos, que ladeiam, ensombram e refrescam os degraus que gradualmente se elevam sobre a cidade, até ao admirável miradouro de horizontes dilatados e panorâmicas deslumbrantes, verdadeiro ''ex-libris'' da cidade de Angra do Heroísmo.<ref name="siaram"/>
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Na parte anexa ao «Jardim de Baixo», nos antigos quintais da Casa do Capitão do Donatário, foi instalado o «Passeio Rui Teles Palhinha», uma homenagem ao botânico angrense [[Rui Teles Palhinha]], acrescentando ao jardim mais 14&nbsp;300&nbsp;m<sup>2</sup> de novas áreas ajardinadas e uma nova entrada a partir da Rua do Marquês. O novo complexo, que inclui um tanque e um percurso com um riacho, foi inaugurado a 21 de junho de 2019. Os terrenos onde foi construída esta parte do Jardim foram adquiridos em 1998 pelo Governo Regional dos Açores para implantação da biblioteca pública de Angra, mas foram considerados insuficientes para o volume de construção pretendido, tendo-se optado por localizar aquela estrutura nos terrenos anexos ao [[Palacete Silveira e Paulo]]. A solicitação da Câmara Municipal, foram cedidos gratuitamente ao Município para alargamento do Jardim e para criação do Centro Interpretativo de Angra, que fica assim também integrado no Jardim. O Município adquiriu, entretanto, o pátio da antiga Casa do Donatário e uma das parcelas daquele imóvel, criando assim uma entrada adicional para o Jardim.
 
==Descrição==
Desde o seu início, foram várias as concepções estéticas aplicadas no Jardim Duque da Terceira, variando desde o rústico ao geometrizado francês e ao romântico inglês, com uma bela mata de que hoje restam poucos exemplares, formando um requintado mosaico cultural. À volta do coreto, no plano mais baixo, ainda hoje é privilegiado o tipo de jardim francês.