Márcio Moreira Alves: diferenças entre revisões

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'''Márcio Emanuel Moreira Alves''' ([[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], [[14 de julho]] de [[1936]] - Rio de Janeiro, [[3 de abril]] de [[2009]])<ref>[http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL1072670-5601,00.html G1 - Morre ex-deputado Marcio Moreira Alves]</ref>) foi um [[jornalista]] e [[político]] [[brasil]]eiro.
 
== Biografia ==
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Em outubro de 1967, participou da comissão parlamentar que visitou presos políticos em [[Juiz de Fora]] e encontrou onze vítimas de [[tortura]]s realizadas por militares agindo dentro de quartéis do [[Exército Brasileiro]].<ref name=ditder>{{Citar livro |autor=[[Elio Gaspari|Gaspari, Elio ]]|título=A Ditadura Derrotada|subtítulo= |língua= |formato= |edição= 2|local=Rio de Janeiro |editora= Editora Intrínseca|ano=2014 |página= |páginas=544 |isbn= 978-85-8057-432-6}}</ref> Era o terceiro ano da luta de Moreira Alves contra a tortura, tendo denunciado o general [[Ernesto Geisel]] como "mancomunado com um bando de [[sádico]]s".<ref name=ditder/>
 
É lembrado como o provocador do [[AI-5]],<ref>José Maria Mayrink, ''Mordaça no'' Estadão, O Estado de S. Paulo, 2008, pág. 36</ref> ao proferir no início de setembro de 1968, como deputado, um discurso no [[Congresso Nacional do Brasil|Congresso Nacional]] em que convocava um boicote às comemorações do [[Dia da Independência do Brasil]]<ref name="mordaça no estadão" /> e solicitava às jovens brasileiras que não namorassem oficiais do [[Exército]].<ref>Maria Fernanda Lopes Almeida, Veja ''sob Censura'', Jaboticaba, São Paulo, 2008, pág. 86</ref> Em função do tom, considerado radical, de seu discurso, o Ministro da Justiça, à época, [[Luís Antônio da Gama e Silva]], enviou à [[Câmara de Deputados]] um pedido de autorização para que o deputado Márcio Moreira Alves fosse processado, mas em votação realizada em 12 de dezembro de 1968, o pedido do governo foi rejeitado por 216 a 141, com 15 abstenções. Nesse mesmo dia Márcio Moreira rapidamente abandonouo recinto da Câmara e desapareceu, exilando-se depois.<ref name = "castelo a tancredo">{{citar livro|título=Brasil: de Castelo a Tancredo|último = SKIDMORE|primeiro = Thomas |publicado= Paz e Terra |ano=2004| isbn= |página=165}}</ref> A represália do governo foi violenta, na manhã seguinte foi convocado o Conselho de Segurança nacional e, em 13 de dezembro de 1968, foi editado o [[Ato Institucional Número Cinco]], considerado o mais duro [[ato institucional]] editado durante o [[Regime Militar no Brasil]].<ref name="terra">{{Citar web |url=http://noticias.terra.com.br/brasil/politica/ex-deputado-federal-marcio-moreira-alves-morre-no-rio,29493e232cb4b310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html |título=Ex-deputado federal Marcio Moreira Alves morre no Rio |língua= |autor= |obra=Terra |data= |acessodata=11 de abril de 2016}}</ref> Márcio teve o mandato imediatamente cassado pelo AI-5 e deixou clandestinamente o país ainda em dezembro de 1968, exilando-se no [[Chile]], onde ficou até 1971. Em 1971, foi para [[Paris]], onde se doutorou pela Fundação Nacional de Ciências Políticas de Paris. Em 1974, mudou-se para [[Lisboa]], onde ficou até 1979. Com a chegada da [[Lei da Anistia]], em 1979, Márcio voltou ao Brasil e passou a colaborar, até 1986, com o jornal ''[[Tribuna da Imprensa]]''.<ref>https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/Jango/biografias/marcio_moreira_alves</ref>
 
Com o fim do sistema [[Bipartidarismo|bipartidário]] e as posteriores reformulações partidárias, filiou-se ao PMDB, sucessor do antigo MDB, e concorreu a uma vaga de deputado federal pelo Rio de Janeiro em novembro de 1982, ficando como suplente. Entre 1982 e 1986, assessorou [[Luís Carlos Bresser Pereira]] durante o período em que Bresser era presidente do [[Banco do Estado de São Paulo]] e no período em que Bresser era secretário de governo de São Paulo. Em 1987, foi subsecretário de relações internacionais do estado do [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]], durante o governo de [[Wellington Moreira Franco]]. Deixou a vida pública em 1990, quando se desligou do PMDB e passou a se dedicar ao jornalismo.<ref>https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/Jango/biografias/marcio_moreira_alves</ref> Foi comentarista da [[Rede Manchete]] e colunista no jornal ''[[O Globo]]'' até 2008, quando se afastou das funções por problemas de saúde, devido a um [[acidente vascular cerebral]] que havia sofrido em outubro de 2008.